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Biossegurança O QUE É? Conjunto de procedimentos, ações, técnicas, metodologias, equipamentos e dispositivos capaz de eliminar ou minimizar os riscos inerentes as atividades profissionais, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. Tem por finalidade de prevenção dos riscos gerados pelos agentes químicos e físicos envolvidos em processos de saúde, onde o risco biológico se faz presente ou não. Em biossegurança impõe-se a proteção biológica ao paciente e ao cirurgião-dentista e a sua equipe. CONCEITOS EM BIOSSEGURANÇA → SEPSIA: presença de microrganismos nos tecidos produzindo infecção. → ANTISSEPSIA: inibição da proliferação ou a destruição de microrganismos, que contaminam tecidos do corpo, por agentes químicos. Refere-se geralmente ao uso de substâncias químicas em pele e mucosas, portanto in vivo. → ASSEPSIA: conjunto de medidas para evitar a penetração de micro-organismos em local que não os contenha. → ESTERILIZAÇÃO: eliminação de todos os micro-organismos, patogênicos ou não, presentes em instrumentos ou objetos. → DESINFECÇÃO: destruição dos organismos patogênicos (os não esporulados), sem que haja, necessariamente a destruição de todos os microrganismos. É empregado para objetos inanimados. → DEGERMAÇÃO: redução ou remoção parcial dos micro- organismos da pele ou outros tecidos por métodos quimiomecanicos. → DESCONTAMINAÇÃO: redução ou remoção de micro- organismos de objetos por métodos quimiomecanicos. RISCOS DE TRANSMISSÃO DE INFECÇÕES O Ministério da Saúde (1994) recomendou a classificação de Spaulding. Os materiais usados pelo cirurgião dentista podem ser classificados em: • CRÍTICOS: aqueles que penetram nos tecidos, no sistema vascular e nos órgãos isentos de micro-organismos próprios. Devem estar esterilizados ao serem utilizados, como as agulhas para anestesia e sutura, instrumentos cirúrgicos, instrumentos para raspagem, instrumento e limas para endodontia, fios de sutura, curetas para dentina, sonda exploradora e milimetrada, brocas, porta-agulha, seringas, etc. • SEMI-CRÍTICOS: entram em contato apenas com mucosa íntegra, capaz de impedir a invasão dos tecidos. Devem estar esterilizados, ou até mesmo desinfetados, ao serem utilizados. Exemplos: pinça clínica, espelho bucal, condensadores de amalgama, espátulas, pedras e pontas montadas, cânulas de sucção, taças de borracha, etc. • NÃO-CRÍTICOS: são aqueles que entram em contato apenas com a pele íntegra e os que não entram em contato direto com o paciente. Devem estar desinfetados ao serem usados. Exemplo: placa de vidro, dappen, porta-dique plástico ou metálico, etc. PROCESIMENTO DE ESTERILIZAÇÃO Fases da esterilização: → PRÉ-LAVAGEM: instrumental mergulhando em detergente enzimático com três enzimas (amilase lipase e protease) por cinco minutos; em seguida, mergulhar em PAA a 2% por 30 minutos. → LAVAGEM: (paramentação e luvas de borracha ou luvas de nitroli), escovação na vertical ou ultrassom desinfetante para evitar o biofilme. → SECAGEM: (jatos de ar nos instrumentos em posição vertical ou compressa de gaze). Na autoclave: → EMBALAGEM EM SELADORA OU PAPEL GRAU CIRÚRGICO → ESTERILIZAÇÃO → ACONDICIONAMENTO DO INSTRUMENTAL EM ÁRMARIO OU GAVETAS, SEM DOBRAR MEDIDAS DE PRECAUÇÕES UNIVERSAIS Conjunto de medidas de controle de infecção, para serem adotadas universalmente. • Uso de barreiras ou equipamentos de proteção individual; • Prevenção da exposição a sangue e fluidos corpóreos; • Prevenção de acidentes com instrumentos pérfuro- cortantes; • Manejo adequado de procedimentos de descontaminação. LAVAGEM DAS MÃOS 1. Abrir a torneira emolhar as mãos, evitando encostar na pia; 2. Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabão líquido; 3. Ensaboar as palmas das mãos, friccionando-as entre si; 4. Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda, entrelaçando os dedos e vice-versa; 5. Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais; 6. Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimento de vai-e-vem e vice-versa; 7. Esfregar o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda, utilizando-se movimento circular e vice-versa; 8. Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da mão direita, fechada em concha, fazendo movimento circular e vice-versa; 9. Esfregar o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando movimento circular e vice-versa. → Enxaguar as mãos, retirando os resíduos de sabão. Evitar contato direto das mãos ensaboados com a torneira; → Pegar o papel toalha; → Secar as mãos, seguindo pelos punhos. INFECÇÃO CRUZADA Passagem de microrganismos de uma pessoa a outra, isto é, passagem de agente etiológico de doença, de um indivíduo para outro susceptível. Na odontologia, pode ocorrer por 4 vias possíveis.: • Do paciente para o cirurgião dentista e equipe; • Do cirurgião dentista e equipe para o paciente; • De paciente para paciente, via cirurgião dentista e equipe; • De paciente para paciente por intermédio de agentes como instrumentos, equipamentos e pisos. Os fatores de risco de contágio mais importantes são sangue, agulha e instrumentos cortantes ou perfurantes. Assim, impõe-se o recobrimento de detalhes do equipamento: • Botoneira de comando da cadeira; alças e interruptor do refletor; comandos da unidade auxiliar (água e cuspideira). • Tubulação do suctores. • Apoio de cabeça e espaldar da cadeira. • Puxadores de abertura de autoclave/estufa e das gavetas. • Câmera intrabucal. • Disparador do aparelho de raio-x e do fotopolimerizador. • Comando do amalgamador. • Ultrassom. Fone, etc. PREVENÇÃO DA INFECÇÃO CRUZADA Feita pelo emprego dos processos de esterilização e de todos os procedimentos destinados a manter a cadeia asséptica. Realizados em relação: • Ao pessoal odontológico; • Aos instrumentos; • Aos acessórios; • Ao equipamento; • Ao paciente. AO PESSOAL ODONTOLÓGICO → Lavagem do jaleco separadamente das roupas da família; → Usar gorros: cabelos representam importante fonte de infecção; → Máscara protege o paciente, além de promover proteção contra a inalação ou ingestão dos aerossóis. Devem ser descartáveis. → Os óculos, com proteções laterais, devem ser utilizados por todos os membros da equipe odontológica e pelo paciente. → Após o atendimento, os óculos devem ser lavados com sabonetes líquidos germicidas ou soluções antissépticas, enxaguados e enxugados com toalhas de papel; → As luvas devem ser usadas quando forem tocar em sangue, saliva, mucosas e tecidos. Devem ser trocadas a cada atendimento odontológico. O uso de luvas não dispensa a lavagem das mãos antes de coloca-las. • Nunca tentar desinfetar as luvas quando estiverem sujas de sangue ou outros fluidos orgânicos; • Nunca atender pacientes de risco ou alto-risco com luvas não estéreis; • Nunca tentar desinfetar as luvas por imersão em meios químicos; • Nunca atender ao telefone, abrir portas, gavetas de luvas após o atendimento ao paciente; • Lavar as mãos assim eu retirar as luvas. AOS INSTRUMENTOS E ACESSÓRIOS → Manuseio de artigos requer o uso de EPI; → Quando bem empacotados e acondicionados, o invólucro mantém os instrumentos estéreis por 30 dias com segurança; → Os invólucros somente devem ser abertos imediatamente antes do uso; → A remoção dos instrumentos dos pacotes, para guarda-los em caixas ou gavetas deve ser evitada; → Todos os instrumentos dispostos na bandeja para tratamento ficam contaminados após atendimento, mesmo aqueles que não forem utilizados; → Independentemente do processo a ser submetido, todo artigo deverá ser considerado como contaminado. AOS EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS → Todasas superfícies do equipamento que foram tocadas ou contaminadas com os aerossóis devem ser desinfetadas. Podem ser utilizados: • Álcool 70%; • Composto sintéticos do iodo; • Clorexidina 2 a 5% em álcool a 70%; • Compostos fenólicos; • Hipoclorito de sódio (0,5%). → O uso de barreiras mecânicas que protegem as superfícies (folhas de alumínio ou plástico, campos cirúrgicos) são eficazes no controle da infecção cruzada. AO PACIENTE → A antissepsia da cavidade bucal pode reduzir de 50 a 75% a quantidade de microrganismos na boca do paciente; → Podem ser utilizados: solução de clorexidina (de 0,12 a 02%), compostos de iodo, e etc. → O uso de óculos protetores para prevenir contaminação ocular do paciente deve ser utilizado rotineiramente CUIDADOS AO MANUSEAR MATERIAL PERFUROCORTANTE E BIOLÓGICO → Utilizar os EPIs próprios para o procedimento; → Usar sapatos fechados de couro ou material sintético; → Ter máxima atenção durante a realização de procedimento invasivos; → Nunca reencapar, entortar, quebrar ou desconectar a agulha da seringa; → Descartar agulhas, lâminas de bisturi, mesmo que estéreis, em recipientes rígidos. EM CASO DE ACIDENTES COM INSTRUMENTOS PERFURO CORTANTES: → Lavar a área acidentada com água corrente e sabão ou solução antisséptica. Havendo exposição em mucosas, recomenda-se a lavagem exaustiva com água ou solução fisiológica. Soluções irritantes devem ser evitadas. → Informar ao paciente sobre a necessidade de realização do teste rápido anti-HIV, preencher o relatório de ocorrência do acidente e solicitar ao paciente a assinatura do termo de consentimento para a realização deste exame. → Encaminhar-se juntamente com o paciente ao estabelecimento determinado para a realização de exames, tomando o cuidado de fazer um contato prévio informado o ocorrido. → Comunicar, no balcão de atendimento do estabelecimento, que é um acidente de trabalho com instrumento perfurocortante ou contuso. A coleta de sangue será encaminhada ao laboratório, aguardando-se o resultado do teste rápido do anti- HIV. → Mediante o resultado do teste: • Se for positivo: o profissional iniciará imediatamente no esquema antirretroviral durante 30 dias. O paciente deverá ser encaminhado ao médico para avaliação do estágio atual da doença para recebermos cuidados necessários. • Se for negativo, o profissional deve realizar a preservação médica por seis meses, se for positivo por 18 meses. PROCEDIMENTOS ENTRE UM PACIENTE E OUTRO → Retirar e descartar as luvas; → Lavar as mãos; → Colocar as luvas de limpeza; → Retirar as coberturas descartáveis; → Colocar motor de alta rotação em movimento por 15 segundos; → Desinfetar as pontas; → Retirar o saquinho de lixo do porta-detritos; → Remover os instrumentos cortantes e colocá-los em recipiente próprio.; → Limpar e desinfetar a cuspideira, retirarmos sugador e colocar distância desinfetante no sistema de sucção; → Retirar as luvas de limpeza; → Lavar as mãos e colocar um novo par de luvas; → Colocar novas coberturas. CONDUTA AO ATENDIMENTO → O paciente deve fazer bochecho prévio com clorexidina a 0,12% (perigard ou similar). Dessa maneira, haverá cerca de 95% de diminuição de contágio na primeira hora de atendimento. → Desinfecção de barreiras físicas; → Degermação: lavar as mãos com água, sabão ou sabonete líquido e escova antes de calçar as luvas. Sempre usar dispensador de sabão ou sabonete líquido acionado por pedal ou fotocélula. Friccionar as mãos com álcool gel a 70%. Sempre usar toalha de papel para enxugar as mãos. → Desinfecção: equipamento e elementos complementares: friccionar gaze com ácido do peracético (PAA) a 1% ou álcool a 70%. → Bancadas: friccionar álcool a 70% → Pontas ativas: esterilizar ou desinfetar friccionando PAA a 1%; → Unidade auxiliar (cuspideira e pontas ativas): PAA a 1% ou hipoclorito a 1%; → Piso: Hipoclorito a 1% ou PAA a 1%, escovando da área menos contaminada para a mais contaminada. → Barreiras físicas: recobrimento de pontas ativas, tubulação da sucção, superfície de armário clinico, apoio de cabeça e costas, alça do refletor, botões do equipamento, puxadores, filmes de raio X, sobreluvas para revelar raio X e para pegar bisnagas e frascos, para telefone, etc. DECARTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS → LIXO COMUM: saco plástico preto; → LIXO CONTAMINADO: saco branco leitoso com inscrição “contaminado”; → PERFUROCORTANTES: caixa de papelão ou de plástico; → RESÍDUOS MERCURIAIS: em recipientes com água ou descarte da embalagem em colega de lixo hospitalar.
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