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Aparelho de Amplificação Sonora Individual - EAD

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APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO 
SONORA INDIVIDUAL
PROF.A KARLA PEREIRA DE PAULA
Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica:
Maria Albertina Ferreira do 
Nascimento
Diretoria EAD:
Prof.a Dra. Gisele Caroline 
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Fernando Sachetti Bomfim
Marta Yumi Ando
Simone Barbosa
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Cristiane Alves
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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UNIDADE
01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................5
1. HISTÓRICO DOS APARELHOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL ......................................................6
2. AASI E AS CARACTERÍSTICAS GERAIS .............................................................................................................. 11
2.1 CANDIDATOS AO USO DE AA ............................................................................................................................. 12
2.2 FATORES A SEREM CONSIDERADOS PARA A INDICAÇÃO DO AA ................................................................ 12
2.3 ADAPTAÇÃO UNILATERAL X BILATERAL ......................................................................................................... 13
3. COMPONENTES BÁSICOS E CARACTERÍSTICAS ELETROACÚSTICAS DO AA .............................................. 14
3.1 MICROFONES ..................................................................................................................................................... 16
3.1.1 TIPOS DE MICROFONE .................................................................................................................................... 16
3.2 AMPLIFICADOR .................................................................................................................................................. 17
3.3 RECEPTOR .......................................................................................................................................................... 18
APARELHOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA 
INDIVIDUAL: COMPONENTES E 
FUNCIONAMENTO
PROF.A KARLA PEREIRA DE PAULA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA 
INDIVIDUAL
4WWW.UNINGA.BR
3.4 CONTROLES DE VOLUME E GANHO ................................................................................................................ 18
3.5 PILHAS ................................................................................................................................................................ 19
3.6 CHAVE LIGA/DESLIGA .......................................................................................................................................20
3.7 MOLDES ..............................................................................................................................................................20
3.8 CONTROLES UNIVERSAIS (TRIMMERS) ........................................................................................................20
4. CARACTERÍSTICAS ELETROACÚSTICAS ........................................................................................................... 21
4.1 GANHO ACÚSTICO .............................................................................................................................................. 21
4.2 RESPOSTA DE FREQUÊNCIA ............................................................................................................................ 21
4.3 SAÍDA MÁXIMA .................................................................................................................................................. 21
5. MODELOS DE AASI ..............................................................................................................................................22
5.1 APARELHOS RETROAURICULARES (BTE) .......................................................................................................22
5.2 ADAPTAÇÃO ABERTA .........................................................................................................................................23
5.3 RECEPTOR NO CANAL (RIC OU RIE) ...............................................................................................................23
5.4 APARELHOS AUDITIVOS INTRA-AURAIS ........................................................................................................25
5.4.1 INTRA-AURICULAR .........................................................................................................................................25
5.4.2 INTRACANAL ...................................................................................................................................................26
5.4.3 MICROCANAL ..................................................................................................................................................26
5.5 APARELHOS AUDITIVOS RECARREGÁVEIS ....................................................................................................27
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................28
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Os aparelhos de ampli� cação sonora individual (doravante, AASI ou AA) são de 
fundamental importância para o processo de reabilitação auditiva. Para que a seleção e adaptação 
sejam realizadas com sucesso, é necessário conhecer os componentes dos AAs, bem como suas 
funções e funcionamento. 
Esse conhecimento vai interferir diretamente no processo de adaptação. É o necessário 
para realizar uma boa regulagem baseando-se nas queixas dos usuários e orientá-los de forma 
e� caz junto à família e equipe interdisciplinar quando necessário.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1. HISTÓRICO DOS APARELHOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA 
INDIVIDUAL
A perda auditiva é considerada uma das privações sensoriais mais incapacitantes, pois 
interfere diretamente na qualidade de vida dos indivíduos acometidos. Teixeira e Garcez (2015) 
explicam que, devido às necessidades de comunicação, os indivíduos se isolam dos convívios 
familiar e social. Esse isolamento acarreta consequências negativas, como tristeza, ansiedade e 
depressão. 
A preocupação com as consequências da perdaauditiva e a busca para minimizá-las 
existem há séculos (ALMEIDA; IORIO, 2003). Antes da descoberta e utilização da energia 
elétrica na confecção dos AAs, existiram dispositivos de auxílio na audição que funcionavam de 
forma mecânica para benefícios na acústica. 
Almeida e Iorio (2003) a� rmam que a tecnologia aplicada a próteses auditivas pode ser 
dividida em cinco principais períodos: 
- Acústico: quando cornetas acústicas e tubos de fala eram utilizados para a ampli� cação 
do som. 
Figura 1 - Corneta acústica Collapsible de 1830. Fonte: Museu do Aparelho Auditivo (2021g). 
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Figura 2 - Tubo de conversação Vibraphone de 1920. Fonte: Museu do Aparelho Auditivo (2021h).
- Era do carbono: teve início após o advento do telefone, quando surgiu a primeira prótese 
auditiva elétrica. O primeiro sistema desenvolvido por Graham Bell para de� cientes auditivos foi 
utilizado em 1896, quando um outro pesquisador fez uso de uma versão de mesa do telefone de 
Bell, que contemplava um microfone de carbono. Em 1899, obteve-se a primeira prótese auditiva 
de carbono.
Figura 3 - Aparelho auditivo de carbono Acousticon A, fabricado de 1905 a 1910 e composto por um microfone de 
carbono, fone de ouvido e chave liga/desliga. Fonte: Museu do Aparelho Auditivo (2021b).
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Figura 4 - Aparelho auditivo de carbono 28 – Silver Seal Symphonic. Fabricado entre 1927 e 1932, possui tanto um 
receptor quanto um fone de ouvido. O receptor usado com o aparelho mede 2,2 cm de diâmetro e 1,2 cm de espes-
sura. O fone de ouvido mede 5,5 cm de diâmetro e 1,9 cm de espessura. A tiara que prende o fone de ouvido é móvel 
para que o aparelho possa ser utilizado em qualquer um dos ouvidos. Fonte: Museu do Aparelho Auditivo (2021a).
- Era da válvula: período em que foi possível a fabricação de aparelhos com maior 
ampli� cação, melhor resposta de frequência, menor ruído interno, além de uma faixa de 
frequência mais ampla, que se estendia até, aproximadamente, 4000Hz. Ocorreu também a 
introdução do microfone de cristal, o qual possuía tamanho reduzido, saída máxima elevada 
e boa resposta de frequência. A bobina telefônica, utilizada pela primeira vez em uma prótese 
de carbono, continuou sendo utilizada. Nessa época, também ocorreu o desenvolvimento do 
microfone magnético, que apresentava maior resistência para umidade e temperaturas e o molde 
ventilado. 
Figura 5 - Aparelho auditivo ativo a válvulas eletrônicas. Fonte: Mioni (2007).
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- Os dois últimos períodos, que são o do transistor e o digital, têm sido considerados, 
juntos, a era da microeletrônica. Essa época foi marcada pela diminuição em miniatura dos 
componentes e aplicação da tecnologia digital. 
A substituição da válvula pelo transistor reduziu o custo das operações e o tamanho da 
bateria, o que proporcionou uma redução considerável no tamanho dos AAs. Com a introdução 
dos circuitos eletrônicos, começou-se a enfatizar as frequências altas e baixas e a limitar o ganho 
e saída máximos dos aparelhos. Em meados de 1955, a prótese de bolso já estava bem reduzida 
e marcou o início do desenvolvimento da prótese auditiva localizada na haste de óculos. Foi 
nesse período que a prótese começou a � car junto ao pavilhão auricular. A prótese de óculos 
permitiu a utilização do CROS, e o molde aberto passou a ser conhecido. Além desses benefícios, 
ainda temos a localização do microfone (que � cou próximo à orelha), bem como a possibilidade 
de utilização da adaptação bilateral. Com a diminuição dos componentes, foi possível reuni-los 
em apenas um lado do ouvido, o que proporcionou a eliminação da parte frontal dos óculos, 
originando-se, então, os aparelhos auditivos retroauriculares. 
Em 1959, 25% das vendas de aparelhos eram de aparelhos retroauriculares. Nessa época, 
também surgiram os microfones de cerâmica, que foram substituídos pelos de eletreto. Em 1961, 
foram introduzidos os aparelhos auditivos intracanais. 
Em 1989, um ampli� cador denominado K-AMP foi desenvolvido por Mead Killion. Esse 
ampli� cador apresentava ênfase nas frequências altas para os sons de entrada de fraca intensidade, 
além de menor distorção para sons de entrada de alta intensidade. Desde 1998, está disponível 
uma versão programável desses ampli� cadores, que fornece a possibilidade de programar os 
ajustes de ganho, corte de baixas frequências, limiares de compressão, resposta de frequência e 
razão de compressão. Entre o � nal da década de 1980 e começo da de 1990, iniciou-se a utilização 
da tecnologia digital na fabricação dos AAs, havendo uma revolução tecnológica. Iniciava-se, 
assim, a era digital. 
Figura 6 - Zenith Royal T, que necessitava de uma única bateria de 1.5 Volt, gerando grande economia. Fonte: Mu-
seu do Aparelho Auditivo (2021i).
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Figura 7 - Conhecido como Ultra-power, o aparelho auditivo da Maico, modelo S-1, foi fabricado pela primeira vez 
em 1958. Fonte: Museu do Aparelho Auditivo (2021c).
Figura 8 - Aparelho auditivo transistor Widex S23. Fonte: Museu do Aparelho Auditivo (2021f). 
Figura 9 - Aparelho auditivo transistor retroauricular Zenith Diplomat. Fonte: Museu do Aparelho Auditivo (2021e).
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Figura 10 - Aparelho auditivo transistor retroauricular Unitron US80-PPL. Fonte: Museu do Aparelho Auditivo 
(2021d). 
2. AASI E AS CARACTERÍSTICAS GERAIS
Os AASIs podem ser de� nidos como dispositivo ou circuito eletrônico com a � nalidade 
primária de ampli� car a onda sonora em todos os tipos de sons. Podemos dizer que seu objetivo 
é de� nir a onda sonora de forma satisfatória, com a utilização dos resíduos auditivos após a perda 
auditiva e, assim, minimizar as intercorrências advindas dessa privação sensorial. 
Para que a seleção e a adaptação dos aparelhos auditivos ocorram de forma satisfatória, é 
necessário que os papéis dos pro� ssionais envolvidos estejam bem de� nidos e sejam respeitados 
e desenvolvidos da melhor forma para que, assim, o usuário � que satisfeito com o resultado, 
gozando de qualidade de vida em sua plenitude. 
Cabe ao otorrinolaringologista (doravante, ORL) realizar a avaliação do ouvido como 
um todo, avaliar se há presença de infecção ou outras patologias associadas, bem como indicar 
o tratamento. O tratamento pode ser com medicamentos, cirúrgico ou com a indicação dos 
dispositivos eletrônicos (aparelhos auditivos, implantes cocleares ou implantes por condução 
óssea). O ORL também deve trabalhar em conjunto com o fonoaudiólogo quando encaminhar o 
paciente para realização de exames audiológicos. No ato do resultado dos exames, o diálogo entre 
os pro� ssionais deve ser claro para que o diagnóstico possa ser concluído com e� cácia. 
O fonoaudiólogo, por sua vez, é responsável por realizar toda a avaliação audiológica 
por meio dos exames solicitados pelo médico ou que o pro� ssional considere pertinentes para a 
conclusão do diagnóstico: audiologia clínica, imitanciometria, PEATE, EOA, audiometria infantil, 
instrumental, dentre outros. Após diagnóstico e indicação médica, o fonoaudiólogo é responsável 
pela seleção e adaptação de AASI, acompanhamento de adaptação, orientações quanto ao uso, 
manuseio e dia a dia do usuário. Também deve realizar encaminhamentos quando necessário 
(ORL, psicólogo, geriatra etc.), além de encaminhar e/ou realizar terapia fonoaudiológica para 
reabilitação auditiva, linguagem e fala. No caso de crianças adaptadas, também é função do 
pro� ssionalacompanhar o desempenho escolar e fazer visitas para a escola e reuniões com o 
corpo pedagógico. 
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2.1 Candidatos ao Uso de AA
Quaisquer indivíduos com di� culdades auditivas, independentemente do grau de 
perda de audição, são candidatos ao uso de ampli� cação. Se o sujeito apresentar di� culdades 
de ouvir no dia a dia e estiver se sentindo prejudicado nas atividades de vida diária, bem como 
na comunicação e na qualidade de vida, deve ser considerado candidato. No ato da indicação, o 
pro� ssional deve estar atento ao grau e ao tipo de perda de audição, à lateralidade e ao momento 
em que desenvolveu a perda. 
2.2 Fatores a Serem Considerados para a Indicação do AA
Diversos fatores devem ser considerados no ato da seleção e indicação dos AAs. Em 
primeiro lugar, devemos analisar os exames audiológicos ao considerar o tipo e grau de perda 
auditiva. O prognóstico em relação ao tipo de perda auditiva é importantíssimo na seleção e, para 
isso, devemos conhecer muito bem a � sióloga associada. 
Sabe-se, ao explicar de forma simples, que as células ciliadas localizadas na cóclea são 
responsáveis por decodi� car o som e encaminhar para o cérebro interpretá-lo. Na perda condutiva, 
a alteração é apenas na condução e a cóclea normal. Na perda mista, a cóclea apresenta alteração, 
porém, o grau é agravado pela condução do som. Dessa forma, observa-se que pacientes usuários 
de AAs com esses dois tipos de perda auditiva apresentam compreensão de fala melhor do que os 
que apresentam perda auditiva do tipo sensório-neural. Isso se justi� ca pela pouca ou nenhuma 
alteração nas células ciliadas, pois, assim, elas podem exercer a função citada anteriormente com 
menor intercorrência. Já na perda sensório-neural, há alteração das células ciliadas, além de 
seletividade de frequência reduzida, redução da resolução temporal, do processamento binaural e 
alteração na sensação de intensidade. Essas características di� cultam o processo de adaptação do 
paciente no quesito compreensão de fala. É claro que os pacientes, quando bem atendidos, com 
modelos e tecnologias adequados e orientações e regulagem corretas, serão muito bem adaptados 
durante o período de uso dos AAs. 
Outro fator muito importante a ser considerado é a aceitação do paciente em relação à 
perda auditiva, pois, quanto maior a resistência ao uso do AA, pior será o processo de adaptação, 
assim como a motivação e o grau de expectativa ao longo do processo. 
As orientações são fatores considerados fundamentais no processo de adaptação visto 
que o paciente deve ser orientado quanto ao exame, modelo (a preocupação estética ainda é 
muito grande), tecnologias, valores e as estratégias de comunicação. 
A ASHA (1997) criou o protocolo de seleção e adaptação dos aparelhos de ampli� cação 
sonora individual, o qual sugere algumas orientações e considerações:
1 – Avaliação do candidato: anamnese bem elaborada, contendo a identi� cação do 
paciente, principal queixa, sintomas audiológicos como infecção e zumbido, saúde geral, 
necessidades de comunicação no dia a dia, uso de medicamentos, cirurgias no ouvido ou 
no corpo.
2 – Planejamento da intervenção, identi� cação das di� culdades e necessidades.
3 – Seleção das características físicas e eletroacústicas do AASI.
4 – Veri� cação do desempenho do AASI, o que pode ser realizado por meio de ganho 
funcional, teste de percepção de fala e ganho de inserção.
5 – Orientação e aconselhamento quanto ao AASI.
6 – Validação do AASI, que pode ser realizada por meio de questionários de autoavaliação. 
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2.3 Adaptação Unilateral x Bilateral
Quando há a presença de perda auditiva unilateral, deve-se analisar principalmente o 
exame audiológico. Caso a perda auditiva tenha grau severo/profundo, não é indicada a adaptação 
de AA, pois o paciente apresenta muito desconforto e não consegue fazer uso. Nesse caso, é 
indicada a adaptação do CROS, dispositivo que será abordado mais adiante. Em outros graus de 
perda, pode-se realizar adaptação de AA. 
Segue uma dica: o ideal é sempre mostrar para o candidato ao uso do dispositivo como 
a adaptação pode ser dolorosa no caso de perda severa/profunda. Deve-se programar o AA e 
colocar no ouvido do paciente e, em seguida, adaptar o CROS para que ele sinta a diferença. 
E quando o paciente apresenta perda auditiva bilateral e quer adaptar apenas um ouvido 
por motivo � nanceiro ou resistência? O ideal é sempre orientar o paciente quanto aos benefícios 
da adaptação bilateral e, caso ele não se convença, deve-se analisar da seguinte forma:
- Para perdas auditivas simétricas, deve-se considerar o melhor IPRF, maior área dinâmica 
da audição e o lado com menor desconforto.
- Para perdas auditivas assimétricas: nesse caso, devem-se analisar duas situações. Como 
no primeiro exemplo, caso o paciente apresente perda auditiva de grau leve em uma 
orelha e grau moderado na outra, deve-se adaptar a pior orelha, pois, assim, ele ainda 
terá boa compreensão de fala e, com a somação binaural, o prognóstico de adaptação será 
muito bom. 
No exemplo 2, observa-se perda auditiva de grau moderado em uma orelha e grau 
profundo na outra. Nesse caso, adapta-se a pior orelha, ainda considerando a melhor compreensão 
de fala. Lembre-se de que, caso a opção seja pela orelha pior, o usuário poderá sentir desconforto 
e não sentirá tanto benefício no dia a dia, pois ainda terá uma percepção de perda auditiva de 
grau moderado ao pensarmos no ganho do AA. 
Exemplo 1: 30x60 – a pior.
Exemplo 2: 50x90 – a melhor.
O paciente sempre deverá ser orientado quanto aos benefícios da adaptação bilateral, pois, 
além de ser o ideal para ele, o processo de adaptação será bem mais satisfatório. Os principais 
benefícios são:
- Somação binaural.
- Fusão binaural: cruzamento de � bras nervosas, o que melhora a discriminação de fala.
- Anulação do efeito sombra.
- Melhor localização.
- Melhor habilidade para entender a fala no silêncio e no ruído.
- Melhor detecção da fonte sonora.
- Audição em 360 graus, pois captará o som de todos os lados.
- Menos distorção.
- Melhor audição a distância.
- Evita a privação sensorial do lado contralateral.
- Diminuição do zumbido, pois os sons que chegam ao ouvido após ampli� cação são de 
maior intensidade que o zumbido. 
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3. COMPONENTES BÁSICOS E CARACTERÍSTICAS ELETROACÚSTICAS 
DO AA
Conhecer os componentes dos aparelhos e as características eletroacústicas é de 
fundamental importância para os fonoaudiólogos no ato da seleção dos aparelhos e também para 
realizar uma regulagem precisa de acordo com as necessidades auditivas do usuário, bem como 
orientá-los da melhor forma. Os principais componentes são: microfone, ampli� cador, receptor, 
pilhas, entradas alternativas, memórias e conexão para programação. 
Figura 11 - Aparelho auditivo retroauricular e os principais componentes externos. Fonte: Signia (2021).
Figura 12 - Aparelho auditivo retroauricular com adaptação aberta e componentes básicos. Fonte: Ribeiro (2018).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Figura 13 - Aparelho auditivo com receptor no canal e os principais componentes destacados. Fonte: Conecta Apa-
relhos Auditivos (2017).
Figura 14 - Diagrama com os principais componentes de um aparelho auditivo. Fonte: Almeida e Iorio (2003).
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3.1 Microfones
Os microfones são considerados transdutores de entrada e são responsáveis por 
transformar a energia sonora em energia elétrica.Também podem ser de� nidos como um 
transdutor mecano-elétrico, pois, antes da conversão para onda elétrica, ela é convertida para 
mecânica. Almeida e Iorio (2003) a� rmam que a conversão da energia acústica em mecânica 
acontece por meio de uma placa (diafragma) que realiza movimentos de vai-e-vem de acordo 
com as zonas de rarefação e compressão das ondas sonoras. Os autores ainda complementam que 
o movimento do diafragma ativa um sistema de conversão que transforma as vibrações mecânicas 
em um sinal elétrico correspondente. 
Almeida e Iorio (2003) esclarecem que diversos tipos de microfones já foram utilizados, 
como os de carbono, de cristal, magnéticos e cerâmicos. Ainda a� rmam, assim como Teixeira e 
Garcez (2015), que os microfones de eletreto são os utilizados nos AAs existentes no mercado. Eles 
possuem uma faixa de frequência ampla e plana, baixa sensibilidade para vibração e variações de 
temperatura. Esse microfone é formado por: duas placas paralelas; o diafragma, que contempla 
uma placa � nal e � exível que vibra; e o backplate, que é uma placa mais rígida, posicionada 
paralelamente e a uma distância pequena do diafragma. Entre as duas placas, encontra-se o 
eletreto, formado por um material plástico de � úor-carbono, com um revestimento metálico. 
Apesar de ser o mais utilizado, esse tipo de microfone ainda apresenta muita sensibilidade 
à umidade, sendo altamente recomendado o uso do desumidi� cador manual (sílica) ou elétrico 
(dry), além da possibilidade do uso de protetores que di� cultam a entrada de suor e/ou umidade. 
3.1.1 Tipos de microfone
Os microfones são divididos de acordo com as respostas apresentadas frente a diferentes 
direções das fontes sonoras. 
Omnidirecionais: este tipo de microfone capta de forma praticamente igual todos os sons 
vindos de todos os lados. Possui apenas uma abertura de entrada, da qual o som irrompe até o 
diafragma. 
Figura 15 - Demonstração da captação dos sons com o microfone omnidirecional. Fonte: ReSound Brasil (2013).
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- Direcional: capta de forma variável o som vindo de diferentes ângulos, ou seja, são 
sensíveis ao som vindo de uma determinada direção. Esse tipo de microfone apresenta 
melhor relação sinal/ruído, que pode variar de 3 a 5 dB, o que resulta em melhor 
inteligibilidade de fala. Esse microfone ainda apresenta algumas variações, que serão 
descritas a seguir. 
O primeiro possui duas aberturas, posicionadas uma na frente e uma atrás do diafragma. 
Teixeira e Garcez (2015) descrevem o funcionamento desse microfone da seguinte forma: o som 
captado pelo microfone é direcionado até a abertura posterior do diafragma, o que ocasiona uma 
rede de atraso acústico. Esse atraso faz com que os sons vindos dos dois microfones atinjam o 
diafragma ao mesmo tempo, resultando, assim, no cancelamento da vibração dele. 
O segundo tipo de microfone é chamado de dual. É composto por dois microfones 
omnidirecionais combinados. O sinal sofre processos de atraso e redução. Esse recurso permite 
a variação entre os microfones omni e direcionais de forma manual, diretamente pelo paciente 
ou automática. 
Outro tipo de microfone é o chamado adaptativo. Ele apresenta uma mudança no padrão 
de polaridade automática em resposta ao sinal acústico vindo de diferentes direções, considerando 
também o ambiente em que o usuário está inserido no momento. 
Figura 16 - Demonstração do funcionamento do microfone adaptativo. Fonte: ProHear Aparelhos Auditivos (2021).
3.2 Amplificador
A função primordial do ampli� cador é aumentar a amplitude do sinal elétrico após 
captação e transformação realizada pelo microfone. Almeida e Iorio (2003) e Teixeira e Garcez 
(2015) classi� cam os tipos de ampli� cadores de acordo com a tecnologia dos aparelhos.
Nos aparelhos analógicos, os ampli� cadores podem ser do tipo A, os quais são utilizados 
para perdas auditivas de grau leve a moderado, com baixo custo e distorção, porém, com alto 
consumo de pilhas. Os do tipo B são utilizados em perdas com grau severo a profundo, com 
menor consumo de pilhas. Os do tipo D apresentam ampli� cador no mesmo bloco do receptor e 
podem ser encontrados também em aparelhos digitais. E os do tipo H são parecidos aos do tipo 
A, porém, com menor consumo de pilhas. 
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Nos aparelhos digitalmente programáveis, o ampli� cador processa o sinal elétrico da 
mesma forma que o ampli� cador analógico, porém, por meio de uma fonte elétrica que controla 
o sistema. Em resumo: a via como o som é ajustado é digital. 
Nos AAs digitais, a ampli� cação é realizada de formas diferentes para cada frequência. 
Também recebem mais, ou menos, ampli� cação de acordo com as características do sinal de 
entrada. 
O funcionamento dos ampli� cadores pode ser classi� cado como linear, quando ocorre o 
aumento de todos os sons da mesma forma, até atingir um limite chamado de saída máxima. O 
outro tipo de ampli� cação é a não linear, a qual ampli� ca os sons de acordo com a necessidade 
auditiva do paciente para cada frequência, bem como a intensidade do sinal de entrada. 
Além do que foi citado a respeito do funcionamento e tipos de ampli� cadores, os mais 
atuais podem apresentar uma série de outras características que permitem a adoção de diversos 
recursos na ampli� cação, tais como a redução de ruído, ênfase nos sinais de fala, transposição de 
frequências, dentre outros. 
3.3 Receptor
O receptor apresenta a função de transformar o sinal elétrico em onda sonora e, assim, 
permitir que o som que sai para o CAE seja transmitido em intensidade su� ciente e necessária 
para o usuário, sem desconforto. Teixeira e Garcez (2015) explicam que, nos aparelhos atuais, 
o receptor é do tipo armadura balanceada. É formado por um eletromagneto e uma bobina 
recoberta por um � o. 
Figura 17 - Diferentes tipos de receptores utilizados em modelos de aparelhos auditivos. Fonte: Conserto de Apa-
relhos Auditivos (2020).
Segue uma dica importante: nos aparelhos mais recentes, podem-se solicitar receptores 
de diferentes potências ao considerar o grau de perda auditiva. Porém, deve-se observar o modelo 
de AA indicado para veri� car essa possibilidade. 
3.4 Controles de Volume e Ganho
O controle de volume regula a potência ou o ganho do ampli� cador. Muitas próteses 
apresentam o controle de volume externo, que apresenta como principal função permitir que o 
usuário ajuste a intensidade com que está recebendo os sons e, assim, adaptar-se aos ambientes 
acústicos. 
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Os AAs que não apresentam esse recurso externo possuem uma forma de adaptação automática, 
de forma que se regule a intensidade da ampli� cação de acordo com os ambientes em que o 
usuário está inserido. Muitas marcas de aparelhos auditivos têm apresentado como recurso 
aplicativos para controle de volumes nos celulares por conectividade via Bluetooth. 
Figura 18 - Exemplo de aplicativo utilizado no celular para controle de volume dos aparelhos auditivos. Fonte:
Rexton (2020).
3.5 Pilhas
Para o funcionamento pleno dos aparelhos auditivos, é necessário o uso de pilhas. As 
usadas e recomendadas são as de zinc-air. As pilhas são classi� cadas pelos tamanhos 10, 312, 
13 e 675. Quando compradas, possuem um lacre, com cores diferentes para cada tamanho, que, 
quando retirado, ocorre a ativação por meio do oxigênio. O recomendado é que, quando tirar 
o lacre, o usuário espere, pelo menos, 30 segundos para total ativação. Destaque-se que, quanto 
maiores as pilhas, maior o tempo de duração, e vice-versa. Além disso, quanto maiores o número 
de recursos dos aparelhos e a potência, menor a durabilidade. Na prática clínica, observa-se que: 
a pilha 10 dura, emmédia, de 3 a 5 dias; a 312, de 5 a 7 dias; a pilha 13, de 10 a 15 dias; e a 675, 
de 20 a 30 dias. 
Figura 19 - Pilhas de tamanhos na sequência 10, 13, 312 e 675. Fonte: A autora.
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3.6 Chave Liga/Desliga
Existem duas formas de ligar e desligar os aparelhos. A primeira se dá por uma chave 
designada para isso, que vem localizada principalmente nos aparelhos retroauriculares. A 
segunda, abrindo e fechando o compartimento de pilhas. Essa chave é encontrada principalmente 
em aparelhos mais antigos: quando está posicionado no M (microfone), é porque está ligado; 
no O (o� ), desligado. Algumas próteses também apresentam o posicionamento T para bobina 
telefônica. 
3.7 Moldes
Os moldes apresentam a função de � xação, vedação e condução do som ampli� cado para 
o CAE do usuário. Reitere-se que mudanças nas características do molde in� uenciam diretamente 
na percepção do som. 
3.8 Controles Universais (Trimmers)
Pereira (2015) descreve que os controles podem ser encontrados em próteses auditivas 
com tecnologia analógica e digital. Os digitais apresentam maior variedade de controles, de 
acordo com o número dos algoritmos e da disponibilidade dos recursos no so� ware de cada 
fabricante. 
- Controle de ganho: controla o ganho ideal para cada usuário de acordo com a perda 
auditiva.
- Controle de tonalidade: altera o ganho em função da frequência ou a resposta de 
frequência dos aparelhos. Dessa forma, enfatiza o ganho para os sons agudos e/ou graves, 
de acordo com a necessidade individual do usuário.
- Controle de saída: regula o nível de pressão sonora transmitida para o usuário pelo 
CAE, de forma a evitar desconforto.
- Controle de volume: permite que o usuário ajuste a intensidade de acordo com o 
ambiente em que está inserido.
- AGCi ou SG: Automatic gain input ou gain control. É o controle automático de ganho de 
entrada ou compressão de entrada. Mantém a ampli� cação em níveis estáveis.
- AGCo: automatic gain control output. Controle automático de ganho de saída ou 
compressão de saída, ajustado de acordo com o limiar de desconforto.
- Gain control: ganho máximo que os AAs oferecem para cada frequência.
- P ou MPO: controle de saída máxima.
- PC: corte de picos.
- LC ou L ou NL (low frequency control): controle de frequências graves.
- H ou NH (high frequency control): controle de frequências agudas.
- MPO: ajuste de potência máxima de saída.
- AGRAM: para usuários com graves preservados.
- T: bobina de indução telefônica. Transforma variações em campo eletromagnético 
em sinais elétricos equivalentes. Esses sinais são processados pela prótese auditiva e 
transmitidos ao usuário na forma de som. Utilizada principalmente para uso no telefone, 
pois melhora a qualidade sonora durante uma conversa ao telefone.
- M: microfone.
- D (direcional): identi� ca que o aparelho possui microfone direcional.
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- Entrada direta de áudio: entradas alternativas nos aparelhos. Estão disponíveis 
principalmente nos aparelhos retroauriculares. Normalmente, é um encaixe. Um � o pode 
ser conectado e ligado a um sistema externo (rádio, televisão). Os sistemas de frequência 
modulada (FM) também podem utilizar essa entrada como forma de conexão entre o 
receptor de radiofrequência e a prótese auditiva. 
4. CARACTERÍSTICAS ELETROACÚSTICAS
As características eletroacústicas são a descrição do desempenho operacional quando 
processam o sinal sonoro. As principais características têm relação direta com a perda auditiva, 
bem como com os componentes básicos dos aparelhos. Segue sua descrição, uma a uma.
4.1 Ganho Acústico
O ganho acústico pode ser de� nido como a diferença de intensidade, em decibéis (dB), 
entre o sinal de entrada captado pelo microfone e aquele que é liberado pelo receptor. Dessa 
forma, tem relação direta com o ampli� cador, com a potência dos aparelhos e com o grau de 
perda auditiva. 
Por exemplo: um aparelho auditivo com 50dB de ganho, um com ambiente de 60dB, será 
fornecido um ganho de 110dB ao usuário. Para de� nirmos a necessidade de ganho necessária 
para o usuário e baseada no grau de perda auditiva, utilizamos métodos prescritivos de ganho. 
Ampli� cadores lineares produzem o mesmo ganho para todos os sinais de entrada. Em 
dispositivos não lineares, o ganho varia de acordo com o sinal de entrada para cada frequência. 
4.2 Resposta de Frequência
Esta característica é a ampli� cação para as diferentes frequências processadas. Cada 
aparelho possui uma faixa de frequência diferente da outra. Teixeira e Garcez (2015) explanam que 
a curva de resposta de frequência pode ser representada por um grá� co, no qual é demonstrada 
a saída por frequência. Ainda, podem-se encontrar, nas � chas técnicas dos aparelhos, os limites 
mínimo e máximo. Esses limites permitem uma visão parcial dessa característica eletroacústica. 
4.3 Saída Máxima
Os indivíduos, tanto com audição normal quanto com perda auditiva, possuem um 
limite de audição, a partir do qual um som forte se torna desconfortável. Esse limite máximo 
é caracterizado como limiar de desconforto. A saída máxima do aparelho é o maior nível de 
pressão sonora que ele é capaz de produzir desde que não cause desconforto ao usuário. Os 
aparelhos possuem limitadores de saída máxima denominados corte de picos, ou por meio da 
compressão dos sons. Está relacionada ao ampli� cador e ao receptor dos aparelhos. 
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5. MODELOS DE AASI
Os modelos de aparelhos auditivos têm relação direta com o resultado da audiometria do 
usuário, com o histórico audiológico, bem como com as destrezas manual e visual. A estrutura 
dos aparelhos auditivos tem relação direta com a percepção auditiva no ato da seleção e, para 
muitos pacientes, o lado estético tem extrema importância. 
5.1 Aparelhos Retroauriculares (BTE)
Estes modelos de aparelhos se conectam ao molde, adaptam-se atrás do pavilhão 
auricular e contemplam microfone, receptor e ampli� cador no mesmo módulo. Normalmente, 
o microfone � ca situado no topo ou atrás da prótese, o que fornece uma boa localização da fonte 
sonora. Esses aparelhos podem ser adaptados para todos os graus de perda auditiva (de leve a 
profundo), bem como para todas as con� gurações e tipos de perdas, considerando modi� cações 
acústicas no molde. Com o avanço dos modelos e da tecnologia dos AAs nos tempos atuais, esses 
aparelhos têm sido indicados, principalmente, para perdas auditivas de grau severo/profundo, 
pois há possibilidade de maior potência. O espaço entre os componentes é maior, o que evita o 
aparecimento de microfonia pela vibração dos componentes durante o funcionamento, com a 
necessidade de maior potência. Reitere-se que os moldes são responsáveis também pela sensação 
auditiva, � xação dos aparelhos no ouvido e condução do som pelo CAE. 
Os controles externos incluem a chave MTO, controle de volume e botão de programas, 
localizado na parte de trás dos aparelhos. Os atuais também apresentam a entrada de conexão para 
regulagem do AA. São formados por � ex hook ou gancho, tubo plástico, molde e compartimento 
de pilhas, que, normalmente, são do tamanho 13 ou 675, dependendo da potência do AA.
Figura 20 - Aparelhos retroauriculares de diversas marcas. Na última imagem, descrição das partes externas dos 
aparelhos. Fonte: Telesom (2021) e Medical EXPO (2021b).
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5.2 Adaptação Aberta
Os aparelhos de adaptação aberta são aparelhos minirretroauriculares, compostos 
por um tubo � no e uma oliva no lugar do gancho e molde. O microfone, o ampli� cador e o 
receptor ainda � cam atrás da orelha.São mais discretos. Foram criados ao pensar em pacientes 
com perda auditiva em rampa para aumentar a ventilação e, assim, diminuir o efeito de oclusão. 
Normalmente, quando necessário, há a possibilidade de adaptar gancho e molde nesses modelos. 
As pilhas utilizadas normalmente podem ser do tamanho 312 ou 13.
Reitere-se que são uma ótima opção para condutos estreitos com necessidade de diâmetro 
de ventilação, indicados para pacientes com perda auditiva de grau leve a início de grau severo e, 
essencialmente, para pacientes com perda em rampa, como já citado. Apresenta maior ganho para 
frequências agudas, o que diminui a probabilidade de microfonia e desgaste do receptor. Com 
o aumento do número de modelos e recursos dos aparelhos auditivos, esse aparelho tem sido 
indicado principalmente para pacientes com histórico de infecção, pois diminui a probabilidade 
de proliferação de bactérias por não vedar totalmente o conduto. 
Figura 21 - Aparelhos de adaptação aberta. Fonte: Medical EXPO (2021a).
5.3 Receptor no Canal (RIC ou RIE)
Os aparelhos com receptor no canal (também chamado receptor in conduct (RIC) 
ou receptor in the ear (RIE)) são um aparelho minirretroauricular, no qual o microfone e o 
ampli� cador � cam atrás do pavilhão, enquanto o receptor � ca dentro do conduto. Esse modelo 
permitiu diminuir o tamanho dos aparelhos, o que melhorou a aceitação estética, bem como a 
qualidade sonora devido ao posicionamento do receptor. Os tamanhos de pilha utilizados podem 
variar entre 10 a 312. 
Esse posicionamento também contribuiu para a redução do surgimento de microfonia 
devido à distância entre microfone e receptor. Melhorou o ganho para frequências agudas, o 
que torna a qualidade sonora e o uso do ganho acústico mais efetivos. Também deixa a curva de 
resposta de frequência mais suave, pois não força a passagem do som pelo thin tube, sem perda 
de ganho nas altas frequências.
É considerado um dos aparelhos mais indicados no momento devido à grande 
possibilidade de indicação. Pode ser indicado para todos os graus de perda auditiva, pois algumas 
marcas disponibilizam receptores UP (ultra power) que alcançam perda auditiva de grau severo/
profundo. Também pode ser indicado para todos os tipos de perda auditiva desde que o usuário 
não apresente histórico de infecção recorrente com secreção. 
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Os receptores indicados para montagem desse aparelho são o standard (S), moderado (M), power
(P), super power (SP) e ultra power (UP). Reitere-se que cada marca tem alguns desses receptores 
disponíveis; nem todas apresentam todas as potências. Normalmente, os mais encontrados são o 
S, o M e o P.
Figura 22 - Aparelho auditivo RIC e os respectivos componentes: 1. Microfones; 2. Mini chip (processador do sinal 
sonoro); 3. Receptor; 4. Compartimento de pilhas; 5. Botão de programa/controle de volume. Fonte: Signia (2020).
Figura 23 - Exemplos de aparelhos modelo RIC no ouvido dos pacientes. Fonte: Audio Clean (2021c) e Ponto Pro-
� ssional (2021).
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5.4 Aparelhos Auditivos Intra-Aurais
Os componentes estão completamente inseridos dentro da orelha do usuário, na área da 
concha e meato acústico externo. A localização do microfone permite a manutenção da função 
da orelha externa (localização e detecção do som). São aparelhos fáceis de serem inseridos e 
removidos, pois possuem o formato do ouvido do paciente. São indicados para perdas auditivas 
de grau leve até severo, para as quais também são escolhidos receptores como o RIC. 
São divididos em intra-auriculares, intracanal e microcanal. Destaque-se que, quanto 
menor o aparelho, menor o número de controles externos e internos, e há maiores restrições de 
modi� cações acústicas. Quanto maior a perda auditiva, maior a probabilidade de microfonia. A 
maior contraindicação é para pacientes com histórico de infecção recorrente. 
5.4.1 Intra-auricular
De acordo com Pereira (2015), a intra-auricular foi a primeira prótese miniaturizada, que 
ocupava parte do CAE e da concha do pavilhão auricular de forma completa ou incompleta. Pode 
ser indicada para perdas auditivas de grau leve até severo. Como tem tamanho maior, apresenta 
ganho amplo, mais versatilidade, circuitos mais complexos, facilidade em pedir ventilação em 
tamanhos melhores, além de maior número de controles internos. Normalmente, utiliza pilha 13 
ou 312.
Figura 24 - Aparelhos intra-auriculares de marcas diferentes. Fonte: Audio Clean (2021b).
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5.4.2 Intracanal
Este aparelho apresenta um tamanho intermediário. O microfone se localiza no faceplate
(placa externa do aparelho). Ocupa apenas o MAE. Pode ser indicado para perdas auditivas de 
grau leve a severo, também considerando a mudança de receptor quando for necessário maior 
potência. As contraindicações são, principalmente, em caso de otites recorrentes com presença 
de secreção e quando há estreitamento do CAE. Normalmente, utiliza pilha de tamanho 312.
Figura 25 - Aparelho auditivo intracanal. Fonte: Audio MAG (2020). 
5.4.3 Microcanal
O aparelho microcanal é posicionado a 5mm, mais ou menos, da membrana timpânica. 
Por isso, é considerado o menor intra-auricular encontrado no mercado. Apresenta alto nível 
de pressão sonora para frequências agudas devido ao posicionamento, além de redução ou 
eliminação do efeito de oclusão, bem como redução da microfonia. Pelo fato de a localização 
do microfone ser mais ao interior do CAE, há menos queixas de percepção de ruído de vento e 
também facilita o uso no telefone. É indicado para perda auditiva de leve à moderada e apresenta 
as mesmas contraindicações do intracanal. 
Encontram-se no mercado microcanais personalizados, para os quais também é 
necessária a realização de pré-moldagem auricular. Há ainda aparelhos deste modelo que podem 
ser adaptados de forma instantânea. Para a adaptação destes últimos, é necessário avaliação do 
conduto do paciente. 
Figura 26 - Aparelho auditivo microcanal, visualizado fora e dentro do conduto auditivo. Fonte: Audio Clean 
(2021a).
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Figura 27 - Aparelho auditivo microcanal, chamado de “invisível” por praticamente sumir no conduto auditivo do 
usuário. Fonte: Open Ear (2021). 
Figura 28 - Aparelho microcanal de adaptação instantânea, com o uso de olivas de acordo com o tamanho do con-
duto do usuário. Fonte: Audiocamp (2021).
5.5 Aparelhos Auditivos Recarregáveis
Estão surgindo no mercado aparelhos auditivos recarregáveis, que não precisam de pilhas 
de zinc-air. Eles apresentam uma bateria de lítio integrada, que, segundo os fabricantes, não 
“vicia”. Os aparelhos que estão surgindo são modelos de adaptação aberta ou RIC. São carregados 
por meio de um carregador ligado direto na tomada ou por um carregamento via wireless. As 
empresas prometem até 24 horas de audição após a carga completa. Esse tipo de aparelho tem 
atraído o público por não ser necessário o uso de pilhas, o que tira a preocupação de aquisição 
de tempos em tempos. 
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Figura 29 - Modelos de aparelhos auditivos recarregáveis disponíveis no mercado. Fonte: Audio Global (2019c).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conhecimento sobre modelos, componentes básicos e características eletroacústicas 
dos aparelhos auditivos é de fundamental importância para o fonoaudiólogo, pois isso pode 
determinar o sucesso no processo de seleção dos aparelhos auditivos. 
Associar esse conhecimento aos dados principais da audição do paciente, bemcomo 
aos dados investigados na anamnese, aumenta ainda mais a possibilidade de sucesso. Cabe ao 
fonoaudiólogo ter sensibilidade no ato da seleção, pois isto é apenas o início para que o usuário 
se sinta acolhido e tenha con� ança no pro� ssional que o atende. Só assim ele terá um processo 
de adaptação pleno e satisfatório. 
Os condutos auditivos são diferentes para cada pessoa. Podemos compará-los 
à impressão digital já que cada pessoa tem uma específi ca. É por esse motivo 
que devemos observar atentamente o conduto dos pacientes para a indicação de 
determinados modelos de aparelhos. Ademais, devemos realizar a pré-moldagem 
para confecção de molde e/ou aparelhos personalizados. 
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UNIDADE
02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 31
1. TECNOLOGIAS ANALÓGICAS E DIGITAIS ...........................................................................................................32
1.1 APARELHO AUDITIVO ANALÓGICO ...................................................................................................................32
1.2 APARELHO HÍBRIDO OU DIGITALMENTE PROGRAMÁVEL ............................................................................33
1.3 APARELHOS AUDITIVOS DIGITAIS ...................................................................................................................34
2. LIMITADORES DE SAÍDA MÁXIMA.....................................................................................................................38
2.1 CÉLULAS CILIADAS EXTERNAS ........................................................................................................................38
2.2 AMPLIFICAÇÃO LINEAR E NÃO LINEAR ..........................................................................................................39
2.3 SAÍDA MÁXIMA ..................................................................................................................................................39
2.4 COMPRESSÃO ....................................................................................................................................................40
2.4.1 CORTE DE PICOS ............................................................................................................................................42
FUNCIONAMENTO, MÉTODOS PRESCRITIVOS E 
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO AASI
PROF.A KARLA PEREIRA DE PAULA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA 
INDIVIDUAL
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2.4.2 COMPRESSÃO DE ENTRADA .........................................................................................................................43
2.4.3 COMPRESSÃO DE SAÍDA ...............................................................................................................................44
2.5 COMPRESSÃO EM APARELHOS AUDITIVOS COM TECNOLOGIAS DIGITAIS .............................................45
2.5.1 CONTROLES DE SISTEMAS DE COMPRESSÃO ...........................................................................................45
2.6 CIRCUITOS DE COMPRESSÃO .........................................................................................................................46
 2.6.1 LIMITAÇÃO POR COMPRESSÃO OU HLC ....................................................................................................46
2.6.2 COMPRESSÃO DE ÁREA DINÂMICA AMPLA OU WDRC ............................................................................47
2.6.3 COMPRESSÃO MULTICANAL.........................................................................................................................49
2.6.4 SISTEMAS ASP (AUTOMATIC SIGNAL PROCESSING – PROCESSAMENTO AUTOMÁTICO DO SINAL) .....50
2.6.5 BILL (BASS INCREASE AT LOW LEVELS – AUMENTO DA INTENSIDADE DAS FREQUÊNCIAS BAIXAS EM 
NÍVEIS FRACOS) ......................................................................................................................................................50
2.6.6 TILL (TREBLE INCREASE AT LOW LEVELS – AUMENTO DA INTENSIDADE DAS FREQUÊNCIAS ALTAS 
EM NÍVEIS FRACOS) ................................................................................................................................................50
2.6.7 PILL (PROGRAMMABLE INCREASE AT LOW LEVELS) ...............................................................................51
3. SELEÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DO AASI ......................................................................................................51
3.1 CANCELAMENTO DE MICROFONIA ..................................................................................................................51
3.2 EXPANSÃO (REDUTOR DE RUÍDO DO MICROFONE/REDUTOR DE RUÍDOS SUAVES) ..............................52
3.3 ALGORITMOS DE REDUÇÃO DE RUÍDO OU REDUÇÃO DIGITAL DE RUÍDO (RDR) ......................................53
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................54
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INTRODUÇÃO
A função primordial dos aparelhos auditivos é ampli� car os sons de forma confortável, 
com qualidade sonora adequada, de forma que torne os sons audíveis para as pessoas com perda 
auditiva. No entanto, a ampli� cação única para todos os sons pode trazer níveis de desconforto 
para o usuário no dia a dia, o que acarreta problemas na adaptação e até o abandono dos aparelhos. 
Todos os indivíduos, tanto com audição normal como com perda auditiva, apresentam 
o que se chama de área dinâmica de audição (doravante, ADA). Essa área contém o mínimo que 
o sujeito consegue ouvir (limiar auditivo) e a intensidade maior que causa desconforto para ele 
(limiar de desconforto). O espaço entre os dois limiares é a ADA. 
Figura 1 – ADA de um indivíduo com audição normal. Fonte: Souza (2014).
Dessa forma, os aparelhos auditivos precisam respeitar os índices da ADA para evitar 
desconforto e para os pacientes fazerem uso pleno dos aparelhos auditivos. Para que isso 
aconteça, além do bom funcionamento e tecnologia dos aparelhos, é necessário conhecimento 
dos fonoaudiólogos acerca do funcionamento e recursos oferecidos pelos aparelhos ao longo do 
tempo, bem como os que são mais utilizados no momento. 
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1. TECNOLOGIAS ANALÓGICAS E DIGITAIS
A tecnologia dos aparelhos auditivos é classi� cada de acordo com o tipo do processamento 
de sinal utilizado no módulo. Pode ser dividida em três níveis: analógica, digitalmente programável 
e digital. 
1.1 Aparelho Auditivo Analógico
A representação da onda elétrica no circuito é “análoga” à da onda sonora de entrada. Ou 
seja, ampli� ca-se o sinal de entrada de forma geral. O ganho é o mesmo, independentemente da 
intensidade da fonte. Os controles de ampli� cação são ajustados por trimmers, que são chaves 
localizadas na parte externa dos aparelhos. Por esses motivos, a � exibilidade de ajuste é menor. 
A vantagem desse processamento é o baixo custo e o baixo consumo de pilhas. Existem de todos 
os modelos e tamanhos. 
No entanto, esses aparelhos estão praticamente extintos no mercado em virtude, 
sobretudo, da baixa � exibilidade de ajuste, o que acarreta di� culdade de adaptação e constantes 
queixas em relação ao som dos aparelhos. Os usuários argumentam que ele faz muito barulho, 
deixando de usá-lo em diversos momentos. Caso não haja outra alternativa, tais aparelhos podem 
ser indicados principalmente para perdas auditivas de con� guração plana ou para pacientes com 
perda auditiva de grau severo/profundo. 
Figura 2 - Funcionamento dos aparelhos analógicos. Fonte: Souza (2014).
Figura3 - Diagrama de blocos do processamento analógico de um aparelho auditivo. Fonte: Perez, Sánches-Andra-
de e Valeiras (2021).
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Figura 4 - Aparelhos auditivos com identi� cação de três trimmers, nos quais: a chave MPO corresponde à saída má-
xima; o NH, ao controle de frequências altas; e L, ao corte de graves. Fonte: Portal dos Bebês (2020a).
1.2 Aparelho Híbrido ou Digitalmente Programável
Nele, o som é processado de forma analógica, porém, permitem-se controles digitais 
nos parâmetros de ampli� cação. Não contém trimmers apesar do processamento analógico. A 
programação é realizada no computador ou por uma unidade de programação. Por apresentar 
controles digitais, a � exibilidade de ajuste é maior, além de apresentar maior precisão durante a 
regulagem e qualidade dos sons. Há a possibilidade de memórias ou programas manuais. Como 
desvantagem, apresenta alto custo e ruído interno, o que causa maior distorção. 
Figura 5 - Aparelhos digitalmente programáveis ligados à interface (Hi-Pro) e à unidade programadora externa. 
Fonte: Portal dos Bebês (2020c).
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Figura 6 - Exemplos de aparelhos retroauriculares híbridos, com botão para troca de programa ou memória. Fonte:
Portal dos Bebês (2020d). 
Figura 7 - Esquema do funcionamento dos aparelhos digitalmente programáveis. Fonte: Souza (2014).
1.3 Aparelhos Auditivos Digitais
As primeiras próteses auditivas digitais entraram no mercado em 1996. Diferentemente 
dos aparelhos analógicos que ampli� cam o som por igual, as digitais, ao perceberem que as 
variações de pressão sonora atingem o diafragma do microfone, são convertidas em representações 
de voltagem do sinal acústico. Tanto a frequência quanto a amplitude do sinal de entrada podem 
mudar ao longo do tempo (ALMEIDA; IORIO, 2003).
Nos aparelhos, há um microprocessador que tira uma amostra rápida do sinal de entrada 
em intervalos distintos de tempo e, então, ampli� ca essas porções. Nesse microprocessador, há 
uma série de algoritmos que permitem que o sinal possa ser modi� cado com maior precisão, 
maior � exibilidade de ajuste e qualidade sonora. Em suma, os algoritmos são uma série de passos 
ou instruções em uma sequência predeterminada para controlar as operações matemáticas 
usadas para avaliar o processamento adequado.
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O ganho varia de acordo com os sinais de entrada, o que melhora a qualidade sonora, 
com alta � dedignidade aos sons, além de maior � exibilidade de ajustes. Graças aos algoritmos, 
esses aparelhos possuem mais recursos que melhoram o processo de adaptação, como o uso 
de � ltros que diminuem a distorção, melhor supressão do ruído (combinado com microfones 
direcionais) e a miniaturização do circuito. Almeida e Iorio (2003) esclarecem que, em sistemas 
com processamento digital, é possível fabricar o circuito integrado � sicamente menor sem 
sacri� car a e� ciência e o desempenho. 
Figura 8 - Processamento digital do som. Fonte: Audio Packs (2021).
Para que a programação dos aparelhos auditivos seja realizada, é necessário um 
computador que tenha instalado o so� ware da marca com que trabalha. Reitere-se que cada 
marca possui um programa diferente. Com o programa instalado, o pro� ssional precisa estar 
atento aos equipamentos ou interfaces de programação que o fabricante utiliza para comunicação 
do aparelho com o so� ware. Esses equipamentos podem ser utilizados via cabo ou wireless. As 
interfaces mais utilizadas são o Hi-pro, que se conecta ao computador por uma entrada USB e 
apresenta entrada para cabos que serão ligados aos aparelhos. Logo após os cabos serem colocados, 
será feita a leitura dos aparelhos pelo so� ware. Alguns aparelhos, por serem muito pequenos, 
não apresentam o conector para o cabo e, sim, para uma � ta de programação. Ela é colocada no 
aparelho, e o cabo é ligado à � ta. Outras interfaces também são: o colar, o qual se conecta aos 
aparelhos por bluetooth ou wireless e, assim, se comunica com o so� ware; e um programador sem 
� os, cabos ou colares, que realiza a programação apenas por wireless. 
O banco de dados dos pacientes com os dados pessoais principais (nome, data de 
nascimento e gênero), os dados audiológicos e os dados dos aparelhos (modelo e número de 
série), bem como a regulagem, � cam todos armazenados no so� ware do fabricante ou em um 
especí� co, que se chama NOAH. O NOAH é um armazenamento que pode conter programas de 
diversos fabricantes, o que se torna um programa universal.
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Figura 9 - A primeira imagem, à esquerda, mostra a entrada USB do Hi-pro, e a segunda, os cabos conectados ao 
Hi-pro. Note que os dois cabos são vermelhos. Normalmente, utiliza-se vermelho para OD e azul para OE. Fonte:
A autora.
Figura 10 - Fitas e cabos de programação de aparelhos auditivos. Fonte: Mazalab (2020).
Figura 11 - Demonstração do posicionamento da � ta e do cabo juntamente com o aparelho. Fonte: A autora.
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Figura 12 - Modelo de colar de programação. Fonte: Alvitex (2021).
Figura 13 - Modelo de programador sem � o. Fonte: Amazon (2021).
Quadro 1 - Principais diferenças entre os tipos de tecnologias dos AAs. Fonte: Souza (2014).
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2. LIMITADORES DE SAÍDA MÁXIMA
Como explicado anteriormente, todos os indivíduos apresentam uma área dinâmica 
de audição, que corresponde ao espaço entre os limiares auditivos e o limiar de desconforto 
encontrado. Assim, a ADA tem de ser respeitada pelas próteses auditivas ao transformar sons 
inaudíveis em audíveis, de forma que não ultrapasse o limiar de desconforto. 
Almeida e Iorio (2003) expõem que os indivíduos com perda auditiva sensório-neural 
recrutante apresentam redução da diferença entre o limiar de audibilidade e o nível de desconforto, 
ou seja, uma redução da ADA. Para essas pessoas, ressalte-se a importância da possibilidade de 
controlar os sons processados pelos aparelhos, de forma que as características de ampli� cação se 
adaptem às características de audição. 
2.1 Células Ciliadas Externas
Para entendermos melhor os principais objetivos dos limitadores de saída máxima, é 
necessário compreender as funções e � siologia das células ciliadas externas (doravante, CCE). 
As CCEs apresentam função motora com propriedades mecânicas que estabelecem a 
eletromotilidade. São responsáveis pela contração rápida, com a função de ampli� cação não 
linear da cóclea, com ampla seletividade de frequência. São também responsáveis pela contração 
lenta, que apresenta as seguintes funções:
Controle da tonicidade das CCEs e regulação das propriedades mecânicas da membrana 
basilar.
- Proteção da superestimulação acústica.
- Amortecedor.
- Detecção de um sinal de ruído.
- Re� namento da seletividade frequencial.
- Focalização da atenção do estímulo acústico.
- Perda de audibilidade para sons de fraca intensidade.
- Diminuição da seletividade frequencial.
- Redução da ADA.
- Para P.A. maiores que 40 ou 50 dB, deve-se considerar lesão de CCI.
Ao considerar a lesão nas células ciliadas externas, observa-se perda de sensibilidade 
para sons de fraca intensidade, o que ocasiona elevação do limiar auditivo e redução da ADA, 
podendo levar ao recrutamento. Fazer esse tipo de associação e ter conhecimento acerca da 
� siologia das células ciliadas proporcionam ao paciente um pro� ssional com maior capacitaçãoe, por consequência, um processo de adaptação de menor tempo e com maior qualidade devido 
à seleção e programação corretas. 
Uma dica importante: o paciente recrutante apresenta alta sensibilidade para sons 
intensos. Uma forma de avaliar a presença de recrutamento é por meio da pesquisa dos re� exos 
acústicos. Se o valor da diferença entre o limiar auditivo e o contralateral for menor ou igual a 60, 
pode ser indicação de recrutamento. 
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2.2 Amplificação Linear e Não Linear
Na ampli� cação linear, o ganho é constante para todas as intensidades de entrada até 
o limite de saturação do aparelho auditivo. Almeida e Iorio (2003) a� rmam que cada variação 
de 1dB no nível de pressão sonora (NPS) do sinal de entrada do aparelho corresponde a uma 
variação de 1dB NPS do sinal de saída até o limite de saturação ou de saída máxima do AA. 
Assim, a razão de entrada e saída é de 1:1. O limitador de saída máxima utilizado nesse tipo de 
ampli� cação normalmente é o corte de picos quando a tecnologia do AA é analógica. 
Na ampli� cação não linear, as características são variáveis de acordo com o sinal de 
entrada, ou seja, o ganho do AA é diferente para cada frequência e cada intensidade. O tipo 
mais comum de ampli� cação não linear é a compressão de amplitude, ou apenas compressão. 
Normalmente, o ganho é maior para sons menos intensos e menor para sons mais intensos 
(ALMEIDA; IORIO, 2003).
Em suma, para que os aparelhos auditivos possam se aproximar da função das CCEs 
e, assim, não causarem desconforto para o usuário, Souza (2014) descreve que o AA precisa 
restabelecer o aumento normal da intensidade da seguinte forma:
- Sons suaves devem ser percebidos de forma suave.
- Sons médios devem ser percebidos de forma confortável.
- Sons altos devem ser percebidos como altos e toleráveis, independentemente do tamanho 
da variação dinâmica, de forma que evite desconforto para o usuário. 
O AA fornece um ganho não linear para todos os sinais de entrada, de forma que entradas 
de fraca intensidade sejam mais ampli� cadas do que as de forte intensidade. Se assim ocorrer, 
todos serão audíveis com conforto, o que contribuirá para uma melhor compreensão de fala e 
uma adaptação realizada em plenitude. 
2.3 Saída Máxima
Quando estudamos as características eletroacústicas, vimos de forma resumida o ganho 
acústico (ampli� cação do aparelho), a resposta de frequência (o quanto de ganho é necessário 
por frequência) e a saída máxima. Os aparelhos auditivos apresentam uma limitação da saída 
máxima com os seguintes objetivos: 
- Evitar o desconforto auditivo causado por um NPS excessivo.
- Ampliar a área dinâmica de audição.
- Evitar perda auditiva adicional.
- Quando a saída máxima está acima do limiar de desconforto, podemos observar os 
seguintes comportamentos do usuário:
• Manipulação do controle de volume constante.
• Mantê-lo no mínimo.
• Sons de fala inaudíveis ou distorcidos.
• Uso apenas em ambientes silenciosos. 
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Quando está muito abaixo do LD, têm-se as seguintes consequências:
- ADA desnecessariamente reduzida.
- Frequente saturação.
- Sinal distorcido. 
2.4 Compressão
A compressão pode ser de� nida como a forma de fazer com que o sinal se adapte à ADA 
do paciente para evitar desconforto (SOUZA, 2014). A característica básica de todos os sistemas 
de compressão é a variação das características de ampli� cação de acordo com o sinal de entrada 
advindo do ambiente (ALMEIDA; IORIO, 2003). Para que ocorra de forma e� caz, é necessário 
que o AA analise o sinal de entrada de acordo com as características e a necessidade auditiva do 
usuário e, posteriormente, realize as correções necessárias para o sistema de ampli� cação. Assim, 
podemos resumir que a compressão apresenta os seguintes objetivos:
- Tornar a fala no silêncio compreensível, sem precisar do ajuste do CV.
- Que o sinal da voz não se torne excessivamente forte.
- Tentativa de melhorar a inteligibilidade de fala na presença de ruído e ampliar a ADA.
- Evitar distorção e desconforto.
- Aumentar o conforto auditivo.
- Reduzir diferenças interssilábicas.
- Reduzir diferenças do sinal de fala.
- Normalizar a sensação de intensidade.
- Maximizar a inteligibilidade de fala.
Uma das maiores preocupações de indivíduos com indicação de AA, além da estética, é 
que os aparelhos possam causar maiores danos à audição. Sabemos que essa preocupação não 
condiz com a realidade. Quando o pro� ssional tem conhecimento acerca dos componentes, 
funcionamento e algoritmos dos aparelhos, bem como de regulagem e melhor indicação para 
os pacientes, é muito raro que o paciente não se sinta confortável com a adaptação. Ademais, 
a compressão é um modo pelo qual os pro� ssionais se asseguram de que o AA não será 
desconfortável para o paciente com alta intensidade. 
Para que o sistema de compressão seja mais bem compreendido, precisamos conhecer e 
entender as principais características apresentadas:
• Características dinâmicas: é o tempo que o sistema leva para ser ativado ou desativado. 
São dependentes do tempo:
- Tempo de ataque: intervalo de tempo que o sistema leva para modi� car o ganho na 
presença de um som muito intenso.
- Tempo de recuperação: intervalo de tempo em que o ganho do sistema que foi modi� cado 
volta a ser linear.
- Razão de redução: quantidade de redução de ganho, em milissegundos. 
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• Características estáticas: são independentes do tempo.
- Limiar de compressão ou ponto de joelho: ponto em que a compressão é ativada. Antes 
do limiar de compressão, o AASI pode operar linearmente. 
- Razão de compressão: quantidade de compressão exercida sobre o sinal. A razão entre 
dois números, dentre os quais o primeiro se refere a um aumento no nível de entrada, e o 
segundo, ao aumento resultante da saída.
- Região de compressão: região entre o limiar de compressão e o ponto de saturação, ou 
seja, a área que sofre compressão do sinal.
- Ponto de monitoramento: é a posição em relação ao controle de volume. Quando 
há manipulação do controle de volume, há a modi� cação das características do AA. 
Encontra-se a compressão de entrada e a compressão de saída de acordo com o ponto de 
monitoramento. 
Figura 14 - Representação do sinal ampli� cado a partir do limiar de compressão. Fonte: Ramos (2002).
Figura 15 - Representação das variações da saída máxima em função da razão de compressão. Fonte: Ramos (2002).
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Figura 16 - Demonstração da região de compressão. Fonte: Ramos (2002).
A seguir, veremos os tipos de compressão encontrada em próteses com tecnologia 
analógica. 
2.4.1 Corte de picos 
É um tipo de limitador de saída, utilizado em próteses analógicas com ampli� cação 
linear. Normalmente, � ca localizado no receptor, com um design simples, com pouco espaço 
para atingir a limitação de saída abrupta, sendo barato e de fácil construção. Há pouco espaço 
para atingir a limitação de saída abrupta. Os indivíduos que podem se bene� ciar com esse tipo 
de limitador são aqueles com perda de audição de grau profundo, pois é muito importante que 
eles percebam todos os sons que chegam pelo aparelho, mas sem desconforto. Ainda podem se 
bene� ciar os indivíduos com perda auditiva do tipo condutiva, com ADA reduzida.
Como desvantagem, esses limitadores apresentam degradação da qualidade sonora, o que 
leva à distorção do som, pois a redução do som é realizada de forma abrupta, sem seletividade 
de frequência ou sem considerar o que é importante ser ouvido ou não. Além da perda da 
sensibilidade para sons fracos, essetipo de prótese ampli� ca todos os sons da mesma forma, o 
que leva o paciente a perceber com mais clareza sinais de entrada mais fortes. No entanto, a falta 
de sensibilidade para sons fracos compromete o processo de adaptar, pois o ganho para sons 
fortes acaba sendo maior do que o necessário e, assim, há o risco de desconforto auditivo, o que 
leva muitos pacientes a desistirem do uso da prótese. 
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Figura 17 - Grá� co que demonstra o momento do corte de picos quando o AA atinge o limite de saída máxima com 
sinal de entrada maior. Fonte: Souza (2014).
Figura 18 - Demonstração de como seria o corte de picos se a onda sonora ultrapassasse o limite de saída máxima. 
Fonte: Souza (2014).
2.4.2 Compressão de entrada
É encontrada em aparelhos auditivos com tecnologia analógica. O ponto de monitoramento 
é localizado antes do controle de volumes. Ramos (2002) explica que, se um sinal de entrada 
exceder o limiar de compressão, o ganho do pré-ampli� cador é reduzido. O sinal de entrada 
determina a redução do ganho. O controle de volume não afeta o limiar de compressão, pois 
é � xo. No entanto, o ganho e a saída máxima são ampli� cados com o aumento do controle de 
volume. 
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Esse tipo de circuito é chamado também de AGCi e é indicado para casos de perda leve à 
moderada, com ADA maior, pois permite maior variação de saída máxima pela manipulação do 
controle de volume. 
Figura 19 - Representação da compressão com limitação da intensidade do sinal de entrada ampli� cado. PM = pon-
to de monitoramento. Fonte: Ramos (2002).
2.4.3 Compressão de saída
Este tipo de compressão também é encontrado em tecnologias analógicas. Ramos (2002) 
a� rma que o ponto de monitoramento é localizado após o controle de volume. A saída não 
será modi� cada, pois a compressão ocorrerá após o sinal de entrada ter sido modi� cado pelo 
controle de volume. Devido às alterações no controle de volume, ocorrerão variações no limiar 
de compressão. 
Também chamado de AGCo, é geralmente indicado para usuários de AA com perda 
auditiva de grau severo a profundo, pois apresentam ADA reduzida. Para esses indivíduos, 
uma saída excessiva causada pela manipulação do controle de volume acabaria resultando em 
desconforto ou, até mesmo, em perda auditiva adicional. Também é indicado para crianças, 
pois, mesmo que elas manipulem constantemente o controle de volumes, não sofrerão com 
desconforto. 
Ramos (2002) complementa que, com a manipulação do controle de volume e consequente 
alteração no limiar de compressão, o usuário controla quais sons serão comprimidos e quais serão 
ampli� cados linearmente. Ele terá a liberdade de escolher para quais sons de fraca intensidade 
deseja ganho, sem se preocupar com o desconforto já que não haverá alteração na intensidade 
de saída. 
Figura 20 - Demonstração grá� ca da compressão com limitação de intensidade do sinal de saída ampli� cado. PM = 
ponto de monitoramento. Fonte: Ramos (2002).
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Figura 21 - Efeitos do controle de volume na compressão de saída e entrada. Fonte: Souza (2014).
2.5 Compressão em Aparelhos Auditivos com Tecnologias Digitais
De acordo com Almeida e Iorio (2003), a característica básica da ampli� cação digital 
é o uso de um so� ware no sistema que indica as particularidades da ampli� cação. Os sons são 
transformados por uma sequência numérica que, quando alterada por diferentes cálculos, 
resulta em aumento da intensidade, redução de determinadas faixas de frequências, compressão 
de amplitude ou quaisquer outros parâmetros desejados. Dessa forma, o desenvolvimento da 
compressão em sistemas digitais implica simplesmente a introdução de um programa adequado 
no processador de sinais. 
2.5.1 Controles de sistemas de compressão
Em aparelhos com tecnologia analógica ou digitalmente programáveis, o fonoaudiólogo 
tem a possibilidade de escolher, na maioria das vezes, algumas características de compressão de 
acordo com a necessidade do usuário. Por seu turno, nos aparelhos digitais é possível ter mais 
parâmetros de regulagem, dentre os quais é possível que se tenha acesso, direta ou indiretamente, 
ao limiar de compressão, razão de compressão, região de compressão, saída máxima, ganho na 
região linear, ganho na região de compressão e as constantes de tempo (ALMEIDA; IORIO, 2003). 
A restrição do número de controles em aparelhos analógicos ou programáveis fez com 
que o controle convencional ou o threreshold knee se estabelecessem como mais frequentes. 
Reitere-se que esses controles também são encontrados em aparelhos não lineares. 
Ainda precisamos conhecer os controles de ajuste da compressão, quais sejam:
- Controle convencional: frequentemente encontrado na compressão de saída. Ajusta o 
limiar de compressão e a saída. Para testar a atuação desse controle, basta fazer com 
o próprio sinal de fala em forte intensidade próximo ao microfone do AA. Como está 
associado à compressão de saída, também é indicado para indivíduos com perda de 
audição de grau severo a profundo, com ADA bem reduzida. 
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- TK (threshold kneepoint): é frequentemente encontrado na compressão de entrada. 
Ajusta o limiar de compressão, que, por sua vez, seleciona o ganho para os sons de fraca 
intensidade, por volta de 40 a 50dB NPS. É considerado um auxiliar para sons de fraca 
intensidade. Para testar a atuação desse controle, utiliza-se um sinal de fala em fraca 
intensidade próximo ao microfone do AA. 
Ao utilizar o sinal de fala de forte intensidade, a percepção do TK será mínima ou, até 
mesmo, não audível. Afeta somente o ganho e o limiar de compressão. É indicado para 
pacientes com perdas de grau leve a moderado, com ADA mais ampla. 
Figura 22 - Representação das modi� cações feitas nas características eletroacústicas pelos controles de ajustes da 
compressão. Fonte: Ramos (2002).
Outro controle encontrado em determinados aparelhos não lineares é o denominado 
FFR (Fixed Frequency Response). Está relacionado ao aparelho monocanal não linear, que possui 
resposta de frequência variável em função do nível de sinal do ambiente. Quando está em posição 
on, a reposta de frequência é constante. Quando está o� , a resposta se mantém variável. 
2.6 Circuitos de Compressão
Os circuitos serão descritos de acordo com Ramos (2002), Almeida e Iorio (2003) e Souza 
(2014).
 2.6.1 Limitação por compressão ou HLC
A abreviatura HLC, por extenso, signi� ca High Level Compression. Recebe essa 
denominação, pois reduz o ganho somente para sons de forte intensidade, o que limita a saída 
apenas para sons muito intensos, com a � nalidade de prevenir contra o desconforto auditivo. Está 
frequentemente associada à compressão de saída e ao uso do controle convencional. Raramente 
está associada à compressão de entrada. 
A compressão é ativada para sinais de entrada de forte intensidade. Por isso, possui limiar 
de compressão alto, maior que 85dB, com região de compressão pequena ou restrita. A vantagem 
é que, para sons de fala em intensidade normal, não há compressão ativada. Abaixo do limiar de 
compressão, o ganho é linear para os sons de entrada de fraca e média intensidades, ou seja, com 
razão de compressão 1:1. Quando ativada, a razão de compressão é alta, a partir de 5:1. 
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
O tempo de ataque e recuperação é rápido, no intuito de prevenir contra o desconforto auditivo 
para sons súbitos e abruptos. 
Pode ser indicada para: pacientes com

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