Prévia do material em texto
NÚCLEO MORADA NOVA / CE PRÁTICA DE INJETÁVEIS: ADMINISTRAÇÃO E CÁLCULOS DE MEDICAMENTOS CURSO 120 HORAS COM CERTIFICADO SUMÁRIO 01 APRESENTAÇÃO A administração de medicações exige da equipe de enfermagem muita responsabilidade e atenção no cálculo das drogas uma vez que a dosagem dos medicamentos varia de acordo com o peso do paciente. A administração de medicamentos é um dos procedimentos mais cruciais para a enfermagem. Tão importante como ter conhecimento sobre os efeitos e reações que o medicamento pode causar. Portanto, é necessário ter competência e habilidade para administrar tais medicações, passando assim para o paciente confiança e segurança, minimizando a ansiedade e aumentando assim a eficácia e a eficiência da medicação. A equipe, embora não sendo responsável pela prescrição medicamentosa, deve conhecer todos os aspectos e fases envolvidas no processo, a fim de evitar erros e enganos, com prejuízos aos pacientes. O planejamento da administração dos medicamentos envolve desde os conhecimentos das ciências básicas e das técnicas de administração, a orientação e supervisão do pessoal técnico, a diluição do fármaco e o preparo do paciente. É importante que a equipe de enfermagem tenha conhecimento do medicamento que administra sua indicação, ação, efeito colateral, bem como, sinais de toxicidade dessas medicações. 02 PRINCÍPIOS BÁSICOS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS A administração de medicamentos deve ser feita com eficiência, segurança e responsabilidade, para que sejam alcançados os objetivos terapêuticos implementados, mostrando uma evolução no quadro clínico do cliente. Para isso, deve-se ter conhecimento de dados do processo de administração: elementos farmacológicos do medicamento (farmacocinética, farmacodinâmica, dose máxima e efetiva, além do intervalo entre as doses etc.), assim como métodos, vias e técnicas de administração. A administração dos medicamentos vai depende da rapidez da atuação da droga oferecida, da classe e quantidade da droga a ser ministrada e das condições em que o cliente está. Porém existem muitos fatores que irão limitar a aplicação das drogas sejam orais, nasais, intramuscular; subcutâneo, intradérmica. Portanto, as vias usadas para administração de fármacos têm elementos que a contraindicam em alguns casos. 2.1 TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA: CONCEITOS GERAIS Os efeitos farmacológicos podem incluir efeitos tóxicos. A aplicação generalizada desta importante ferramenta na terapia clínica tem sido possível graças ao desenvolvimento de métodos analíticos que permitem o doseamento de substâncias ativas com precisão em diferentes líquidos biológicos e à possibilidade de expressar em termos quantitativos os processos que experimentam os fármacos após sua administração; isto permite a determinação de regimes de dosagem que se ajustam as necessidades dos pacientes. A utilidade clínica da farmacocinética reside fundamentalmente nestes aspectos, ou seja, a aplicação dos princípios farmacocinéticos no manejo, ajuste da terapêutica em diferentes pacientes, e isto é o que constitui a disciplina de farmacocinética clínica. O princípio básico da farmacocinética clínica é que a magnitude tanto da resposta desejada quanto da toxicidade são funções da concentração do fármaco em seu sítio de ação. No entanto, sabemos que raramente podemos dosar diretamente a concentração do fármaco neste local; por isto, as concentrações são normalmente medidas em um sítio alternativo e mais acessível, o plasma. Desta forma, podemos dizer que a hipótese fundamental em farmacocinética clínica é a relação existente entre os efeitos farmacológicos ou tóxicos de um medicamento e a concentração dele neste sítio facilmente acessível do organismo. A farmacocinética exerce um papel importantíssimo na promoção da eficácia dos fármacos ao fornecer relações quantitativas entre a eficácia e a dose utilizada. Através das avaliações das concentrações nos fluidos biológicos, conseguimos reduzir a toxicidade relacionada aos níveis sanguíneos aumentando a segurança da utilização dos medicamentos. O conhecimento da relação entre a eficácia e as concentrações dos medicamentos nos fluidos biológicos permite ao clínico levar em consideração as características fisiológicas ou patológicas de um paciente, o que o torna diferente dos indivíduos normais na resposta a uma determinada dose de um fármaco. A farmacodinâmica descreve uma infinidade de modos pelos quais as substâncias afetam o corpo. Depois de terem sido engolidos, injetados ou absorvidos através da pele, quase todos os medicamentos entram na corrente sanguínea, circulam pelo corpo e interagem com diversos locais alvos. Mas dependendo de suas propriedades ou da via de administração, um medicamento pode atuar apenas em uma área específica do corpo (por exemplo, a ação dos antiácidos fica em grande parte confinada ao estômago). A interação com o local-alvo comumente produz o efeito terapêutico desejado, enquanto a interação com outras células, tecidos ou órgãos pode resultar em efeitos colaterais (reações medicamentosas adversas). ENTÃO... A farmacocinética é a relação entre a administração de uma droga, o tempo da sua distribuição e a magnitude da concentração alcançada em diferentes regiões do corpo. Descreve o que o corpo faz com a droga. É o estudo do destino dos fármacos no organismo após sua administração. São elas: · ABSORÇÃO; · DISTRIBUIÇÃO; · METABOLISMO; · EXCREÇÃO. Já a farmacodinâmica é o caminho que o medicamento faz no organismo. Descreve o que a droga faz com o corpo. Explica quais processos fisiológicos são afetados pelos fármacos, com isso pode-se afirmar que o foco da farmacodinâmica é: · LOCAL E MECANISMO DE AÇÃO; · RELAÇÃO ENTRE CONCENTRAÇÃO E MAGNITUDE DO EFEITO; · VARIAÇÃO DE EFEITOS E RESPOSTAS. BIODISPONIBILIDADE: indica a quantidade de drogas que atinge seu local de ação ou um fluido biológico de onde tem acesso ao local de ação. É uma fração da droga que chega à circulação sistêmica. BIOEQUIVALÊNCIA: é a equivalência farmacêutica entre dois produtos, ou seja, dois produtos são bioequivalentes quando possuem os mesmos princípios ativos, dose e via de administração, e apresentam estatisticamente a mesma potência. DOSE: Quantidade de fármaco capaz de provocar alterações no organismo. DROGA: É qualquer substância química, simples ou composta, de múltiplas origens, a qual é utilizada com várias finalidades. Quando administrada em organismos vivos, são capazes de provocar alterações somáticas e funcionais. EFEITO TERAPÊUTICO: É o efeito benéfico e desejado, que o medicamento provoca no organismo quando administrado. EFEITO INDESEJADO: efeito provocado pela ação do fármaco no organismo indiferente do planejado. Pode se classificado em previsível e imprevisível. · Os efeitos previsíveis podem se dividir em: · Toxicidade por superdosagem; · Efeito secundário (reação provocada pelo efeito principais do fármaco em um sítio diferente do alvo principal); · Efeito colateral; · Interações medicamentosas. · Os efeitos imprevisíveis podem ser divididos em: · Idiossincrático; · Alérgico; · Intolerância. E você sabe diferenciar o efeito colateral e o efeito adverso? EFEITO COLATERAL: trata-se de um efeito paralelo ao efeito terapêutico, o qual é rotineiramente esperado, mas não é desejado. Normalmente não traz grandes prejuízos. EFEITO ADVERSO: geralmente é um efeito nocivo e incômodo, originado da administração de um fármaco. FARMACOPEIA: é o Código Oficial Farmacêutico do País, que estabelece a qualidade dos medicamentos em uso no Brasil. De um modo geral, a função de uma farmacopeia é estabelecer os requisitos de qualidade que os medicamentos devem obrigatoriamente obedecer. Esses requisitos incluem todos os componentes empregados na fabricação dos medicamentos. MEDICAMENTO: é toda substância ou mistura de substâncias que, ao ser introduzido no organismo humano, produzirá um efeito terapêutico. INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA: efeito resultante da infecção entre dois fármacos, podendo como resultadofinal ocorrer o aumento, redução ou atenuação do efeito farmacológico de ou mais fármacos envolvidos. POSOLOGIA: estudo da dosagem, de como a dose deve ser empregada. PRINCÍPIO ATIVO: corresponde à substância, ou grupo destas, responsável pela ação terapêutica, com composição química e ação farmacológica conhecidas. TÓXICO: É uma droga que, ao ser administrada produz efeitos nocivos ao organismo. 2.1.2 AÇÃO DOS MEDICAMENTOS Os medicamentos podem agir no organismo provocando uma AÇÃO LOCAL ou SISTÊMICA. AÇÃO LOCAL: o medicamento tem efeito no local da aplicação. Ex.: uso de pomadas e creme na pele ou mucosa. Pode ser: Adstringente: contrai os tecidos; Anti-Séptica: inibe o desenvolvimento de microorganismos. Ex. Povidine. Emoliente: lubrifica e amolece os tecidos. Ex. Pomadas Irritante: irrita os tecidos. Ex. Iodo; Paliativo: diminui a dor. AÇÃO SISTÊMICA: ou geral, o efeito da droga se manifesta após a penetração do medicamento no meio interno. Antagônica: corta o efeito de outra droga; Cumulativa: acumula no organismo; Depressora: deprime a função de um órgão ou tecido; Estimulante: estimula a função de um órgão ou tecido. Sinérgica: reforça o efeito de outro medicamento e vice-versa. 2.2 FORMAS FARMACÊUTICAS DOS MEDICAMENTOS Podem ser apresentados nos seguintes tipos: · SÓLIDOS; · LÍQUIDOS; · GASOSOS; · SEMI – SÓLIDOS; · IRRADIANTES. Medicamentos Sólidos: Podem ser são encontrados nas seguintes formas: · Cápsulas: Medicamentos em pó ou grânulos, envolvidos em gelatina solúvel, que se dissolve no intestino; · Comprimidos: medicamento(s) em pó, sob compressão em geral, de forma circular; · Drágeas: grânulos com medicamentos envolvidos em camadas de açúcar, polidos e coloridos; · Pílulas: Pequenas drágeas; · Supositório: Forma alongada, à base de glicerina, gelatina ou manteiga de cacau; Medicamento Líquido: Podem ser encontrados em forma de: solução, porção, elixir, emulsão, suspensão, tintura extrato e colírio. Medicamentos Gasosos: encontra se sob a forma de aerossóis e vapores. Medicamento Semi Sólidos ou Intermediários: são as pomadas, cremes e geleias em geral. Drogas Irradiantes: são representados por Cobalto, Césio, raios laser e iodo radioativo. 03 ASPECTOS LEGAIS A administração de medicamentos é uma prática comum no cotidiano da equipe de enfermagem além de ser de sua responsabilidade legal. Portanto, destacamos os aspectos legais que regem o exercício da enfermagem relacionado a esta temática, abordando seus direitos e deveres. 3.1 CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DA ENFERMAGEM Art. 10º - Aprimorar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais que dão sustentação a sua prática profissional. Art. 12 - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. Art. 13 - Avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, ética e legal e somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para outrem. Art. 14 - Aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos e culturais, em benefício da pessoa, família e coletividade e do desenvolvimento da profissão. Art. 17 - Prestar adequadas informações à pessoa, família e coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca da assistência de enfermagem. Art. 21 - Proteger a pessoa, família e coletividade contra danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência por parte de qualquer membro da equipe de saúde. 3.2 PROBIÇÕES Art. 30 - Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem certificar-se da possibilidade de riscos. Art. 32 - Executar prescrições de qualquer natureza, que comprometam a segurança da pessoa. Parágrafo único - O profissional de enfermagem poderá recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica em caso de identificação de erro ou ilegibilidade. 04 RESPONSABILIDADES E DEVERES DOS PROFISSIONAIS NO PREPARO DAS MEDICAÇÕES Art. 39 - Participar da orientação sobre benefícios, riscos e consequências decorrentes de exames e de outros procedimentos, na condição de membro da equipe de saúde. 05 SEGURANÇA DO PACIENTE NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS A administração de fármacos e soluções por cateteres, sondas e seringas é uma prática de enfermagem comum que pode ser desenvolvida em ambientes de atendimento à saúde. A infusão de fármacos em vias erradas, com dosagem errada, como soluções que deveriam ser administrados em sondas enterais e serem realizados em cateteres intravenosos, devido a possibilidade de conexões erradas, é um evento frequente, porém pouco documentada, que pode causar graves consequências até a morte do paciente. Por isso são fundamentais a capacitação, a orientação e o acompanhamento contínuo sobre os riscos à segurança do paciente frente às conexões erradas devem ser destinados a todos os profissionais. Dentre as medidas sugeridas, destaca-se: · Orientar ao paciente e aos familiares não manusear os dispositivos. · Identificar cateteres centrais, arteriais, peridurais e intratecais de cores diferentes para garantir o manuseio seguro. · Verificar todo o dispositivo desde sua inserção até as suas conexões. 06 RISCOS E CUIDADOS ENVOLVIDOS NO PROCEDIMENTO DA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Os riscos envolvidos no procedimento de preparo e na administração de medicamentos relacionam-se ao preparo, à administração e às reações ao medicamento. Os riscos relativos aos medicamentos podem ser ocasionados por propriedades relacionadas a ele, como efeitos colaterais e reações adversas, que variarão para cada paciente, mas podem ocorrer por reação do próprio paciente ao medicamento. Esse fato deve ser relatado em seu histórico de internação, sendo essa informação de conhecimento e de fácil acesso a todos os profissionais que possam ter contato direto com esse paciente. Os eventos adversos relacionados ao preparo e a administração de medicamentos pode ocorrer em diversas etapas, pois é um processo longo, desde a prescrição médica até a administração e a monitorização do paciente, e envolve a participação de diversos profissionais, como médico, equipe de enfermagem e farmacêutico. É um dos eventos adversos mais comuns que ocorre dentro do ambiente hospitalar, podendo resultar em aumento do tempo de internação e custos, bem como da mortalidade. Medidas que ressaltam as reações alérgicas podem estar presentes no planejamento de cuidados, no programa da prescrição médica, nas etapas de checagem, em que o profissional de enfermagem realizará a medicação, e em pulseiras de identificação, de forma a ressaltar a atenção do profissional. 6.1 RISCOS · Prescrição médica ilegível ou que promova dúvida no seu entendimento. · Solicitação inadequada seja quanto à medicação ou dose. · Dispensa da medicação errada. · Preparo sem a técnica adequada. · Erros quanto ao paciente, dose, via de administração, diluição correta e horário. · Medicação fora do prazo de validade. 6.2 CUIDADOS RELACIONADOS AOS RISCOS Alguns princípios devem ser ressaltados no processo de preparo e de administração de medicamentos, e promover uma assistência segura e livre de riscos para o paciente e para a equipe. Ter absoluta certeza da medicação prescrita pelo médico e aprazamento quanto a todos os itens: paciente, medicação, dose, via de administração, diluição, tempo de infusão e horário correto. Conhecer a medicação quanto à classe farmacológica, indicações, cuidados especiais, efeitos esperados e reações adversas. Avaliar as condições clínicas dos pacientes e perguntar se o mesmo está recebendo tal medicação, estiverem atentas as reações alérgicas e aos cuidados especiais antes do procedimento. Realizar o preparo e a administração com técnica asséptica, prevenindo transmissão de microrganismos. Orientar ao paciente e a família sobre o procedimento e a medicação. Conhecer o passo a passo e os cuidados de cada técnica, sabendo avaliar indicações e contraindicações. Checar a permeabilidade da via ou local a ser utilizado,de acordo com a técnica apropriada. As medicações devem ser encaminhadas ao quarto em bandejas, exceto nos casos de pacientes com algum tipo de precaução, quando devem ser acondicionadas em embalagens plásticas. Adequar o volume de lavagem após medicação para pacientes com restrição hídrica. Na administração de medicamentos em comprimidos/ cápsulas, checar sempre a bula do medicamento para ter a certeza de que pode ser triturado, pois algumas substâncias, como as preparações de liberação lenta, revestimento entérico, líquidos encapsulados, sublinguais, irritantes e sabor desagradável, não devem ser triturados para administração. Atentar para pacientes renais, para os quais muitas medicações devem ter doses ajustadas, principalmente medicações nefrotóxicas e de eliminação renal. Os equipes e buretas utilizados para medicação endovenosa devem receber uma etiqueta com data de troca, de acordo com o estabelecido na instituição. Cuidados específicos no preparo, na administração e com o paciente devem ser ressaltados na prescrição médica, para garantir sejam realizados adequadamente. 07 BIOSSEGURANÇA Existem várias definições para biossegurança, podendo ser definida como ciência, conduta, conjunto de ações, etc. O ponto comum em todas as definições é a noção de controle dos riscos. A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) define biossegurança como condição de segurança alcançada por um conjunto de ações com o objetivo de prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente. É um conjunto de ações, procedimentos, técnicas, metodologias, equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos inerentes as atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. 7.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL A utilização dos equipamentos de proteção individual faz parte da prevenção, além de serem uma barreira importante nos acidentes envolvendo materiais biológicos. Foi somente a partir da década de 1980 que a preocupação com os profissionais da área da saúde passou a ser alvo de mais interesse, quando foi reconhecido que o próprio trabalho causava doenças e acidentes. A equipe de enfermagem se expõe, em maior número, a riscos ocupacionais relacionados ao cuidado direto aos pacientes, à dependência de cuidados por parte dos pacientes, ao elevado número de procedimentos e de intervenções terapêuticas que necessitam de uso de materiais perfurocortantes e de equipamentos, aumentando as probabilidades de o profissional adquirir infecções e doenças não confirmadas. A partir disso surge a necessidade da orientação e educação dos profissionais de enfermagem em controlar os agentes de risco, utilizar os EPIs e participar dos controles administrativos, programas de exames médicos e sempre adotar medidas de segurança. Segundo a Norma Regulamentadora – NR 6, considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI), “todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”. O EPI deve ser aprovado por órgão competente do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), e é de fornecimento obrigatório e gratuito aos empregados que necessitarem fazer uso dele. VEJA OS EQUIPAMENTOS QUE FAZEM PARTE DA PRÁTICA DE ENFERMAGEM: • Máscaras para proteção respiratória; óculos para amparar os olhos contra impactos, radiações e substâncias; luvas para proteger contra riscos biológicos e físicos; avental ou capote descartável e gorro para evitar aspersão de partículas dos cabelos e do couro cabeludo no campo de atendimento. • Nesse caso, os EPIs são usados para prevenir o usuário de adquirir doenças em virtude do contato profissional. • A adesão ao uso de EPI traz benefícios à saúde do trabalhador e seus empregados, como maior produtividade, diminuição do número de licenças e redução dos gastos hospitalares com equipamentos e materiais. • O uso de EPI deve ser adequado às necessidades do procedimento, avaliando o conforto, tamanho do equipamento e tipo de risco envolvido. QUAIS SÃO OS EPIS? Luvas • Devem ser usadas quando há possibilidade de contato com sangue, secreções e excreções, com mucosas ou com áreas de pele não íntegra (ferimentos, úlceras de pressão,etc.). • As luvas estéreis são indicadas para procedimentos invasivos e assépticos, enquanto luvas grossas de borracha são indicadas para limpeza de materiais e de ambiente. • É preciso trocá-las logo após o contato com material biológico, entre as tarefas e procedimentos num mesmo paciente. Obs: Deve-se lavar as mãos imediatamente após a retirada das luvas para evitar a transferência de micro-organismos a outros pacientes e materiais. Máscaras, gorros e óculos de proteção: • Usados durante procedimentos em que haja a possibilidade de respingo de sangue e outros fluidos corpóreos, nas mucosas da boca, nariz e olhos do profissional. • São indicados também durante a manipulação de produtos químicos. • As máscaras são de uso único e devem ter um filtro bacteriano. • O gorro é indicado para profissionais que envolvam dispersão de aerossóis, projeção de partículas e proteção de pacientes quando o atendimento envolver procedimentos cirúrgicos. Aventais(capotes): • Devem ser usados durante os procedimentos com possibilidade de contato com material biológico. • O avental protege a pele e previne sujidade na roupa durante procedimentos que tenham probabilidade de gerar respingos ou contato de sangue, fluidos corporais, secreções ou excreções. • O avental de plástico é indicado para lavagem de materiais em áreas de expurgo. Botas: • Devem ser usadas para locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante (como centros cirúrgicos). • Os calçados indicados para o ambiente com sujeira orgânica são os fechados e de preferência impermeáveis (couro ou sintético). 08 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS VIA ENDOVENOSA A via endovenosa é o local onde se tem a mais rápida ação do fármaco administrado. Nesta via há introdução da medicação diretamente na veia. Os medicamentos injetados na veia devem ser soluções solúveis no sangue. Podem ser líquidos hipertônicos, isotônicos ou hipotônicos, sais orgânicos, eletrólitos, medicamentos não oleosos e não deve conter cristais visíveis em suspensão. Deve-se preferir puncionar, inicialmente, membros superiores, evitando-se articulações. O melhor local é a face anterior do antebraço. Sempre iniciando do mais distal para o proximal em caso de acessos mais difíceis, para que não se inutilize um vaso sanguíneo na porção proximal. 8.1 OBJETIVO · Obter rápido efeito do medicamento injetado. · Administrar soluções em quantidade superior a 5 ml. · Grandes volumes de soluções para manter ou restaurar o equilíbrio hidroeletrolítico. 8.2 MATERIAL · Bandeja · Algodão · Álcool a 70% · Ampola de medicação · Seringas apropriadas e agulhas · Cateter endovenoso de calibre adequado ao tipo de medicação · Luva de procedimento · Soro fisiológico/ água destilada · Prontuário 8.3 DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE •Observar a prescrição médica •Lavar as mãos •Separar, identificar a medicação conferindo os sete certos: paciente, dose via hora, medicação, técnica e validade. •Lavar as ampolas que serão utilizadas •Colocar o material lavado em bandeja limpa com álcool a 70% ou campo limpo •Abrir pacote de seringa, agulha, algodão, gaze e luva de procedimento na bandeja ou campo limpo. •Colocar luva de procedimento •Fazer a desinfecção da ampola com álcool a 70% •Quebrar as ampolas com algodão, aspirar o conteúdo e reconstituir a medicação (conforme a prescrição médica) se necessário. •Identificar o medicamento na seringa. •Levar a bandeja arrumada, próximo o leito do paciente (recém-nascido ou criança) com algodão embebido em álcool a 70% e SF 0,9% para lavagem do acesso venoso.•Retirar a luva •Lavar as mãos •Calçar nova luva de procedimento •Selecionar o acesso venoso adequado, observar sinais de permeabilidade e presença de sinais flogístico. •Fazer assepsia com algodão embebido com álcool a 70% na extremidade do polifix ou cateter. •Desconectar a agulha encapada da seringa e conectá-la de forma segura à extremidade do cateter pó polifix. •Lavar o acesso com SF 0,9% se certificando da permeabilidade do acesso. •Injetar lentamente a medicação conferindo a reação do paciente. •Lavar o acesso novamente com SF0, 9% para retirar resíduos da medicação. •Fechar seguramente o cateter ou polifix com oclusor. •Recolher todo o material da bandeja e desprezar os perfurocortantes em local apropriado. •Desprezar os materiais sujos em recipientes adequados e retirar as luvas. •Lavar as mãos •Deixar a unidade organizada e registrar procedimentos no prontuário. 8.4 CUIDADOS NA ADMINISTRAÇÃO ENDOVENOSA •Administrar a medicação conforme prescrição médica. •Evitar distrações ou conversas ao preparar ou administrar medicações. •Nunca administrar medicações preparada por terceiros. •Não administrar medicações se houver alteração na cor, odor ou consistência. •Caso o paciente esteja em soroterapia, administrar a medicação no injetor lateral do equipo ou conectar a seringa na torneirinha. •Se o paciente estiver em uso de cateter hidrolisado, testar antes a permeabilidade do acesso venoso e após a administração re-hidrolisar o cateter. •Fazer desinfecção do injetor lateral com álcool a 70%, antes de administrar a medicação. •Nunca reencapar a agulha e desprezá-la em caixa pérfuro cortante. 8.5 ATENÇÃO Ao sinal de reação adversa, interromper a administração de qualquer reação administração, comunicar ao médico assistente e registrar em prontuário, mantendo vigilância ao paciente. Em caso de não administração da medicação, comunicar ao enfermeiro, justificar em prontuário o motivo e rodelar o horário em prescrição. Em caso de perda de acesso venoso ou impossibilidade de punção, contactar o enfermeiro ou médico assistente. No caso de perda do acesso venoso, remover o cateter o mais precocemente possível. 09 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS VIA INTRAMUSCULAR Injeções Intramusculares depositam a medicação profundamente no tecido muscular, o qual é bastante vascularizado podendo absorver rapidamente. Esta via de administração fornece uma ação sistêmica rápida e absorção de doses relativamente grandes. 9.1 OBJETIVO · Administrar soluções aquosas e solução oleosas obtendo rápida absorção. · Administrar medicamentos que poderiam ser alterados pelas enzimas digestivas. · Administrar medicamentos em pacientes sem condição de deglutir. 9.2 DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE · Lavar as mãos e reunir o material · Avaliar as condições dos músculos e escolher o local apropriado levando em consideração a presença de lesões, cicatrizes, edemas, ou irritação da pele, a distância de vasos e nervos importantes, espessura do tecido adiposo, irritabilidade da droga, o tamanho da musculatura e a quantidade a ser administrada. · Posicionar o paciente · Expor apenas a área de aplicação, fazer antissepsia em sentido único com álcool a 70% deixar secar espontaneamente. · Segurar o algodão entre os dedos mínimos e anular. · Distender a pele do local mantendo firme o músculo. · Introduzir a agulha em ângulo 90º, perpendicular à pele. · Soltar a pele e puxar o êmbolo segurando firmemente o corpo da seringa. · Injetar lentamente a solução. · Aguardar alguns segundos, tracionar discretamente a agulha e a seguir com movimento único, retirá-la. · Comprimir o local com algodão e álcool a 70% por alguns segundos. · Recolher todo o material da bandeja e desprezar os perfurocortantes em local apropriado. · Desprezar os materiais sujos em recipientes adequados · Lavar as mãos. · Deixar a unidade organizada e registrar procedimentos no prontuário. 9.3 ATENÇÃO · Atentar para a Idade do paciente · Irritabilidade da droga · Espessura do tecido adiposo · Atividade do cliente · Quantidade de medicação (em ml) · Distância em relação a vasos e nervos importantes. 10 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAÇÃO VIA SUBCUTÂNEA A injeção subcutânea permite uma administração medicamentosa mais lenta e gradual que a injeção intramuscular. Esta via de administração também provoca um mínimo traumatismo tecidual e comporta um pequeno risco de atingir vasos sanguíneos de grande calibre e nervos. Absorvida principalmente através dos capilares, as medicações recomendadas para injeção subcutânea incluem soluções aquosas e suspensões não irritantes contidas em 0,5 a 2,0 ml de líquido. A heparina e a insulina, por exemplo, são geralmente administrados via subcutânea. 10.1 OBJETIVOS · Obter absorção lenta e contínua do medicamento. · Manter a droga em níveis eficazes durante um tempo mais prolongado. 10.2 DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE · Lavar as mãos e reunir o material · Escolher a área apropriada para aplicação: face interna do antebraço, face anterior ou lateral da coxa, região abdominal (periumbilical), face externa do braço e região escapular. · Na escolha da área faça rodízio para aplicação. · Posicionar o paciente · Expor apenas a área de aplicação, fazer antissepsia em sentido único com álcool a 70% deixar secar espontaneamente. · Segurar o algodão entre os dedos mínimos e anular. · Pinçar a pele do local de aplicação entre os dedos polegar e indicador da mão esquerda. Introduzir a agulha com ângulo de 90º perpendicular a pele (atentar para o calibre da agulha e a espessura do tecido subcutâneo da área escolhida para aplicação). · Para as crianças com pouco tecido adiposo, fazer uma prega na pele segurando-a firmemente e introduzir a agulha a 15º. · Soltar a pele e puxar o êmbolo segurando firmemente o corpo da seringa. · Injetar lentamente a solução. · Retirar a agulha fazendo movimento firme e rápido. · Comprimir o local com algodão a 70% sem friccioná-lo. · Desprezar os materiais sujos em recipientes adequados. · Lavar as mãos · Deixar a unidade organizada e registrar procedimentos no prontuário. 11 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS VIA INTRADÉRMICA A via intradérmica é utilizada principalmente com fins de diagnóstico como em testes para alergia ou tuberculina. As injeções intradérmicas indicam quantidades pequenas, geralmente 0,5ml ou menos, dentro das camadas mais externas da pele. Por haver baixa absorção sistêmica dos agentes injetada via intradérmica, este tipo de injeção é usado principalmente para produzir um efeito local. A face ventral do antebraço é o local mais comumente utilizado por ser facilmente acessível e ausente de pelos. 11.1 OBJETIVOS · Via indicada para realização de teste diagnóstico, como Mantoux. · Administrar vacinas. 11.2 DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE · Lavar as mãos e reunir o material · Escolher a área apropriada para aplicação, o local deverá ter pouca pigmentação, ser pobre em pelos, ter pouca vascularização superficial e ser de fácil acesso para a leitura dos resultados, das reações aos alérgenos introduzidos. A área mais utilizada é a face ventral do antebraço, encontra-se também indicada à utilização da área escapular (nas costas). · Posicionar o paciente · Expor apenas a área de aplicação, · Fazer antissepsia em sentido único com álcool a 70% deixar secar espontaneamente. · Segurar o algodão entre os dedos mínimos e anular. · Distender a pele do local, segurando firmemente entre os dedos. · Introduzir a agulha 13 x 3,8 aproximadamente a 3 mm em ângulo de 15º com a pele, com o bisel para cima, permitindo sua visualização. · Soltar a pele e puxar o êmbolo segurando firmemente o corpo da seringa. · Injetar o medicamento lentamente observando a formação da pápula. · Retirar a agulha com movimentos firmes e rápidos. · Comprimir suavemente o local com algodão seco. · Desprezar os materiais sujos em recipientes adequados. · Lavar as mãos · Deixar a unidade organizada e registrar procedimentos no prontuário. 12 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMETOS VIA ORAL A administração oral de medicamentos é segura, mais convenientee menos dispendiosa, portanto, a maior parte das medicações é normalmente administrada por esta via. As medicações para administração oral são disponíveis em muitas formas: comprimidos, comprimidos de cobertura entérica, cápsulas, xaropes, elixires, óleos, líquidos, suspensões, pós e grânulos. 12.1 OBJETIVOS · Administrar medicamentos aos pacientes que tenham condição de deglutir. · Obter a absorção de medicamentos líquidos, comprimidos, cápsulas, pós, pastilhas pela mucosa gástrica. · Poupar o paciente de procedimentos agressivos utilizando outras vias. 12.2 DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE · Verificar na prescrição a existência de jejum, restrição hídrica, dietas especiais, suspensão de medicamentos, dificuldade de deglutição e alergias. · Lavar as mãos e reunir o material · Preparar a medicação · Gotas: usar conta-gotas colocá-las no copinho descartável; · Comprimido ou cápsula: retirá-los com a ajuda da tampa, com gaze colocá-los no copinho descartável. Triturar com auxílio do epistilo se necessário. · Diluir medicações irritantes ou de sabor desagradável em água se não houver restrição médica. · Solução: virar o rótulo do frasco para a palma da mão para não danificá-lo, usar o copinho medida ou seringa descartável. · Identificar a medicação com fita adesiva na face externa do copinho descartável, com nome do paciente, nº do leito, dosagem, via, horário de administração. · Oferecer o medicamento acompanhado de água. · Observar a deglutição. · Lavar as mãos · Deixar a unidade organizada e registrar procedimentos no prontuário. 13 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS VIA NASAL