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Faculdade de Tecnologia e Ciências – FTC Estudo Dirigido: Acidente Vascular Cerebral Aluno: Márcio Melo Costa Acidente Vascular Cerebral O Acidente Vascular Cerebral é um déficit neurológico, geralmente focal, de instalação súbita e de rápida evolução, decorrente do dano localizado em alguma região cerebral. De acordo com Scalzo et al., 2010 é uma interrupção súbita do fluxo sanguíneo do encéfalo, gerado por obstrução de uma artéria, indicando o AVC isquêmico, ou por ruptura, descrevendo o AVC hemorrágico. O AVC isquêmico é responsável por cerca de 80% dos casos e através dessa obstrução de sua artéria, impede a passagem de oxigênio e de glicose e outros nutrientes para os neurônios e as células cerebrais. A obstrução da artéria pode acontecer por um trombo, que é um coágulo de sangue que se forma na parede do vaso sanguíneo, ou por um êmbolo, que é um trombo que se desloca pela corrente sanguínea até ficar preso em um vaso sanguíneo menor que sua extensão, e devido a isso ocorre uma perda da atividade funcional na área afetada, perda da massa e o desenvolvimento também de necrose desse local. Com o uso da literatura é possível verificar que existem cinco tipos de acidentes vasculares isquêmicos, dentre eles podemos destacar: ▪ AVC isquêmico lacunar: Ocorre quando um trombo é formado em um pequeno vaso, devido a uma inflamação chamada de lipo-hialinólise. É muito comum em pessoas que têm fatores de risco vasculares, como a hipertensão. ▪ AVC isquêmico aterotrombótico: Se desenvolve a partir da aterosclerose, doença que causa a formação de placas nos vasos sanguíneos maiores, levando à oclusão do vaso ou à formação de êmbolos. É ocasionado, assim como no lacunar, pela presença de fatores de risco vasculares. ▪ AVC isquêmico cardioembólico: Esse tipo de AVC ocorre quando o êmbolo causador do derrame parte do coração, no geral decorrente de doenças cardiovasculares. ▪ AVC isquêmico de outra etiologia: Mais comum em indivíduos jovens, está relacionado a distúrbio de coagulação do sangue, doença que deixa o sangue mais espesso, a inflamação dentro do vaso sanguíneo (vasculite) e a fragilidade da parede dos vasos que levam sangue ao cérebro (dissecção). ▪ AVC isquêmico criptogênico: É quando a causa do AVC isquêmico não foi determinada, mesmo após uma investigação extensa. Já o acidente vascular hemorrágico se desenvolve a partir do rompimento de um vaso sanguíneo intracraniano cerebral, em algum ponto do sistema nervoso, ocorrendo um sangramento que se desencadeia em uma grande hemorragia no meio extra celular e também na formação de coágulos. Geralmente ocorre por uma crise hipertensiva, ou seja, por um aumento da pressão dentro do vaso arterial e é responsável por cerca de 20% dos casos nos indivíduos, e apresenta inicialmente com o seu primeiro sintoma a dor e sonolência. Segundo (ARAÚJO et al., 2014). O AVC trata-se de uma doença com consequências intermediárias, mais previsíveis, geradora de vários tipos de deficiência, as quais demandam ajustamentos de todos em volta. Logo, é um evento súbito e acomete o indivíduo e a família que, em geral, não tem preparo para lidar com as sequelas, responsáveis por grande parte das aposentadorias por invalidez. (RANGEL; BELASCO; DICCINI, 2013). É uma patologia que é considerada a segunda causa de morte nos indivíduos acima de 60 anos e a quinta causa entre pessoas com idade de 15 a 59 anos, como também é a maior causa de ascensão das doenças crônicas como hipertensão e diabetes em idosos e a desenvolvedora de perda de autonomia e dependência entre os adultos. Estudos recentes têm demonstrado um aumento nos casos em pessoas nas faixas dos 30-40 anos. A incidência é maior em afrodescendentes do que em brancos e levemente maior em homens do que em mulheres. No Brasil, segundo o DATASUS, o AVC é a primeira causa de morte e incapacidade nos adultos, como também vem liderando entre as principais causas de 10% das internações hospitalares públicas, causando, na grande maioria dos pacientes, algum tipo de deficiência, seja parcial ou completa. (LIMA et al., 2016). A Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares relata que ocorrem casos seriados de AVC, com fatores independentes da idade ou sexo sendo, mais do que uma estatística em saúde pública, um grande impacto econômico e social. (CARVALHO et al.,2014). Trata-se, pois, de um sério problema de saúde pública, com geração de ônus por aposentadorias precoces e gastos com hospitalizações. (SILVA FILHO; ALBUQUERQUE,2017). Através de um estudo desenvolvido em 2003, sobre recuperação funcional de pacientes com AVC isquêmico e hemorrágico, constatou-se que a maior prevalência de AVC é do tipo isquêmico, sendo o AVC hemorrágico menos recorrente, mas corresponde a forma mais grave, aumentando maiores complicações neurológicas para os pacientes comparado com o do tipo AVC isquêmico (COSTA; SILVA; ROCHA, 2011). Vários fatores de risco são descritos e estão comprovados na origem da causa dos acidentes vascular cerebrais, entre eles estão: A hipertensão arterial, doença cardíaca, fibrilação atrial, diabetes, tabagismo, hiperlipidemia, má alimentação ( Gorduras), sedentarismo, uso de pílulas anticoncepcionais, álcool, ou outras doenças que acarretem aumento no estado de coagulabilidade do sangue de um indivíduo. Dentre esses fatores de risco outro bastante importante é a questão da cor, onde diante de vários estudos nos mostra que é mais comum se ter a ocorrência de casos de AVC em Americanos nativos; Hispânicos; Afro-americanos do que em uma pessoa branca. Os sintomas geralmente são reconhecidos a partir do tipo de acidente vascular cerebral que o paciente está sofrendo, se é isquêmico ou hemorrágico. Os principais sintomas dos acidentes vasculares cerebrais incluem: ▪ Fraqueza: O início súbito de uma fraqueza em um dos membros braço, perna ou face é o sintoma mais comum dos acidentes vasculares cerebrais. Pode significar a isquemia de todo um hemisfério cerebral ou apenas de uma área pequena e específica. Podem ocorrer de diferentes formas. ▪ Distúrbios Visuais: A perda da visão em um dos olhos, principalmente aguda, alarma os pacientes e geralmente os leva a procurar avaliação médica. O paciente pode ter uma sensação de "sombra' ou "cortina" ao enxergar ou ainda pode apresentar cegueira transitória. ▪ Perda sensitiva: A dormência ocorre mais comumente junto com a diminuição de força, que é muito confundida pelo paciente. ▪ Linguagem e fala (afasia): É comum os pacientes apresentarem alterações de linguagem e fala; assim alguns pacientes apresentam fala curta e com esforço, acarretando muito a sua frustração. Em outros casos apresentam também outras alterações de linguagem, falas de frases longas, fluentes, fazendo pouco sentido, com grande dificuldade para compreensão da linguagem. ▪ Memória: Dificuldade em aprender novos conceitos ou habilidades e em lembrar ou recuperar essa informação. A memória prospectiva também pode estar prejudicada. ▪ Apraxia: incapacidade de programar sequência de movimentos, mesmo com funções motoras e sensorial estarem aparentemente preservadas), ▪ Agnosia: incapacidade de reconhecer objetos familiares e de lhes dar uma função, ainda que os órgãos sensoriais não estejam lesados. ▪ Anosognosia: consiste na incapacidade de reconhecer as limitações físicas resultantes do AVC. ▪ Distúrbios Emocionais: Alterações emocionais e de personalidade como: ansiedade, frustração, raiva, tristeza, mágoas, Depressão (1/3 dos doentes com AVC), Distúrbios do sono e Letargia. Como consequências para o indivíduo podem ocorrer: Paralisia, alterações da motricidade, alterações sensoriais, alterações da comunicação, alterações cognitivas e distúrbios emocionais. A sua paralisia ocorre no lado contra-lateral à região do cérebro afetada, e devido a isso pode resultar em uma Hemiplegiaou uma Hemiparesia, como também no déficit de equilíbrio e ou na coordenação (ataxia). Tratamento do AVC Existem três estágios de tratamento do acidente vascular cerebral: tratamento preventivo, tratamento do acidente vascular cerebral agudo e o tratamento de reabilitação pós-acidente vascular cerebral. O tratamento preventivo inclui na identificação e controle dos fatores de risco. A avaliação e o acompanhamento neurológicos regulares são componentes do tratamento preventivo bem como o controle da hipertensão, da diabete, a suspensão do tabagismo e o uso de determinadas drogas anticoagulantes que contribuem para a diminuição da incidência de acidentes vasculares cerebrais. O tratamento através da reabilitação, tratará das disfunções resultantes dos distúrbios motores e sensoriais provocados pelo AVC. Durante a avaliação irá verificar a força, resistência, amplitude de movimentos, alterações da marcha e défices sensoriais. O plano de tratamento terá como objetivo: Promover a recuperação do controlo motor, Independência nas tarefas funcionais, otimizar a estimulação sensorial e prevenir complicações secundárias. Dentre as especialidades da fisioterapia que deve fazer esses objetivos estão: A crioterapia, cinesioterapia, Hidroterapia, PNF, uso de tecnologias e outros dispositivos auxiliares. Deve desenvolver mecanismos compensatórios para reduzir o impacto dos défices residuais e estabelecer programas de exercícios para ajudar a manter essas novas capacidades aprendidas e a realização de atividades direcionadas a um objetivo para promover a independência e ou qualidade de vida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Nágila Silva. Análise das Principais Intervenções Fisioterapêuticas Usadas em Pacientes Vítimas de Acidente Vascular Cerebral. Revista Saúde em Foco, Teresina, v. 5, n. 2, art. 1, p. 03-18, jul./dez.2018 PEREIRA, Camila Cirilo. AVC: Sintomas, Tratamentos e Causas. São Paulo, 2017. Disponível em: <http://www.minhavida.com.br/saude/temas/avc>. Acesso em: 04 de junho de 2020.
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