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Livro - Operadores Logisticos

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Operadores 
logísticos
Universidade do Sul de Santa Catarina
Universidade do Sul de Santa Catarina
UnisulVirtual
Palhoça, 2013
Operadores 
Logísticos
Créditos
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Vice-Reitor
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Chefe de Gabinete da Reitoria
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Pós-graduação
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Gestão de Segurança Pública
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Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública
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Programa de Pós-Graduação em Gestão Empresarial
Produção, Construção e 
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Articulador
Graduação
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Produção Multimídia
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Matemática
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Gestão da Produção Industrial
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Ciências Aeronáuticas
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Agronegócios
Mauro Faccioni Filho
Sistemas para Internet
Pós-graduação
Luiz Otávio Botelho Lento
Gestão da Segurança da Informação.
Vera Rejane Niedersberg Schuhmacher
Programa em Gestão de Tecnologia da Informação
Unidades de Articulação Acadêmica (UnA)
Livro didático
Designer instrucional
Marcelo Tavares de Souza Campos
UnisulVirtual
Palhoça, 2013
Operadores 
Logísticos
Moacir Fogaça
Livro Didático
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
Copyright © 
UnisulVirtual 2013
Professor conteudista
Moacir Fogaça
Designer instrucional
Marcelo Tavares de Souza Campos
Projeto gráfico e capa
Equipe UnisulVirtual
Diagramador(a)
Edison Valim
Revisor(a)
Smirna Cavalheiro
ISBN
978-85-7817-550-4
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por 
qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
658.5 
F68 Fogaça, Moacir
Operadores logísticos : livro didático / Moacir Fogaça ; design 
instrucional Marcelo Tavares de Souza Campos. – Palhoça : 
UnisulVirtual, 2013.
91 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7817-550-4
 
1.Administração de materiais. 2. Logística. 3. Distribuição. I. 
Campos, Marcelo Tavares de Souza. II. Título.
Sumário
Introdução I 7
Capítulo 1
O operador logístico I 9
Capítulo 2
Localização de fábricas e centros de 
distribuição I 35
Capítulo 3
Nível de serviço ao cliente I 63
Capítulo 4
Gestão da distribuição física I 71
Considerações Finais I 87
Referências I 89
Sobre o Professor Conteudista I 91
7
Introdução
Os operadores logísticos (logistics providers) são empresas especializadas 
em atividades logísticas, as quais são contratadas em virtude de hoje muitas 
empresas preferirem terceirizar boa parte das atividades consideradas fora 
do foco de sua atividade principal. Desta forma, a contratação das referidas 
atividades tornou-se um importante aspecto da logística, diante da possibilidade 
de sua terceirização.
Neste sentido, você estudará que as razões para tal decisão, além do foco 
empresarial, também é devido ao fato de a especialização dos operadores 
logísticos trazer maior confiabilidade ao processo, os quais iniciaram 
com atividades de uma transportadora, migrando, posteriormente, para a 
especialização. 
Por exemplo, uma empresa que decida fazer por conta própria o transporte de 
suprimentos e as entregas de produtos acabados de sua fabricação, deverá 
comprar veículos na quantidade ideal para o suprimento de sua demanda, possuir 
equipamentos de Tecnologias da Informação (TI) específicos e de última geração, 
adquirir ou alugar galpões em vários lugares onde esta empresa operar. 
Além desses investimentos, a empresa deverá fazer a contratação de pessoal 
especializado para o gerenciamento eficaz da frota, do serviço e do pessoal que 
a compõe. Além de, obviamente, investir na manutenção da frota de veículos, 
capacitar os funcionários com frequência e ter uma estrutura de apoio a esta 
frota. Ainda neste aspecto, cabe salientar que a frota deverá ser composta de 
veículos de portes variados a fim de se adequar às diferentes infraestruturas de 
trânsito de cidades e de rodovias.
Dentro deste contexto você estudará também conceitos relacionados aos 
operadores logísticos e aos fundamentos da logística internacional, a fim de 
desenvolver habilidades quanto aos princípios de outsourcing.
Conhecerá conceitos sobre a localização de Plantas e Centros de Distribuições 
(CDs), armazenagem, sistemas de informação para o desenvolvimento de 
habilidades em relação ao controle da armazenagem e movimentação de 
materiais, bem como identificar as principais características dos sistemas de 
informação mais usados na logística. 
Por fim, desenvolverá, por meio do estudo de estruturas portuárias e 
8
aeroportuárias, canais de marketing e diferentes modais, habilidades de monitorar 
as cadeias de suprimento e de estabelecer metas de desempenho para as 
mesmas, assim como do nível de serviço ao cliente.
9
Seções de estudo
Habilidades
Capítulo1
O operador logístico
Nesta leitura você desenvolverá a habilidade quanto 
ao domínio dos princípios do outsourcing, por 
meio do estudo de conceitos atuais referentes a 
operadores logísticos e também aos fundamentos 
da logística internacional. Verá que na atualidade 
as relações empresariais que envolvem a logística 
podem se tornar complexas. Por exemplo, uma 
empresa que fabrique peças para veículos deverá 
se especializar fortemente em seus produtos, visto 
que a concorrência existente entre as empresas que 
concorrem em um determinado mercado (players) 
exige que a empresa se dedique ao máximo no foco 
de seu negócio. Entretanto, independentemente 
dessa especialização, a logística é necessária de 
qualquer forma, sendo que hoje existem empresas 
cujo foco é exclusivamente a logística com alto 
grau de qualificação, as quais poderão, no caso 
apresentado, agregar valor para o fabricante de 
peças para veículos. 
Seção 1: Classificação dos operadores de serviços 
logísticos 
Seção 2: Fundamentos da logística internacional
10
Capítulo 1 
Seção 1
Classificação dos operadores de serviços 
logísticos
Os chamados operadores logísticos (logistics providers) são empresas 
especializadas nas atividades logísticas. Estas empresas são chamadas também 
de prestadores de serviços logísticos (PSL). Outra definição apresentada pela 
Associação Brasileira de Movimentação e Logística (ABML) é a seguinte:
O operador logístico é a empresa prestadora de serviços, 
especializada em gerenciar e executar todas ou parte 
das atividades logísticas, nas várias fases da cadeia de 
abastecimento de seus clientes, agregando valor aos produtos 
dos mesmos. (ABML, 1999).
Atualmente, do ponto de vista estratégico, as empresas em geral estão buscando 
seu foco de atuação (core competence). 
O surgimento de empresas equipadas com softwares e hardwares específicos, 
operando com preços competitivos, representam alternativas àquelas empresas 
que não querem investir recursos em uma área complexa, como a logística, cujas 
atividades não são representativas de sua atividade fim.
Nesse sentido, as empresas especializadas em operações logísticas devem 
ter veículos adequados, máquinas especiais e softwares convenientes. Ou, 
ainda, excelentes capacidades de gerenciamento, com o objetivo de garantir 
aos clientes uma correta movimentação, armazenagem e distribuição, em nível 
nacional, bem como alianças nos mercados internacionais. 
Cabe destacar que os operadores logísticos estão, em alguns casos, efetuando 
atividades que estão um pouco distantes da área da logística, por exemplo, a 
montagem final de produtos. 
Para Novaes (2001), a abertura dos mercados globais estimula maior competição 
entre as empresas. E neste aspecto, a terceirização dos serviços logísticos, para 
o alcance dos mercados internacionais com melhores níveis de qualidade, se 
constitui numa ótima oportunidade para as empresas em geral.
A classificação das atividades logísticas de uma cadeia de abastecimento, 
segundo a ABML, pode ser agrupada conforme figura a seguir. 
Operadores logísticos
11
Figura 1.1 – Classificação das atividades logísticas
FORNECEDORES ADMINISTRAÇÃO 
DE MATERIAIS MANUFATURA 
DISTRIBUIÇÃO 
FÍSICA CLIENTE CONSUMIDOR 
Atividades 
específicas da 
administração de 
materiais 
Atividades de 
administração de 
materiais na 
manufatura 
Atividades de 
distribuição física 
na manufatura 
Atividades 
específicas de 
distribuição física 
Atividades de 
distribuição física 
com o cliente do 
fornecedor 
Atividades de 
distribuição física 
com o 
consumidor 
Fonte: Adaptado de ABML (1999).
Podemos verificar que cada um dos blocos apresentados tem suas atividades 
descritas para efeitos de contratação de serviços dentro da cadeia de 
abastecimento. Desse modo, vamos fragmentar a figura para a apresentação das 
atividades que compõem cada bloco. 
O primeiro a ser apresentado é o bloco da administração de materiais, ilustrado 
pela próxima figura.
Figura 1.2 – Descrição das atividades de administração de materiais 
-->Apoio a produção Kanban e JIT, preparação 
de kit's de produção, abastecimento de linha 
--> Armazenagem 
-->Gestão de informações logísticas 
-->Prestações de contas 
--> Medidas de desempenho 
-->Acompanhamento de pedidos a fornecedores 
-->Rastreamento de pedidos 
-->Rastreamento de veículos 
-->Recebimento de materiais e componentes 
-->Co nferência física quantitativa e documental 
-->Transporte primário 
-->Controle e pagamento de fretes 
-->Paletização de materiais e componentes 
-->Armazenagem 
-->Controle de estoques 
-->Identificação de volumes 
-->Expedição de materiais e componentes 
-->Gestão de informações logísticas 
-->Estudos de viabilidade 
-->Prestação de contas 
-->Medidas de desempenho 
Atividades específicas 
da administração de 
materiais 
ADMINISTRAÇÃO 
DE MATERIAIS 
ADMINISTRAÇÃO 
DE MATERIAIS 
Atividades de administração de 
materiais na manufatura 
 
Fonte: Elaboração do autor (2013).
12
Capítulo 1 
Na figura a seguir, estão apresentadas as atividades do bloco da distribuição 
física na manufatura e também na própria distribuição física.
Figura 1.3 – Descrição das atividades de distribuição física
 
Atividades de distribuição física 
na manufatura 
DISTRIBUIÇÃO FÍSICA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA 
Atividades específicas de distribuição física 
 
-->Embalagem de produto acabado ou semi acabado
-->Unitização; paletização de produto acabado ou semi- 
acabado, conteinerização
-->Armazenagem 
-->Identificação de volumes 
-->Conferência física quantitativa e documental 
-->Montagem de kits comerciais de produto acabado 
-->Roteirização
-->Geração e controle de documentos 
-->Expedição industrial
-->Distribuição direta da fábrica, transferência para centros
de distribuição
-->Rastreamento de veículos 
--> Crossdocking 
--> Controle e pagamento de fretes
-->Gestão de informações logísticas
-->Prestações de contas
-->Medidas de desempenho
-->Recebimento de produto acabado e semiacabado 
-->Desconsolidação
-->Conferência física quantitativa e documental
-->Nacionalização de produtos importados
-->Armazenagem 
-->Controle de estoque
-->Embalagem 
-->Unitização
-->Pick / pack 
-->Montagem de kits comerciais
-->Identificação de volumes 
-->Roteirização 
-->Geração e controle de documentos 
-->Expedição de produtos
-->Distribuição direta da fábrica de CDs e 
transferência entre CDs.
--> Crossdocking 
-->Rastreamento de veículos
-->Controle e pagamento de fretes
-->Gestão de informações logísticas
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Já na figura que se segue, são apresentadas as atividades de distribuição física 
com fornecedores e consumidores.
Figura 1.4 – Descrição das atividades de distribuição junto ao fornecedor e ao consumidor
Atividades de distribuição física 
com o cliente do fornecedor 
DISTRIBUIÇÃO FÍSICA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA 
Atividades de distribuição física 
com o consumidor 
 
-->Entrega de produtos secos ou refrigerados 
-->Abastecimento de gôndolas 
--> Retirada de pallets vazios
-->Coleta de mercadorias devolvidas
-->Gestão de informações logísticas 
-->Prestações de contas 
-->Medidas de desempenho 
-->Entrega direta do fornecedor ao consumidor
-->Serviços de atendimento ao consumidor
-->Gestão de informações logísticas
-->Prestações de contas
-->Medidas de desempenho (performance) 
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Operadores logísticos
13
Na sequência podemos verificar uma nova figura originada a partir das anteriores, 
apresentadas pela ABML. Nela podemos perceber dois grandes grupos: a rede 
de suprimentos e a rede de distribuição.
Figura 1.5 – Dois grandes grupos: de suprimentos e de distribuição 
 
Fábrica 
Fornecedor
Fornecedor 
Fornecedor
Cliente
Cliente
Cliente
REDE DE SUPRIMENTOS REDE DE DISTRIBUIÇÃO 
MAT.-PRIMA PROD. ACAB. 
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Colin e Fabbe-Costes (apud NOVAES, 2001, p. 326) classificam os prestadores 
de serviços logísticos da seguinte forma:
 • Transporte:envolvendo os diferentes modos e serviços auxiliares, 
no caso do transporte internacional;
 • Armazenagem de produtos; 
 • Manipulação de produto: incluindo embalagem, identificação, 
composição de kits, etc.; 
 • Operações industriais: que incluem intervenções intrínsecas no 
produto, como montagem final, testes de qualidade, entre outras; 
 • Operações comerciais: como recebimento e tratamento de pedidos, 
de pagamentos, realização de propaganda, etc.; 
 • Serviços de cunho informacional: como administração de estoques, 
rastreamento de veículos, e outros; 
 • Consultoria em engenharia e administração logística.
Os operadores logísticos também podem ser classificados, segundo Africk e 
Calkins (apud DETONI, 2001), em dois grupos básicos e um terceiro, híbrido, 
que praticamente mistura os dois grupos anteriores, conforme suas ofertas de 
serviços: 
 • Operadores que dispõem de recursos: como armazéns, frota 
própria de veículos, equipamentos logísticos, etc., podendo 
oferecer serviços de armazenagem, etiquetagem, montagem final 
de produtos, transportes e movimentação. 
 • O segundo tipo é constituído pelos Prestadores de Serviços 
14
Capítulo 1 
Logísticos (PSLs), que administram as atividades e tratam das 
informações. Atuam como consultores, pois não dispõem de ativos 
tangíveis. Fornecem recursos humanos e sistemas capazes de 
gerenciar partes ou todas as funções logísticas de seus clientes. 
 • Operadores de serviços híbridos são os PSLs que oferecem, 
simultaneamente, os ativos tangíveis e serviços. Este último tipo 
se refere aos grandes operadores logísticos, como exemplo a TNT 
Logistics, que atende a General Motors no município de Gravataí, 
Estado do Rio Grande do Sul, e a Ryder Logistics que atende as 
montadoras de veículos em São Paulo capital. 
Diante do contexto apresentado, verificamos que as operações logísticas 
podem ser realizadas pelas próprias empresas ou por empresas especialmente 
constituídas para esta finalidade. 
Morini (apud FLEURY, 2000) e Ballou (2009) consideram que os operadores 
logísticos podem ser classificados em dois grupos básicos:
Third-party logistics providers (3 PL) – Provedores de Serviços Logísticos 
Terceirizados.
Fourth-party logistics (4 PL) – Provedores de Quarteirização Logística.
Os 3 PLs surgiram por volta dos anos de 1980, basicamente na subcontratação 
de partes da logística. São os mais utilizados no mercado internacional. No Brasil, 
é o operador logístico o mais frequentemente encontrado.
Os 4 PLs foram originados pela consultoria Andersen Consulting (Accenture). Seu 
campo de atuação é no sentido de estabelecer com o cliente uma associação 
de empresas (joint venture) basicamente pelo uso de tecnologia e informação. A 
utilização dos 4 PLs no Brasil ainda é pequena. 
1.1 Seleção de um operador de serviço logístico
A contratação de um prestador de serviços logísticos (PSL), segundo Novaes 
(2001), pode ser uma decisão baseada em fazer com recursos próprios ou 
contratar. 
É importante neste contexto que a empresa contratante de um operador logístico 
conheça sua própria cadeia de suprimentos a fim de que possa avaliar quanto 
terá de valor agregado na contratação deste tipo de empresa. Ainda segundo o 
autor, são três as situações em que se pode enquadrar estes PSLs. 
1) Quando se considera o aumento da complexidade e customização do serviço 
físico. 
Operadores logísticos
15
2) Quando se considera o aumento da complexidade e customização do serviço 
de administração.
3) Quando ambas as situações ocorrem simultaneamente, tem-se o híbrido ou 
integrado. 
Assim, a seleção do PSL se torna mais fácil, pois a escolha recairá sobre PSLs 
baseados em ativos, na administração ou ainda no tipo híbrido.
A literatura sobre o assunto apresenta três razões para que se recorra à 
terceirização. São elas:
1) Manter o foco na atividade fim da empresa.
2) Custo / eficiência melhor que fazer com recursos próprios.
3) Problemas financeiros.
Caso a subcontratação seja feita, uma das formas de se decidir é pela clássica 
análise dos custos fixos e variáveis.
A decisão sobre comprar ou fazer, segundo Baily et al. (2000), estão localizadas 
em três amplos níveis: operacional, intermediário e estratégico. Em cada um 
desses níveis serão necessárias análises sobre vantagens ou desvantagens na 
terceirização de produtos ou serviços.
A próxima figura apresenta um cenário com uma das formas de decidir se a 
empresa efetua a contratação com recursos próprios ou se subcontrata terceiros, 
com base no ponto de equilíbrio, mediante custos fixos e custos variáveis. 
Figura 1.6 – Fazer ou subcontratar pelo método do ponto de equilíbrio
 
TC = FC + VC *q
QTD 
C TC T
QT
0 q’ q" 
SUBCONTRATAR
FAZER COM 
RECURSOS 
PRÓPRIOS
NO EQUILÍBRIO:
0 
0 
q’ 
q’ 
P.Eq.
 
Fonte: Elaboração do autor (2013).
16
Capítulo 1 
Em que:
CT  Custo total;
CF  Custo fixo;
CV  Custo variável;
q  quantidade;
CTC  Custo total de subcontratar;
CVC  Custo variável de subcontratar;
CTf  Custo total de fazer com recursos próprios;
CVf  Custo variável de fazer com recursos próprios;
P.Eq.  Ponto de equilíbrio;
q”  Quantidade total calculada para as duas equações.
A figura apresentada estabelece que caso as quantidades sejam pequenas, até o 
ponto de equilíbrio a melhor solução é a subcontratação. Para quantidades acima 
do ponto de equilíbrio, a empresa deverá fazer com seus próprios recursos.
Dentre os tipos apresentados de PSL a contratação mais complicada é 
a do tipo 4 PL, pelo fato de que somente será possível uma avaliação 
completa após a conclusão dos trabalhos, devido à intangibilidade dos 
serviços.
Atualmente, tendo-se em vista a larga utilização do conceito de cadeia de 
suprimentos e de logística integrada, observamos uma tendência para a seleção 
dos PSL de serviços logísticos integrados. Entretanto, o risco de qualquer forma 
é alto.
Novaes (2001) alerta que, na seleção, a redução dos riscos se dá pela escolha 
bastante criteriosa do PSL, o qual deve estar principalmente mais adaptado 
às necessidades da empresa contratante, principalmente nas habilidades e 
competências exigidas. 
Os fatores que devem ser considerados no processo seletivo, no mínimo devem 
atender ao que segue: 
 • Compatibilidade entre os sistemas de informação.
Operadores logísticos
17
 • Qualidade reconhecida pelo mercado.
 • Plenas condições de atender às necessidades logísticas da 
empresa contratante.
 • Experiência na atividade proposta, ter estabilidade e com boas 
condições financeiras.
 • Naturalmente o preço deve estar dentro dos parâmetros médios 
ofertados pelos concorrentes. 
 • Redução dos custos.
1.2 Contratação de um operador de serviço logístico
A contratação de um PSL tem implicações em termos de redução do capital 
necessário nas atividades logísticas. Por exemplo, manter uma frota de 
caminhões ou armazéns com ocupação total não é simples e seus custos são 
elevados, pois, via de regra, o consumo é contínuo com ou sem trabalho. 
Como a Cadeia de Suprimentos e a Tecnologia da Informação (TI) exigem 
grande atenção e grandes investimentos em sua atualização / implantação, com 
equipamentos e softwares específicos, a terceirização dos serviços logísticos é 
uma alternativa na transformação dos custos fixos em custos variáveis.
Para formalizar essa terceirização deve ser firmado um contrato com a empresa 
prestadora de serviços, o qual possua mecanismos de direitos e deveres que 
possibilite efetuar punições e premiações mediante o desempenho apresentado. 
Deve também estabelecer indicadores que possam representar se a atividade 
desenvolvida pela contratada está dentro do esperado. 
Para que seja possível controlar as atividades destes operadores é importante 
que se faça um controle por instrumentos gerenciais e operacionais combinado 
entre as partes, os quais devem induzir à troca contínua de informações, 
apresentar ativos dedicados à parceria bem como multas, incentivos, entre outros. 
Os instrumentosoperacionais, em geral, são os indicadores de 
desempenho e de padrões para as atividades desenvolvidas pelo PSL no 
âmbito da logística, os quais devem mensurar a produtividade, níveis de 
serviço e também o nível de qualidade obtido na prestação do serviço. 
Por outro lado, o contrato deve dar certa flexibilidade ao operador logístico, 
permitindo maior criatividade no sentido de desenvolver novas técnicas e 
métodos de trabalho com o objetivo de desenvolver ainda mais a atividade 
logística.
18
Capítulo 1 
É importante observar que a atuação da contratante deve estabelecer um 
método de trabalho na forma de uma parceria, com monitoração constante dos 
resultados obtidos pelo PSL, pois isto tende a reduzir perdas no processo e evitar 
“sustos” depois de certo tempo de trabalho. Em outras palavras, a contratação 
de um PSL deve levar em conta que os contratos sejam celebrados com aval do 
jurídico da empresa contratante.
1.3 Fatores de sucesso de um operador de serviço logístico
Diante da possibilidade de um operador logístico se transformar em um parceiro 
de grande importância no aumento da competitividade para qualquer empresa, 
vamos apresentar na sequência situações em que empresas poderão ser 
fortalecidas pelos operadores logísticos. 
Por exemplo:
 • no e-commerce; 
 • na importação; 
 • na exportação de produtos.
No caso do comércio eletrônico, em geral, os sites recebem grandes quantidades 
de pedidos com pequenos volumes e há a necessidade de rastrear a localização 
das mercadorias após despacho pelo fornecedor. 
Considerando a importação de produtos: em certos casos existe a necessidade 
de contatar fornecedores em outros países encaminhando as mercadorias para 
os portos ou aeroportos desejados contratando os fretes bem como companhias 
transportadoras. Outro aspecto ainda a ser considerado é a preparação para a 
importação que atenda aos trâmites da Receita Federal.
Já na exportação o problema é diferente, ou seja, é fazer o produto brasileiro chegar 
ao destino final em outro país, sempre atendendo aos critérios da Receita Federal. 
Tanto na importação quanto na exportação é conveniente que se conheça 
previamente as leis que regem esses países, sendo que no caso do atendimento 
ao mercado interno os operadores logísticos podem atuar dentro e fora da 
empresa contratante, nos mais diversos segmentos abrangidos pela logística.
Existem casos em que os operadores logísticos atuam inclusive na administração 
do arquivo morto, ou gerenciando assuntos técnicos de suas empresas 
contratantes. Contudo, a contratação de um operador logístico deverá ser feita 
de forma bastante criteriosa.
Esse procedimento é importante em virtude de o operador logístico ser um 
parceiro que passará a conhecer sua contratante bem de perto, e que poderá 
Operadores logísticos
19
trabalhar com outras empresas, muitas vezes no mesmo segmento de mercado, 
podendo, em certos casos, haver problemas com o sigilo de informações 
estratégicas da empresa contratante.
No entanto, cabe destacar que, mesmo após todo o processo de na contratação 
de um PSL, não há garantia de que tudo vai dar certo. Assim, a forma como 
as empresas conduzem o contrato é que poderá garantir o sucesso do 
empreendimento. 
Segundo alguns autores reconhecidos pela academia, o ideal é que se faça um 
contrato inicial bem básico e aos poucos sejam ampliadas as responsabilidades 
do contratado, conforme entende Novaes (2001). Também é fundamental haver 
a participação proativa da alta direção na gestão do contrato junto às partes 
contratadas no sentido de evitar as famosas resistências internas ao trabalho de 
terceiros. 
No contrato deverá ficar clara a participação ou não da empresa contratada nas 
questões que envolvam know-how da contratante e a garantia de não ocorrer o 
repasse de informações confidenciais a empresas concorrentes.
A seguir apresentamos um estudo de caso de um operador 
logístico, denominado AGV Logística, com sucesso em 
suas atividades. 
Revista 4developers: Conte-nos a história da AGV.
A AGV Logística iniciou suas atividades em outubro de 1998, a partir da desativação 
de uma indústria frigorífica localizada em Vinhedo. Com a desativação da empresa, 
muitos espaços, principalmente câmaras frias, ficaram ociosos e disponíveis. Havia 
aí uma oportunidade. Percebeu-se que muitas empresas de alimentos e saúde 
necessitavam de espaços frios para armazenagem de seus produtos e que existia 
uma enorme carência por serviços especializados de armazenagem, distribuição e 
outras operações logísticas. Após exaustivas avaliações, estudos de viabilidade que 
envolveram desde a localização, disponibilidade de mão de obra e benefícios fiscais 
disponíveis, decidiu-se ingressar no mercado de operações logísticas. Assim nasceu 
a AGV Logística, cuja principal atividade inicial era a armazenagem de produtos. 
Logo, porém, a AGV implantou uma área de transporte e diversificou seus serviços, 
tornando-se capaz de personalizar serviços para cada cliente, transformando-
se efetivamente em um operador logístico. Buscando sempre agregar valor e 
satisfazer as necessidades logísticas de seus clientes, a AGV se tornou um dos 
poucos operadores logísticos brasileiros capazes de oferecer serviços integrados 
que contemplam toda a cadeia de supply chain de seus clientes. Isso de forma 
customizada, com flexibilidade, agilidade em consonância com as mais diversas 
normas regulamentares existentes nos diversos segmentos da economia.
AGV Logística - 
Empresa desenvolve 
poderosa ferramenta 
de troca de dados 
em tempo recorde 
utilizando web services 
com Visual DataFlex.
20
Capítulo 1 
Atualmente, a AGV possui estrutura física, tecnológica e humana para atender 
empresas em todo o território nacional, seja in-house ou a partir de uma de suas 
11 unidades espalhadas pelo Brasil. Oferece mais de 100 serviços logísticos, 
com atuação destacada nos segmentos de saúde animal (líder absoluta com 
75% do mercado) e humana, nutrição animal, cosméticos, alimentos e químicos, 
com processos e tecnologia de gerenciamento próprios e completamente 
informatizados, que atendem às mais rigorosas normas nacionais e internacionais 
de qualidade. Isso tudo dá a AGV o status de Operador Logístico Integrado.
O objetivo é agregar valor à atividade do cliente. Para isso, a AGV oferece uma 
gama de serviços, como: transporte, armazenagem, distribuição, rotulagem e 
etiquetagem de produtos, montagem de kits promocionais, nacionalização de 
produtos, colheita de produtos controlados, fornecimento de insumos como 
embalagens e gelo (em escamas e em sachê), compra de matérias-primas, entre 
outros, que envolvem toda a cadeia de supply chain: da matéria-prima ao produto 
final acabado. Para tanto, disponibiliza áreas secas, climatizadas, frigorificadas e 
congeladas num mesmo local, dentro de condomínio logístico e as operações são 
executadas por equipes organizadas em células exclusivas de atendimento. A AGV 
trabalha com os melhores transportadores do país.
O último grande empreendimento da empresa foi a inauguração do maior centro de 
distribuição multitemperatura da América Latina em dezembro de 2007, em Vinhedo 
– SP, com investimentos que superaram R$ 95 milhões, em parceria com a Bracor 
Investimento Imobiliários, no sistema build-to-suit. Trata-se de um imóvel moderno 
construído sob medida para nossas operações, com tecnologias de gerenciamento 
e gestão logística desenvolvidas exclusivamente para a AGV.
(DATA ACCESS, 2013).
O texto apresentado relata o nascimento e transformação de uma empresa que 
pretendia inicialmente apenas fazer armazenagem de cargas frigorificadas e sua 
transformação em operador logístico, atendendo a toda a cadeia de suprimentos.
Operadores logísticos
21
Seção 2 
Fundamentos da logística internacional
 
A logística é um interessante campo de trabalho, pois cuida da transferência 
de mercadorias dos pontos de produção aos pontos de consumo, podendo 
atuar inclusive dentro da empresa contratanteno processo ou mesmo com um 
apêndice. 
Quando uma operação é realizada num mesmo país, o trabalho logístico fica 
sujeito às condições de portos, aeroportos, estradas e legislações específicas 
desse país. Verdade que a transferência das mercadorias é praticamente a 
mesma em qualquer parte do mundo, pois os trabalhos com o transporte são 
similares. 
No entanto, em virtude das diferentes condições de infraestrutura nos diversos 
países (estradas, aeroportos, portos, etc.) e suas legislações específicas, além 
dos problemas decorrentes das diferenças de idiomas, culturas, moedas, câmbio, 
entre outros fatores, tornam a atividade bem mais difícil. 
Complexo, não? Pois é, pelo que foi citado transferir mercadorias é um processo 
complexo, ainda mais quando se trata de um país para outro, o que traz a 
necessidade imediata de um conhecimento detalhado do país para onde se 
exporta ou de onde se importam mercadorias. Muitas vezes, é necessário 
recorrer a empresas especializadas no país com o qual se pretende trabalhar para 
estabelecer parceria ou outra forma de acordo.
Além disso, devemos considerar também a tramitação de documentos e 
diferentes modais (meios de transporte de mercadorias: por exemplo, rodoviário, 
ferroviário, etc.) a que a mercadoria fica sujeita para sair do ponto de produção 
até o cliente final.
Outro ponto importante a ser estudado são os operadores logísticos, os quais 
são empresas que, mediante contrato, efetuam trabalhos que, em geral, vão além 
do simples transporte de mercadorias.
Por exemplo, desejamos transferir centrais telefônicas entre dois países, e que no 
país de destino antes de serem instaladas necessitam de pré-montagem, teste 
ou de outros procedimentos técnicos para que possam ser levadas até o local de 
implantação definitiva. 
Neste caso, podemos contratar no país de destino o desembaraço alfandegário, 
o transporte após a saída da alfândega até a chegada ao local onde serão 
efetuados os testes e, finalmente, transportar deste local para o site (local de 
instalação do equipamento telefônico), os quais poderão ser solicitado a um 
operador logístico que se encarregaria de todas essas atividades. 
22
Capítulo 1 
Como se sabe, a exportação é de fundamental importância no sentido de se obter 
maiores recursos com a entrada de dinheiro de outros países e assim melhorar 
a relação importação versus exportação. Assim, para que as mercadorias 
destinadas ao exterior cheguem em perfeitas condições de integridade física 
e de aspecto, a embalagem deverá ser bem estudada, pois será necessário o 
cumprimento da legislação do país de destino. 
Além disso, a apresentação do produto deverá convencer o cliente final de que o 
produto comprado realmente foi protegido durante a viagem e não sofreu danos 
com o transporte. Dessa forma, a embalagem deverá suportar o transporte com 
suas características inerentes ao modal, à movimentação e à armazenagem.
Outro ponto a se levar em conta é a imagem da empresa e do país exportador. 
Na exportação poderão ser necessárias duas embalagens, sendo uma para 
exposição no ponto de venda (PDV) e a outra de acondicionamento durante o 
transporte, onde produtos mais críticos ou frágeis deverão ter suas embalagens 
bem estudadas.
Em geral, as mercadorias podem ainda ser agrupadas ou unitizadas, o que 
consiste em se estabelecer pacotes maiores ou conjuntos de mercadorias em 
uma unidade. Sua finalidade é a de otimizar a operação de movimentação e 
também a armazenagem, facilitando, por exemplo, o emprego e a ação de 
equipamentos como empilhadeira, içamento, entre outros. Não constituem 
embalagens propriamente ditas, mas sim acessórios. 
A seguir, apresentamos três tipos de unitização mais comuns:
 • A pré-lingagem, que significa amarração ou cintamento. É a 
colocação de redes especiais (slings) ou cintas com alças para o 
içamento das cargas, em geral, em utilizadas no carregamento de 
navios.
Figura 1.7 – A utilização de slings no içamento de cargas
 Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (s.d).
Operadores logísticos
23
Neste tipo de unitização também são usados pallets, bases de madeira, 
plataformas, que servem de apoio às mercadorias. Neste caso, ao ser atingido 
o empilhamento máximo permitido para cada tipo de produto, as mercadorias 
são cintadas em cima do pallet para dar estabilidade mecânica ao conjunto, 
permitindo assim sua movimentação pelas empilhadeiras, conforme ilustra a 
figura a seguir. 
Figura 1.8 – Empilhadeira transportando carga unitizada com o uso de pallet
Fonte: Zanata (2012).
Também é utilizada nessa unitização a conteinerização, ou seja, a carga é 
transportada com o uso de contêiner, que permite sua utilização repetitiva. É 
um tipo de “caixa” que facilita a carga e a descarga em navios e caminhões 
especialmente construídos para recebê-los. Facilitam, ainda, a movimentação 
por diversos equipamentos de embarque e desembarque. Tem como vantagem 
a segurança aos produtos, especialmente pela existência de lacre, o que garante 
sua inviolabilidade.
Figura 1.9 – Contêiner sendo posicionado em um caminhão
 
 
Fonte: Conexão marítima (2009). 
24
Capítulo 1 
Os tipos de cargas podem ser classificados em:
 • Carga geral, é aquela com embalagem de transporte ou unitizada, 
contendo o total de unidades no volume, com marcação e 
identificação. Pode se apresentar solta em volumes com diferentes 
dimensões e com diferentes materiais em sua embalagem. 
Exemplo: fardos, caixas de papelão, sacarias, engradados e 
tambores. Exemplo de carga geral: fardos de algodão, sacas de 
arroz, trigo, contêineres, etc.
 • Carga a granel é todo o tipo de carga não embalada que assume 
a forma do recipiente onde for colocada. Pode ser constituída de 
sólidos granulares, em geral transportadas nos porões de navios. 
Exemplo: soja, milho, farelos, etc. Pode também ser “granel 
líquido”, com cargas transportadas em tanques ou tambores sem 
embalagem, como, por exemplo: óleos, gás, etc.
 • Carga frigorificada é aquela que necessita de refrigeração durante 
o transporte, movimentação, armazenagem e venda até seu 
consumo pelo cliente final, “cadeia do frio”, segundo a vigilância 
sanitária. Como exemplo podemos citar carnes, sorvetes, alguns 
tipos de frutas e verduras.
O transporte deste tipo de produtos requer embalagens especiais e também 
contêineres frigorificados, ou, ainda, caminhões reefer e voos non stop.
 • Cargas perigosas são aquelas que podem ser definidas como todo 
produto que apresente risco ao ser humano e às instalações em si, 
diretamente, ou na forma de agressão ao meio ambiente.
2.1 Considerações sobre o comércio internacional 
As operações globalizadas aumentam os custos logísticos e as incertezas, 
em virtude das dificuldades de controle, conforme relatam Bowersox e Clos 
(2001). Os autores ensinam ainda que as operações realizadas nas cadeias de 
suprimento internacionais inspiram muito mais cuidados que as realizadas no 
próprio país.
A otimização da cadeia de abastecimento integrada se mostra complexa quando 
vista em termos mundiais, pois, para sua concretização, é necessário conhecer 
os tipos de fábricas, capacidades e centros de distribuição; fornecedores para 
atendimento à demanda de matéria-prima e serviços; canais de distribuição; 
modais de transporte; os fluxos de produtos acabados entre as fábricas e os 
pontos de consumo; política de estoques, conhecimento minucioso da legislação 
de cada país envolvido neste processo e, principalmente, dos parceiros 
comerciais.
Operadores logísticos
25
A flexibilidade no comércio internacional pode ser encarada sob dois aspectos: o 
primeiro é o da variedade de produtos, processos, mercados e as atividades da 
empresa, já o segundo é relativo às incertezas no mercado, na economia e nos 
aspectos financeiros. Acarreta, portanto, um trabalho adicional para os dirigentes 
de empresas globais, em suas decisões, devido à variação de demanda, taxas de 
câmbio, acordos comerciais, restrições políticas,etc. (NOVAES, 2001).
Cabe destacar que se tem tornado uma característica marcante nas empresas 
globais a contratação de executivos com liberdade de ação, principalmente 
em relação aos canais de distribuição e à infraestrutura dos países onde 
estão operando. Isto facilita a localização de fornecedores locais, pontos de 
armazenagem e alianças com clientes. 
Podemos destacar ainda como aspectos importantes nessas empresas, quando 
operando em outros países, a facilidade de perceber necessidades do mercado e 
falar a mesma língua desse país. 
Além disso, com um profissional assim preparado e estrategicamente localizado, 
fica bem mais fácil de se adaptar aos níveis de documentação exigidos pelo 
governo local, aos tipos de embalagem e aos preços a serem praticados. Em 
outras palavras, há a necessidade de serem relativamente flexíveis. Ademais, 
seus sistemas de informação central e bancos de dados devem permitir acessos 
diferenciados conforme o local de atuação comercial (BOWERSOX; CLOS, 2001).
A cadeia de suprimento tem como principal objetivo a integração das diferentes 
cadeias de valor, constituindo uma organização propicia ao trânsito do fluxo de 
informações e do fluxo de produtos e serviços. Assim uma divisão da logística 
global em segmentos de entrada e de saída traz uma abordagem de trade off ’s 
(conflitos) em relação à entrada e à saída, alertando que o importante é o fluxo 
logístico resultante para o cliente final (DORNIER, 2000).
Figura 1.10 – A cadeia de abastecimento dividida em duas partes 
FÁBRICA
FLUXO DE PRODUTOS MERCADO
PRODUTOS 
ACABADOS
INSUMOS
FORNECEDORES
Fonte: Elboração do autor (2013).
26
Capítulo 1 
Para uma análise mais apurada sobre o fluxo logístico, devemos considerar 
a possibilidade de que na entrada, quando necessário, os insumos e os 
fornecedores possam estar localizados no mercado nacional, internacional ou 
ainda em uma composição mista. 
Já os produtos acabados podem ter também, de forma análoga, os mesmos 
destinos. Neste caso, a empresa que atua na importação, exportação e no 
mercado nacional terá como fator de complicação os preços a serem praticados 
nos canais de marketing, os trâmites de importação e exportação, o uso de 
centros de distribuição (CDs), e operar com distribuidores ou não. 
As estratégias de importação e exportação, dependendo do caso, exigem 
diferentes enfoques. Na importação, por exemplo, devemos buscar a 
melhor qualidade com o menor preço; no que se refere à exportação, 
devemos transferir nossa qualidade com o preço mais alto possível 
(conforme o mercado). 
Entretanto, nas operações de envio de produtos para o exterior é importante 
montarmos uma estrutura de suporte para a manutenção dos produtos no 
mercado-alvo, pois os custos e as dificuldades de trazer e reenviar produtos 
certamente representariam uma grande “dor de cabeça”. Daí a necessidade 
conhecermos detalhes quanto ao nível de qualidade do produto ofertado.
Na exportação, a empresa deverá adaptar seu produto às exigências do 
mercado, ou seja, normas e procedimentos dos países compradores. Em geral, 
as empresas exportadoras passam a adotar programas de qualidade da série 
International Organization for Standardization (ISO), ou de outras, o que acaba 
melhorando a qualidade de seus produtos de forma geral.
2.2 Operação em país estrangeiro 
Os desafios logísticos variam de região para região, ou, ainda, de país para país, 
visto que os impedimentos à logística globalizada podem ser representados no 
mínimo por três barreiras distintas: canais de distribuição, a infraestrutura e as 
restrições comerciais. 
É importante observar que nos canais de distribuição, as diferenças entre 
equipamentos de movimentação e manuseio; tamanho e capacidade de veículos, 
bitola dos trilhos das ferrovias, etc. constituem desafios significativos, sendo que 
Operadores logísticos
27
a falta de uma padronização desses equipamentos poderá chegar ao ponto de 
provocar descargas e novas cargas em contêineres e veículos durante o período 
de transporte. 
Outro aspecto que também gera problemas são regulamentos que restringem 
o volume de importações, ou impostos maiores para volumes que ultrapassam 
quantidades previamente estabelecidas. Assim, caso haja estocagem no 
processo de distribuição, haverá um aumento nos custos em virtude da formação 
de estoques.
Já em termos financeiros, a correta previsão demanda é bastante complexa, 
pois acompanhar a concorrência, estudar a curva de tendência das 
necessidades dos clientes, ou ainda estudar a sazonalidade em um país 
estrangeiro são tarefas difíceis. Essa dificuldade é agravada pelas taxas de 
câmbio, políticas governamentais e as próprias atividades alfandegárias 
características de cada país. 
As deficiências institucionais aparecem em função do modus operandi dos 
intermediários, principalmente transportadoras, bancos, e seguradoras. Vale 
salientar que em alguns países existe outro efeito que agrava o problema – a 
inflação.
No que se refere à avaliação a respeito do mercado e da concorrência, 
observamos que a entrada de novos membros em mercados internacionais é 
dificultada em virtude das poucas informações sobre como funciona a logística e 
demais aspectos legislativos do país em questão. 
Além disso, outro agravante é a distância que os fornecedores se encontram de 
portos e aeroportos, no sentido de poder avaliar o frete e os modais utilizados 
para que a mercadoria chegue ao seu ponto final de embarque, sendo que este 
é um item de grande importância a ser considerado na formação de preço da 
mercadoria.
Outras dificuldades ainda são impostas aos entrantes na forma de barreiras 
físicas, como, por exemplo, a que é praticada pelos japoneses, em que 
comerciantes locais opinam se aceitam ou não novos varejistas, a providência da 
documentação necessária, muitas vezes por falta de informação, poderá provocar 
retardo, ou, ainda, apreensão das mercadorias. O caso anterior por si só poderá 
gerar aumento na estocagem de produtos, levando a custos desnecessários. 
As tarifas alfandegárias são usadas em certos casos como meio de proteção 
das empresas nacionais, aumentando assim o preço dos importados 
(BOWERSOX, 2001).
28
Capítulo 1 
Na sequência, vamos apresentar exemplos de empresas que têm na logística o 
seu diferencial competitivo.
Empresa global LI & Fung
Para falar de empresa global será tomado como exemplo a LI & Fung, empresa 
de Hong Kong. Esta empresa, fundada em 1906, exportava fogos de artifício e 
cerâmica. Atualmente, trabalha como fornecedora de roupas para varejistas no 
mundo todo. O interessante é que a Li & Fung não possui fábricas, máquinas e nem 
tecidos.
A LI & Fung é uma empresa de gerenciamento que oferece aos seus clientes 
desenvolvimento de produto, abastecimento de matérias-primas, gerenciamento, 
planejamento de produção, garantia de qualidade e expedição. Todo esse trabalho 
é terceirizado com empresas parceiras. 
Após o recebimento de um pedido, são detalhadas as fases de execução, 
chegando ao ponto em que o cliente consegue inclusive alterar seu pedido original 
para uma próxima fase ainda não realizada. O prazo de entrega é de cinco semanas 
após confirmação do pedido.
Laudon e Laudon (2006) citam um exemplo:
Para a execução de um pedido de calças para uma 
importante empresa dos USA, o tecido foi fabricado e 
tingido na China, os aviamentos comprados em Hong 
Kong e na Coreia, e todo o material necessário para a 
confecção despachado para a Guatemala, que efetuará 
a costura. Agora imagine tudo isso acontecendo numa 
empresa com faturamento de 3,2 bilhões de dólares em 
2000. Uma empresa com 7.500 fornecedores, 12.000 
empregados, atuando em 40 países.
A coordenação de toda essa rede é feita pela internet, sendo que a flexibilidade, 
aliada a um eficiente sistema de informação e o alto valor agregado pelo 
gerenciamento logístico, representam assim a chave do sucesso dessa empresa.
Operadores logísticos
29
Outro exemplo de empresa global é a UnitedParcel Service Inc. (UPS), 
considerada a maior empresa do mundo em distribuição de encomendas. 
Empresa global UPS
Fundada em 1907 como uma empresa de mensageiros nos Estados Unidos, a UPS 
se transformou em uma corporação de US$ 42,6 bilhões, focando claramente o 
objetivo em permitir o comércio no mundo inteiro.
Hoje, a UPS ou United Parcel Service Inc. é uma empresa mundial com uma das 
marcas mais reconhecidas e admiradas no mundo. Como a maior empresa do 
mundo em transporte expresso e entrega de pacotes, também é um fornecedor 
líder em transporte especializado, logística, capital e serviços de e-commerce. 
Diariamente, gerencia o fluxo de bens, fundos e informações em mais de 200 países 
e territórios no mundo inteiro (UPS, 2008).
Cabe destacar que a UPS faz uso de equipamentos especiais no atendimento aos 
seus clientes, por exemplo, o motorista do caminhão leva em mãos um computador 
denominado Delivery Information Acquisition Device (DIAD), com o qual registra a 
assinatura do cliente e dados relativos a retirada/entrega de mercadorias e cartão de 
ponto. Esses dados coletados são transmitidos a uma rede de telefones celulares, 
pela conexão entre o DIAD e outro equipamento no caminhão.
Os caminhões também são equipados com rádio, para quaisquer comunicações 
que se fizerem necessárias. As informações passadas pelos motoristas alimentam 
uma rede de computadores da UPS, para armazenagem, processamento, bem 
como rastreamento das informações. Mediante esta técnica é possível saber em 
que “ponto” está a encomenda entre remetente e destinatário (rastreamento).
Outro serviço ofertado pela UPS é o atendimento a empresas de internet, com uma 
rede de centrais de distribuição, armazenagem e controle de estoques, ou seja, 
atuando como um operador logístico. 
2.3 A integração regional 
Existe uma classificação para as modalidades de integração regional, sendo elas:
Zonas de preferência tarifária: representam o processo mais simples de 
integração, em que os países participantes do bloco têm tarifas mais baixas 
do que aqueles que não pertencem ao bloco. Exemplo: Associação Latino-
Americana de Integração (ALADI).
Zonas de livre comércio: consistem na reunião de países mediante acordos 
comerciais, constituídos com a finalidade de eliminar progressivamente as 
30
Capítulo 1 
restrições tarifárias entre os parceiros. Nesta modalidade, o intercâmbio de cada 
país com parceiros externos ao bloco está liberado. 
São consideradas zonas de livre comércio quando as tarifas alfandegárias 
são eliminadas ou reduzidas acima de 80%. É ainda permitido que o membro 
deste bloco participe de outros blocos. Exemplo: o North American Free Trade 
Agreement (NAFTA), ou Tratado Norte-Americano de Livre Comércio, que é o 
acordo de livre comércio entre Estados Unidos, Canadá e México. 
A concepção dessas zonas é a de que cada país se especialize na produção de 
bens e serviços em que ele é forte, comprando dos demais parceiros os produtos 
de que necessita.
União aduaneira: modalidade de integração na qual são previstas duas metas. 
A primeira é a eliminação das tarifas aduaneiras entre os países parceiros. A 
segunda é a fixação de uma tarifa comum de importação (TEC) para o comércio 
com países fora do bloco. Na união aduaneira é estabelecido que no mínimo 85% 
das tarifas relativas às trocas comerciais entre os componentes do bloco sejam 
eliminadas.
Essa modalidade não admite a livre circulação de trabalhadores e também não 
é permitido ao país-membro associar-se a outros blocos comerciais que tenham 
como projeto a eliminação das restrições comerciais. Exemplo: Mercado Comum 
do Sul (MERCOSUL) que tem como parceiros comerciais Brasil, Argentina, 
Uruguai, Paraguai e Venezuela. Os países-membros devem ceder algum controle 
de suas políticas econômicas ao grupo.
Mercado comum: representa uma forma avançada de integração. Engloba 
as regras da união aduaneira, modalidade em que ocorre a livre circulação de 
pessoas, capitais, serviços e mercadorias. Em mercado comum são eliminadas 
as tarifas aduaneiras internas e adotam-se, ainda, tarifas comuns para comércio 
fora do bloco. Exemplo: antigo formato da União Europeia (UE).
União econômica: é, sem dúvida, a forma mais avançada de integração regional, 
pois implica, além da parceria mercadológica, a harmonização de políticas 
econômicas. Está incluída nessa integração a padronização das políticas 
monetária e fiscal entre os países participantes, com baixas flutuações nas taxas 
de juros e no câmbio. Inclusive com moeda comum (como o Euro). Exemplo: 
Comunidade Econômica Europeia (atual União Europeia).
A vantagem da existência desses blocos é a possibilidade de a população 
dos países participantes se beneficiar de produtos com preços mais baixos. 
Operadores logísticos
31
Em contrapartida, a desvantagem mais aparente é que poderão perder seus 
empregos, caso as empresas locais não consigam concorrer com as mercadorias 
vindas de outros países. Exemplo: União Europeia. 
Na figura a seguir são apresentados diversos blocos econômicos em todo o mundo:
Figura 1.11 – Distribuição dos principais blocos econômicos no mundo
 
Fonte: Francisco (s.d).
2.4 A supply chain mundial
Existem diferenças fundamentais entre a logística nacional e a internacional. O 
primeiro ponto a ser levado em conta é o tempo que decorre entre o pedido 
e o efetivo recebimento da mercadoria, sendo que os fatores responsáveis 
pela demora são vários, como: a dificuldade do idioma na comunicação, os 
financiamentos, os fusos horários, a programação dos navios, o desembaraço 
aduaneiro, a obtenção da carta de crédito, embalagens especiais, a 
documentação, etc. 
Toda demora gerada por esse processo implica, em geral, na necessidade de 
se manter estoques, até pelas características diferentes entre países distintos, 
aumentando assim os custos das operações internacionais.
Na figura a seguir observamos de forma esquemática uma cadeia de 
abastecimento, em que fornecedores e clientes podem estar ou não em países 
diferentes do país da empresa-foco. 
32
Capítulo 1 
Figura 1.12 – Representação da cadeia de abastecimento global
 
DOWNSTREAM UPSTREAM 
CLIENTE FINAL VAREJISTA DISTRIBUIDOR
EMPRESA 
FOCO
FORNECEDOR DE
PRIMEIRA CAMADA FORNECEDOR DESEGUNDA CAMADA 
Fonte: Elaboração do autor (2008).
Podemos verificar nessa figura que as camadas representadas pelas elipses 
pontilhadas correspondem à “cadeia de valor” para a empresa-foco, a qual está 
situada na linha que atinge o fornecedor de primeira camada e o distribuidor.
Considerações finais
Nesta leitura você estudou a classificação dos operadores logísticos conforme 
o grau de serviço ofertado ao cliente, e constatou que em alguns casos esses 
operadores referem-se a transportadores que evoluíram em sua função. Em 
outros casos, entretanto, formam fortes parcerias, atuando como consultores da 
contratante. 
Entendeu que selecionar uma empresa para atuar como operador logístico é uma 
tarefa de grande importância, pois devemos definir com muita clareza o campo 
de atuação do operador logístico em conformidade com suas competências, 
habilidades e as necessidades da contratante.
Verificou que a contratação vem a ser a forma de tornar oficial os direitos 
e deveres do operador logístico, cuja atuação desejada dependerá das 
necessidades da contratante, a qual definirá ações com cláusulas de maior ou 
menor rigor no contrato.
Operadores logísticos
33
Você estudou que a embalagem, bem como os tipos de carga que normalmente 
chegam aos pontos de embarque recebem tratamento conforme a caraterística 
do produto, e conheceu exemplos de empresas globais, como a LI & Fung e 
da UPS, que utilizam a logística de forma intensiva para obterem sucesso onde 
atuam. 
Estudou ainda que no comércio internacional há a necessidade de produção com 
níveis de qualidade adequados, produzidos mediante normas, para os países 
importadores. Operar em país estrangeiro traz para as empresasglobais algumas 
dificuldades e desafios, como, por exemplo, as taxas de câmbio, políticas 
governamentais e as atividades alfandegárias características de cada país, sem 
contar os intermediários, necessários ao processo.
Por fim, verificou na integração regional as barreiras para a exportação, bem 
como o protecionismo de certos países e os blocos comerciais formados nas 
várias partes do planeta. Supply chain ou cadeia de abastecimento, como foi 
visto, traz a cooperação entre empresas principalmente em sua “cadeia de valor”. 
No assunto operador logístico ou PSL, foi também discutida a importância 
destes parceiros para as empresas que atuam em nosso país e no exterior, bem 
como seus tipos e formas de atuação.
35
Seções de estudo
Habilidades
Capítulo 2
Localização de fábricas e 
centros de distribuição 
Nesta leitura você desenvolverá as habilidades 
de controlar a armazenagem e movimentação de 
materiais e de propor soluções para os problemas 
de estocagem de materiais por meio do estudo 
de conceitos sobre localização de plantas e 
centros de distribuição, da análise dos detalhes 
de armazenagem e estocagem da cadeia de 
suprimentos bem como os diferentes sistemas 
de informação utilizados. O desenvolvimento 
dessas habilidades se dará também por meio da 
identificação das principais características dos 
sistemas gerenciais de informação presentes ao 
longo de uma cadeia logística e da compreensão 
das formas básicas como são estudadas a 
localização de fábricas e dos referidos centros.
Seção 1: A importância da localização de fábricas e 
centros de distribuição
Seção 2: Os sistemas de informação em logística e 
os softwares mais utilizados
36
Capítulo 2 
Seção 1
A importância da localização de fábricas e 
centros de distribuição
A localização de fábricas e centros de distribuição (CDs) é um assunto 
interessante, especialmente num momento em que as empresas questionam se 
compram ou se alugam suas sedes ou expansões. Houve uma época em que as 
empresas construíam suas plantas inclusive com características inerentes ao seu 
tipo de trabalho. 
De qualquer forma, a localização é um assunto estudado por meios matemáticos 
ou por meios subjetivos, sendo que nessa leitura vamos analisar quatro métodos 
de localização de fábrica, assim como discutir alguns aspectos ligados aos 
sistemas de informação aplicados à logística.
A localização de unidades de fábricas, CDs e unidades para comércio, como 
shopping centers, em geral, tem motivos diferentes. Para o comércio, por 
exemplo, a proximidade de ruas movimentadas, com grande trânsito de 
pedestres e algumas facilidades de estacionamento de veículos, é considerada 
fundamental para a instalação desse tipo de empresa.
Normalmente, a compra ou aluguel dessas unidades se torna dispendiosa, 
pelo elevado custo dos terrenos nessas regiões.
Entretanto, no caso de fábricas, os aspectos comerciais não são os mais 
significativos, podendo até não serem desejados, visto que surgem outros pontos 
de interesse como áreas maiores com menores custos de aquisição, liberdade 
para o trânsito de veículos de maior porte, etc. 
Assim, os motivos para a mudança de local de uma empresa já existente pode 
ser em virtude da completa falta de espaço ou de outras condições como 
a necessidade de farta infraestrutura, capaz de suportar suas atividades. A 
importância da escolha do local e a decisão de montar uma nova planta têm 
implicações como custos elevados para resgate no longo prazo, porquanto a 
empresa deve cuidar para não cometer erros (STEVENSON, 2001).
Neste sentido, na sequência vamos estudar cinco métodos de localização 
de plantas industriais, os quais também podem ser aplicados aos centros de 
distribuição de mercadorias. Dentre esses métodos destacamos os custos fixos 
e variáveis, os momentos, o centro de gravidade, o qualitativo e a delimitação 
geográfica.
Operadores logísticos
37
1.1 Localização pelo método dos custos fixos e variáveis
Este método leva em conta os custos fixos e variáveis, nas regiões pretendidas 
para a localização das novas instalações.
É importante observar que os custos são compostos de dois fatores: custos fixos 
e variáveis, sendo que os custos fixos são aqueles que periodicamente surgem 
para a empresa, como, por exemplo, salários, contas de água, luz, telefone, 
etc., desde que não sejam insumos para a produção. Já os custos variáveis são 
aqueles que variam conforme a quantidade a ser produzida. 
Podemos representar esses custos mediante a seguinte equação:
CF=CF + Cv x q
Em que:
A partir dessa equação, podemos desenvolver outras equações, sendo uma para 
cada cidade (A e B), conforme verificamos no conjunto de equações a seguir.
CT = CF + CV x q;
CTA = CFA + CVA x q;
CTB = CFB + CVB x q. 
Observe o seguinte raciocínio:
Assumindo q = 0 e q = qm, encontramos os pontos de início e fim das retas que 
irão compor o gráfico que ilustra o método custo fixo e variável. Veja as equações 
que usaremos para os cálculos, os quais permitirão determinar os custos totais 
de montagem de uma fábrica ou CD em cada uma das cidades consideradas.
As setas indicam que, num determinado momento, “q” fica igual a zero e, no 
momento seguinte, fica conforme a quantidade dada no exercício.
Fazendo custo total de A igual ao custo total de B, temos a seguinte equação:
38
Capítulo 2 
C T 
A = C T B
+ C x q= F
A
C
AV
+ C x q
F
B
C
BV
= F
A
C
AV
q
BF
C
BV
- C - C( (
= F
A
C q
BF
C -
AV
C -
BV
C qX X
+ C x q= F
A
C
AV
+ C x q
F
B
C
BV
+ C x q= F
A
C
AV
+ C x q= F
A
F
A
C
AV
+ C x q
F
B
C
BV
+ C x q
F
B
C
BV
= F
A
C
AV
q
BF
C
BV
- C - C( (= F
A
C
F
A
F
A
C
AVAV
q
BF
C
BF
C
F
C
BVBV
- C - C( (
= F
A
C q
BF
C -
AV
C -
BV
C qX X= F
A
C
F
A
F
A
C q
BF
C
BF
C
F
C -
AV
C
AVAV
C -
BV
C
BVBV
C qX X
Agora, isolando “q” na última equação, indicada com a seta, aparece o ponto de 
equilíbrio entre as duas cidades A e B:
 
= q
F
A
C
BF
C -
AV BV
C - C( (= 
q FA
C
BF
C -
AV BV
C - C( (= 
q FA
C
BF
C -
F
A
C
F
A
F
A
C
BF
C
BF
C
F
C -
AV BV
C - C( (
AVAV BVBV
C - C( (
Para fixar o conceito, acompanhe a resolução do exemplo a seguir: 
Uma empresa estuda a possibilidade de implantar uma nova unidade fabril em uma 
das duas cidades “A” ou “B”. Neste sentido, foram levantados pelos profissionais 
encarregados pela construção de uma nova unidade os seguintes dados:
Tabela 2.1 – Dados obtidos de duas cidades, A e B
C F (Anual) C V / Unidade qCidade
A
B
100.000
200.000
60
40
10.000
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Assim, com base nos dados apresentados temos a composição das seguintes 
equações: 
CTA = CFA + CVA x q 
CTA = 100.000 + 60 x 10.000 = 700.000
CTA = 100.000 + 60 x 0 = 100.000
CTB = CFB + CVB x q 
Operadores logísticos
39
CTB = 200.000 + 40 x 10.000 = 600.000
CTB = 200.000 + 40 x 0 = 200.000
Neste caso temos o seguinte ponto de equilíbrio dos custos entre a cidade A ou B:
 
= q
F
A
C
BF
C -
AV BV
C - C( (= 
q FA
C
BF
C -
AV BV
C - C( (= 
q FA
C
BF
C -
F
A
C
F
A
F
A
C
BF
C
BF
C
F
C -
AV BV
C - C( (
AVAV BVBV
C - C( (
Esse ponto de equilíbrio é expresso graficamente pela seguinte figura. 
Figura 2.1 – Gráfico resultante do exercício
 
 
MÉTODO CUSTO FIXO E VARIÁVEL
0
200.000
400.000
600.000
800.000
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000
QTD
R
$
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Podemos observar que, pelo cálculo efetuado, foi encontrado o ponto de 
equilíbrio em 5.000 unidades e um custo total em R$ 400.000,00. Assim, como 
você pode perceber, o custo no ponto de equilíbrio é igual para as duas cidades.
40
Capítulo 2 
1.2 Localização pelo método dos momentos
Este método leva em conta o custo unitário do transporte, a quantidade 
transportada e a distância. Ou seja, é o método que considera os custos do 
transporte.
Para analisarmos esse método, vamos considerar a saída de mercadorias de uma 
cidade A com destinos a outras cidades, por meio de rodovias,conforme mostra 
o esquema a seguir. 
Figura 2.2 – Método dos momentos
 
10T10T
A B
C
20 T
6 T
6 T
150 Km
300 Km
400 Km
A B
C
20 T
6 T
300 Km
600 Km
400 Km
D
Rodovia
Cidade
LEGENDA
Fonte: Adaptado de Martins e Laugeni (2005).
Depois, partimos da segunda cidade para as demais e repetimos esse processo 
até termos completado todas as cidades. A cidade que apresentar o custo mais 
baixo será a escolhida.
Assim, os momentos serão calculados da seguinte forma: como o valor do frete 
é o mesmo para ir e para voltar e, como em nosso exemplo, vamos considerá-lo 
com o valor unitário de $ 3,00/t x km. A quantidade transportada, por convenção, 
será sempre a do destino.
A próxima figura apresenta um dos cálculos referentes à cidade que possui o 
menor custo, considerando-se também as unidades e os demais cálculos de uma 
forma mais simples.
Operadores logísticos
41
Figura 2.3 – Cálculo para todas as cidades
 
$ 3,00 
Ton x Km
x 6 Ton x 150 Km
Trabalhando com as unidades envolvidas
= $ 2.700,00
 AAAA
AAAA
AAAA
BB
CC
D
6 x 3 x 150 = 2700
6 x 3 x 750 = 13.500
10 x 3 x 400 = 12.000
28.200
 
B
B
B
AA
AA
CC
D
20 x 3 x 150 = 9.000
6 x 3 x 600 = 10.800
10 x 3 x 300 = 9.000
28.800
CC
CC
CC
AA
AA
D
B
20 x 3 x 750 = 45.000
6 x 3 x 600 = 10.800
10 x 3 x 900 = 27.000
82.800
 
D
D
D
BB
CC
AA
AA
20 x 3 x 400 = 24.000
6 x 3 x 300 = 5.400
6 x 3 x 900 = 16.200
45.600
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Neste exemplo, a escolha da localização da fábrica ou CD recai sobre a cidade A, 
pois foi a que apresentou o menor custo. 
42
Capítulo 2 
1.3 Localização pelo método do centro de gravidade
Este método de localização leva em conta a proximidade dos fornecedores e dos 
consumidores, a qual é feita por meio da posição dos pontos das coordenadas 
de localização em H e V, que correspondem aos fornecedores e consumidores, 
marcados sobre um plano cartesiano, normalmente sobre um mapa.
Levam-se também em consideração no cálculo a quantidade de carga 
transportada e seu valor unitário de transporte ($ / t x km), cujas fórmulas 
adotadas para o cálculo são as seguintes:
 
Em que:
L H = Localização horizontal do centro de gravidade; 
L V = Localização vertical do centro de gravidade; 
ci x = Coordenada H do iésimo local; 
ci y = Coordenada V do iésimo local; 
VP = Volume x Preço.
Na figura que segue podemos observar a localização de fornecedores e 
consumidores.
Figura 2.4 – Fornecedores e consumidores 
 
15
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
C3
C2 C5
C4
C6
C1
F1
F2
H
V
 Consumidores
Fornecedores
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Operadores logísticos
43
Vamos aplicar o método do centro de gravidade utilizando os valores das tabelas 
referentes às coordenadas dos pontos e resultados, as quais são apresentadas a 
seguir.
Tabela 2.2 – Coordenadas dos pontos Tabela 2.3 – Resultados
 PONTO H V
2 5
3 11
1 14
14 13
13 12
12 6
1 9
6 10 1000
6800
10000
72600
600
600
1600
300
1000
200
1500
6000
H V
3000
6600
22400
3900
12000
1200
13500
5
$ / Tx Km
31700
1200
1800
1600
4200
13000
2400
1500300
200
2
3
4
3
2
1
5
400
100
500
200
QTD
300
200
SOMAT.
C5
C6
F1
F2
C1
C2
C3
C4
Fonte: Elaboração do autor (2013).
O cálculo realizado por meio da ferramenta do Excel é mostrado na coluna H 
da figura referente aos resultados. Nesse cálculo o número 1.200 foi obtido da 
seguinte forma: 2 x 300 x 2. O mesmo procedimento foi adotado para as demais 
linhas. Ainda nesta figura, a coluna V, o número 3.000 foi obtido com o cálculo: 2 
x 300 x 5. 
As demais linhas foram calculadas da mesma maneira, sendo que a coluna 
SOMAT foi calculada de forma análoga, ou seja, 2 x 300, e, em seguida, nas 
demais linhas. Observe que nas três colunas da figura referente aos resultados 
aparecem as somas respectivas. 
No que diz respeito aos valores das coordenadas de localização Vertical e 
Horizontal, os mesmos são obtidos conforme o cálculo mostrado a seguir.
 
 
4,66L H =
31.700
6.800
= Localização horizontal
 
10,68L
V
= 72.600
6.800 =
Localização vertical
44
Capítulo 2 
Ou, ainda, pelas fórmulas apresentadas anteriormente:
 
 
L
H =
300 x 2 x 2 + 200 x 3 x 3 + 400 x 1 x 4 + 100 x 14 x 3 + 500 x 13 x 2 + 200 x 12 x 1 + 300 x 1 x 5 + 200 x 6 x 5 
300 x 2 + 200 x 3 + 400 x 4 + 100 x 3 + 500 x 2 + 200 x 1 + 300 x 5 + 200 x 5
= 4, 66
L
V =
300 x 5 x 2 + 200 x 11 x 3 + 400 x 14 x 4 + 100 x 13 x 3 + 500 x 12 x 2 + 200 x 6 x 1 + 300 x 9 x 5 + 200 x 10 x 5 
300 x 2 + 200 x 3 + 400 x 4 + 100 x 3 + 500 x 2 + 200 x 1 + 300 x 5 + 200 x 5
= 10,68
O gráfico resultante, já com as coordenadas H e V marcadas, pode ser observado 
na próxima figura.
Figura 2.5 – Localização pelo centro de gravidade
15
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
C3
C2 C5
C4
C6
C1
F1
F2
H
V
LOCALIZAÇÃO DA EMPRESA
 Consumidores
Fornecedores
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Considerando o método de localização centro de gravidade e o resultado 
encontrado para o ponto H e V, podemos verificar que o ponto (LH=4,66 e 
LV=10,68 ) é ideal para a localização de uma fábrica em virtude da proximidade 
de fornecedores, mercado consumidor, quantidades e valor do frete.
Operadores logísticos
45
1.4 Localização pelo método dos fatores qualitativos
Este método de localização de empresas é baseado em valores subjetivos, pois, 
em geral, representa a opinião do corpo gerencial da empresa. Inicialmente, são 
escolhidas três ou mais localidades com potencial de receber esta empresa. 
A partir dessas escolhas são coletadas opiniões e convertidas em uma nota, 
variando entre 0 e 10, para cada quesito em estudo, conforme verificamos a 
tabela a seguir. 
Tabela 2.4 – Método da avaliação qualitativa ponderada
 
CIDADE POND. CIDADE POND. CIDADE POND.
20 RECURSOS HUMANOS
10 PRESENÇA DE SINDICATO
15 FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
15 NÍVEL DE QUALIDADE DE VIDA
15 FORNECIMENTO DE MATÉRIA-PRIMA
15 ISENÇÃO FISCAL + BENEFÍCIOS
10 GRAU DE DESENVOLV. REGIONAL
100 SOMATÓRIOS 0 0 0
AVALIAÇÃO QUALITATIVA PONDERADA
A B CFATORPESO (%)
Fonte: Adaptado de Martins e Laugeni (2005).
Após as notas serem atribuídas, para cada cidade é feita a ponderação mediante 
os pesos estabelecidos. Com este método será escolhida a cidade que receber 
o máximo de pontos. Já a tabela que segue foi preenchida com o objetivo de 
ilustrar o método e também poder fazer algumas observações quanto aos 
resultados obtidos.
Tabela 2.5 – Método da avaliação qualitativa ponderada com resultados 
 
CIDADE POND. CIDADE POND. CIDADE POND.
20 RECURSOS HUMANOS 5 100 7 140 9 180
10 PRESENÇA DE SINDICATO 4 40 8 80 8 80
15 FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL 5 75 6 90 7 105
15 NÍVEL DE QUALIDADE DE VIDA 9 135 8 120 7 105
15 FORNECIMENTO DE MATÉRIA-PRIMA 10 150 5 75 6 90
15 ISENÇÃO FISCAL + BENEFÍCIOS 9 135 9 135 9 135
10 GRAU DE DESENVOLV. REGIONAL 9 90 8 80 7 70
100 SOMATÓRIOS 725 720 765
AVALIAÇÃO QUALITATIVA PONDERADA
PESO (%) FATOR A B C
Fonte: Adaptado de Martins e Laugeni (2006).
46
Capítulo 2 
Dos fatores apresentados aparecem dois itens polêmicos, sendo eles a presença 
sindical e a fiscalização ambiental. Do ponto de vista empresarial, é bom ou ruim? 
Caso você os considere negativos, a nota deles nesses quesitos deverá ser baixa.
1.5 Localização pelo método da análise CLV (custo x lucro x 
volume)
Este modelo de localização leva em conta a análise do custo, lucro e volume 
(CLV), considerando cada uma das alternativas do local selecionado, no qual 
partimos do preço de vendas da quantidade e da previsão. Assim, é possível 
calcular o lucro ou a margem de contribuição para cada alternativa de cidade. 
A decisão a ser tomada é aquela que proporciona o maior lucro. Para esta 
análise devemos também considerar os custos fixos e variáveis. 
Veja um exemplo de aplicação: 
A empresa Grades de Alumínio S/A fabrica uma peça com modelo, em alumínio, 
adequado a cobrir pequenas valetas construídaspara escoamento da água 
pluvial. Essa empresa pretende se aproximar de seus clientes com o objetivo de 
aumentar a competitividade.
Neste sentido, selecionou inicialmente três cidades para estudo, cidades A, B e C. 
Os dados preliminares são apresentados na próxima tabela:
Tabela 2.6 – Análise pelo método CLV 
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Operadores logísticos
47
Para definirmos a cidade onde a fábrica ou CD poderá ser instalada, 
considerando a análise pelo método do custo x volume x lucro, é importante 
seguir as seguintes etapas: 
1) Devemos calcular inicialmente a receita bruta total para cada cidade;
2) Calcular o custo variável total para cada cidade;
3) Calcular a margem de contribuição total para cada cidade;
4) O custo fixo de cada cidade é um dado fornecido pelo exercício;
5) Calcular o lucro para cada uma das cidades;
6) Finalmente, é possível calcular o ponto de equilíbrio para cada cidade.
A figura na sequência apresenta uma relação de todas as fórmulas e operações 
necessárias resolvidas. 
Figura 2.6 – Cálculos para a resolução pelo método CLV 
RBT(A)= 60 10.000 600.000
RBT(B)= 50 15.000 750.000
RBT(C)= 40 20.000 800.000
CVT(A) = 20 10.000 200.000
CVT(B) = 25 15.000 375.000
CVT(C) = 30 20.000 600.000
MCT(A)= 10.000 60 20 400.000
MCT(B)= 15.000 50 25 375.000
MCT(C)= 20.000 40 30 200.000
CFT(A) 220.000
CFT(B) 180.000
CFT(C) 190.000
LUCRO(A)= 400.000 220.000 180.000
LUCRO(B)= 375.000 180.000 195.000
LUCRO(C)= 200.000 190.000 10.000
Peq(A)= 220.000 60 20 5.500
Peq(B)= 180.000 50 25 7.200
Peq(C)= 190.000 40 30 19.000
-
Fonte: Elaboração do autor (2013).
48
Capítulo 2 
Em que:
O ponto de equilíbrio para cada cidade poderá também ser observado 
graficamente, a partir dos dados que compõem suas tabelas geradoras. 
Assim, apresentamos na sequência, as tabelas e seus respectivos gráficos – 
esses que apresentam duas linhas –, uma que se inicia no nível do custo fixo, 
sendo gradativamente ampliada pelo custo variável, e a outra que inicia na origem 
do plano carteziano é a da receita. 
Tabela 2.7 – Dados geradores do gráfico cidade A
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Operadores logísticos
49
Figura 2.7 – Gráfico com a demonstração do ponto de equilíbrio para a cidade A 
0 
100.000 
200.000 
300.000 
400.000 
500.000 
600.000 
700.000 
0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 9.000 10.000 11.000 
CT
CIDADE A
P . E Q U I L Í B R I O = 5 . 5 0 0 U N I D .
RECEITA 
CUSTO VARIÁVEL 
CUSTO FIXO 
Y
X
 
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Podemos observar no gráfico apresentado que um valor abaixo de 5.500 
unidades a empresa terá prejuízo.
Tabela 2.8 – Dados geradores do gráfico cidade B
Fonte: Elaboração do autor (2013).
50
Capítulo 2 
Figura 2.8 – Gráfico com a demonstração do ponto de equilíbrio para a cidade B 
0 
100.000 
200.000 
300.000 
400.000 
500.000 
600.000 
700.000 
800.000 
900.000 
0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 16.000 
C
T 
RECEITA 
CUSTO VARIÁVEL 
Y
X
CIDADE B
P . E Q U I L Í B R I O = 7 . 2 0 0 U N I D .
CUSTO FIXO 
Fonte: Elaboração do autor (2013)
Já neste gráfico verificamos, para a cidade B, que com um valor abaixo de 7.200 
unidades a empresa terá prejuízo. 
Tabela 2.9 – Dados geradores do gráfico cidade C
C
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Operadores logísticos
51
Figura 2.9 – Gráfico com a demonstração do ponto de equilíbrio para a cidade C 
 0 
100.000 
200.000 
300.000 
400.000 
500.000 
600.000 
700.000 
800.000 
900.000 
0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 
CT
RECEITA 
CUSTO VARIÁVEL 
X
Y
CUSTO FIXO 
CIDADE C
P . E Q U I L Í B R I O = 1 9 . 0 0 0 U N I D .
Fonte: Elaboração do autor (2013).
E, por fim, esse gráfico ilustra que um valor abaixo de 19.000 unidades a empresa 
terá prejuízo.
1.6 Localização por delimitação geográfica 
Outra possibilidade interessante na localização de empresas é determinar com 
exatidão a localização desejada, ou seja, impondo distâncias entre lojas e o 
CD, por exemplo, ou entre fábricas e os armazéns. Este método tem outras 
aplicações também interessantes, contudo, estão fora do escopo deste estudo. 
Em termos de logística, a localização por delimitação geográfica é muito 
importante, pois permite que seja escolhido um lugar levando-se em conta 
instalações existentes ou a serem instaladas. 
Para que possamos conhecer as pontencialidades deste método de localização, 
vamos utilizar a ferramenta solver do Excel. O início do processo ocorre pela 
escolha da região onde será feito o estudo. Neste caso, utilizaremos como 
exemplo a região da grande Florianópolis. 
Observe na figura a seguir a área de distribuição espacial dessa região, assim 
como as cidades que a intregram, a saber: Florianópolis, São José, Palhoça e 
Biguaçu. 
52
Capítulo 2 
Figura 2.10 – Área da região da grande Florianópolis 
Fonte: Gerado a partir de dados do Google Map (2013).
Agora essa mesma área é apresentada uma escala graduada de coordenadas 
geográficas (X,Y), as quais estão representadas mantendo-se a mesma distância 
entre os traços, sejam eles verticais ou horizontais. Esta escala poderia estar 
calibrada em quilômetros, metros ou outra unidade qualquer. Veja como ficou a 
área apresentada anteriormente.
Legenda
A – Biguaçu 
B – Florianópolis 
C – São José 
D – Palhoça N
Operadores logísticos
53
Figura 2.11 – Mapa da grande Florianópolis com reticulado 
36
35
34
33
32
31
30
29
28
27
26
25
24
23
22
21
20
19
18
17
16
15
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
00
36
35
34
33
32
31
30
29
28
27
26
25
24
23
22
21
20
19
18
17
16
15
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0 Unid
Unid
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Fonte: Gerado a partir de dados do Google Map (2013).
As linhas tracejadas em seus cruzamentos, correspondem aos pontos onde as 
fábricas estão localizadas. Já o cruzamento das linhas contínuas correspondem à 
localização do CD proposta pelo solver. 
Legenda
A – Biguaçu 
B – Florianópolis 
C – São José 
D – Palhoça N
54
Capítulo 2 
Na tabela a seguir é possível ver as coordenadas em X e Y das quatro localidades 
e as coordenadas em X=7,84856 e Y=16,96975 do ponto de localização. 
Tabela 2.10 – Cálculo pelo método da delimitação geográfica 
 
LOCALIDADE X Y D LIMITE
FLORIANÓPOLIS 18,8 13 11,648729 16
SÃO JOSÉ 10 15 2,916952 16
PALHOÇA 2,2 2 15,999997 16
BIGUAÇÚ 4 32,5 15,999997 16
LOC. FINAL 7,848566 16,969757 0,000000
MENOR DIST. 46,565676
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Os valores apresentados em X e Y, na tabela anterior, foram marcados a partir da 
origem. Por exemplo, Palhoça foi alocada como X=2,2 e Y= 2. Com o objetivo de 
esclarecer ainda mais este método seguirão outras apresentações com diferentes 
limitações todas calculadas pelo solver.
Figura 2.12 – Planilha com os cálculos e representação gráfica método “DG”
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Operadores logísticos
55
Neste caso o limite atribuído foi de 20 unidades como distância máxima entre o 
CD e cada uma das localidades. Dessa forma, observe na figura anterior como 
todas as localidades ficaram em distância menor do 20 unidades em relação ao 
CD.
Cabe destacar que outros valores poderão ser utilizados no solver, como, por 
exemplo, com limite máximo de 8 unidades entre o CD e as localidades. Os 
valores indicados pelo solver posicionaram o CD no ponto de coordenadas 
X=2,1127 e Y=6,3381. 
Em outras palavras, o CD fica distante de Florianópolis 8 unidades. Do CD 
para São José a distância encontrada foi de 5,33929 e, finalmente, do CD para 
Palhoça, 8 unidades, conforme mostra a figura a seguir.
Figura 2.13 – Planilha com barras de rolagem incluídas pelo método “DG” 
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Para melhorar ainda mais o entendimento do que o solver executa, veja os 
cálculos desenvolvidos pelo computador. Foram consideradas as distâncias entre 
a origem e as localidades, e depois das

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