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Introdução ao Projeto Arquitetônico

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INTRODUÇÃO 
AO PROJETO 
ARQUITETÔNICO
Vanessa Scopel
 
Plástica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer a linha e o plano como elementos de estruturação 
espacial.
 � Identificar o desenho como expressão criativa.
 � Justificar a utilização das cores.
Introdução
A arquitetura é uma área complexa que requer conhecimentos sobre vários 
aspectos, desde os elementos primários para a formação de volumes arqui-
tetônicos até as formas de expressão e representação gráfica. A plástica está 
relacionada à compreensão das formas arquitetônicas, uma expressão criativa 
denotada pelo desenho, que transmite emoções por intermédio das cores.
Neste capítulo, você conhecerá os elementos básicos da estruturação 
da arquitetura, compreendendo a importância do desenho como uma 
forma de expressão de ideias e intenções.
Elementos de estruturação espacial
Pode-se compreender a arquitetura como o resultado de uma edificação que 
foi construída com o objetivo de criar espaços ordenados e organizados para 
determinada finalidade, atendendo às necessidades dos usuários. Durante o 
processo projetual, é de extrema importância expressar-se por meio da arte 
plástica. Essa expressão de ideias e intenções é de grande valia para a solução 
de problemas específicos, que serão resolvidos a partir de soluções plásticas 
condizentes com a realidade de cada caso, com o objetivo de cada ambiente 
e com a intenção de uso de cada material.
Nesse sentido, pode-se afirmar que cada intenção plástica de cada projeto ou 
obra é o que, de fato, diferencia a boa arquitetura de uma construção qualquer. 
A plástica refere-se tanto à compreensão das formas arquitetônicas, que surgem 
de pontos, linhas e planos, quanto às expressões de intenções demonstradas 
pelos meios de expressão que ressaltam traços, cores, texturas e materiais. 
Sempre que projetamos, traçamos ou esboçamos algo, o conteúdo visual 
dessa comunicação é composto por uma série de elementos visuais. Esses 
elementos constituem a substância básica daquilo que vemos. São muitos os 
pontos de vista a partir dos quais podemos analisar qualquer manifestação 
visual, mas um dos mais reveladores está na decomposição dos elementos que 
a constituem para que possamos compreender melhor o todo.
Tanto o ponto, como a linha e o plano são elementos conceituais que con-
seguimos visualizar em nossas mentes. Para Ching (2013), podemos perceber 
um ponto no encontro de duas retas, uma reta marcando o contorno de um 
plano, um plano delimitando um volume e o volume de um objeto que ocupa 
um espaço (Figura 1). Quando são visíveis aos olhos, no papel ou no espaço 
tridimensional, esses elementos se formam com características de matéria, 
tamanho, cor e textura. À medida que experimentamos essas formas nos 
ambientes, devemos ser capazes de perceber em sua estrutura a existência 
dos elementos primários do ponto, da reta e do plano.
Figura 1. O ponto percebido no espaço.
Fonte: Ching (2013, p. 4).
O ponto é a menor parte de uma composição visual, tornando-se o centro de 
atração visual da composição. Um ponto não apresenta comprimento, profundidade 
ou largura. Ele marca uma posição no espaço, mas é estático e sem direção. Assim, 
um ponto pode servir para marcar: duas extremidades de uma reta; interseção de 
duas retas; encontro de retas na quina de um plano, ou o volume, ou o centro de 
um campo. Mesmo que o ponto não tenha uma forma, ele começa a ser percebido 
quando está situado dentro de um campo visual. Quando está posicionado em 
Plástica2
um espaço, ele passa a organizar seus elementos circundantes, tornando-se uma 
referência. Veja exemplos de formas geradas por pontos na Figura 2.
Figura 2. Exemplos de formas geradas por pontos.
Fonte: Ching (2013, p. 5).
3Plástica
Segundo Ching (2013), um ponto em planta, quando projetado verticalmente 
no espaço, ou seja, quando transformado em uma torre, coluna ou obelisco, 
pode marcar visualmente uma posição, destacando-se na paisagem urbana.
Para formar uma linha é preciso que existam dois pontos no espaço que 
sejam unidos. Segundo Ching (2013): “[...] dois pontos estabelecidos no espaço 
por colunas ou formas centralizadas podem definir um eixo, um recurso or-
denador utilizado ao longo da história para organizar as formas e os espaços 
edificados”.
Considerando que a ligação de dois pontos no espaço ou de que um ponto 
estendido caracteriza uma linha, podemos constatar que a linha tem com-
primento, mas, assim como o ponto, ela não tem largura ou profundidade 
(Figura 3). Enquanto um ponto é estático, uma linha é capaz de expressar 
visualmente direção, movimento e crescimento. Assim, a reta é considerada 
um elemento de fundamental importância na formação de qualquer construção 
visual, utilizada para “unir, conectar, sustentar, circundar ou interseccionar 
outros elementos visuais, descrever as arestas dos planos e dar formato a elas 
e destacar as superfícies dos planos” (CHING, 2013, p. 8).
Figura 3. Exemplo de formação de uma linha.
Fonte: Ching (2013, p. 6).
Como uma linha apresenta apenas uma dimensão, sua representação deve 
conter alguma espessura, a fim de torná-la visível. Uma linha é reconhecida 
pelo fato de seu comprimento dominar sua largura. Para formar um plano, é 
preciso que haja duas linhas paralelas. Conforme destaca Ching (2013), quanto 
mais próximas essas linhas estiverem entre si, mais forte será a sensação de 
plano criada por elas. Portanto, o plano apresenta uma altura e um comprimento, 
porém ainda não tem profundidade (Figura 4).
Plástica4
O formato constitui a principal característica identificadora de um plano. Ele 
é determinado pelo traçado da linha que forma os limites do plano. Uma vez 
que nossa percepção dos formatos é distorcida pelo escorço da perspectiva, 
somente vemos o formato verdadeiro de um plano quando o observamos de 
frente. As propriedades complementares de um plano – sua cor, padrão e 
textura superficiais – afetam seu peso e sua estabilidade visuais (CHING, 
2013, p. 18).
Figura 4. Exemplo da formação de um plano.
Fonte: Ching (2013, p. 18).
Na composição de uma construção visual, o plano serve para definir os 
limites ou as fronteiras de um volume. Como a arquitetura é uma arte visual que 
se ocupa especificamente da formação de elementos tridimensionais – volumes 
de massa ou espaço –, o plano, formado por linhas, pode ser considerado um 
importante elemento-chave no vocabulário do projeto de arquitetura.
Percebe-se que os elementos de estruturação espacial resultam do elemento 
primário que é o ponto, ou seja, para haver uma linha é preciso que exista mais 
de um ponto. Da mesma forma, para se ter um plano, é necessário que haja 
duas linhas paralelas. A partir dessa formação é que surgem as mais diversas 
formas de composição visual na arquitetura.
5Plástica
O desenho como expressão criativa
Conforme o dicionário, a palavra desenho pode ser entendida como uma 
representação de objetos, figuras ou paisagens. Independentemente da maneira 
como o desenho se manifesta, sua importância, em grande parte, deve-se ao seu 
objetivo de comunicar. Morais (2012) afirma que: “[...] a palavra desenho em 
sua originalidade tem vínculo com a palavra desígnio, que significa, vontade 
de desenvolver alguma coisa; que demonstra intenção”.
O desenho é uma forma de comunicação utilizada por todo o mundo, 
adaptada a diferentes culturas. A comunicação por meio de desenhos é uma 
linguagem que acompanha os homens desde a pré-história, quando deixavam 
seus registros nas cavernas como um meio de expressão (Figura 5). Esses 
desenhos se tornaram objeto de grande importância para os estudos sobre 
linguagem e comportamento humano, pois relatam a história de vida e os 
costumes da época.
Figura 5. Arte rupestre - registros iconográficos na pedra.
Fonte: EcoPrint/Shutterstock.com.
Plástica6
O desenho é a forma de comunicação mais antiga, manifestada antes mesmo das 
palavras. As civilizaçõesda antiguidade faziam figuras que podiam ser vistas ao mesmo 
tempo de perfil ou de frente, variando o tamanho de acordo com a importância do 
que era representado. Existem muitos registros de imagens humanas, traços cheios de 
simbolismo e formas estranhas. Com o passar do tempo, as progressões dos desenhos 
passaram a ser mais realistas e de fácil percepção. Observa-se que, na pré-história, o 
desenho era um meio utilizado para o homem da época se comunicar, contar histórias 
e, principalmente, sobreviver. Era por meio desses símbolos que a raça humana passava 
para as gerações seguintes as informações sobre como viviam, se alimentavam e se 
protegiam dos riscos existentes.
Segundo Smith (1996), a noção de reentrância e saliência nas imagens só 
começou a ser explorada na civilização grega. Já a perspectiva, semelhante a 
que nos referimos hoje em dia, foi demonstrada pela primeira vez em Florença, 
no início do século XV (1413), por Filippo Brunelleschi. 
Conforme Junqueira Filho (2005, p. 5), “[...] o desenho é um meio pelo qual 
o homem pode expressar seus sentimentos, sendo capaz de comunicar-se”. 
Podemos afirmar que o desenho é a arte que compartilha emoções, e sempre 
foi uma forma de comunicação. O desenho possui características e singulari-
dades que se referem à cultura de cada sociedade, mas, independentemente de 
suas particularidades e métodos, é uma linguagem universal. Junqueira Filho 
(2005 apud HANAUER, 2011) ressalta que o desenho é uma técnica, assim 
como a escrita, ou seja, com normas próprias e estruturas de funcionamento. 
O ato de desenhar nada mais é do que produzir um sentido por meio de uma 
representação. 
Foram os seres humanos que inventaram o desenho e, ao fazê-lo, puderam dizer 
algo de si por meio de imagens, puderam se ver representados graficamente 
em aspectos de sua humanidade; deixaram-se em marcas que contribuíram 
para a produção de sua humanidade, de sua história; que contribuíram para 
a demarcação, comunicação e significação de sua passagem pela vida, pelo 
planeta Terra, pelo mundo (JUNQUEIRA FILHO, 2005, p. 54 apud HA-
NAUER, 2011, p. 3).
Alguns autores consideram o desenho como um signo, representado por 
formas, linhas e traços que demonstram e fazem transparecer intenções por 
meio da representação gráfica. Conforme Derdyk (1990, p. 101 apud HA-
7Plástica
NAUER, 2011, p. 4), “[...] o signo gráfico é resultante de uma ação carregada 
de uma intencionalidade, ainda não totalmente expressa. O olho, expectador 
dessa conversa entre a mão, o gesto e o instrumento, percebe formas”. 
A ação de desenhar se manifesta a partir da proposição de traços sobre 
uma base, e esses traços, juntos, transformam-se em planos e formas. O ato de 
produzir um desenho é bastante complexo, e pode ser considerado como uma 
tarefa que envolve não somente uma técnica, mas também os pensamentos e 
sentimentos de quem está desenhando e expressando suas ideias. Por propor-
cionar e desencadear sensações, envolver pensamentos e intenções, o desenho, 
como meio de expressão, pode ser considerado uma linguagem da arte.
Assim como as linguagens escrita e falada, a linguagem gráfica (do dese-
nho) também possui uma gramática para poder ser bem entendida. Enquanto 
nas duas primeiras o meio de comunicação é composto pelas palavras, em 
suas mais variadas línguas, na linguagem gráfica esse meio é o desenho, 
forma de expressão universal cuja compreensão independe do idioma falado 
e escrito. Durante o processo projetual, o projetista utiliza linguagens para 
representar e documentar suas intenções. A representação visual da forma 
tem no desenho (e na construção de modelos) seu principal meio de comuni-
cação. A linguagem gráfica está presente tanto como instrumento auxiliar na 
concepção do projeto, como de tradução das soluções geradas pelo projetista 
(CARDOSO, 2006, p. 10).
Pode-se dizer que o desenho, por ser um modo de expressão criativa, está 
muito além dos riscos e traços, pois a ação de desenhar resulta em uma intenção, 
um propósito. “Um projeto cujo desenho é antes de tudo síntese entre ideia 
e coisa” (ARGAN, 1991, p. 25). A expressão gráfica por meio dos desenhos 
faz com que sua comunicação seja imediata. Portanto, o desenvolvimento do 
conhecimento de técnicas que contribuam para a fluência dessa linguagem 
é fundamental, principalmente para aqueles que utilizam primordialmente o 
desenho como forma de comunicação. 
No campo da arquitetura e da engenharia, o desenho desempenha o papel 
fundamental de servir como elo entre o criador, o projetista e aquele a quem 
a criação se destina. Apenas com uma linguagem gráfica adequada e clara 
que atinja os objetivos de comunicar o que está sendo proposto, é possível aos 
usuários interagirem nesse processo de expressão criativa. Nesse sentido, o 
desenho ajuda a esclarecer, ordenar e estruturar as ideias – e, a partir disso, 
encontra-se o ponto de partida para a materialização do projeto. De modo 
geral, o croqui não representa uma ideia concretizada, mas uma experiência 
intimista de descoberta e experimentação. 
Plástica8
Por ser a primeira e a mais pura forma de expressão projetual, o desenho traz 
uma abordagem cativante e lúdica, que facilita a fluidez das ideias e que vai, aos 
poucos, dando forma a um leque de diretrizes, sem engessar uma forma ou uma 
ideia. Além de ser uma linguagem universal, sua rapidez e facilidade de comuni-
cação favorecem o entendimento de uma forma inexistente, iniciando o processo 
do desenvolvimento formal. O desenho livre não exige nível de detalhamento, 
abrindo espaço para novas soluções e deixando livre a ideia em si (Figura 6). 
Figura 6. Catedral de Brasília. a) Croqui elaborado por Oscar Niemeyer. b) Edificação 
construída.
Fonte: robert napiorkowski/Shutterstock.com (imagem b).
9Plástica
Portanto, a expressão gráfica desenvolvida a partir dos desenhos pode ser 
considerada como a ciência fundamental para o desenvolvimento do pensa-
mento arquitetônico e para a pesquisa da forma, acompanhando o criador 
desde a fase de concepção até as fases finais de execução. 
As cores na arquitetura
A cor é um fator que está relacionado diretamente à luz. Sua definição a partir 
da física é a seguinte: “impressão variável que a luz refletida pelos corpos 
produz no órgão da vista” (MICHAELIS, 2011). Segundo Pedrosa (2002), a 
cor não tem existência material, é apenas uma sensação produzida por certas 
organizações nervosas sob a ação da luz. A partir dessas definições, entende-se 
que a cor está condicionada à luz, que age como estímulo, e ao olho humano, 
que recebe esse estímulo e o transforma em cor. 
A cor é utilizada há muito tempo e, para Goldmann (1964), seu emprego teve 
início há mais de 150 mil anos, quando o homem da idade do gelo sepultava os 
mortos nos ritos da cor vermelha e pintava os ossos da mesma cor. As cores sempre 
estiveram presentes, desde os tempos mais remotos. No início, com poucos tons, 
eram utilizadas o preto do carvão, os marrons e os amarelos da terra e o vermelho 
do sangue, colaborando com as representações e os ritos dos povos. Aos poucos, 
as variações foram se desenvolvendo, e novas cores surgiram juntamente com a 
evolução da humanidade. Conforme Farina (1990, p. 49), “[...] a cor exerce uma 
ação tríplice: a de impressionar, a de expressar e a de construir”.
Golding e White (1997) afirmam que: “[...] desde a antiguidade, cientistas, 
filósofos, artistas e estudiosos da arte, defendem que a cor tem um forte 
poder de influência no comportamento dos seres humanos”. A cor apresenta 
aspectos estéticos e psicológicos que demonstram sua importância na vida das 
pessoas. Kwallek (1996) diz que, se a cor for corretamente aplicada, interage 
positivamente; se for inadequada, pode provocar cansaço visual, desconforto, 
estimular o estresse, entre outras possíveis consequências. É notório que o 
uso das cores pode afetar as pessoas nos âmbitos psicológico, sensorial e 
comportamental. 
A reação dos indivíduos às cores se manifestade forma particular e sub-
jetiva, e está relacionada a vários fatores. Elas são estímulos psicológicos que 
influenciam o fato de gostar ou não de algo, negar ou afirmar, abster-se ou agir. 
Plástica10
As sensações sobre as cores se baseiam em associações ou experiências agra-
dáveis ou desagradáveis (ROVERI, 1996, p. 17). Para Goldmann (1964), a cor 
é também dimensão, porque aumenta ou diminui aparentemente o tamanho de 
um ambiente, afastando ou aproximando objetos. Com o uso da cor, as distâncias 
visuais podem se tornar relativas: tons claros nas paredes dão a impressão de 
um ambiente mais amplo, enquanto tetos escuros parecem mais baixos. 
As cores são de fundamental importância na arquitetura. Cada cor gera 
uma sensação diferente, e seu significado deve ser levado em conta durante 
a elaboração dos projetos. 
Significados das cores
De acordo com Evangelista (2017), as cores têm diversos significados, como 
mostra o Quadro 1.
Cor Significado
Azul Confiança, sabedoria, solidez e tradição; provoca sensações 
refrescantes por estar associado à imensidão do céu, às 
águas claras e à espiritualidade. É uma cor fria, e causa a 
impressão de profundidade no ambiente. Ao contrário do 
amarelo (estimulante e próximo da luz), o azul transmite 
serenidade e paz. Por ser uma cor mais escura, provoca 
também a sensação de frio e repouso. Conforme o tom, 
pode deprimir ao fim de algum tempo. O azul, em sua 
tonalidade mais clara, provoca sensações alegres.
Verde Cor que simboliza juventude, natureza, crescimento, bem-estar, 
saúde, esperança, segurança, tranquilidade e suavidade. 
Acalma, pois não força a visão. Está no ponto de equilíbrio entre 
claro e escuro, calor e frio. É uma cor reservada e repousante. 
No tom claro, torna-se uma cor tranquilizante, podendo ser 
utilizada em quartos, salas de estar e escritórios. No tom 
mais escuro, traz a sensação de seriedade e segurança.
Quadro 1. Significados das cores.
(Continua)
11Plástica
Fonte: Evangelista (2017).
Quadro 1. Significados das cores.
Cor Significado
Vermelho Cor do fogo e do sangue, é a mais importante para muitos 
povos por ter maior ligação ao princípio da vida. É uma cor 
quente e excitante, que anima, traz confiança, força de vontade 
e agilidade. Estimula as emoções e o nervosismo; inibe o medo 
e as preocupações. Provoca sensações diferentes, dependendo 
do grau de saturação. O vermelho escuro traz seriedade, 
autoridade e respeito, além de impor ostentação ao ambiente.
Amarelo Cor que ativa os sentidos, a criatividade e (se combinada 
com cores análogas) traz a sensação de calor. Estimula a 
comunicação e as atividades mentais, eleva a capacidade 
de realização e não apresenta aspecto tão agressivo como 
laranja ou vermelho. É ideal em áreas de alimentação por 
estimular o apetite. É bem empregado em áreas de estudo 
e escritórios por estimular atividades intelectuais.
Laranja Menos excitante que vermelho e menos luminoso que 
amarelo. Pode transmitir a ideia de transição e rusticidade 
(quando associado a texturas). Está ligado também à ideia de 
vitalidade, alegria e energia. A cor representa energia, calor, 
fogo e proporciona vitalidade e dinamismo; eleva o ânimo e 
reduz a depressão. É um estimulante físico e mental, alargando 
a mente e abrindo-a para novas ideias. Assim, pode ser 
empregada em locais de trabalho e estudo. Também estimula 
o apetite, podendo ser usada em locais de alimentação.
Roxo ou lilás A cor remete a sabedoria, fantasia, mistério e espiritualidade; 
acalma e transmite bem-estar. Considerada uma cor fria, 
estimula o lado psíquico e espiritual, colaborando para a 
lucidez e o equilíbrio nas atitudes. Está ligada à ideia de 
saudade, melancolia, misticismo e espiritualidade. Pode 
ser empregada em ambientes mais tranquilos, onde serão 
realizadas atividades espirituais ou de meditação.
Rosa Em tons claros, a cor expressa inocência; em tons 
mais escuros, inspira desejo, afeto e feminilidade.
Marrom A cor transmite sensação de tradição, conservadorismo, 
confiabilidade, solidez e segurança. É ideal para 
locais onde serão realizadas atividades que exijam 
concentração, como bibliotecas e escritórios. Transmite 
a sensação de sobriedade e circunspecção.
(Continua)
(Continuação)
Plástica12
Fonte: Evangelista (2017).
Quadro 1. Significados das cores.
Cor Significado
Preto Conforme o contexto, a cor representa tristeza e luto; se 
bem utilizada, transmite nobreza, tradição, curiosidade, 
superioridade, poder e profissionalismo. Absorve 
quase todos os raios luminosos e transmite seriedade e 
prudência. É uma cor sofisticada e imponente, utilizada 
em pequenas áreas ou em elementos decorativos 
quando se deseja um clima solene e sóbrio.
Branco Na combinação com outras cores, o branco é harmônico; 
expressa paz, fé, luz e pureza. Não precisa ser utilizado como cor 
predominante. Traz luminosidade ao ambiente e simplicidade.
Cinza Cor clássica e neutra, que transmite elegância e respeito. 
É uma cor passiva e sem vida, não interferindo nas 
sensações. É bem empregada junto com outras cores.
(Continuação)
O uso correto das cores pode trazer bons resultados, como aumentar o 
desempenho nas atividades, elevar o moral, reduzir ou aumentar a intensidade 
de luz, diminuir o esforço visual, ampliar ou reduzir espaços.
Na arquitetura, as cores vão muito além da função de-
corativa, englobando funções e sensações. Se usadas de 
acordo com seus significados, contribuem positivamente 
para os projetos. Neste link ou código a seguir, você verá 
como as cores foram usadas em ambientes internos e 
quais as sensações que elas geram no espaço.
https://goo.gl/MjxwXS
13Plástica
https://goo.gl/MjxwXS
1. É possível decompor qualquer 
manifestação visual para entender o 
todo. Essa decomposição resulta dos 
elementos básicos de estruturação 
espacial. Sobre esses elementos, 
marque a alternativa correta. 
a) O ponto serve como uma 
referência, marcando uma 
posição no espaço, podendo 
ser percebido por meio de sua 
largura e comprimento idênticos.
b) Podemos perceber a 
composição com plano, 
reta e ponto à medida que 
experimentamos as formas dos 
ambientes e das edificações.
c) Uma linha pode ser entendida 
como a conexão entre dois 
pontos no espaço, e sua 
largura e comprimento são 
uma marcação no espaço.
d) Um plano não apresenta 
profundidade, apenas altura 
e comprimento, formado por 
suas perpendiculares entre si.
e) A linha, assim como o ponto, 
não é estática, e tem o poder 
de expressar visualmente o 
movimento e a direção.
2. A palavra “desenho” tem o 
significado de “vontade de 
desenvolver alguma coisa, intenção” 
(MICHAELIS, 2011); é uma maneira 
de representação gráfica essencial 
para a arquitetura. Sobre esse 
meio de expressão, assinale a 
alternativa correta. 
a) O desenho pode ser 
considerado uma forma de 
comunicação visual, realizado 
de maneira igual nas mais 
variadas partes do mundo.
b) Os registros dos primeiros 
desenhos são das 
civilizações gregas e já eram 
realizados em papéis.
c) Os primeiros desenhos relatavam 
as histórias e os costumes 
da época, e são de grande 
importância para os estudos 
sobre a linguagem humana.
d) A arte de se comunicar por 
meio do desenho é bastante 
antiga, pois foi descoberta logo 
após a criação do alfabeto.
e) Os primeiros desenhos 
encontrados nas civilizações 
impressionam pelo realismo e 
pela representação simples.
3. O desenho, como linguagem 
fundamental na arquitetura, 
é uma forma de expressão de 
ideias e intenções. Sobre essa 
forma de expressão criativa, 
podemos afirmar que:
a) o ato de desenhar, comum 
e universal, não apresenta 
regras próprias nem estruturas 
de funcionamento.
b) o desenho é um tipo de arte 
capaz de expressar emoções 
e sentimentos, uma forma 
muito eficaz de comunicação.
c) na arquitetura, o desenho é 
um meio de representação 
que pode ser substituído pela 
linguagem falada ou escrita.
d) nos projetos, apesar de sua 
universalidade, o desenho nem 
sempre consegue deixarclaro 
as intenções do arquiteto.
Plástica14
e) na arquitetura, o desenho 
não é o primeiro passo de 
um projeto, podendo surgir 
após a finalização da obra.
4. As cores são elementos 
arquitetônicos, como a escala, a 
estrutura, a vedação, a materialidade 
e a luz natural. Assim como na 
pintura, as cores podem ser 
utilizadas na arquitetura para 
enriquecer nossas experiências 
sensoriais e emotivas. Sobre 
esse importante elemento, 
assinale a alternativa correta.
a) A percepção das cores 
independe de quaisquer outros 
aspectos, elas são entendidas 
e captadas por todos os 
usuários da mesma maneira.
b) Há registros de que as cores 
eram utilizadas pelas civilizações 
desde a Era do Gelo, com 
os mais variados tons.
c) Apesar de as cores 
impressionarem e expressarem 
ideias, elas não têm o poder 
de influenciar diretamente 
a vida das pessoas.
d) Quando as cores são utilizadas 
de maneira inadequada, podem 
causar cansaço, desconforto 
visual e estimular o estresse.
e) A reação dos indivíduos às 
cores está relacionada a alguns 
fatores, manifestando-se de 
forma generalizada e objetiva.
5. A cor é um importante elemento 
na arquitetura, que tem o poder 
de criar sensações e estimular 
atitudes e sentimentos. Sobre o 
significado e aplicação das cores, 
assinale a alternativa correta.
a) A cor vermelha é indicada 
para locais de repouso e 
descanso, pois inibe o medo e 
as preocupações, representando 
a ostentação do ambiente.
b) A cor verde, por representar 
equilíbrio, juventude, segurança 
e bem-estar, é a mais indicada 
para espaços corporativos 
voltados à criatividade.
c) Para lugares de grande 
permanência, como clínicas de 
tratamento de doenças, uma 
cor apropriada é o azul escuro, 
pois transmite serenidade.
d) O amarelo, por representar 
vivacidade, deve ser utilizado 
nos mais diversos espaços, 
desde salas de jantar, até 
locais de meditação.
e) O lilás, por se uma cor que 
acalma, é indicado para 
ambientes mais tranquilos, 
de atividades espirituais.
ARGAN, G. C. Arte moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
CARDOSO, C. A. P. Formas arquitetônicas: concepção e representação em ambiente 
computacional. In: ENCONTRO REGIONAL DE EXPRESSÃO GRÁFICA, 5., 2006, Salvador. 
Anais... Salvador: EDUFBA, 2006.
15Plástica
CHING, F. D. K. Arquitetura: forma, espaço e ordem. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. 
DERDYK, E. O desenho da figura humana. São Paulo: Scipione, 1990.
EVANGELISTA, B. Decoração: como as cores influenciam nosso humor? 2017. Disponível 
em: <http://www.brudecoracao.com/como-as-cores-influenciam-nosso-humor/>. 
Acesso em: 10 abr. 2018.
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Plástica16
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