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Aneurisma e Dissecções Aula + Robbins cap 9 Aneurisma: dilatações anormais dos vasos sanguíneos ou do coração. Congênitos ou adquiridos. Verdadeiros: acometem as três camadas (íntima, média e adventícia) ou uma parede frágil do coração. Falso (pseudoaneurisma): defeito na parede vascular que resulta na formação de um hematoma extravascular com comunicação para o espaço intravascular (hematoma pulsante). Podem ser classificados pela sua forma: saculares (frequentemente contem trombos), fusiformes (dilatações circunferenciais) Dissecções: ocorre quando o sangue entra na própria parede arterial, dissecando entre as camadas. Morbidade e morte devido a aneurismas e dissecções são importantes causas de estase com formação de trombose subsequente, pode causar oclusão de vasos proximais por pressão extrínseca ou trombose sobreposta, embolia de um trombo mural, ruptura e impacto em estruturas adjacentes. Causas Mais comuns Aterosclerose (aorta abdominal) Hipertensão (aorta torácica ascendente) Outras causas Sífilis, trauma, vasculite e defeitos congênitos Embolização séptica, processo supurativoadjacente ou bacteremia sistêmica aneurismas devido a infecções. Fisiopatogenia Artérias são tecidos dinâmicos que mantêm sua integridade através da síntese, degradação e reparo de sua matriz extracelular. Estrutura ou função do tecido conjuntivo comprometida aneurisma. Má qualidade da matriz do vaso: Síndrome de Marfan: síntese inadequada de fibrilina remoção anormal de TGF-B na parede da aorta perda matriz do tecido elástico. No ambiente em que ocorre o processo degenerativo está havendo uma ação exagerada e aberrante do TGF-B devido à falta de clearance deste fator. Esse excesso de TGF-B reduz a produção de matriz saudável e também de musculatura lisa, tornando o vaso mais frágil. Síndrome de Loeys-Dietz: mutações nos receptores de TGF-B (proliferação de células musculares lisas e síntese de MEC) defeitos na síntese de elastina e colágeno. Aneurismas podem rompert facilmente. Síndrome de Ehlers Danlos síntese defeituosa colágeno III Deficiência Vit C (escorbuto) aneurisma Desequilíbrio síntese/degradação da matriz: Maior atividade MMPs pelas células inflamatórias (por exemplo na placa aterosclerótica ou na vasculite) perda de MEC Inflamação aguda nos aneurismas micóticos acelera destruição da parede vascular e potencializa a rápida dilatação aneurismática. Perda de células musculares lisas ou alteração na síntese de SMC (Degeneração sística da média) Placa aterosclerótica espessa no lúmen impede a difusão adequada de oxigênio e nutrição do lúmen isquemia da camada média da aorta pode ocorrer quando os vasos da vasa vasorum são estenosados devido a inflamação ou hipertensão = perda de células musculares lisas e/ou alteração degenerativa com perda as síntese normal de MEC e aumento da produção de substância amorfa (glicosaminoglicano). AAA – Aneurisma Aorta Abdominal + frequente em homem tabagista +50. Aterosclerose principal causa; Perda de células musculares lisas da média e aumento da degradação da matriz por MMP. Produção de enzimas proteolíticas destrutivas. Placas ateroscleróticas comprometem a difusão de nutrientes e resíduos entre lúmen vascular e a parede arterial e comprimem os vasos da média degeneração e necrose. Histologia revela aterosclerose complexa grave com média marcadamente acentuada. Dilatação aneurismática e fluxo vascular anormal formação de trombo mural laminado e mal organizado. Morfologia Localizados abaixo das artérias renais e acima da bifurcação ilíaca. Na maioria dos casos, aterosclerose extensa está presente. AAA inflamatório (5 a 10%): densa fibrose periaórtica, abundante infiltrado linfoplasmocitário com muitos macrófagos e células gigantes. Pacientes mais jovens. AAA micótico: microorganismos circulantes se alojam na parede do aneurisma ou se associam ao trombo. Pode conduzir rápida dilatação e ruptura. ** Pode ser manifestação vascular de doença relacionada à imunoglobulina G4 (IgG4). É uma doença sensível a esteroides associada a níveis plasmáticos elevados de IgG4;fibrose e infiltração de plasmócitos que expressam IgG4. Também pode afetar o pâncreas, sistema biliar e glândula salivar. Consequências clínicas Obstrução de um vaso ramificado da aorta isquemia distal dos rins, pernas, medula espinhal ou TGI. Embolismo do ateroma ou de trombo mural; Massa abdominal (muitas vezes palpavelmente pulsátil) Ruptura dentro da cavidade peritoneal ou nos tecidos retroperitoneais hemorragia maciça potencialmente fatal. Risco de ruptura – tamanho do AAA (≤ 4cm frequentemente não rompe) Risco de 11% ao ano de 5 a 6 cm Risco de 25% ao ano > 6cm Taxa de mortalidade operatória é 5% para aneurismas não rotos e mais de 50% após ruptura. Paciente com AAA tem maior probabilidade de apresentar aterosclerose em outros leitos vasculares e risco elevado de evoluir para DCI (doença cardíaca isquêmica) e AVC. Aneurisma de Aorta Torácica Comum associação com hipertensão e síndrome de Marfan (Loeys-Dietz também); Sinais e sintomas relacionados a: Dilatação da raiz da aorta: insuficiência da valva aórtica. Ruptura ou invasão das estruturas do mediastino - compressão: vias aéreas (dispneia), esôfago, nervos laríngeos recorrentes (tosse) ou corpos vertebrais (dor óssea) Ruptura da aorta Dissecção da Aorta Ocorre quando o sangue se espalha nos planos laminares da média, separando-os em leques, formando um canal repleto de sangue dentro da parede aórtica. Frequentemente leva à ruptura morte súbita por hemorragia maciça ou tamponamento cardíaco. **É incomum na presença de aterosclerose substancial ou outra causa de cicatriz da média, como a sífilis (a fibrose da média impede a propagação do hematoma dissecante) Ocorre principalmente em homens hipertensos 40 a 60 anos. Jovens anormalidades no tecido conjuntivo que afetam a aorta, ex. síndrome de Marfan. ** hipertensos – hipertrofia na aorta dos vasa vasorum da média + distúrbios degenerativos da MEC e perda variável das células musculares lisas da média. Lesão causada pela diminuição do fluxo através dos vasa vasorum seja contribuinte. Morfologia Dilacerações transversais ou oblíquas e possuem 1-5 cm com bordas nítidas e irregulares. A lesão preexistente mais comumente detectada na histopatologia é a degeneração cística da média, caracterizada por perda ou necrose das células da camada do músculo liso. Consequências Clínicas Dependem da porção da aorta afetada. As mais graves envolvem dissecções da aorta proximal e do arco aórtico. Classificação de Stanford: baseada no envolvimento ou não da aorta ascendente e independe do ponto de origem. TIPO A (75% dos casos): acomete a aorta ascendente, independe do local do orifício de entrada e da extensão distal da aorta comprometida. Com ou sem envolvimento da descendente. TIPO B (25% dos casos): dissecção da aorta descendente, não acomete a ascendente. Inicia após artéria subclávia via esquerda. Classificação DeBakey: categoriza as dissecções de acordo com o segmento da aorta comprometido e sua extensão. TIPO I (70% dos casos): dissecção em toda aorta, ou seja, ruptura intimal se inicia na aorta ascendente estendendo- se distalmente até, pelo menos, o arco aórtico. TIPO II ( 5% dos casos): dissecção que se origina e fica restrita a aorta ascendente. TIPO III ( 25% dos casos): início na aorta descendente e propaga distalmente. O tipo IIIa acomete apenas a aorta descendente torácica. O tipo IIIb estende-se para a abdominal. Apresentação clássica: início repentino de dor excruciante/lancinante/aflitivo. Geralmente a dor começa no tórax anterior, irradiando para as costas e se movendo pra baixo à medida que a dissecção progride. Causa mais comum de óbito é a ruptura da dissecção nas cavidades pericárdica, pleural ou peritoneal.
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