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O futebol em Iaçu

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A bola chega ao Brasil
Atualmente o futebol é esporte que mais encanta e emociona a sociedade brasileira, com um grande número de adeptos, praticantes ou torcedores, capaz de seduzir e despertar paixões em adultos e crianças. No entanto, esse esporte nem sempre foi um esporte popular. Introduzido no Brasil como um esporte moderno no final do século XIX, por brasileiros que iam para a Inglaterra estudar trouxeram a bola, as normas e a paixão que os encantou pelo esporte. No Brasil, a introdução do novo esporte é atribuída a Charles Miller, que foi enviado à Inglaterra, ainda criança, para estudar, “retornou em 1894 trazendo em sua bagagem muitos materiais ainda desconhecidos pelos brasileiros: dois uniformes, um par de chuteiras, duas bolas, uma bomba de ar e o desejo de desenvolver o esporte no Brasil. 
Logo que chegou, o futebol era um esporte exclusivo e praticado por pessoas ricas da elite brasileira, ficavam de fora também os negros e os brancos pobres. Os negros tiveram que lutar muito, se disfarçar e resistir para vencer a discriminação e o preconceito dentro e fora dos campos. 
Nas décadas de 1930, 40 e 50, os negros lutaram, resistiram, afirmaram e reafirmaram seguidas vezes o seu valor e a sua habilidade no futebol, tanto que faziam parte dos grandes clubes e da seleção brasileira. Foi exatamente através da sua maneira de jogar que se diferenciou o estilo próprio do brasileiro no futebol, o qual privilegia o drible, o improviso e a criatividade e que ficou sendo denominado de "futebol-arte". 
Naquela época, não demoraria muito para o mundo ver, o surgimento daquele que seria o maior jogador de futebol: Pelé! Mas o primeiro clube que se tem notícia a contratar um jogador negro em seu time no Brasil foi a Ponte Preta, de Campinas-SP, em 1900. 
O futebol assim como outras formas de lazer, no início do século XX, invadiu o cotidiano dos brasileiros e se consolidou como “esporte de multidões” em pouco tempo. 
O futebol em Iaçu
A região de Iaçu era primitivamente habitada por índios cariris e maracás. O povoamento começou no século 19. No mesmo período a Fazenda Sítio Novo como era chamado o local, viu nascer a Estrada de Ferro com a chegada dos trilhos da Rede Ferroviária Federal Leste Brasileira em 1917 e, com ela um novo tipo de trabalhador, o ferroviário, profissão até então desconhecida no estado. Dois anos depois, foi elevada à condição de vila. E, em 1938, trocou o nome para Vila Paraguaçu. O município surgiu 20 anos depois e passou a se chamar Iaçu, palavra tupi que significa rio grande ou água grande.
A bola entrou em campo em Iaçu na segunda metade do século XX. O esporte começou a ser praticado como uma forma de lazer pela elite que era formada pelos trabalhadores ferroviários e os filhos de comerciantes locais que tinham contato com o futebol quando iam para a capital.
Os ferroviários que transitavam pelos trechos do Recôncavo Baiano, através de suas próprias iniciativas construíram movimentos e eventos no sentido de estabelecer laços afetivos de solidariedade e ajuda mútua para o desenvolvimento e para a prática do futebol no interior. Daí a presença marcante dos ferroviários, ora como jogador, ora com juízes, presidentes de times, ora na condição de colaborador e torcedor. 
Os trabalhadores da estrada de ferro, (os ferroviários), assim como os filhos da elite (comerciantes, fazendeiros) se encantaram pelo futebol, que passou a ser umas das suas principais formas de lazer. Isso explica o porquê de muitos times de futebol ter surgindo com a presença dos trabalhadores ferroviários, cuja habilidade no campo gerou uma porta de entrada para a admissão na Rede Ferroviária Federal. Pois, esta era uma das formas de manter o atleta craque no time. 
A história do futebol em nosso município está relacionado com a chegada dos funcionários da Rede Ferroviária Federal, mas conhecida pelos moradores mais velhos como “estrada de ferro”. Os trabalhadores viam de diferentes cidades do interior e da capital da Bahia para prestar serviços, morar ou mesmo pernoitar durante suas passagens pelo município de Iaçu. Naquela época, o “baba” era jogado nos campos de terra-batida, de chão duro que muitas vezes deixava no peladeiro quando caia, ferimentos e arranhões que segundo eles “doía na alma por vários dias”. 
Entre os campos mais conhecidos na história deste esporte em Iaçu, estão o famoso “maxixão” e “o campo do cemitério”. Conforme relata ex-jogadores daquele tempo, o maxixão onde hoje está construído o Hospital Municipal Dr. Valdir Cavalcante, recebeu esse nome, porque era comum nascer ao redor pés de maxixes, sem falar das ramagens de plantas com espinhos. Já o “campo do cemitério”, foi construído o estádio municipal em 1994, trazendo mais segurança para as pessoas que iam assistir aos jogos. 
O futebol teve um grande crescimento em Iaçu a partir dos anos 80, quando Iaçu já estava emancipada e se tornou uma cidade independente de Santa Terezinha. Conforme o tempo ia passando, muitos filhos de ferroviários nasceriam e herdariam do pai a ginga, a malandragem e principalmente a habilidade para jogar futebol, sendo que muitos eram até convidados por times de cidades vizinhas para jogar nos times locais.
Por anos, era o campo do maxixão, que durante a semana, no finalzinho da tarde, os jovens iaçuenses iam se divertir, jogando nos babas ou assistindo as partidas que reuniam muitos jogadores da Rede Ferroviária, e que com certeza foram importantes professores para os jovens iaçuenses aprenderem a arte de jogar futebol. 
Naquela época surgiram muitos times que disputavam o lugar de o melhor time da cidade no campeonato local, entre eles, está o famoso CLUBE MANDACARU, CLUBE REVELAÇÃO, ESPORTE CLUBE BAHIA, e outros que escreveram suas histórias no futebol iaçuense. Vale lembrar que muitos times contavam com a presença de trabalhadores ferroviários da cidade e de outros municípios como Cachoeira, São Felix, Alagoinhas. 
Um dos times mais populares da nossa cidade, SPORT CLUBE MANDACARU. (Foto do  Projeto Iaçu Cultural)
AUTOR – GILMAR COUTO

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