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A perícia tem como um objetivo geral a produção do laudo pericial, um documento técnico. O exame pericial em alimentos é solicitado sempre que há questionamentos relacionados à qualidade, integridade e/ou presença de qualquer irregularidade que os torne impróprios ao consumo. Geralmente, os crimes relacionados a alimentos são: Crimes contra as Relações de Consumo e Crimes contra a Saúde Pública. Para a documentação do laudo pericial, as avaliações dos alimentos são feitas de acordo com vários critérios, por peritos qualificados. Em questão de análise, as embalagens são avaliadas com o objetivo de verificar o prazo de validade, a presença das informações nos rótulos que são obrigatórias e o estado de conservação por exemplo. Também são realizadas análises sensoriais dos alimentos, verificando o aspecto, a cor, o odor, a consistência e a textura. Os alimentos são avaliados também quanto à presença de sujeiras, corpos estranhos e presença de microrganismos. Para a realização dessa etapa, muitas vezes são utilizados microscópios. Diante disso, pode-se classificar o alimento em: - Alimento genuíno: alimento saudável, livre de qualquer tipo de substância não autorizada, ou seja, cumprem com os regulamentos. - Alimento adulterado: alimento inapropriado ao consumo e prejudicial à saúde. - Alimento alterado: alimento no qual sua composição química ou suas características organolépticas foram alteradas por processos físicos, químicos ou microbianos. - Alimento falsificado: alimento que foi feito com a finalidade de copiar as características de outro alimento legítimo. - Alimento contaminado: alimentos que tem a presença de microrganismos e substâncias liberadas por eles que causam danos à saúde. O Manual de Planejamento em Defesa Civil volume IV define incêndio como: “O fogo que escapa do controle do homem, assumindo características de um sinistro ou desastre, causando, assim, grandes danos e prejuízos” As proporções do incêndios podem variar, e esse fator pode ser classificado em: - Princípio de incêndio: apresenta proporções mínimas, necessita apenas da utilização de um ou mais aparelhos extintores portáteis para sua extinção. - Pequeno incêndio: apresenta proporções que exigem emprego de pessoal e material especializado, sendo extinto facilmente sem perigo de se propagar. - Médio incêndio: evento em que a área atingida e sua intensidade exigem a utilização de meios e materiais especializados, equivalentes a um socorro básico de incêndio, com perigo de propagação. - Grande incêndio: apresenta propagação crescente, é necessário o emprego efetivo de mais de um socorro básico para a sua extinção. - Incêndio extraordinário: tipo de incêndio decorrente de abalos sísmicos, atividades vulcânicas, bombardeios e similares. Para a extinção desse tipo de incêndio são necessitados vários socorros e o apoio da Defesa Civil. São objetivos de uma investigação pericial de incêndio e explosão: - Registrar a ocorrência e os fatos coletados durante o incêndio; - Verificar o trabalho operacional; - Comprovar a causa do incêndio Além disso, a investigação pericial pode ser dividida em dois tipos: a) Investigação pericial objetiva - A investigação pericial objetiva é a investigação realizada pelos peritos de incêndio; - É baseada em instrumentos técnicos e científicos. - É realizada nos locais, mediato e imediato à ocorrência de incêndio. - O perito realiza a coleta de vestígios que venham a esclarecer a causa do incêndio. b) Investigação pericial subjetiva - Na investigação pericial subjetiva são obtidas declarações de testemunhas e demais pessoas relacionadas ao ocorrido. - É realizada por demais profissionais como: delegados, peritos diversos e encarregados de inquérito. Desse modo, os peritos criminais de incêndios realizarão os exames nos locais mediatos e imediatos à ocorrência, com o objetivo de descobrir vestígios relevantes e com valor criminalístico e para elaborar um laudo pericial de incêndio e explosão, com todas as informações do caso. Antes de iniciar o exame pericial, é recomendado limitar a entrada das pessoas e ações de deslocamento excessivo de materiais no local, porém em algumas situações isso não é tão possível, nesses casos são utilizados os recursos fotográficos e de filmagens. A investigação é constituída de várias etapas: Verificação do aspecto geral do local: onde os membros da equipe vão delimitar regiões do local, o contorno, avaliar a região que sofreu o incêndio, fotografar e filmar a área e etc. Coleta de informações das pessoas relacionadas com a edificação: nessa etapa dos depoimentos são fundamentais, serão coletadas pela equipe pericial informações como, nomes, dadas de nascimento, profissão, família da testemunha, e também informações sobre a construção sobre reformas, trancas, aparelhos elétricos e suspeitas antes do incêndio. Escavação: sua função é determinar a sequência de propagação do fogo para os materiais à sua volta e posterior ampliação das chamas e da fumaça. Ela consiste em encontrar e coletar o material que relaciona o surgimento do fogo à propagação e isolando, assim, as possíveis causas do incêndio, impedindo também a sua propagação. Essa fase é bem importante nas investigações das causas do incêndio, pois permite inferir quais objetos fazem ou não parte do ocorrido. Identificação das fontes geradoras de fogo junto ao foco inicial: a equipe deverá determinar se há focos de eletricidade no local, verificar as condições do tempo na região e a composição química dos materiais envolvidos no incêndio. Identificação do sentido da queima pela profundidade de carbonização: usa-se um instrumento chamado profundímetro. Um veículo pode ser mais ou menos suscetível a incêndios. São características que influenciam e devem ser avaliadas antes de dar início à perícia propriamente dita: - Tipo de veículo; - A utilização; - O tempo de uso; - O estado de conservação; - Os materiais de construção do veículo; - Os materiais transportados pelo veículo. O próximo passo, é verificar se a explosão aconteceu a partir do veículo ou por um meio externo. O perito deve prestar atenção nas marcas de pneu, pegadas que podem ser um indicativo da presença de terceiros, além da direção e intensidade do vento. O passo seguinte da investigação é a caracterização do veículo e a identificação do seu código alfanumérico do chassi (VIN), que fornece informações importantes sobre o veículo. Muitas vezes o VIN é removido do veículo incendiado, o que é um forte indício da intencionalidade do incêndio. A constatação da posição original das portas e tampas dos compartimentos do motor e de bagagem, a situação original de abertura ou fechamento dos vidros das portas e ventarolas e também da tampa de fechamento do tanque de combustível, é fundamental já que os padrões de queimadas portas são conclusivos quanto à situação de abertas e fechadas. Por exemplo: vidros fechados por ocasião de incêndio tendem a exibir intenso esfumaçamento na sua superfície interna; a concentração de vidro fundido no setor inferior interno das portas significa que os vidros encontravam-se abertos; a existência de vidros quebrados sem esfumaçamento na superfície interna denuncia que a fratura dos vidros ocorreu antes do incêndio, indicativo, portanto, de incêndio intencional. A existência de um maior número de portas abertas comparadas ao possível número de ocupantes do veículo pode significar a abertura deliberada das portas para a entrada de ar visando alimentar o incêndio com ar atmosférico, ou ainda, para a retirada de objetos. O perito deve estar atento também para vestígios de arrombamento no veículo.A ausência de componentes e acessórios no veículo é um forte indicativo de incêndios intencionais. No exame da carroceria devem-se localizar, por meio do exame visual externo, as regiões de maior intensidade de ação do calor, o que dá boa indicação do foco do incêndio. Um procedimento importante que deve ser realizado pelo perito é o exame da superfície inferior do teto, que é um bom indicativo do foco quando o incêndio inicia-se no interior do veículo. Outro exame que deve ser realizado é a detecção de substâncias acelerantes no incêndio. A evidência desse tipo de substância pode ser observada pela ocorrência de diversas colorações, devido às diversas camadas de tinta presentes no veículo. Visam detectar, pela análise dos materiais, se houve adulteração, alteração, falsificação ou corrupção. Medicamentos e Cosméticos As principais etapas são: -Avaliação das embalagens dos medicamentos sob suspeita: são analisadas informações básicas como, nome comercial, número do lote, data de fabricação e validade, sigla “MS”, telefone do SAC, conservação etc. - Análise das características de segurança: verificar a tinta reativa, se há violações no lacre ou selo de segurança Saneantes São considerados saneantes todos os produtos utilizados na limpeza de ambientes. A ANVISA é o órgão responsável pela liberação da comercialização dos saneantes, exigindo sempre produtos seguros, que proporcionem bons resultados e com rigoroso controle de qualidade. Os produtos clandestinos ou piratas não possuem a liberação do Ministério da Saúde, por causa disso não apresentam avaliação de qualidade e não são seguros. Nestes casos os exames periciais são simples e baseados na observação da embalagem. São características das embalagens de produtos saneantes: - Nome do fabricante ou importador, com endereço completo, telefone; - Nome do técnico responsável pelo produto; - A frase “Produto notificado na ANVISA” ou número do registro no Ministério da Saúde; - Avisos sobre os perigos e informações de primeiros-socorros; - O número de telefone do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC). A Agência Nacional do Petróleo (ANP) é o órgão responsável pela determinação das especificações da composição química dos combustíveis. A adulteração de combustíveis é a mistura de substâncias diferentes ou acima das especificações permitidas, originando um produto de qualidade inferior. Essa adulteração pode provocar vários prejuízos ao consumidor, como problemas mecânicos, concorrência desleal etc. Os principais combustíveis que sofrem adulterações são a gasolina, o etanol e o diesel. Gasolina: considera-se gasolina adulterada aquela que não está dentro das especificações legais, ou seja, que possui mais álcool ou mais solventes que a lei permite apesar da lei fixar em 2% o limite máximo de solvente a ser misturado na gasolina e em 24% o do álcool Álcool: a adulteração mais comum é a adição de água. O etanol é facilmente misturado à água sem que se possa perceber visualmente a irregularidade. Análises de qualidade de combustíveis O processo de análise da qualidade de um combustível segue uma série de normas técnicas. O primeiro exame a ser realizado é o exame das propriedades físicas (aparência visual e densidade). A densidade de um combustível é medida em um densímetro e é uma propriedade diretamente ligada à qualidade. O próximo passo realizado pelo profissional é a determinação da quantidade de água. Após os testes preliminares, o combustível analisado vai para um cromatógrafo que é capaz de separar os vários componentes da amostra. Pela análise do resultado é possível, comparando com um cromatograma padrão, dizer se o combustível em questão foi ou não adulterado. Análises de plantas alucinógenas Drogas alucinógenas são aquelas que possuem propriedades de provocar uma série de distorções do funcionamento normal do cérebro, sejam alucinações, delírios, sem que haja uma estimulação ou depressão da atividade cerebral. Elas podem ser classificadas em: Alucinógenos propriamente ditos ou alucinógenos primários: capazes de produzir efeitos psíquicos em doses que praticamente não alteram outra função no organismo; Alucinógenos secundários: são capazes de induzir efeitos alucinógenos em doses que afetam de maneira importante diversas outras funções; Plantas com propriedades alucinógenas: o Ministério da Saúde não reconhece nenhum uso clínico dos alucinógenos e sua produção, porte e comércio são proibidos no território nacional. As plantas encontradas são encaminhadas a laboratórios especializados onde são realizadas análises para determinação dos princípios ativos. As principais análises feitas em plantas suspeitas de terem efeitos alucinógenos são: - Análises cromatográficas do extrato da planta suspeita; - Utilização da espectrometria de massas Análises de materiais suspeitos de serem entorpecentes Os químicos forenses realizam análises que auxiliam a justiça nos processos investigativos. Os passos para uma avaliação toxicológica eficiente são: - Métodos de triagem, realizada sempre que as substâncias investigadas não são conhecidas. Devem ser sensíveis, eficientes e abrangentes; - Utilização de reagentes colorimétricos ou combinação onde a reação com o nitrogênio, pode ser um indicativo de composto entorpecente; http://www.portaleducacao.com.br Portal Educação P842q Química forense / Portal Educação.- Campo Grande: Portal Educação, 2015. 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