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ESTA PROVA É UM SIMULADO QUE REPRODUZ AS CARACTERÍSTICAS DE CONTEÚDO E OS ASPECTOS VISUAIS DAS PROVAS OFICIAIS DO ENEM. EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS 1º DIA CADERNO AMARELO LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES: 1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, dispostas da seguinte maneira: a) questões de número 01 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; b) Proposta de Redação; c) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às questões relativas à língua escolhida: inglês ou espanhol. 2. Confira se a quantidade e a ordem das questões do seu CADERNO DE QUESTÕES estão de acordo com as instruções anteriores. Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis. 3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão. 4. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos. 5. Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação. 6. Não esquecer de assinar a lista de presença. 7. Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO. 8. Quando terminar as provas, entregue o CARTÃO-RESPOSTA/FOLHA DE REDAÇÃO ao aplicador. 9. Você poderá deixar o local de prova somente após decorrida 1h30min do início da aplicação e poderá levar seu CADERNO DE QUESTÕES. 18 .2 20 o EXOSEN11899 s20enem18-Prova 1.indd 1 20/07/2020 14:58:14 SIMULADO ENEM2 18.220 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção Inglês) QUESTÃO 01 Leia o cartum a seguir. LAST WARNING! WE’RE LEAVING IN FIVE MINUTES! WHAT’S A FIVE MINUTES? OK! Disponível em: <https://www.gocomics.com>. Cartuns são textos humorísticos que têm como característica narra- tivas breves, cômicas e gráficas sobre algum aspecto do comporta- mento humano. O cartum apresentado, “Fowl Language”, foi criado por Brian Gordon, que se inspira em suas dificuldades como pai e suas ansiedades sociais e as transforma em comédia. Com base na leitura do cartum, o efeito cômico dá-se: A mediante o fato de uma criança, representada pelo pato filhote, ter concordado em parar de brincar. B pela antropomorfização do animal retratado como uma criança pequena em meio a uma brincadeira. C dado o sentido ambíguo de “in five minutes”, que o filhote compreen- deu como uma referência a um meio de transporte. D apenas pelo caráter visual do cartum, sem considerar-se o texto ou a mensagem que este transmite. E com a ironia do fato de que o locutor acredita que em cinco minutos eles, de fato, sairão do parque. QUESTÃO 02 Leia o texto e responda à questão. A “simple and small” wormlike critter named Ikaria wariootia was discovered by scientists and is believed to be one of the first ancestors to the family tree. This Ikaria was a bilaterian, like dogs, dinosaurs and almost all living animals, including humans. This means it had a front, a back, two symmetrical sides and openings at both ends connected to one another by a gut. According to geologists, the development of bilateral symmetry was a crucial evolutionary step. The Ediacaran Biota describes the earliest multicellular organisms from sponges and algal mats to Dickinsonia – creatures shaped like lily pads that contained no mouth and no gut. But missing from the record was the oldest bilaterian; thought to be a small, simple animal with only rudimentary sensory organisms. The Ikaria identified were small and simple, as predicted – ranging 1.9 to 6.7 millimeters in length and 1.1 to 2.4 millimeters in width. The researchers believe the largest individuals would have reached no more than 7 millimeters, making them no bigger than a grain of rice. But despite their simplicity from today’s standpoint, Ikaria were ahead of their time and “remarkably complex” in comparison to their peers. Their ability to dig into and burrow along well-oxygenated sand on the seabed to find food shows they had senses, even if those senses were incredibly primitive. Adaptado de <https://www.newsweek.com>. Em zoologia, classificam-se como Bilatéria animais que possuem si- metria bilateral. Considerando-se essa informação e de acordo com o texto: A Ikaria era uma criatura à frente de seu tempo, pois apresentava as condições ideais para cefalização. B a simetria bilateral é uma característica presente apenas em vermes e outros anelídeos milimétricos. C possuir sentidos primitivos, como a necessidade por alimento, é o fator crucial para a evolução. D a biota ediacarana descreve todos os organismos pluricelulares encontrados no planeta até o momento. E em termos simples, a Ikaria é bilatéria, pois possuía dois lados conectados um ao outro por entranhas. QUESTÃO 03 Leia o texto a seguir. To the Editor: Re “Intermittent Fasting: Its Benefits and Risks,” by Jane E. Brody (Personal Health column, Feb. 18): Fad diets come and go. The current one, intermittent fasting, crosses the line between what some people have done out of necessity throughout time and some do as a result of upbringing, situational restrictions or biological signals (not eating after dinner). The new wrinkle is labels for the multiple constellations of intermittent fasting: periodic fasting, time restricted feeding, alternate- day fasting and the 5:2 diet (within a week eat normally for five days and eat a quarter less than normal for two days, either consecutively or interspersed). Our food environment has been termed obesogenic, largely due to the availability of affordable food 24/7 in a form that can be consumed virtually instantaneously – no need to dig a potato out of the ground, chop wood, make a fire and roast before it is ready to consume. The intent of the different intermittent-fasting regimes is to trick oneself into decreasing calorie intake. As with other fad diets, the approach is dependent on long-term adherence, rather than short- term. Intermittent fasting may seem attractive at first glance. But once it collides with practical issues or social interactions, the bottom falls out. Best to step back, be realistic and personalize adjustments so that they are sustainable within the context of our unique life rhythms. Alice H. Lichtenstein Boston Disponível em: <https://www.nytimes.com>. Cartas ao editor são um tipo textual que permite ao leitor a possibili- dade de réplica a uma publicação. Apesar de diversos meios de comu- nicação receberem essas cartas, nem todos as publicam atualmente. Vale ressaltar que essas cartas não representam as visões e os ob- jetivos dos jornais, portanto podem ir de encontro com a publicação original. Pode-se dizer que a autora: A tenta apresentar mais benefícios de dietas que preconizam o jejum intermitente. B alerta sobre os riscos da obesidade à saúde e apoia dietas como a de jejum alternado. C apresenta embasamento científico que fomenta dietas de jejum como benéficas. s20enem18-Prova 1.indd 2 20/07/2020 14:58:14 SIMULADO ENEM 3 18.220 D não acredita que dietas intermitentes são modismos que interferem em nossas vidas. E crê que a melhor dieta tem ajustes personalizados que são viáveis a nossas realidades. QUESTÃO 04 Leia o texto. The Pool Players. Seven at the Golden Shovel. We real cool. We Left school. We Lurk late. We Strike straight. We Sing sin. We Thin gin. We Jazz June. We Die soon. Disponível em: <https://www.poetryfoundation.org>. Gwendolyn Brooks, autora do poema“We Real Cool”, é considerada uma das autoras mais influentes da poesia americana do século 20. Além de ser uma poetisa consagrada, Brooks foi a primeira mulher afrodescendente a ganhar um Prêmio Pulitzer, outorgado apenas para pessoas que realizam excelentes trabalhos nas áreas de jor- nalismo, literatura e composição. Sobre o poema citado, pode-se inferir que: A os dois primeiros versos do poema são na verdade o nome que a autora gostaria que ele tivesse. B é utilizada a ironia para indicar que as atitudes citadas não são ade- quadas e trarão más consequências. C é empregado o sentido figurado para que sejam denotadas expe- riências reais da autora. D a autora tem como objetivo alertar jovens que sair à noite para beber gim pode causar acidentes. E o poema evidencia problemas típicos da adolescência, como a alta consideração de si e a autoestima. QUESTÃO 05 Leia o texto a seguir e responda à questão. 10 Ways to Stop Global Warming Change a light: Replacing one regular light bulb with a compact fluorescent light bulb will save 150 pounds of carbon dioxide a year. Drive less: Walk, bike, carpool or take mass transit more often. You’ll save one pound of carbon dioxide for every mile you don’t drive! Recycle more: You can save 2,400 pounds of carbon dioxide per year by recycling just half of your household waste. Check your tires: Keeping your tires inflated properly can improve your gas mileage by more than 3 percent. Every gallon of gasoline saved keeps 20 pounds of carbon dioxide out of the atmosphere. Use less hot water: It takes a lot of energy to heat water. Use less hot water by taking shorter and cooler showers and washing your clothes in cold or warm instead of hot water. Avoid products with a lot of packaging: You can save 1,200 pounds a year of carbon dioxide if you reduce your garbage by 10 percent. Adjust your thermostat: Moving your thermostat down just 2 degrees in winter and up 2 degrees in summer could save about 2,000 pounds of carbon dioxide a year. Plant a tree: A single tree will absorb one ton of carbon dioxide over its lifetime. Turn off electronic devices: Simply turning off your television, DVD player, stereo, and computer, when you’re not using them, will save you thousands of pounds of carbon dioxide a year. Adaptado de: <https://www.northwestern.edu>. Aquecimento global é o nome atribuído ao processo de aumento nas temperaturas médias do planeta ao longo dos anos. Esse au- mento está relacionado às quantidades massivas de gases nocivos emitidos diariamente. O texto sugere várias atitudes que podem ser tomadas para auxiliar na redução da emissão de gases nocivos, entre elas: A evitar embalagens e reduzir a produção de lixo, poupando 1 200 libras de dióxido de carbono ao dia. B plantar uma árvore para que ela absorva uma tonelada de dióxido de carbono durante o curso de uma vida humana. C caminhar, andar de bicicleta, evitar caronas e utilizar o transporte público para poupar dióxido de carbono. D reciclar apenas metade de seu lixo domiciliar, poupando com isso 2 400 libras de dióxido de carbono ao ano. E simplesmente desligar aparelhos eletrônicos para poupar milhões de libras de dióxido de carbono anualmente. Questões de 01 a 05 (opção Espanhol) QUESTÃO 01 Rayuela* En el contexto de la celebración del VIII Congreso Internacional de la Lengua Española en la ciudad argentina de Córdoba en marzo de 2019, la Real Academia Española (RAE) y la Asociación de Academias de la Lengua Española (ASALE) han querido rendirle homenaje a uno de los autores en español más importantes de todos los tiempos, Julio Cortázar (Ixelles, Bélgica, 1914-París, 1984), y a su obra más emblemática, que conmocionó el panorama cultural de su tiempo y que no deja de encontrar lectores hasta nuestros días. Coordinada por José Luis Moure, presidente de la Academia Argentina de Letras, la edición recupera, como complemento a la novela, tres textos magistrales de Gabriel García Márquez, Adolfo Bioy Casares y Carlos Fuentes, autores contemporáneos de Julio Cortázar, que dan cuenta de la dimensión del autor y de la recepción que tuvo la novela en su tiempo. Además, incluye trabajos de los escritores Mario Vargas Llosa y Sergio Ramírez, y de los críticos Julio Ortega, Andrés Amorós, Eduardo Romano y Graciela Montaldo, que muestran la intemporalidad de la propuesta narrativa cortazariana. La edición conmemorativa recupera además, por primera vez desde 1983, la reproducción facsimilar del Cuaderno de bitácora, la libreta en la que Cortázar fue anotando ideas, escenas y personajes de la novela durante el proceso de escritura. Este cuaderno permite, como un juego de los que tanto gustó Cortázar, un diálogo del autor con el lector sobre la novela que traspasa las fronteras del tiempo. Completan el volumen una bibliografía básica, un índice onomástico y un glosario de voces utilizadas en la novela. Julio Cortázar. Rayuela. Madrid: Real Academia Española y Asociación de Academias de la Lengua Española, 2019. Disponível em: <www.rae.es>. ()) Rayuela – jogo de amarelinha O autor argentino Julio Cortázar integra a lista dos grandes nomes da literatura de língua espanhola e até hoje desperta o interesse nas novas gerações de leitores no mundo todo. Sobre o texto, podemos afirmar que: A a Real Academia Espanhola sempre rende homenagens ao autor mais importante do país que sedia o congresso. B Rayuela é a obra mais importante de Julio Cortázar e até hoje desperta o interesse de muitos leitores. C Cuaderno de bitácora é um livro publicado pelos estudiosos de Cortázar sobre sua vida e obra. D a Real Academia reconheceu publicamente a importância da obra Rayuela. E Julio Cortázar passou a ser lido e reconhecido pelos críticos literá- rios apenas após sua morte. s20enem18-Prova 1.indd 3 20/07/2020 14:58:15 SIMULADO ENEM4 18.220 QUESTÃO 02 Uma das maiores tendências do século 21 é a adesão a dietas que não incluem carnes e seus derivados. <www.clarin.com> Sobre a charge acima, podemos concluir que: A qualquer um pode se tornar vegano. B o personagem se mostra convicto de que se tornou vegano. C o veganismo é visto como inalcançável. D o veganismo não é recomendável para algumas pessoas. E o personagem desiste de ser vegano. QUESTÃO 03 Esto es lo que sabemos de la serie de “Cien Años de Soledad” que producirá Netflix Vianey Olivares – 6 de marzo, 2020 La novela que le dio a Gabriel García Márquez el Premio Nobel de Literatura llegará a tu pantalla de la mano de Netflix. La obra maestra del ganador del Nobel Gabriel García Márquez llega por primera vez a la pantalla con la producción ejecutiva de sus hijos Rodrigo y Gonzalo. Netflix obtuvo los derechos debido al éxito que ha tenido con otras producciones en español como Narcos y la película Roma, recientemente ganadora del Oscar a la Mejor Película Extranjera. Cien Años de Soledad Es el título de esta obra maestra de la literatura hispanoamericana. Ubicada en Macondo, un pueblo ficticio fundado por José Arcadio Buendía y Úrsula Iguarán, la historia sigue a los Buendía por siete generaciones. Netflix No es la primera vez que se trata de adaptar la historia al cine o la televisión, de hecho, Rodrigo García, hijo de Gabriel declaró que el autor recibió diversas ofertas a lo largo de los años para hacer la adaptación, y aunque hubo películas inspiradas, siempre le preocupó que su historia no mantuviera su esencia a la hora de hacer su conversión a la pantalla. En español Otro de los requisitos para Márquez en caso de otorgar los derechos de adaptación, era que la historia se mantuviera en su idioma original, el español. Netflix no sólo ha aceptado este requisito, también tendrá como locación al país natal del autor, Colombia. La novela es considerada una obra maestra de la literatura latinoamericana y uno de los ejemplos clásicos del realismo mágico. Desde que fue publicada se han vendido aproximadamente 50 millones de copias yel libro ha sido traducido a 46 idiomas. <https://culturacolectiva.com> Nos últimos anos, as séries em língua espanhola têm atraído muitos telespectadores e conquistado um lugar de destaque nas plataformas de streaming. Agora, chegou a vez de a Netflix apostar na adaptação da principal obra do autor colombiano Gabriel García Márquez, Cien años de Soledad. De acordo com a reportagem anterior, a série que vai estrear na Netflix: A será uma adaptação fiel à obra original como solicitado pelo pró- prio autor em vida. B será mais uma série falada em espanhol, gravada na Colômbia e produzida com a ajuda dos filhos de Márquez. C foi escolhida para ser adaptada apenas pelo fato de que se trata de uma obra-prima da literatura hispano-americana e traduzida para 46 idiomas. D será filmada na cidade colombiana de Macondo. E foi escolhida pois a Netflix está certa de que todas as séries em língua espanhola conquistam um grande público. QUESTÃO 04 La gripe española del año 1918 La pandemia de gripe de 1918, también conocida como la gripe española, tuvo una máxima gravedad y su origen en Estados Unidos. A diferencia de otras epidemias de gripe, que afectan básicamente a niños y ancianos, muchas de sus víctimas fueron jóvenes y adultos saludables, y animales, entre ellos perros y gatos. Lo más desconcertante fue que este virus atacaba principalmente a adultos sanos y fuertes. La gripe española cambió todos los patrones. Fue una de las primeras pandemias de la que se tienen documentos escritos y fotografías, que nos permiten ver cómo afectó al mundo. Hacía ya cuatro años que había empezado la I Guerra Mundial y los gobiernos no querían que la gente se asustara todavía más. Así que muchos países decidieron censurar las noticias sobre la gripe y esconder que buena parte de sus soldados estaban muriendo por culpa de la enfermedad. La guerra había provocado mucha destrucción y los países no tenían recursos materiales ni económicos para hacer frente a la enfermedad. Por ello, se la considera una de las peores pandemias de la historia. Mató entre los años 1918 y 1920 a más de 50 millones de personas en todo el mundo. Se desconoce la cifra exacta de la pandemia y es considerada la más devastadora de la historia. Fue una epidemia que no entendía de fronteras ni de clases sociales. Esta cifra de muertos, que incluía una alta mortalidad infantil, se considera uno de los ejemplos de crisis de mortalidad. Aunque algunos investigadores afirman que empezó en Francia en el año 1916 o en China en el año 1917, muchos estudios sitúan ya los primeros casos en la base militar de Fort Riley en Estados Unidos, con inicio el cuatro de marzo del año 1918. ¿Por qué se llama gripe española? Tras registrarse los primeros casos en Europa, la gripe pasó a España. Éramos un país neutral en la I Guerra Mundial, que no censuró la publicación de los informes sobre el desarrollo de la enfermedad y sus consecuencias, a diferencia de los otros países centrados exclusivamente en el conflicto bélico. Ser el único país que se hizo eco del problema provocó que la epidemia se conociese como la Gripe Española. Y a pesar de no ser el epicentro, España fue uno de los más afectados con 8 millones de personas infectadas y 300 000 personas fallecidas. Los periódicos españoles fueron los primeros en informar sobre una enfermedad que estaba matando a la población. En el resto de Europa, y a ambos lados de las líneas aliadas, censuraron toda información para no desmoralizar a las tropas, ni mostrar debilidad ante el enemigo. Con lo cual, sólo se convirtió en noticia en los países neutrales. En el inicio de la pandemia, los periódicos españoles intentaron darle nombre extranjero y así utilizaron términos como “El soldado de Nápoles” o “la enfermedad de moda”. Tras informar el corresponsal de s20enem18-Prova 1.indd 4 20/07/2020 14:58:15 SIMULADO ENEM 5 18.220 The Times en Madrid sobre la situación de la epidemia en España ese empezó a llamar “La gripe española”, que se extendería por el resto del mundo a partir del verano de 1918. España, ofendida por el poco halagador epíteto, acusó a Francia, diciendo que la enfermedad había venido de sus campos de batalla y había volado sobre los Pirineos, llevada por el viento. El nombre erróneo perduró hasta nuestros días. <www.nuevatribuna.es> A pandemia da gripe em 1918, até então a pior pandemia dos tempos modernos, foi nomeada de gripe espanhola porque: A foram os soldados espanhóis os primeiros a apresentarem os sin- tomas da gripe ao regressarem dos campos de batalha à Espanha. B a Espanha foi o país mais acometido pela pandemia, com o maior número de vítimas fatais. C a Espanha, por ter se mantido neutra durante a 1a Grande Guerra Mundial, começou a publicar nos jornais notícias sobre a propaga- ção do vírus. D os espanhóis foram os primeiros a fazerem em registros fotográ- ficos dos campos de batalha, onde muitos soldados foram acome- tidos pelo vírus da gripe. E a Espanha, por ter se mantido neutra durante a 1a Guerra Mundial, teve um número muito baixo de infectados. QUESTÃO 05 Vivir sin Aire Como quisiera poder vivir sin aire como quisiera calmar mi aflicción como quisiera poder vivir sin agua me encantaria robar tu corazón Como quisiera lanzarte al olvido como quisiera guardarte en un cajón como quisiera borrarte de un soplido me encantaria cantar esta canción Maná ¿Dónde jugarán los Niños? 1992. O trecho da canção “Vivir sin Aire”, da banda mexicana Maná, representa algo que: A se realizará num futuro próximo. B faz parte do presente. C se realizará sob algumas condições. D faz parte do passado. E jamais acontecerá. QUESTÃO 06 TEXTO I Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Vencido palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados. E. Cunha. Os Sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987. TEXTO II Na trincheira, no centro do reduto, permaneciam quatro fanáticos so- breviventes do extermínio. Era um velho, coxo por ferimento e usando uniforme da Guarda Católica, um rapaz de 16 a 18 anos, um preto alto e magro, e um caboclo. Ao serem intimados para deporem as armas, investiram com enorme fúria. Assim estava terminada e de maneira tão trágica a sanguinosa guerra, que o banditismo e o fanatismo traziam acesa por longos meses, naquele recanto do território nacional. H. M. Soares. A Guerra de Canudos. Rio de Janeiro: Altina, 1902. Os relatos do último ato da Guerra de Canudos fazem uso de repre- sentações que se perpetuariam na memória construída sobre o con- flito. Nesse sentido, cada autor caracterizou a atitude dos sertanejos, respectivamente, como fruto da: A rejeição e da incompetência. B solidariedade e do extremismo. C intrepidez e da adequação. D empatia e da coragem. E valentia e do desvario. QUESTÃO 07 Linotipos O Museu da Imprensa exibe duas linotipos. Trata-se de um tipo de máquina de composição de tipos de chumbo, inventada em 1884 em Baltimore, nos Estados Unidos, pelo alemão Ottmar Mergenthaler. O invento foi de grande importância por ter significado um novo e fun- damental avanço na história das artes gráficas. A linotipia provocou, na verdade, uma revolução porque venceu a lentidão da composição dos textos executada na tipografia tradicional, em que o texto era compos- to à mão, juntando tipos móveis um por um. Constituía-se, assim, no principal meio de composição tipográfica até 1950. A linotipo, a partir do final do século XIX, passou a produzir impressos a baixo custo, o que levou informação às massas, democratizou a informação. Promo- veu uma revolução na educação. Antes da linotipo, os jornais e revistaseram escassos, com poucas páginas e caros. Os livros didáticos eram também caros, pouco acessíveis. Disponível em: <http://portal.in.gov.br>. Acesso em: 23 fev. 2013 (adaptado). Segundo o texto, a contribuição da linotipo teve impacto direto na(o): A produção demorada de materiais de ensino. B aumento significativo na produção de chumbo. C montagem dispendiosa de textos para impressão. D disseminação ampla de materiais informacionais. E intensificação do trabalho manual nas artes gráficas. QUESTÃO 08 Exmo Sr. Governador: Trago a V. Exa. um resumo dos trabalhos realizados pela Prefeitura de Palmeira dos Índios em 1928. [...] Administração Relativamente à quantia orçada, os telegramas custaram pouco. De ordinário vai para eles dinheiro considerável. Não há vereda aberta pelos matutos que prefeitura do interior não ponha no arame, procla- mando que a coisa foi feita por ela; comunicam-se as datas históricas ao Governo do Estado, que não precisa disso; todos os acontecimen- tos políticos são badalados. Porque se derrubou a Bastilha - um telegra- ma; porque se deitou pedra na rua – um telegrama; porque o deputado F. esticou a canela – um telegrama. Palmeira dos Índios, 10 de janeiro de 1929. Gracillano Ramos G. Ramos, Viventes das Alagoas. São Paulo: Martins Fontes, 1962. O relatório escrito por Graciliano Ramos, na época, prefeito de Palmeira dos Índios, é endereçado ao governo do estado de Alagoas. Sobre o uso desse gênero textual, pode-se afirmar que: A utiliza a estrutura de carta erroneamente. B se manifesta em português arcaico e prolixo. C busca certa aproximação pessoal com o destinatário. D recorre ao jargão político e aos termos técnicos. E usa um vocabulário mais informal, de caráter subjetivo. QUESTÃO 09 Ateneu era o grande colégio da época. Afamado por um sistema de nutrido reclame, mantido por um diretor que de tempos a tempos reformava o estabelecimento, pintando-o jeitosamente de novidade, como os negociantes que liquidam para recomeçar com artigos de última remessa; o Ateneu desde muito tinha consolidado crédito na preferência dos pais, sem levar em conta a simpatia da meninada, a cercar de aclamações o bombo vistoso dos anúncios. s20enem18-Prova 1.indd 5 20/07/2020 14:58:15 SIMULADO ENEM6 18.220 O Dr. Aristarco Argolo de Ramos, da conhecida família do Visconde de Ramos, do Norte, enchia o império com o seu renome de pedagogo. Eram boletins de propaganda pelas províncias, conferências em diver- sos pontos da cidade, a pedidos, à substância, atochando a imprensa dos lugarejos, caixões, sobretudo, de livros elementares, fabricados às pressas com o ofegante e esbaforido concurso de professores pru- dentemente anônimos, caixões e mais caixões de volumes cartonados em Leipzig, inundando as escolas públicas de toda a parte com a sua invasão de capas azuis, róseas, amarelas, em que o nome de Aristarco, inteiro e sonoro, oferecia-se ao pasmo venerador dos esfaimados de alfa- beto dos confins da pátria. Os lugares que os não procuravam eram um belo dia surpreendidos pela enchente, gratuita, espontânea, irresistível! E não havia senão aceitar a farinha daquela marca para o pão do espírito. R. Pompeia. O Ateneu. São Paulo: Scipione, 2005. O narrador descreve o Ateneu por meio de uma visão marcada na: A propaganda com interesse mercantil e foco novidadeiro. B participação dos familiares na elaboração do processo pedagógico. C produção massiva de materiais didáticos, distribuídos gratuitamente. D ampliação da escolarização determinada pela expansão das artes gráficas. E empatia entre educadores e famílias, em volta de um mesmo ideal. QUESTÃO 10 Em junho de 1913, embarquei para a Europa a fim de me tratar num sanatório suíço. Escolhi o de Clavadel, perto de Davos-Platz, porque a respeito dele me falara João Luso, que ali passara um inverno com a senhora. Mais tarde vim a saber que antes de existir no lugar um sana- tório, lá estivera por algum tempo Antônio Nobre. “Ao cair das folhas”, um de seus mais belos sonetos, talvez o meu predileto, está datado de “Clavadel, outubro, 1895”. Fiquei na Suíça até outubro de 1914. M. Bandeira. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985. A narrativa de memórias de Manuel Bandeira caracteriza-se pela(o): A referência às instituições para aumentar a veracidade do relato. B datação imprecisa para preterir a verdade histórica e documental. C uso de conjugações no pretérito para organizar os fatos narrados. D resumo de projeções oníricas advindas da doença do escritor. E alusão à literatura que inspirava a produção crítica do escritor. QUESTÃO 11 Cântico VI Tu tens um medo de Acabar. Não vês que acabas todo o dia. Que morres no amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que te renovas todo dia. No amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que és sempre outro. Que és sempre o mesmo. Que morrerás por idades imensas. Até não teres medo de morrer. E então serás eterno. C. Meireles. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 1963 (fragmento). A poesia de Cecília Meireles revela, comumente, concepções e preo- cupações existenciais. Desse poema pode-se depreender: A a carnalidade que se impõe ao espírito e o trágico destino humano. B a desesperança face às dificuldades cotidianas que nublam o es- sencial. C o questionamento acerca da inércia humana e do desespero meta- físico. D a importância do sonho como definidor da grandeza espiritual do ser. E a reflexão acerca da finitude revelada em sentimentos recorrentes e diários. QUESTÃO 12 Aquarela O corpo no cavalete é um pássaro que agoniza exausto do próprio grito. As vísceras vasculhadas principiam a contagem regressiva. No assoalho o sangue se decompõe em matizes que a brisa beija e balança: o verde – de nossas matas o amarelo – de nosso ouro o azul – de nosso céu o branco o negro o negro Cacaso. In: H. B. Hollanda (Org.). 26 poetas hoje. Rio do Janeiro: Aeroplano, 2007. Cacaso produz esse poema inserido no contexto do regime militar. Pode-se afirmar que nesse poema há: A uma referência cifrada ao passado colonial e à exploração portu- guesa. B imagens de gosto duvidoso que expõem a brutalidade do regime militar. C intertextualidade com o Romantismo para criar multiplicidade de sentidos. D as cores do estandarte nacional como estratégia crítica ao regime referido. E a exaltação das riquezas nacionais, a despeito do autoritarismo da época. QUESTÃO 13 Disponível em: <www.behance.net>. Acesso em: 21 fev. 2013 (adaptado). A estratégia de persuasão do produto anunciado fundamenta-se no emprego: A de substantivos em destaque no slogan, além de desenho e de fotografia. B das formas verbais no futuro e no passado para sugerir velocidade. C do slogan separado do texto para se criar uma noção de causa e efeito. D da expressão intensificadora “menos do que” associada à qualidade. E de fotografia realista para aumentar o alcance no produto no meio digital. QUESTÃO 14 eu acho um fato interessante... né... foi como meu pai e minha mãe vieram se conhecer... né... que... minha mãe morava no Piauí com toda família... né... meu... meu avô... materno no caso... era maquinista... s20enem18-Prova 1.indd 6 20/07/2020 14:58:16 SIMULADO ENEM 7 18.220 ele sofreu um acidente... infelizmente morreu... minha mãe tinha cinco anos... né... e o irmão mais velho dela... meu padrinho... tinha dezesse- te e ele foi obrigado a trabalhar... foi trabalhar no banco... e... ele foi... o banco... no caso... estava... com um número de funcionários cheio e ele teve que ir para outro local e pediu transferência prum local mais perto de Parnaíba que era a cidade onde eles moravam e por engano o... o... escrivão entendeu Paraíba... né...e meu... e minha família veio parar em Mossoró que era exatamente o local mais perto onde tinha vaga pra funcionário do Banco do Brasil e ela foi parar na rua do meu pai... né... e começaram a se conhecer... namoraram onze anos... né... pararam algum tempo... brigaram... é lógico... porque todo relaciona- mento tem uma briga... né... e eu achei esse fato muito interessante porque foi uma coincidência incrível... né... como vieram a se conhe- cer... namoraram e hoje... e até hoje estão juntos... dezessete anos de casados... M. A. F. Cunha (Org.). Corpus discurso & gramática: a língua falada e escrita na cidade do Natal. Natal: EdUFRN, 1998. Acerca da variedade linguística utilizada no texto, pode-se observar a (o): A lacuna educacional do produtor do discurso. B uso de elementos comuns da oralidade. C discurso coeso e refinado, de padrão técnico. D manifestação típica da fala interiorana. E manutenção de um léxico erudito. QUESTÃO 15 Fabiana, arrepelando-se de raiva – Hum! Ora, eis aí está para que se casou meu filho, e trouxe a mulher para minha casa. É isto constan- temente. Não sabe o senhor meu filho que quem casa quer casa... Já não posso, não posso, não posso! (Batendo com o pé). Um dia arre- bento, e então veremos! M. Pena. Quem casa quer casa. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 07 dez. 2012. As marcações em destaque, como no texto acima, em um texto teatral, constituem: A sugestões, que serão decididas na montagem da peça entre ator e diretor. B condições, tendo em vista que são imperativas no momento da atuação teatral. C artificialismos, dada a autonomia do autor na construção da perso- nagem. D imposições, uma vez que elas determinam a execução do texto teatral. E obrigações, porque elas reafirmam a soberania do diretor da peça. QUESTÃO 16 Paz só se consegue com Voz DA COMUNIDADE Disponível em: <www.portaldapropaganda.com.br>. Acesso em: 28 jul. 2013. Essa propaganda cria seu sentido comunicacional pela(o): A composição verticalizada dos elementos gráficos. B aproximação entre um revólver e o megafone. C grafia estilizada da letra “O”, paralela ao megafone. D punho cerrado e o lugar de fala da comunidade. E sugestão do megafone como elemento de paz. QUESTÃO 17 Censura moralista Há tempos que a leitura está em pauta. E, diz-se, em crise. Comenta- -se esta crise, por exemplo, apontando a precariedade das práticas de leitura, lamentando a falta de familiaridade dos jovens com livros, re- clamando da falta de bibliotecas em tantos municípios, do preço dos livros em livrarias, num nunca acabar de problemas e de carências. Mas, de um tempo para cá, pesquisas acadêmicas vêm dizendo que talvez não seja exatamente assim, que brasileiros leem, sim, só que leem livros que as pesquisas tradicionais não levam em conta. E, tam- bém de um tempo para cá, políticas educacionais têm tomado a peito investir em livros e em leitura. M. Lajolo. Disponível em: <www.estadao.com.br>. Acesso em: 02 dez. 2013 (fragmento). De acordo com o texto, é correto afirmar que: A a leitura é um mal necessário para o desenvolvimento crítico e educacional. B apesar da precariedade das bibliotecas, os jovens têm familiaridade com a leitura. C o texto corrobora os mesmos critérios utilizados pelas pesquisas tradicionais. D a crise de leitura é questionada com base nos dados de pesquisas acadêmicas. E a crise da leitura deriva do desinteresse dos jovens por livros de qualidade. QUESTÃO 18 Em uma escala de 0 a 10, o Brasil está entre 3 e 4 no quesi- to segurança da informação. “Estamos começando a acordar para o problema. Nessa história de espionagem corporativa, temos muita li- ção a fazer. Falta consciência institucional e um longo aprendizado. A sociedade caiu em si e viu que é uma coisa que nos afeta”, diz S.P., pós-doutor em segurança da informação. Para ele, devem ser estabele- cidos canais de denúncia para esse tipo de situação. De acordo com o conselheiro do Comitê Gestor da Internet (CGI), o Brasil tem condições de desenvolver tecnologia própria para garantir a segurança dos dados do país, tanto do governo quanto da população. “Há uma massa de conhecimento dentro das universidades e em empresas inovadoras que podem contribuir propondo medidas para que possamos mudar isso [falta de segurança] no longo prazo”. Ele acredita que o governo tem de usar o seu poder de compra de softwares e hardwares para a área da segurança cibernética, de forma a fomentar essas empresas, a produção de conhecimento na área e a construção de uma cadeia de produção nacional. C. Sarres. Disponível em: <www.ebc.com.br>. Acesso em: 22 nov. 2013 (adaptado). Ao tematizar a espionagem corporativa em decorrência do massivo uso da internet, o texto aponta uma necessidade ocorrida desse im- pacto, sintetizada no(a): A alerta irrestrito da sociedade acerca dos riscos da navegação na rede. B incentivo de produção de recursos de segurança da informação. C proposta de criação de leis severas para diminuir a espionagem industrial. D promoção de uma rede efetiva de delação a longo prazo nas em- presas. E aumento do ensino de informática nas escolas e investimento na base. QUESTÃO 19 Tarefa Morder o fruto amargo e não cuspir Mas avisar aos outros quanto é amargo Cumprir o trato injusto e não falhar Mas avisar aos outros quanto é injusto Sofrer o esquema falso e não ceder Mas avisar aos outros quanto é falso Dizer também que são coisas mutáveis... s20enem18-Prova 1.indd 7 20/07/2020 14:58:16 SIMULADO ENEM8 18.220 E quando em muitos a não pulsar – do amargo e injusto e falso por mudar – então confiar à gente exausta o plano de um mundo novo e muito mais humano. G. Campos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981. O tema central do poema circula entre: A a referência amorosa e o cenário bucólico. B a obrigação de ações e a fuga do eu lírico. C a notação política metaforizada e a justiça social. D a oposição dilemática entre metrópole e província. E a ação do tempo e a fugacidade da existência. QUESTÃO 20 Há qualquer coisa de especial nisso de botar a cara na janela em crônica de jornal – eu não fazia isso há muitos anos, enquanto me escondia em poesia e ficção. Crônica algumas vezes também é feita, intencionalmente, para provocar. Além do mais, em certos dias mesmo o escritor mais escolado não está lá grande coisa. Tem os que mos- tram sua cara escrevendo para reclamar: moderna demais, antiquada demais. Alguns discorrem sobre o assunto, e é gostoso compartilhar ideias. Há os textos que parecem passar despercebidos, outros ren- dem um montão de recados: “Você escreveu exatamente o que eu sin- to”, “Isso é exatamente o que falo com meus pacientes”, “É isso que digo para meus pais”, “Comentei com minha namorada”. Os estímulos são valiosos pra quem nesses tempos andava meio assim: é como me botarem no colo – também eu preciso. Na verdade, nunca fui tão posta no colo por leitores como na janela do jornal. De modo que está sendo ótima, essa brincadeira séria, com alguns textos que iam acabar neste livro, outros espalhados por aí. Porque eu levo a sério ser sério... mes- mo quando parece que estou brincando: essa é uma das maravilhas de escrever. Como escrevi há muitos anos e continua sendo a minha verdade: palavras são meu jeito mais secreto de calar. L. Luft. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2004. Os textos necessitam de recursos que permitem a articulação e a coe- são entre suas partes. Quanto ao texto anterior, o elemento: A “nisso” apresenta o trecho “botar a cara na janela em crônica de jornal”. B “assim” resume a ideia “é como me botarem no colo”. C “Isso” ecoa a sequência “parecem passar despercebidos”. D “alguns” adianta a informação “É isso que digo para meus pais”. E “essa” remete ao desfecho “jeito mais secreto de calar”. QUESTÃO 21 VAMOS VER, MANOLITO. UMA PALAVRA QUE COMECE COM CHI... VAI VERQUE ELE VAI FALAR AQUELE PALAVRÃO P‘ ‘‘ ‘ POLÍTICA E FALOU MESMO!‘ ‘‘ ‘ O efeito de humor do quadrinho anterior deriva do(a): A primeiro quadro, pela alusão à alfabetização. B desvalorização do papel da escola na sociedade. C do sentido excelso do vocábulo “política”. D da atribuição pejorativa a um vocábulo específico. E da alusão a um momento histórico determinado. QUESTÃO 22 Vida obscura Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro, ó ser humilde entre os humildes seres, embriagado, tonto de prazeres, o mundo para ti foi negro e duro. Atravessaste no silêncio escuro a vida presa a trágicos deveres e chegaste ao saber de altos saberes tornando-te mais simples e mais puro. Ninguém te viu o sentimento inquieto, magoado, oculto e aterrador, secreto, que o coração te apunhalou no mundo, Mas eu que sempre te segui os passos sei que cruz infernal prendeu-te os braços e o teu suspiro como foi profundo! C. Sousa. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1961. Cruz e Sousa, grande expoente do Simbolismo brasileiro, escreveu so- bre conflitos humanos e metafísicos. No soneto acima, essa percepção traduz-se em: A angústia silenciosa diante da discriminação e do preconceito. B disposição concentrada ao isolamento social e ao filosofismo. C cansaço relacionado a atividades repetitivas e desumanas. D desespero amoroso sublimado por tendências intelectuais. E busca religiosa expressiva com aproximação da fé cristã. QUESTÃO 23 Denuncie qualquer caso de violência sexual infantil. Ligue 100. Adaptado de <www.portaldapropaganda.com.br>. Acesso em: 29 out. 2013. Os meios de comunicação podem contribuir para a resolução de pro- blemas sociais, entre os quais o da violência sexual infantil. Para atingir tal finalidade, o cartaz faz uso da função que: A foca o destinatário da mensagem. B ressalta os elementos estilísticos. C expressa sentimentos e emoções. D busca meramente estabelecer contato. E refere ou comenta a própria linguagem. s20enem18-Prova 1.indd 8 20/07/2020 14:58:17 SIMULADO ENEM 9 18.220 QUESTÃO 24 Disponível em: <https://br.pinterest.com>. Da leitura da imagem acima, considerando-se que ela está vinculada ao conhecimento de design, pode-se depreender que: A a lupa exerce função decorativa e não revela possibilidades de leitura. B a letra “A”, metonimicamente, representa todo o abecedário. C os elementos e as cores propõem uma metáfora do início de uma tarefa. D a mensagem principal deriva da atenção às minudências. E a imagem, metaforicamente, impele o receptor a rejeitar particula- ridades. QUESTÃO 25 Blog é concebido como um espaço onde o blogueiro é livre para expressar e discutir o que quiser na atividade da sua escrita, com a escolha de imagens e sons que compõem o todo do texto veiculado pela internet, por meio dos posts. Assim, essa ferramenta deixa de ter como única função a exposição de vida e/ou rotina de alguém – como em um diário pessoal –, função para qual serviu inicialmente e que o popularizou, permitindo também que seja um espaço para a discussão de ideias, trocas e divulgação de informações. A produção dos blogs requer uma relação de troca, que acaba unindo pessoas em torno de um ponto de interesse comum. A for- ça dos blogs está em possibilitar que qualquer pessoa, sem nenhum conhecimento técnico, publique suas ideias e opiniões na web e que milhões de outras pessoas publiquem comentários sobre o que foi es- crito, criando um grande debate aberto a todos. Adaptado de B. O. Lopes. A linguagem dos blogs e as redes sociais. Disponível em: <www.fateczl.edu.br>. Acesso em: 29 abr. 2013. De acordo com o texto, o blog destaca-se por: A estimular a criação de redes de amizade. B espaço livre para jogos e conversas. C substituir os tradicionais diários pessoais. D ultrapassar suas funções originais. E incentivar a ajuda mútua e a rotina diária. QUESTÃO 26 E se a água potável acabar? O que aconteceria se a água potável do mundo acabasse? As teorias mais pessimistas dizem que a água potável deve acabar logo, em 2050. Nesse ano, ninguém mais tomará banho todo dia. Chuveiro com água, só duas vezes por semana. Se alguém exceder 55 litros de consumo (metade do que a ONU recomenda), seu abas- tecimento será interrompido. Nos mercados, não haveria carne, pois, se não há água para você, imagine para o gado. Gastam-se 43 mil litros de água para produzir 1 kg de carne. Mas não é só ela que faltará. A Região Centro-Oeste do Brasil, maior produtor de grãos da América Latina em 2012, não conseguiria manter a produção. Afinal, no país, a agricultura e a agropecuária são, hoje, as maiores consumidoras de água, com mais de 70% do uso. Faltariam arroz, feijão, soja, milho e outros grãos. Disponível em: <http://super.abril.com.br>. Acesso em: 30 jul. 2012. Esse texto caracteriza-se por: A usar recursos típicos do resumo e da paráfrase. B empregar a injunção com estratégia discursiva. C ter um perfil literário, próximo à ficção científica. D linguagem denotativa e sonoridade poética. E informar e especular sobre determinada conjuntura. QUESTÃO 27 Era um dos meus primeiros dias na sala de música. A fim de descobrirmos o que deveríamos estar fazendo ali, propus à classe um problema. Inocentemente perguntei: – O que é música? Passamos dois dias inteiros tateando em busca de uma definição. Descobrimos que tínhamos de rejeitar todas as definições costumeiras porque elas não eram suficientemente abrangentes. O simples fato é que, à medida que a crescente margem a que chamamos de vanguarda continua suas explorações pelas fronteiras do som, qualquer definição se torna difícil. Quando John Cage abre a porta da sala de concerto e encoraja os ruídos da rua a atravessar suas composições, ele ventila a arte da música com conceitos novos e aparentemente sem forma. Adaptado de R. M. Schafer. O ouvido pensante. São Paulo: Unesp, 1991. O texto focaliza o conceito de música. A partir dele, pode-se compreen- der que a (o): A acessibilidade à sala de concerto é metáfora de uma sociedade elitizada. B música dispensa os ruídos de fora do teatro, pois ventilam as com- posições. C conceito restritivo para a compreensão do fenômeno musical fica demarcado. D entorno extramusical pode ser parte integrante das concepções musicais. E músico contemporâneo visa, por meios criativos, atrair maior público aos teatros. QUESTÃO 28 Óia eu aqui de novo xaxando Óia eu aqui de novo para xaxar Vou mostrar pr’esses cabras Que eu ainda dou no couro Isso é um desaforo Que eu não posso levar Que eu aqui de novo cantando Que eu aqui de novo xaxando Óia eu aqui de novo mostrando Como se deve xaxar Vem cá morena linda Vestida de chita Você é a mais bonita Desse meu lugar Vai, chama Maria, chama Luzia Vai, chama Zabé, chama Raque Diz que eu tou aqui com alegria A. Barros. “Óia eu aqui de novo”. Disponível em: <www.Iuizluagonzaga.mus.br>. Acesso em: 05 maio 2013 (fragmento). A letra da canção de Antônio de Barros manifesta aspectos do reper- tório linguístico e cultural do Brasil. A alternativa que melhor comprova essa ideia é: A “Que eu não posso levar” B “Você é a mais bonita” C “Vou mostrar pr’esses cabras” D “Desse meu lugar” E “Diz que eu tou aqui com alegria” s20enem18-Prova 1.indd 9 20/07/2020 14:58:17 SIMULADO ENEM10 18.220 QUESTÃO 29 14 coisas que você não deve jogar na privada Nem no ralo. Elas poluem rios, lagos e mares, o que contamina o ambiente e os animais. Também deixa mais difícil obter a água que nós mesmos usaremos. Alguns produtos podem causar entupimentos: • cotonete e fio dental; • medicamento e preservativo; • óleo de cozinha; • ponta de cigarro; • poeira de varrição de casa; • fio de cabelo e pelo de animais; • tinta que nãoseja à base de água; • querosene, gasolina, solvente, tíner. Jogue esses produtos no lixo comum. Alguns deles, como óleo de cozinha, medicamento e tinta, podem ser levados a pontos de cole- ta especiais, que darão a destinação final adequada. Adaptado de M. Morgado; Emasa. “Manual de etiqueta”. Planeta Sustentável, jul.-ago./2013. O texto tem finalidade pedagógica. Para tanto, ele explora: A a informação por meio da denotação. B análise crítica pelo uso de linguagem subjetiva. C título abstrato para chamar a atenção ao corpo do texto. D o uso de listagem, comum em bulas, receitas e resumos. E a linguagem técnica para sistematizar ideias. QUESTÃO 30 Posso mandar por e-mail? Atualmente, é comum “disparar” currículos na internet com a expectativa de alcançar o maior número possível de selecionadores. Essa, no entanto, é uma ideia equivocada: é preciso saber quem vai receber seu currículo e se a vaga é realmente indicada para seu perfil, sob o risco de estar “queimando o filme” com um futuro empregador. Ao enviar o currículo por e-mail, tente saber quem vai recebê-lo e faça um texto sucinto de apresentação, com a sugestão a seguir: Assunto: Currículo para a vaga de gerente de marketing Mensagem: Boa tarde. Meu nome é José da Silva e gostaria de me candidatar à vaga de gerente de marketing. Meu currículo segue anexo. Adaptado de Guia da língua 2010: modelos e técnicas. Língua Portuguesa, 2010. O texto integra um guia de modelos e técnicas de elaboração de textos e cumpre a função social de: A maximizar o uso e a adequação do e-mail. B indicar um modelo preciso e definitivo de texto de e-mail. C diminuir o desemprego por meio do uso eficiente do e-mail. D responder a uma pergunta de um assinante sobre o uso do e-mail. E orientar sobre as preferências dos selecionadores de currículos. QUESTÃO 31 Hepatite é assim. Algumas maneiras de se prevenir: • Vacine-se contra as hepatites A e B. • Use água tratada e siga sempre as recomendações quanto à res- trição de banhos em locais públicos e ao uso de desinfetantes em piscinas. • Lave SEMPRE bem os alimentos como frutas, verduras e legumes. • Lave SEMPRE bem as mãos após usar o toalete e antes de se ali- mentar. • Ao usar agulhas e seringas, certifique-se da higiene do local e de todos os acessórios. • Certifique-se de que seu médico ou profissional da saúde esteja usando a proteção necessária, como luvas e máscaras, quando houver a possibilidade de contato de sangue ou secreções contaminadas com o vírus. Disponível em: <http://farm5.static.flickr.com>. Acesso em: 26 out. 2011 (adaptado). Nas peças publicitárias, vários recursos verbais e não verbais são usados com o objetivo de atingir o público-alvo. No texto em questão observa-se: A mensagem redigida por profissional especializado em medicina. B recurso lúdico empregado como abordagem pedagógica e infor- mativa. C construção coloquial que simula a relação médico/paciente. D uso de linguagem poética e metafórica para ampliar a mensagem. E linguagem subjetiva, notadamente, sobre as maneiras de prevenção. QUESTÃO 32 TEXTO I Seis estados zeram fila de espera para transplante da córnea Seis estados brasileiros aproveitaram o aumento no número de doadores e de transplantes feitos no primeiro semestre de 2012 no país e entraram para uma lista privilegiada: a de não ter mais pacientes esperando por uma córnea. Até julho desse ano, Acre, Distrito Federal, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Norte e São Paulo eliminaram a lista de espera no trans- plante de córneas, de acordo com balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, no Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos. Em 2011, só São Paulo e Rio Grande do Norte conseguiram zerar essa fila. TEXTO II Disponível em: <http://noticias.uol.com.br>. Acesso em: 11 ago. 2013 (adaptado). A notícia e o cartaz relacionam-se de forma: A conflitante, pois a notícia sugere a superação da necessidade de doação de órgãos. B complementar, pois enquanto uma informa, o outro apela por doa- dores. s20enem18-Prova 1.indd 10 20/07/2020 14:58:18 SIMULADO ENEM 11 18.220 C redundante, pois a notícia e o cartaz têm posicionamentos éticos distintos. D lacunar, pois a notícia fica incompleta sem o cartaz que demarca a mensagem final. E desconexa, pois ambos os textos apresentam posições distintas e contraditórias. QUESTÃO 33 O Cariri mantém uma das mais ricas tradições da cultura popular. É a literatura de cordel, que atravessa os séculos sem ser destruída pela avalanche de modernidade que invade o sertão lírico e telúrico. Na contramão do progresso, que informatizou a indústria gráfica, a Lira Nordestina, de Juazeiro do Norte, e a Academia dos Cordelistas do Crato conservam, em suas oficinas, velhas máquinas para impressão dos seus cordéis. A. Vicelmo. Disponível em: <www.onordeste.com>. Acesso em: 24 fev. 2013 (adaptado). A palavra em destaque no texto possui o sentido de: A realçar a percepção subjetiva e lírica do cordel. B divulgar a renovação dessa arte na modernidade. C opor à modernização das velhas máquinas de impressão. D depreciar a busca das origens dessa literatura popular. E demarcar a essência identitária dessa tradição popular. QUESTÃO 34 Só há uma saída para a escola se ela quiser ser mais bem-suce- dida: aceitar a mudança da língua como um fato. Isso deve significar que a escola deve aceitar qualquer forma da língua em suas atividades escritas? Não deve mais corrigir? Não! Há outra dimensão a ser considerada: de fato, no mundo real da escrita, não existe apenas um português correto, que valeria para todas as ocasiões: o estilo dos contratos não é o mesmo do dos manuais de instrução; o dos juízes do Supremo não é o mesmo do dos cordelistas; o dos editoriais dos jornais não é o mesmo do dos cadernos de cultura dos mesmos jornais. Ou do de seus colunistas. Adaptado de S. Possenti. “Gramática na cabeça”. Língua Portuguesa, ano 5, n. 67, maio/2011. O autor defende a tese de que não existe um único “português correto”. Desse modo, o uso da língua é visto como: A descarte das marcas de informalidade do texto. B reserva do emprego da norma-padrão para os textos. C moldagem da norma-padrão ao discurso jornalístico. D adequação das formas da língua em diferentes contextos. E desprezo pela multiplicidade de abordagens linguísticas. QUESTÃO 35 A última edição deste periódico apresenta mais uma vez tema relacionado ao tratamento dado ao lixo caseiro, aquele que produzimos no dia a dia. A informação agora passa pelo problema do material jo- gado na estrada vicinal que liga o município de Rio Claro ao distrito de Ajapi. Infelizmente, no local em questão, a reportagem encontrou mais uma forma errada de destinação do lixo: material atirado ao lado da pis- ta como se isso fosse o ideal. Muitos moradores, por exemplo, retiram o lixo de suas residências e, em vez de um destino correto, procuram dispensá-lo em outras regiões. Uma situação no mínimo incômoda. Se você sai de casa para jogar o lixo em outra localidade, por que não o fazer no local ideal? É muita falta de educação achar que aquilo que não é correto para sua região possa ser para outra. A reciclagem do lixo do- méstico é um passo inteligente e de consciência. Olha o exemplo que passamos aos mais jovens! Quem aprende errado coloca em prática o errado. Um perigo! Disponível em: <http://jornaldacidade.uol.com.br>. Acesso em: 10 ago. 2012 (adaptado). Esse editorial faz uma leitura específica de uma notícia veiculada no jornal. Tal diferença traz à tona uma das funções sociais desse gênero textual, que é: A apresentar um canal de diálogo entre o leitor e os editorialistas. B chamar a atenção do leitor para temas originais e inéditos. C polemizar para conseguir maior popularidade para o jornal. D interpretar e julgar as notícias relevantes para a opinião pública. E informar, porém sem qualquer análise ou apreciação crítica. QUESTÃO 36 Disponível em: <www.porquinhodoido.com.br>. Pode-se depreenderdessa fotografia: A a conjunção disparatada das leis de trânsito. B a valorização da cidadania e da urbanidade. C que a placa azul foi feita em função da outra. D o vandalismo com as placas de trânsito. E a referência ao descumprimento de certas regras. QUESTÃO 37 Quando Deus redimiu da tirania Da mão do Faraó endurecido O Povo Hebreu amado, e esclarecido, Páscoa ficou da redenção o dia. Páscoa de flores, dia de alegria Àquele Povo foi tão afligido O dia, em que por Deus foi redimido; Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia. Pois mandado pela alta Majestade Nos remiu de tão triste cativeiro, Nos livrou de tão vil calamidade. Quem pode ser senão um verdadeiro Deus, que veio estirpar desta cidade O Faraó do povo brasileiro. D. Damasceno (Org.). Melhores poemas: Gregório de Matos. São Paulo: Globo, 2006. Com uma elaboração de linguagem e uma visão de mundo que apre- sentam princípios barrocos, o poema acima revela o uso de: A verso branco e abordagem conciliadora. B metrificação regular e idealização da Bahia. C crítica ao paganismo e uso de rima rica. D reflexão sobre Deus e estrofação original. E uso do decassílabo e visão crítica. QUESTÃO 38 Camelôs Abençoado seja o camelô dos brinquedos de tostão: O que vende balõezinhos de cor O macaquinho que trepa no coqueiro O cachorrinho que bate com o rabo s20enem18-Prova 1.indd 11 20/07/2020 14:58:19 SIMULADO ENEM12 18.220 Os homenzinhos que jogam boxe A perereca verde que de repente dá um pulo que engraçado E as canetinhas-tinteiro que jamais escreverão coisa alguma. [...] M. Bandeira. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007. O excerto do poema de Manuel Bandeira exemplifica certa tendência modernista na medida que: A realiza um inventário dos elementos lúdicos tradicionais do Brasil. B promove uma enumeração de elementos, como faziam os dadaístas. C traduz em linguagem prosaica certos costumes do interior do Brasil. D utiliza o verso livre para tematizar sobre acontecimentos cotidianos. E introduz a interlocução para a construção de uma técnica original. QUESTÃO 39 O exercício da crônica Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se ele diante de sua máquina, olha através da janela e busca fundo em sua imaginação um fato qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com as suas artimanhas peculiares, possa injetar um sangue novo. Se nada houver, resta-lhe o recurso de olhar em torno e esperar que, através de um processo associativo, surja-lhe de repente a crônica, provinda dos fatos e feitos de sua vida emocionalmente despertados pela concentração. Ou então, em última instância, recorrer ao assunto da falta de assunto, já bastante gasto, mas do qual, no ato de escrever, pode surgir o inesperado. V. Moraes. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Cia. das Letras, 1991. Predomina nesse texto a função da linguagem que se constitui: A nos percalços de se escrever uma crônica por meio de uma crônica. B nos elementos utilizados para a construção de uma crônica. C nos assuntos que podem ser tratados em uma crônica. D no dia a dia do cronista e no processo de escrita cotidiano. E nas diferenças entre as personagens da crônica e da ficção. QUESTÃO 40 TEXTO I Tarsila do Amaral, Operários (1933). Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br>. TEXTO II A partir da década de 1930, a vida de Tarsila modifica-se bastante. No primeiro ano da década separa-se de Oswald. Na mesma época, ocu- pa, por um curto período, a direção da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp). Viaja para a União Soviética no ano seguinte e expõe em Moscou. A partir de 1933, seu trabalho ganha uma aparência mais realista. Influenciada pela mobilização socialista, pinta quadros como Operários e 2a Classe, preocupados com as mazelas sociais. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br>. O texto II funciona, em relação ao texto I, como: A uma justificativa de Tarsila para o desenvolvimento de sua obra. B um juízo acrítico e pouco técnico, uma espécie de sinopse. C a explicação da luta pelas mulheres nos grandes centros urbanos. D elucidação das fontes ideológicas das escolhas pictóricas de Tarsila. E referências biográficas que visam historiar gostos pessoais de Tarsila. QUESTÃO 41 Observe a imagem a seguir. Jean-Baptiste Debret, Uma senhora brasileira em seu lar. c. 1823. Disponível em: <https://enciclopedia.itaucultural.org.br>. O quadro feito pelo pintor francês Jean-Baptiste Debret, ilustra a sociedade: A por meio da exaltação de eventos sociais, festas e costumes roti- neiros. B por um estilo exagerado, de corte expressionista, para tematizar o cotidiano. C por um estilo sóbrio, comprometido com a descrição de cenas rotineiras. D sincrética e sem hierarquia, por meio de linhas e traços realistas. E ao representar um evento cotidiano pela técnica impressionista. QUESTÃO 42 TEXTO I Terra em Transe [cartaz]. 1967. Disponível em: <https://enciclopedia.itaucultural.org.br>. TEXTO II Glauber Rocha traduz, de modo explícito, a célebre formulação do poeta russo Vladimir Maiakóvski (1893-1930): “não existe arte revolucionária sem forma revolucionária”. O diretor é reconhecido por se apropriar de s20enem18-Prova 1.indd 12 20/07/2020 14:58:20 SIMULADO ENEM 13 18.220 inovações formais do cinema moderno europeu para filmar a realidade dos chamados “países subdesenvolvidos”. O uso da câmera na mão, a montagem descontínua, a teatralização do espaço e da encenação, a presença cênica da natureza, o improviso dos atores, são alguns dos recursos formais utilizados. Eles se incorporam às manifestações da cultura popular, sobretudo as religiosas, e às alegorias políticas, distan- ciando os filmes do cinema comercial. “Glauber Rocha”. In: Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br>. De acordo com os textos, sobre o cinema de Glauber Rocha, é possível afirmar que: A produz com poucos recursos metáforas de cunho sociopolítico, com atenção à cultura popular. B questiona o cinema comercial por meio de técnicas próprias voltada para o mercado americano e europeu. C se alinha aos acontecimentos políticos de 1964 por meio de uma visão pacificadora e aberta para a conciliação. D defende uma arte revolucionária fundamentada nas técnicas dos cinemas americano e, principalmente, francês. E favorece o uso de tecnologias de ponta com o intuito de renovar a cinematografia brasileira. QUESTÃO 43 Máscara senufo. Mali. Madeira e fibra vegetal. Acervo do MAE/USP. As formas plásticas nas produções africanas conduziram artistas moder- nos do início do século XX, como Pablo Picasso, a algumas proposições artísticas denominadas vanguardas. A máscara remete: A ao surrealismo, conforme o apelo ao onírico. B ao cubismo, pela síntese das formas. C ao futurismo, pela valorização da velocidade. D ao expressionismo, pelo exagero das formas. E à arte pop, pela facilidade de reprodução dos originais. QUESTÃO 44 Edvard Munch, Perto do leito da morte (febre). 1915. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org>. O quadro anterior, do pintor norueguês Edvard Munch, representa um exemplo de uma tendência que primava por: A executar efeitos pictóricos para anular a perspectiva. B colocar a mulher como temática central da obra. C distribuir proporcionalmente os elementos pictóricos. D buscar um traçado de natureza realista/naturalista. E realçar as cores em detrimento à realidade objetiva. QUESTÃO 45 Uso de suplementos alimentares por adolescentes Evidências médicas sugeremque a suplementação alimentar pode ser benéfica para um pequeno grupo de pessoas, aí incluídos atletas competitivos, cuja dieta não seja balanceada. Tem-se observado que adolescentes envolvidos em atividade física ou atlética estão usando cada vez mais tais suplementos. A prevalência desse uso varia entre os tipos de esportes, aspectos culturais, faixas etárias (mais comum em adolescentes) e sexo (maior prevalência em homens). Poucos estudos se referem à frequência, tipo e quantidade de suplementos usados, mas parece ser comum que as doses recomendadas sejam excedidas. A mídia é um dos importantes estímulos ao uso de suplementos alimentares ao veicular, por exemplo, o mito do corpo ideal. Em 2001, a in- dústria de suplementos alimentares investiu globalmente US$ 46 bilhões em propaganda, como meio de persuadir potenciais consumidores a ad- quirir seus produtos. Na adolescência, período de autoafirmação, muitos deles não medem esforços para atingir tal objetivo. C. Alves; R. J. Lima. Pediatr. v. 85, n. 4, 2009 (fragmento). Depreende-se do texto que: A as atividades físicas são benéficas para a saúde e devem ser feitas regularmente. B a indústria explora a ideia de um corpo ideal e investe amplamente em mídia. C a musculação é uma das atividades mais importantes para o sistema imunológico. D alguns distúrbios metabólicos cessam com atividades físicas específicas. E os suplementos alimentares são responsáveis pela dieta rica dos adolescentes. PROPOSTA DE REDAÇÃO Instruç õ es: • O rascunho da redaç ã o deve ser feito no espaç o apropriado. • O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. • A redaç ã o que apresentar có pia dos textos da Proposta de Redaç ã o ou do Caderno de Questõ es terá o nú mero de linhas copiadas descon- siderado para efeito de correç ã o. Receberá nota zero, em qualquer das situaç õ es expressas a seguir, a redaç ã o que: • tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”. • fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. • apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos hu- manos. • apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto. TEXTO I O trabalho infantil no Brasil é um dos problemas sociais existen- tes no país em questão. Mais de 2,7 milhões de jovens entre 5 e 17 anos de idade trabalham no país, sendo 79 mil crianças de 5 a 9 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes a 2015, apesar da lei estabelecer 16 anos como a idade mí- nima para o ingresso no mercado de trabalho e 14 para trabalhar na condição de aprendiz. Cerca de 30% da mão de obra infantil está concentrada no setor agrícola e 60% concentrada nas regiões Norte e Nordeste, em um per- fil que abrange 65% de crianças negras e 70% de meninos. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a pobreza é uma das prin- cipais causas do trabalho infantil no mundo, e no Brasil não é diferente. Crianças são forçadas a trabalhar a fim de ajudar na geração de renda familiar, deixando de lado os estudos e vida social. [...] Wikipedia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org>. s20enem18-Prova 1.indd 13 20/07/2020 14:58:20 SIMULADO ENEM14 18.220 TEXTO II Trabalho infantil no Brasil 59,2%2,4 milhões 40,8% área urbana de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos trabalham no Brasil As regiões Nordeste e Sudeste registram as maiores taxas de ocupação, O número de meninos em situação de trabalho infantil é quase o dobro do de meninas trabalhadoras 1,6 milhão = 64,9% 94,2% do trabalho infantil doméstico é realizado por meninas Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PnadC), 2016. 840 mil = 35,1% 1,94 milhão entre 14 e 17 anos área rural respectivamente e do total28,8%33% Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilios (PnadC), 2016. Disponível em: <https://www.chegadetrabalhoinfantil.org.br>. TEXTO III Disponível em: <https://exame.abril.com.br>. TEXTO IV Uma breve abordagem do trabalho infantil O trabalho infantil é um dos desafios sociais que são enfrentados no Brasil, sendo que esse problema está presente na grande maioria dos países subdesenvolvidos e vem se agravando com o processo da globalização. Milhares de crianças se submetem a serviços desgas- tantes em troca de alguns trocados e pratos de comida sendo que o trabalho infantil não é executado apenas por crianças carentes. Alguns fazendeiros a fim de reduzirem seus gastos e aumen- tarem seus lucros, contratam os serviços de menores porque ofe- recem mão de obra barata, porém, o trabalho infantil não é apenas uma realidade do campo. Nas grandes metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro é comum a presença de crianças e adolescentes em cruzamentos vendendo balas e objetos de pequeno valor, que a primeira imagem é de meninos e me- ninas de rua pedindo dinheiro nos semáforos, furtando ou cheirando cola para fugir da dura realidade que vivem, existem também trabalhos que atingem a saúde e o estado emocional da criança em atividades ilícitas como o tráfico de drogas, tráfico de pessoas, prostituição e outras práti- cas criminosas. Não é à toa que esse assunto vem adquirindo indignação nacional e internacional. Débora Fernanda Vieira Lima; Glauco Robson Barbosa Alves Júnior. “Trabalho Infantil no Brasil”. Disponível em: <http://revistaunar.com.br>. A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimen- tos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo- -argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Desafios para a erradicação do trabalho infantil no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 46 a 90 QUESTÃO 46 Analise os mapas. João Pessoa Recife Fortaleza cidades eixos rios receptores obras em execução obras em projeto açudes adutoras futuras N Barragem do Sobradinho Petrolina Juazeiro Barragem do Itaparica Juazeiro do Norte João Pessoa Campina Grande Campina Grande Eixo leste Eixo norte Petrolina SalgueiroSalgueiro CabrobóCabrobó Juazeiro Barragem de Itaparica Juazeiro do Norte Rio Jaguaribe Rio Piranhas Recife Fortaleza Canal existente Rio MocotóBarragem de Sobradinho Rio Ap odi Rio Paraíba MossoróMossoró Sousa Rio Brígida NatalNatal adutoras Eixo leste Eixo norte Rio Jaguaribe Rio Piranhas Rio Mocotó Rio Ap odi Rio Paraíba Sousa Rio Brígida MaceióMaceió PenedoPenedo <www.ecodebate.com.br> N 1 10 3 2 4 5 8 7 9 11 12 66 <https://clebinho.pro.br> É possível relacionar ambos os mapas a uma obra que, desde o seu início, suscita intenso debate. Trata-se do(a): A desenvolvimento de projetos energéticos na bacia hidrográfica 5. B transposição do principal rio da bacia hidrográfica 6. C instalação de parques de energia eólica nas bacias hidrográficas 3, 4 e 5, já que o Nordeste é a região de maior potencial de geração desse tipo de eletricidade no país. D usina hidrelétrica de Sobradinho para os projetos de irrigação de fruticultura na bacia hidrográfica 6. E construção da hidrelétrica de Belo Monte no Rio São Francisco, na bacia hidrográfica 6. QUESTÃO 47 Embora relutante em mudar, o tradicionalista pode adaptar-se a novas circunstâncias se elas não ameaçarem sua vida ou meios de vida. Ao contrário do autoritário, que é emocionalmente isolado e hostil ao comportamento espontâneo e expressivo, o tradicionalista enfatiza os valores de dignidade pessoal e de fruição da vida no ritual e na arte folclórica indígenas, [bem como o] de uma vida familiar forte – uma resposta que afirma a vida face ao comercialismo e a anomia invasivos da sociedade industrial. Daniel Burston. The legacy of Erich Fromm. London: Harvard University Press, 1991. p. 113. Tradução. s20enem18-Prova1.indd 14 20/07/2020 14:58:20 SIMULADO ENEM 15 18.220 O texto apresentado remete à diferença entre o que a sociologia clás- sica convencionou denominar comunidade e sociedade. Com base no excerto e em seus conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar: A As associações comunitárias, típicas de sociedades industriais, são caracterizadas pelos laços afetivos espontâneos entre indivíduos. B A valorização do folclore e do ritual é característica exclusiva dos regimes autoritários, devendo ser olhada com desconfiança por aqueles que defendem a democracia. C As associações societárias são aquelas que melhor propiciam con- dições para uma valorização da autoridade tradicional. D As formas de relação social predominantes em determinado grupo são condicionadas pela adaptação às suas condições de subsistência. E O autoritarismo defende a instauração da anomia social, visto que considera as relações societárias – sobretudo o comércio – como mais importantes do que o comportamento expressivo e espontâneo. QUESTÃO 48 Vou-me embora para Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que quero Na cama que escolherei Vou-me embora para Pasárgada Manuel Bandeira. ”Vou-me embora para Pasárgada”. In: Vou-me embora para Pasárgada e outros poemas. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997. O reino imaginário de Pasárgada e os privilégios dos amigos do rei po- dem ser comparados à situação da nobreza europeia com a formação das Monarquias Nacionais Modernas. A razão fundamental do apoio que essa nobreza forneceu ao rei no intuito de manter-se “amiga” des- te, conservando inúmeros privilégios, pode ser explicada pela: A composição de um corpo burocrático que absorve a nobreza, tor- nando esse segmento autônomo em relação às atividades agríco- las que são assumidas pelo capital mercantil. B subordinação dos negócios da burguesia emergente aos interes- ses da nobreza fundiária, obstaculizando o desenvolvimento das atividades comerciais. C manutenção de forças militares locais, que atuaram como verdadei- ras milícias aristocráticas na repressão aos levantes camponeses. D repressão que as monarquias empreenderiam às revoltas campo- nesas, restabelecendo a ordem no meio rural em proveito da aris- tocracia agrária. E associação rei e burguesia, que impedia qualquer aproximação com a nobreza feudal nesse momento em decadência. QUESTÃO 49 São Luís N BRASILBRASIL MARANHÃOMARANHÃO <www.researchgate.net> Apesar de apresentar, junto com Alagoas e Piauí, os piores indicadores sociais do Brasil, como altas taxas de desemprego, subemprego e in- formalidade, subnutrição e doenças ligadas à falta de saneamento bá- sico, o Maranhão vem crescendo economicamente desde 1990. Uma das atividades responsáveis por esse avanço é: A o cultivo intensivo do babaçu, cujos cocos fornecem importante biodiesel, e da carnaúba. B a modernização das antigas salinas, para concorrer com o Rio Grande do Norte na produção nacional de sal de cozinha. C a introdução do algodão arbóreo, de maior produtividade que o herbáceo. D a formação de um complexo siderúrgico interligado à extração de ferro da serra dos Carajás. E a produção de soja nas áreas antes ocupadas pela mata dos cocais (Matopiba ou Mapitoba). QUESTÃO 50 TEXTO I As condições políticas do Egito haviam começado, nessa época, a in- fluir de forma duradoura na religião egípcia. Graças aos feitos guerrei- ros do grande conquistador Tutmés III, o Egito se tornara uma potên- cia mundial; o império passou a incluir a Núbia, ao sul, a Palestina, ao norte, e também a Síria e parte da Mesopotâmia. Esse imperialismo refletia-se na religião como universalismo e monoteísmo. Sigmund Freud. [1937-1938]. “Moisés e o monoteísmo: três ensaios.” In: Obras completas, volume 19. São Paulo: Cia. Das Letras, 2018. p. 33. TEXTO II O Javé israelítico era primeiramente o deus sentado na montanha, o deus das tempestades e catástrofes naturais, que, com trovoadas e nuvens, entrava na guerra para auxiliar os heróis, o deus da Aliança da confederação guerreira e conquistadora cuja associação estava contra- tualmente colocada sob sua proteção por intermédio dos sacerdotes. [...] Eis por que ele era e permaneceu primeiramente e antes de tudo o deus do extraordinário: do destino guerreiro, do seu povo. Mas como este povo não podia criar um império mundial, e portanto permanecera apenas um pequeno Estado em meio a potências mundiais, acabando por sucumbir-lhes, ele só podia tornar-se um “deus mundial” na quali- dade de condutor supramundano do destino, em cujos olhos seu pró- prio povo escolhido não tinha outra significação além da de criatura, e ora era abençoado, ora rejeitado, de acordo com seu comportamento. Max Weber. [1915-1917]. Ética econômica das religiões mundiais: ensaios comparados de sociologia da religião. Volume 1: Confucionismo e taoísmo. Petrópolis: Editora Vozes, 2016. p. 96-97. Os textos apresentados abordam duas ocorrências históricas do mo- noteísmo na Antiguidade – a crença em Aton, no Egito de Akhenaton, e a crença israelita, em Javé. Acerca da relação entre religião e política, é possível dizer que ambos os excertos partilham da concepção socio- lógica segundo a qual: A apenas quando existe a crença em um deus universal, o povo que crê nele torna-se capaz de alçar-se à posição de potência mundial, incorporando novas terras. B a extensão do poder de um deus corresponde às pretensões e possibilidades políticas reais dos povos que as originam. C quando um povo se organiza como um Estado fraco, ele desenvol- ve a crença em um deus forte, para compensar pelas debilidades reais de sua instituição política. D a esfera política tem primazia sobre a esfera religiosa: assim, no in- tercâmbio entre humanos e deuses, um povo é sempre mais forte do que suas deidades, e por isso pode escolher livremente quando será abençoado e quando será rejeitado pelos desígnios divinos. E o monoteísmo é reflexo de condições políticas particulares, sendo que a formação de um Estado forte ou de um império é condição necessária para a consolidação desse tipo de crença. QUESTÃO 51 Para Hume, portanto, a causalidade resulta apenas de uma regula- ridade ou repetição em nossa experiência de uma conjunção constante entre fenômenos que, por força do hábito acabamos por projetar na realidade, tratando-a como se fosse algo existente. É nesse sentido s20enem18-Prova 1.indd 15 20/07/2020 14:58:21 SIMULADO ENEM16 18.220 que pode ser dito que a causalidade é uma forma nossa de perceber o real, uma ideia derivada da reflexão sobre as operações de nossa pró- pria mente, e não uma conexão necessária entre causa e efeito, uma característica do mundo natural. Danilo Marcondes. Iniciação à história da Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997. p. 183. Segundo Hume, é correto afirmar sobre a relação de causa e efeito que: A é impossível obter conhecimento sobre a relação de causa e efeito entre os fenômenos. B o princípio de causalidade não tem fundamentação racional, pois é fundado no hábito. C os efeitos podem ser conhecidos a priori pela razão pura a partir das ideias inatas. D a causa revela em si mesma e independentemente da experiência os efeitos que é capaz de produzir. E o conhecimento das causas é deduzido pela razão e confirmado pela experiência. QUESTÃO 52 Os poemas a seguir são de autores desconhecidos e foram escri- tos no início do século XIV: I Serena mãe virgem Serena mãe virgem, Escute esta oração; Proteja-me da vergonha E de Satanás; Pelo amor de sua criança Salve-me da traição; Eu estava louco e selvagem; E agora estou em cativeiro. Você é bela e nobre E cheia de doçura; De você veio o belo, O soberano criador. Virgem, eu te suplico Por sua santa ajuda; Seja gentil e calma comigo Pelo seu amor
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