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Gabriela Rodrigues – IMEPAC (9º período). TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO ATLS 10ª ED. CIRURGIA DO TRAUMA – RESUMO INTRODUÇÃO: Sedes frequentes de traumas: • Contusos • Penetrantes. • 10% morrem antes de chegar ao hospital; • 80% lesões leves; • 10% moderadas; • 10% graves. • Lesões primárias/secundárias; • 10% lesão raquimedular associada. - Objetivo: prevenir uma lesão secundária. - Garantir oxigenação, perfusão cerebral e pressão arterial. MECANISMOS DE TRAUMA: FECHADO • Alta energia • Baixa energia PENETRANTE • Ferimento por arma de fogo • Outros ferimentos CLASSIFICAÇÃO: GRAVIDADE: Leve: Glasgow 13 a 15; craniotomia 3% Moderado: Glasgow 9 a 12; craniotomia 9% Grave: Glasgow 3 a 8; craniotomia 19% MORFOLOGIA: FRATURAS DE CRÂNIO Calota; Basilares LESÕES INTRACRANIANAS Focais: extradural, subdural, intracerebral. Difusas: concussão leve, concussão clássica, lesão anoxal difusa. Aumento muito grande da pressão intracraniana → pode ficar maior que pressão de perfusão → isquemia dos neurônios que não faleceram no 1º trauma → lesão secundária. OBJETIVOS PRINCIPAIS: • Indicar tomografia; • Identificar massa intracraniana; • Indicar transferência; • Avaliação por neurocirurgião; • Realizar descompressão. • Couro cabeludo: sangramentos que podem levar ao choque. FISIOPATOLOGIA: PIC normal = 10 mmg Ponto de descompensação no TCE: aumento da PIC. Pressão de perfusão = PAM (pressão arterial média) – PIC Gabriela Rodrigues – IMEPAC (9º período). Importância de manter a PAM; PAM alta = edema; PAM baixa = isquemia → infarto cerebral. Pressão de perfusão < 70 mmHg é desfavorável; Atenção ao ABCDE do trauma; Manter o fluxo sanguíneo cerebral → 50 ml/100g cérebro/min; FSC < 5 – morte cerebral. Base da abordagem: sangue oxigenado, com pressão adequada, mantendo a perfusão do cérebro (ABC); Evitar o aumento da PIC; Evitar a lesão secundária (maior objetivo). AVALIAÇÃO INICIAL: A – Vias aéreas e coluna cervical; B – Respiração; C – Circulação D – Disability: escala de coma de Glasgow e reação pupilar Na fase inicial do TCE grave com hematoma em expansão, a PIC pode estar normal devido o mecanismo de compensação de saída de volume de líquor e sangue venoso do crânio (Doutrina de Monro-Kellie: o conteúdo intracerebral deve permanecer constante porque o continente é rígido; quando o volume intracranial aumenta, a pressão aumenta, há fuga de liquor e sangue que funciona como um tampão para a PIC). Gabriela Rodrigues – IMEPAC (9º período). PREVENÇÃO – LESÃO SECUNDÁRIA: • Estabilizar o paciente; • Manter PA em nível adequado; • Garantir boa perfusão cerebral; • Assegurar oxigenação cerebral. TCE – GRAVIDADE: TCE LEVE (GCS – 13 A 15): • 80% dos pacientes com TCE; • 3% disfunção neurológica grave; • Tomografia – ideal (sem contraste); • Indisponibilidade de tomo – observação • Observação hospitalar ou domiciliar: avaliar paciente. Não tem tomo, TCE penetrante, perda de consciência, cefaleia, intoxicação por álcool ou frogas, fratura de crânio, rinorreia ou otorreia, falta de acompanhante confiável, impossibilidade de retorno – observação hospitalar. Concussão; função neurológica, alteração transitória; capacidade de comunicação (história de desorientação, amnésia, perda transitória da consciência) → se de curta duração, pode ser confundida com intoxicação. Avaliação secundária: Extremamente importante; investigar mecanismos da lesão; monitoramento rigoroso do nível de consciência; atenção a períodos não responsivos, alteração de comportamento, sinais de convulsão, situações pós-comiciais. Determinar características de amnésia: retrógrada e anterógrada; período de duração avaliação em paciente com GCS < 15; Não associe alterações do estado mental do paciente a fatores que causam confusão mental como álcool, drogas, até que a possibilidade de TCE seja totalmente excluída. Imagem: Tomografia de crânio (priorizar transferência) → Indicações: Alto risco de intervenção cirúrgica → suspeita clínica de TCE, suspeita clínica de fratura aberta, sinal de fratura de base de crânio, dois ou mais episódios de vômitos, acima de 65 anos, uso de anticoagulante; Risco moderado de lesão na TC → perda de consciência maior que 5 minutos, amnésia retrograda maior que 30 minutos, mecanismo de trauma perigoso (atropelamento, ejeção de veículo, queda acima de 1m). Risco de TCE: cefaleia severa, convulsões, alterações de memória de curta duração, intoxicação por álcool ou drogas, coagulopatias, déficit neurológico focal (lesão encefálica) Avaliação do neurocirurgião para pacientes com: Alterações tomográficas; Sintomáticos ou alterações neurológicas; Alta: assintomáticos, alertas, sem alterações neurológicas, ficou em observação, foi reexaminado, permanece assintomático, orientações para observação domiciliar por 24h, retornar imediatamente se alguma alteração. TCE MODERADO (GCS – 9 A 12): 10% das vítimas de TCE; 10 a 20% piora neurológica. • Confusos; • Sonolentos; Gabriela Rodrigues – IMEPAC (9º período). • Executam comandos simples; • Déficit neurológicos focais (hemiparesia); • Exame neurológico seriado; • 20% evolui para coma. TC de crânio – obrigatório • Avaliação clínica; • História breve; • Aferir dados cardiopulmonares; • Exame neurológico; • Indicar TC; • Solicitar neurocirurgião ou transferência; • Manter paciente sob cuidados semi intensivos por 24h, no mínimo; • Realizar segunda TC em 24h se houver piora neurológica. Perigos de rebaixamento: inabilidade para proteger via aérea, analgesia criteriosa, evitar hipercapnia, monitorar com capnógrafo, gasometria, IOT pode ser necessária. TCE GRAVE (GCS 3 A 8): Importância da estabilização hemodinâmica; Hipotensão aumenta mortalidade; Conduta: 9% necessitarão de intervenção cirúrgica; tomografia de crânio (repetidas); intubação precoce; ventilação com O2 a 100%; hiperventilação cautelosa; pCO2 entre 25 e 35%. Conduta no paciente hipovolêmico com TCE: resolver o choque hipovolêmico primeiramente; PAS < 100 mmHg – identificar o sangramento (LPD e FAST); PAS > 100 mmHg – avaliação neurológica – tomografia. LESÕES ESPECÍFICAS: Fratura de Crânio: localização – na abóboda (hematomas epidural e subdural) ou na base do crânio (sinais: guaxinim - Battle, rino e otorreia); formato – linear ou estrelada; exposição: aberta ou fechada. 1. Calota: Tipos de fraturas: lineares, estreladas, com afundamento, sem afundamento, fechada, exposta. Indicação cirúrgica: afundamento maior, sinais de hipertensão intracraniana, perda de líquido cérebroespinal, fraturas expostas. 2. Fraturas de base de crânio: Sinal do guaxinim – sinal de Battle Guaxinim: Battle: Gabriela Rodrigues – IMEPAC (9º período). • Alta suspeita clínica; • Sonda gástrica; • TC coronal; • Tratamento do TCE; • Tratamento ósseo conservador. OBS: paciente com sinais de fratura de base de crânio, com necessidade de descompressão gástrica não podem usar sonda nasogástrica, apenas sonda orogástrica. LESÕES INTRACRANIANAS FOCAIS: HEMATOMAS: 1. Extradural/epidural: Prognóstico bom.2. Subdural: Gabriela Rodrigues – IMEPAC (9º período). - Preto: porque não tem o ferro da hemoglobina que dá na lesão branca. 3. Intracerebral (contusão): LESÕES INTRACRANIANAS DIFUSAS: São mais comuns que as focais; Mecanismo: aceleração/desaceleração; 1. Concussão leve: 2. Concussão cerebral clássica: 3. Lesão axonal difusa: Local: substância branca e cinzenta. FERIMENTOS PENETRANTES DE CRÂNIO: Mesma abordagem; Pior prognóstico: Glasgow < 5; projéteis de alta velocidade; midríase fixa; descerebração e decorticação; lesões cruzando linha média. TCE – TRATAMENTO: Evitar lesão secundária – estabilidade da vítima – TCE grave – via aérea definitiva. Gabriela Rodrigues – IMEPAC (9º período). Soluções salínicas hipertônicas não são recomendadas pelo ATLS; Hiperventilação moderada TRATAMENTO CLÍNICO: Manitol – pupilas normais evoluem a dilatadas ou hemiparesia/pupilas dilatadas e não reativas e não hipotensos (cada vez menos utilizado); Esteroides – não tem evidência; Barbitúricos – elevação da PIC refratária (apenas na UTI); Fenitoína – ocasião de convulsões; Avaliação do neurocirurgião. TRATAMENTO CIRÚRGICO: Lesões de couro cabeludo; Fraturas com afundamento de crânio; Lesões intracranianas de massa. Se um politraumatizado está chocado e com TCE grave – primeiro tratar choque e estabilizar hipovolemia desse paciente. CONSIDERAÇÕES: LESÕES SECUNDÁRIAS: Variações na PaO2 e PaCO2 acarretam vasoconstricção e vasodilatação que causam lesão cerebral. Deve-se corrigir: • Hipotensão; • Hipóxia; • Hipercapnia; • Hipocapnia. MORTE CEREBRAL: Critérios: • Glasgow = 3; • Pupilas não reagente; • Ausência de reflexos do tronco encefálico (oculocefálico, corneano, olhos de boneca, faríngeo); • Sem esforço respiratório espontâneo no teste de apneia; • Ausência de fatores que confundem (álcool, intoxicação, hipotermia) Exames: eletroencefalograma sem atividade em ondas de grande amplitude, ausência de fluxo sanguíneo cerebral (estudos em isótopos, doppler ou estudo FSC com xenômio, angiografia cerebral). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ATLS - Advanced Trauma Life Support for Doctors. American College of Surgeons. 10a. Ed. 2018.
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