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INTRODUÇÃO AO PROJETO ARQUITETÔNICO Vanessa Scopel Plástica Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer a linha e o plano como elementos de estruturação espacial. � Identificar o desenho como expressão criativa. � Justificar a utilização das cores. Introdução A arquitetura é uma área complexa que requer conhecimentos sobre vários aspectos, desde os elementos primários para a formação de volumes arqui- tetônicos até as formas de expressão e representação gráfica. A plástica está relacionada à compreensão das formas arquitetônicas, uma expressão criativa denotada pelo desenho, que transmite emoções por intermédio das cores. Neste capítulo, você conhecerá os elementos básicos da estruturação da arquitetura, compreendendo a importância do desenho como uma forma de expressão de ideias e intenções. Elementos de estruturação espacial Pode-se compreender a arquitetura como o resultado de uma edificação que foi construída com o objetivo de criar espaços ordenados e organizados para determinada finalidade, atendendo às necessidades dos usuários. Durante o processo projetual, é de extrema importância expressar-se por meio da arte plástica. Essa expressão de ideias e intenções é de grande valia para a solução de problemas específicos, que serão resolvidos a partir de soluções plásticas condizentes com a realidade de cada caso, com o objetivo de cada ambiente e com a intenção de uso de cada material. Nesse sentido, pode-se afirmar que cada intenção plástica de cada projeto ou obra é o que, de fato, diferencia a boa arquitetura de uma construção qualquer. A plástica refere-se tanto à compreensão das formas arquitetônicas, que surgem de pontos, linhas e planos, quanto às expressões de intenções demonstradas pelos meios de expressão que ressaltam traços, cores, texturas e materiais. Sempre que projetamos, traçamos ou esboçamos algo, o conteúdo visual dessa comunicação é composto por uma série de elementos visuais. Esses elementos constituem a substância básica daquilo que vemos. São muitos os pontos de vista a partir dos quais podemos analisar qualquer manifestação visual, mas um dos mais reveladores está na decomposição dos elementos que a constituem para que possamos compreender melhor o todo. Tanto o ponto, como a linha e o plano são elementos conceituais que con- seguimos visualizar em nossas mentes. Para Ching (2013), podemos perceber um ponto no encontro de duas retas, uma reta marcando o contorno de um plano, um plano delimitando um volume e o volume de um objeto que ocupa um espaço (Figura 1). Quando são visíveis aos olhos, no papel ou no espaço tridimensional, esses elementos se formam com características de matéria, tamanho, cor e textura. À medida que experimentamos essas formas nos ambientes, devemos ser capazes de perceber em sua estrutura a existência dos elementos primários do ponto, da reta e do plano. Figura 1. O ponto percebido no espaço. Fonte: Ching (2013, p. 4). O ponto é a menor parte de uma composição visual, tornando-se o centro de atração visual da composição. Um ponto não apresenta comprimento, profundidade ou largura. Ele marca uma posição no espaço, mas é estático e sem direção. Assim, um ponto pode servir para marcar: duas extremidades de uma reta; interseção de duas retas; encontro de retas na quina de um plano, ou o volume, ou o centro de um campo. Mesmo que o ponto não tenha uma forma, ele começa a ser percebido quando está situado dentro de um campo visual. Quando está posicionado em Plástica2 um espaço, ele passa a organizar seus elementos circundantes, tornando-se uma referência. Veja exemplos de formas geradas por pontos na Figura 2. Figura 2. Exemplos de formas geradas por pontos. Fonte: Ching (2013, p. 5). 3Plástica Segundo Ching (2013), um ponto em planta, quando projetado verticalmente no espaço, ou seja, quando transformado em uma torre, coluna ou obelisco, pode marcar visualmente uma posição, destacando-se na paisagem urbana. Para formar uma linha é preciso que existam dois pontos no espaço que sejam unidos. Segundo Ching (2013): “[...] dois pontos estabelecidos no espaço por colunas ou formas centralizadas podem definir um eixo, um recurso or- denador utilizado ao longo da história para organizar as formas e os espaços edificados”. Considerando que a ligação de dois pontos no espaço ou de que um ponto estendido caracteriza uma linha, podemos constatar que a linha tem com- primento, mas, assim como o ponto, ela não tem largura ou profundidade (Figura 3). Enquanto um ponto é estático, uma linha é capaz de expressar visualmente direção, movimento e crescimento. Assim, a reta é considerada um elemento de fundamental importância na formação de qualquer construção visual, utilizada para “unir, conectar, sustentar, circundar ou interseccionar outros elementos visuais, descrever as arestas dos planos e dar formato a elas e destacar as superfícies dos planos” (CHING, 2013, p. 8). Figura 3. Exemplo de formação de uma linha. Fonte: Ching (2013, p. 6). Como uma linha apresenta apenas uma dimensão, sua representação deve conter alguma espessura, a fim de torná-la visível. Uma linha é reconhecida pelo fato de seu comprimento dominar sua largura. Para formar um plano, é preciso que haja duas linhas paralelas. Conforme destaca Ching (2013), quanto mais próximas essas linhas estiverem entre si, mais forte será a sensação de plano criada por elas. Portanto, o plano apresenta uma altura e um comprimento, porém ainda não tem profundidade (Figura 4). Plástica4 O formato constitui a principal característica identificadora de um plano. Ele é determinado pelo traçado da linha que forma os limites do plano. Uma vez que nossa percepção dos formatos é distorcida pelo escorço da perspectiva, somente vemos o formato verdadeiro de um plano quando o observamos de frente. As propriedades complementares de um plano – sua cor, padrão e textura superficiais – afetam seu peso e sua estabilidade visuais (CHING, 2013, p. 18). Figura 4. Exemplo da formação de um plano. Fonte: Ching (2013, p. 18). Na composição de uma construção visual, o plano serve para definir os limites ou as fronteiras de um volume. Como a arquitetura é uma arte visual que se ocupa especificamente da formação de elementos tridimensionais – volumes de massa ou espaço –, o plano, formado por linhas, pode ser considerado um importante elemento-chave no vocabulário do projeto de arquitetura. Percebe-se que os elementos de estruturação espacial resultam do elemento primário que é o ponto, ou seja, para haver uma linha é preciso que exista mais de um ponto. Da mesma forma, para se ter um plano, é necessário que haja duas linhas paralelas. A partir dessa formação é que surgem as mais diversas formas de composição visual na arquitetura. 5Plástica O desenho como expressão criativa Conforme o dicionário, a palavra desenho pode ser entendida como uma representação de objetos, figuras ou paisagens. Independentemente da maneira como o desenho se manifesta, sua importância, em grande parte, deve-se ao seu objetivo de comunicar. Morais (2012) afirma que: “[...] a palavra desenho em sua originalidade tem vínculo com a palavra desígnio, que significa, vontade de desenvolver alguma coisa; que demonstra intenção”. O desenho é uma forma de comunicação utilizada por todo o mundo, adaptada a diferentes culturas. A comunicação por meio de desenhos é uma linguagem que acompanha os homens desde a pré-história, quando deixavam seus registros nas cavernas como um meio de expressão (Figura 5). Esses desenhos se tornaram objeto de grande importância para os estudos sobre linguagem e comportamento humano, pois relatam a história de vida e os costumes da época. Figura 5. Arte rupestre - registros iconográficos na pedra. Fonte: EcoPrint/Shutterstock.com. Plástica6 O desenho é a forma de comunicação mais antiga, manifestada antes mesmo das palavras. As civilizaçõesda antiguidade faziam figuras que podiam ser vistas ao mesmo tempo de perfil ou de frente, variando o tamanho de acordo com a importância do que era representado. Existem muitos registros de imagens humanas, traços cheios de simbolismo e formas estranhas. Com o passar do tempo, as progressões dos desenhos passaram a ser mais realistas e de fácil percepção. Observa-se que, na pré-história, o desenho era um meio utilizado para o homem da época se comunicar, contar histórias e, principalmente, sobreviver. Era por meio desses símbolos que a raça humana passava para as gerações seguintes as informações sobre como viviam, se alimentavam e se protegiam dos riscos existentes. Segundo Smith (1996), a noção de reentrância e saliência nas imagens só começou a ser explorada na civilização grega. Já a perspectiva, semelhante a que nos referimos hoje em dia, foi demonstrada pela primeira vez em Florença, no início do século XV (1413), por Filippo Brunelleschi. Conforme Junqueira Filho (2005, p. 5), “[...] o desenho é um meio pelo qual o homem pode expressar seus sentimentos, sendo capaz de comunicar-se”. Podemos afirmar que o desenho é a arte que compartilha emoções, e sempre foi uma forma de comunicação. O desenho possui características e singulari- dades que se referem à cultura de cada sociedade, mas, independentemente de suas particularidades e métodos, é uma linguagem universal. Junqueira Filho (2005 apud HANAUER, 2011) ressalta que o desenho é uma técnica, assim como a escrita, ou seja, com normas próprias e estruturas de funcionamento. O ato de desenhar nada mais é do que produzir um sentido por meio de uma representação. Foram os seres humanos que inventaram o desenho e, ao fazê-lo, puderam dizer algo de si por meio de imagens, puderam se ver representados graficamente em aspectos de sua humanidade; deixaram-se em marcas que contribuíram para a produção de sua humanidade, de sua história; que contribuíram para a demarcação, comunicação e significação de sua passagem pela vida, pelo planeta Terra, pelo mundo (JUNQUEIRA FILHO, 2005, p. 54 apud HA- NAUER, 2011, p. 3). Alguns autores consideram o desenho como um signo, representado por formas, linhas e traços que demonstram e fazem transparecer intenções por meio da representação gráfica. Conforme Derdyk (1990, p. 101 apud HA- 7Plástica NAUER, 2011, p. 4), “[...] o signo gráfico é resultante de uma ação carregada de uma intencionalidade, ainda não totalmente expressa. O olho, expectador dessa conversa entre a mão, o gesto e o instrumento, percebe formas”. A ação de desenhar se manifesta a partir da proposição de traços sobre uma base, e esses traços, juntos, transformam-se em planos e formas. O ato de produzir um desenho é bastante complexo, e pode ser considerado como uma tarefa que envolve não somente uma técnica, mas também os pensamentos e sentimentos de quem está desenhando e expressando suas ideias. Por propor- cionar e desencadear sensações, envolver pensamentos e intenções, o desenho, como meio de expressão, pode ser considerado uma linguagem da arte. Assim como as linguagens escrita e falada, a linguagem gráfica (do dese- nho) também possui uma gramática para poder ser bem entendida. Enquanto nas duas primeiras o meio de comunicação é composto pelas palavras, em suas mais variadas línguas, na linguagem gráfica esse meio é o desenho, forma de expressão universal cuja compreensão independe do idioma falado e escrito. Durante o processo projetual, o projetista utiliza linguagens para representar e documentar suas intenções. A representação visual da forma tem no desenho (e na construção de modelos) seu principal meio de comuni- cação. A linguagem gráfica está presente tanto como instrumento auxiliar na concepção do projeto, como de tradução das soluções geradas pelo projetista (CARDOSO, 2006, p. 10). Pode-se dizer que o desenho, por ser um modo de expressão criativa, está muito além dos riscos e traços, pois a ação de desenhar resulta em uma intenção, um propósito. “Um projeto cujo desenho é antes de tudo síntese entre ideia e coisa” (ARGAN, 1991, p. 25). A expressão gráfica por meio dos desenhos faz com que sua comunicação seja imediata. Portanto, o desenvolvimento do conhecimento de técnicas que contribuam para a fluência dessa linguagem é fundamental, principalmente para aqueles que utilizam primordialmente o desenho como forma de comunicação. No campo da arquitetura e da engenharia, o desenho desempenha o papel fundamental de servir como elo entre o criador, o projetista e aquele a quem a criação se destina. Apenas com uma linguagem gráfica adequada e clara que atinja os objetivos de comunicar o que está sendo proposto, é possível aos usuários interagirem nesse processo de expressão criativa. Nesse sentido, o desenho ajuda a esclarecer, ordenar e estruturar as ideias – e, a partir disso, encontra-se o ponto de partida para a materialização do projeto. De modo geral, o croqui não representa uma ideia concretizada, mas uma experiência intimista de descoberta e experimentação. Plástica8 Por ser a primeira e a mais pura forma de expressão projetual, o desenho traz uma abordagem cativante e lúdica, que facilita a fluidez das ideias e que vai, aos poucos, dando forma a um leque de diretrizes, sem engessar uma forma ou uma ideia. Além de ser uma linguagem universal, sua rapidez e facilidade de comuni- cação favorecem o entendimento de uma forma inexistente, iniciando o processo do desenvolvimento formal. O desenho livre não exige nível de detalhamento, abrindo espaço para novas soluções e deixando livre a ideia em si (Figura 6). Figura 6. Catedral de Brasília. a) Croqui elaborado por Oscar Niemeyer. b) Edificação construída. Fonte: robert napiorkowski/Shutterstock.com (imagem b). 9Plástica Portanto, a expressão gráfica desenvolvida a partir dos desenhos pode ser considerada como a ciência fundamental para o desenvolvimento do pensa- mento arquitetônico e para a pesquisa da forma, acompanhando o criador desde a fase de concepção até as fases finais de execução. As cores na arquitetura A cor é um fator que está relacionado diretamente à luz. Sua definição a partir da física é a seguinte: “impressão variável que a luz refletida pelos corpos produz no órgão da vista” (MICHAELIS, 2011). Segundo Pedrosa (2002), a cor não tem existência material, é apenas uma sensação produzida por certas organizações nervosas sob a ação da luz. A partir dessas definições, entende-se que a cor está condicionada à luz, que age como estímulo, e ao olho humano, que recebe esse estímulo e o transforma em cor. A cor é utilizada há muito tempo e, para Goldmann (1964), seu emprego teve início há mais de 150 mil anos, quando o homem da idade do gelo sepultava os mortos nos ritos da cor vermelha e pintava os ossos da mesma cor. As cores sempre estiveram presentes, desde os tempos mais remotos. No início, com poucos tons, eram utilizadas o preto do carvão, os marrons e os amarelos da terra e o vermelho do sangue, colaborando com as representações e os ritos dos povos. Aos poucos, as variações foram se desenvolvendo, e novas cores surgiram juntamente com a evolução da humanidade. Conforme Farina (1990, p. 49), “[...] a cor exerce uma ação tríplice: a de impressionar, a de expressar e a de construir”. Golding e White (1997) afirmam que: “[...] desde a antiguidade, cientistas, filósofos, artistas e estudiosos da arte, defendem que a cor tem um forte poder de influência no comportamento dos seres humanos”. A cor apresenta aspectos estéticos e psicológicos que demonstram sua importância na vida das pessoas. Kwallek (1996) diz que, se a cor for corretamente aplicada, interage positivamente; se for inadequada, pode provocar cansaço visual, desconforto, estimular o estresse, entre outras possíveis consequências. É notório que o uso das cores pode afetar as pessoas nos âmbitos psicológico, sensorial e comportamental. A reação dos indivíduos às cores se manifestade forma particular e sub- jetiva, e está relacionada a vários fatores. Elas são estímulos psicológicos que influenciam o fato de gostar ou não de algo, negar ou afirmar, abster-se ou agir. Plástica10 As sensações sobre as cores se baseiam em associações ou experiências agra- dáveis ou desagradáveis (ROVERI, 1996, p. 17). Para Goldmann (1964), a cor é também dimensão, porque aumenta ou diminui aparentemente o tamanho de um ambiente, afastando ou aproximando objetos. Com o uso da cor, as distâncias visuais podem se tornar relativas: tons claros nas paredes dão a impressão de um ambiente mais amplo, enquanto tetos escuros parecem mais baixos. As cores são de fundamental importância na arquitetura. Cada cor gera uma sensação diferente, e seu significado deve ser levado em conta durante a elaboração dos projetos. Significados das cores De acordo com Evangelista (2017), as cores têm diversos significados, como mostra o Quadro 1. Cor Significado Azul Confiança, sabedoria, solidez e tradição; provoca sensações refrescantes por estar associado à imensidão do céu, às águas claras e à espiritualidade. É uma cor fria, e causa a impressão de profundidade no ambiente. Ao contrário do amarelo (estimulante e próximo da luz), o azul transmite serenidade e paz. Por ser uma cor mais escura, provoca também a sensação de frio e repouso. Conforme o tom, pode deprimir ao fim de algum tempo. O azul, em sua tonalidade mais clara, provoca sensações alegres. Verde Cor que simboliza juventude, natureza, crescimento, bem-estar, saúde, esperança, segurança, tranquilidade e suavidade. Acalma, pois não força a visão. Está no ponto de equilíbrio entre claro e escuro, calor e frio. É uma cor reservada e repousante. No tom claro, torna-se uma cor tranquilizante, podendo ser utilizada em quartos, salas de estar e escritórios. No tom mais escuro, traz a sensação de seriedade e segurança. Quadro 1. Significados das cores. (Continua) 11Plástica Fonte: Evangelista (2017). Quadro 1. Significados das cores. Cor Significado Vermelho Cor do fogo e do sangue, é a mais importante para muitos povos por ter maior ligação ao princípio da vida. É uma cor quente e excitante, que anima, traz confiança, força de vontade e agilidade. Estimula as emoções e o nervosismo; inibe o medo e as preocupações. Provoca sensações diferentes, dependendo do grau de saturação. O vermelho escuro traz seriedade, autoridade e respeito, além de impor ostentação ao ambiente. Amarelo Cor que ativa os sentidos, a criatividade e (se combinada com cores análogas) traz a sensação de calor. Estimula a comunicação e as atividades mentais, eleva a capacidade de realização e não apresenta aspecto tão agressivo como laranja ou vermelho. É ideal em áreas de alimentação por estimular o apetite. É bem empregado em áreas de estudo e escritórios por estimular atividades intelectuais. Laranja Menos excitante que vermelho e menos luminoso que amarelo. Pode transmitir a ideia de transição e rusticidade (quando associado a texturas). Está ligado também à ideia de vitalidade, alegria e energia. A cor representa energia, calor, fogo e proporciona vitalidade e dinamismo; eleva o ânimo e reduz a depressão. É um estimulante físico e mental, alargando a mente e abrindo-a para novas ideias. Assim, pode ser empregada em locais de trabalho e estudo. Também estimula o apetite, podendo ser usada em locais de alimentação. Roxo ou lilás A cor remete a sabedoria, fantasia, mistério e espiritualidade; acalma e transmite bem-estar. Considerada uma cor fria, estimula o lado psíquico e espiritual, colaborando para a lucidez e o equilíbrio nas atitudes. Está ligada à ideia de saudade, melancolia, misticismo e espiritualidade. Pode ser empregada em ambientes mais tranquilos, onde serão realizadas atividades espirituais ou de meditação. Rosa Em tons claros, a cor expressa inocência; em tons mais escuros, inspira desejo, afeto e feminilidade. Marrom A cor transmite sensação de tradição, conservadorismo, confiabilidade, solidez e segurança. É ideal para locais onde serão realizadas atividades que exijam concentração, como bibliotecas e escritórios. Transmite a sensação de sobriedade e circunspecção. (Continua) (Continuação) Plástica12 Fonte: Evangelista (2017). Quadro 1. Significados das cores. Cor Significado Preto Conforme o contexto, a cor representa tristeza e luto; se bem utilizada, transmite nobreza, tradição, curiosidade, superioridade, poder e profissionalismo. Absorve quase todos os raios luminosos e transmite seriedade e prudência. É uma cor sofisticada e imponente, utilizada em pequenas áreas ou em elementos decorativos quando se deseja um clima solene e sóbrio. Branco Na combinação com outras cores, o branco é harmônico; expressa paz, fé, luz e pureza. Não precisa ser utilizado como cor predominante. Traz luminosidade ao ambiente e simplicidade. Cinza Cor clássica e neutra, que transmite elegância e respeito. É uma cor passiva e sem vida, não interferindo nas sensações. É bem empregada junto com outras cores. (Continuação) O uso correto das cores pode trazer bons resultados, como aumentar o desempenho nas atividades, elevar o moral, reduzir ou aumentar a intensidade de luz, diminuir o esforço visual, ampliar ou reduzir espaços. Na arquitetura, as cores vão muito além da função de- corativa, englobando funções e sensações. Se usadas de acordo com seus significados, contribuem positivamente para os projetos. Neste link ou código a seguir, você verá como as cores foram usadas em ambientes internos e quais as sensações que elas geram no espaço. https://goo.gl/MjxwXS 13Plástica https://goo.gl/MjxwXS 1. É possível decompor qualquer manifestação visual para entender o todo. Essa decomposição resulta dos elementos básicos de estruturação espacial. Sobre esses elementos, marque a alternativa correta. a) O ponto serve como uma referência, marcando uma posição no espaço, podendo ser percebido por meio de sua largura e comprimento idênticos. b) Podemos perceber a composição com plano, reta e ponto à medida que experimentamos as formas dos ambientes e das edificações. c) Uma linha pode ser entendida como a conexão entre dois pontos no espaço, e sua largura e comprimento são uma marcação no espaço. d) Um plano não apresenta profundidade, apenas altura e comprimento, formado por suas perpendiculares entre si. e) A linha, assim como o ponto, não é estática, e tem o poder de expressar visualmente o movimento e a direção. 2. A palavra “desenho” tem o significado de “vontade de desenvolver alguma coisa, intenção” (MICHAELIS, 2011); é uma maneira de representação gráfica essencial para a arquitetura. Sobre esse meio de expressão, assinale a alternativa correta. a) O desenho pode ser considerado uma forma de comunicação visual, realizado de maneira igual nas mais variadas partes do mundo. b) Os registros dos primeiros desenhos são das civilizações gregas e já eram realizados em papéis. c) Os primeiros desenhos relatavam as histórias e os costumes da época, e são de grande importância para os estudos sobre a linguagem humana. d) A arte de se comunicar por meio do desenho é bastante antiga, pois foi descoberta logo após a criação do alfabeto. e) Os primeiros desenhos encontrados nas civilizações impressionam pelo realismo e pela representação simples. 3. O desenho, como linguagem fundamental na arquitetura, é uma forma de expressão de ideias e intenções. Sobre essa forma de expressão criativa, podemos afirmar que: a) o ato de desenhar, comum e universal, não apresenta regras próprias nem estruturas de funcionamento. b) o desenho é um tipo de arte capaz de expressar emoções e sentimentos, uma forma muito eficaz de comunicação. c) na arquitetura, o desenho é um meio de representação que pode ser substituído pela linguagem falada ou escrita. d) nos projetos, apesar de sua universalidade, o desenho nem sempre consegue deixarclaro as intenções do arquiteto. Plástica14 e) na arquitetura, o desenho não é o primeiro passo de um projeto, podendo surgir após a finalização da obra. 4. As cores são elementos arquitetônicos, como a escala, a estrutura, a vedação, a materialidade e a luz natural. Assim como na pintura, as cores podem ser utilizadas na arquitetura para enriquecer nossas experiências sensoriais e emotivas. Sobre esse importante elemento, assinale a alternativa correta. a) A percepção das cores independe de quaisquer outros aspectos, elas são entendidas e captadas por todos os usuários da mesma maneira. b) Há registros de que as cores eram utilizadas pelas civilizações desde a Era do Gelo, com os mais variados tons. c) Apesar de as cores impressionarem e expressarem ideias, elas não têm o poder de influenciar diretamente a vida das pessoas. d) Quando as cores são utilizadas de maneira inadequada, podem causar cansaço, desconforto visual e estimular o estresse. e) A reação dos indivíduos às cores está relacionada a alguns fatores, manifestando-se de forma generalizada e objetiva. 5. A cor é um importante elemento na arquitetura, que tem o poder de criar sensações e estimular atitudes e sentimentos. Sobre o significado e aplicação das cores, assinale a alternativa correta. a) A cor vermelha é indicada para locais de repouso e descanso, pois inibe o medo e as preocupações, representando a ostentação do ambiente. b) A cor verde, por representar equilíbrio, juventude, segurança e bem-estar, é a mais indicada para espaços corporativos voltados à criatividade. c) Para lugares de grande permanência, como clínicas de tratamento de doenças, uma cor apropriada é o azul escuro, pois transmite serenidade. d) O amarelo, por representar vivacidade, deve ser utilizado nos mais diversos espaços, desde salas de jantar, até locais de meditação. e) O lilás, por se uma cor que acalma, é indicado para ambientes mais tranquilos, de atividades espirituais. ARGAN, G. C. Arte moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. CARDOSO, C. A. P. Formas arquitetônicas: concepção e representação em ambiente computacional. In: ENCONTRO REGIONAL DE EXPRESSÃO GRÁFICA, 5., 2006, Salvador. Anais... Salvador: EDUFBA, 2006. 15Plástica CHING, F. D. K. Arquitetura: forma, espaço e ordem. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. DERDYK, E. O desenho da figura humana. São Paulo: Scipione, 1990. EVANGELISTA, B. Decoração: como as cores influenciam nosso humor? 2017. Disponível em: <http://www.brudecoracao.com/como-as-cores-influenciam-nosso-humor/>. Acesso em: 10 abr. 2018. FARINA, M. Psicodinâmica das cores em comunicação. São Paulo: Edgard Blucher, 1990. GOLDING, M.; WHITE, D. Pantone web color resource kit: guia de cores para web de- signers. São Paulo: Quark, 1997. GOLDMANN, S. Psicodinâmica das cores. Porto Alegre: La Salle, 1964. v. 1. HANAUER, F. Riscos e rabiscos: o desenho na educação infantil. REI - Revista de Educação do IDEAU, v. 6, n. 13, jan./jul. 2011. JUNQUEIRA FILHO, G. A. Linguagens geradoras: seleção e articulação de conteúdos em educação infantil. Porto Alegre: Mediação, 2005. KWALLEK, N. et al. 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Disponível em: <https://www.colormatters. com/color-and-vision/color-and-accident-matters?highlight=WyJhY2NpZGVudCJd>. Acesso em: 10 abr. 2018. Plástica16 http://www.brudecoracao.com/como-as-cores-influenciam-nosso-humor/ http://www.avm.edu.br/ https://www.colormatters/ Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo:
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