Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 1 Icteríci� DEFINIÇÃO é a cor amarelada das conjuntivas, pele e mucosa, devido ao aumento dos níveis séricos de bilirrubina quando ultrapassa 2,5mg/dk resulta de distúrbios em ou mais etapas do metabolismo da bilirrubina. Fase pré hepática - 70 a 90% da produção da bilirrubina é proveniente da degradação de hemácias no baço e no fígado. Heme-oxigenase transforma a heme (indireta) em biliverdina que com a biliverdina-redutase -> bilirrubina não conjugada -> albumina precisando ir no fígado para ser conjugada. Anemia Falciforme (hemólise - bilirrubina se deposita no téc adiposo) Fase intra-hepática - BI é captada por transporte facilitado e difusão. Conjugação: glicuronil-transferase (indireta não conjugada -> direta conjugada). Excreção do hepatócito. Fase pós hepática - a bile é conduzida pelos ductos biliar e cístico para ser armazenada na vesícula biliar. Ao ser excretada atingem a luz do duodeno através da papila duodenal. No duodeno sofre a ação da B-glicuronidase -> transforma a bilirrubina em -> urobilinogenio -> reabsorção entero-hepática e eliminação pela urina. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 2 Parte da bilirrubina é armazenada na bile e parte é excretada. Característica da Bilirrubina CLASSIFICAÇÃO da icterícia hiperbilirrubinemia não conjugada -> antes do fígado, processo de hemólise, precisa da enzima B-glucoroniltransferase Produção aumenta -> anemia hemolítica, hemólise autoimune, anemia falciforme, talassemia, doenças mieloproliferativas Defeito na captação -> medicamento: rifampicina, contrastes Defeito na conjugação: icterícia neonatal, síndrome de gilbert, síndrome de crigler-najjar tipo 1 e 2, medicamento. hiperbilirrubinemia conjugada -> defeito na excreção -> síndrome de dubin-johnson, síndrome de rotor, doenças hepatocelulares (hepatites virais, hepatopatia alcoólica, hepatite autoimune, cirrose biliar primária, colangite esclerosante primária), leptospirose, dengue, tuberculose, linfoma, amiloidose, obstruções das vias biliares: coledocolitíase, tumores periampulares, linfoma, estenoses pós cirúrgicas. Colestase -> consiste na diminuição ou interrupção do fluxo biliar para o duodeno, decorrente do déficit funcional no polo biliar do hepatócito ou impedimento mecânico da drenagem biliar, intra ou extra hepática. Sinais e Sintomas: Colúria - nas icterícias colestáticas a bilirrubina direta reflui dentro dos hepatócitos, cai na corrente sanguínea, é filtrada pelos rins, com consequente coloração mais escura da urina Acolia fecal - as fezes ficam clara quando há obstrução mecânica total ao fluxo biliar pois a BD não chega até o intestino Elevação de enzimas hepáticas (principalmente a fosfatase alcalina) e bilirrubinas Nas doenças obstrutivas das vias biliares, pode evoluir como colangite (infecção da bile - extra hepática). Tríade de Charcot - icterícia + dor abdominal + febre com calafrios Pêntade de Reynolds - tríade de charcot + hipotensão + alteração do estado mental Tratamento - antibioticoterapia + desobstrução de vias biliares Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 3 Colestase Intra hepatites virais, hepatite alcoólicas, esteato hepatite não alcoólica, hepatite crônica, colangite biliar primária, medicamentos/chás, doenças infiltrativas: amiloidose, linfoma, tuberculose, sarcoidose Colestase Extra coledocolitíase, tumores periampulares, colangite esclerosante primária, estenoses de vias biliares pós procedimentos, obstrução por parasita (ascaris), colangiopatia pelo HIV Anamnese idade, sexo, profissão, h. familiar, contatos prévios, antecedentes de cirurgia, tatuagnes, transfusão sanguínea, perda de peso e comorbidades concomitantes, modo de início dos sintomas, febre, prurido, dor abdominal, coluria, acolia Exame Físico Inspeção (postura do paciente, mucosas, cicatrizes, xantomas, xantelasmas) Estado mental (hipertensão portal, hálito) Alteração de pele e mucosas (petéquias, equimoses, úlceras) Abdome (visceromegalias, circulação colateral, ascite, tumores) Sinais periféricos de hepatopatia crônicas (cirrose hepática) Flapping (entrando em encefalopatia) Eritema Palmar palpação arteríola Avaliação Laboratorial da Colestase 1. Lesão dos hepatócitos: haverá grande aumento das aminotransferases (ast e alt) e pouco aumento de fosfatase alcalina e gama GT 2. Obstrução de vias biliares: pouco ou nenhum aumento de ast e alt e grande aumento de fosfatase alcalina (FA) e gama GT (GGT) 3. Nos casos de colestase intra hepática: ocorre predomínio de bilirrubina direta (bd), com elevação de ast e alt e pouca elevação de fa e ggt 4. Alteração de função hepática: - Tempo de protrombina e rni: estão alterados na intra-hepática (falência hepatocelular) e na extra-hepática (deficiência de absorção de vit K). - Albumina: está baixa por deficiência de síntese hepática (na cirrose) Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 4 Avaliação por métodos de imagem US, TC, RM, CPRM, CPRE, US endoscópica Doenças relacionadas a defeitos no metabolismo da bilirrubina Síndrome de Gilbert redução da atividade da glicuronil-transferase gerando hiperbilirrubinemia indireta, níveis de bilirrubina não ultrapassam 5 mg/dl, mais comum em homens jovens em situações de estresse (jejum, infecções, exercício intenso, falta de sono). Geralmente assintomático, mas pode haver astenia e desconforto abdominal inespecífico. Tratamento geralmente não é necessário. Síndrome de Crigler-Najjar tipo 1 e 2 deficiência moderada-grave da glicuronil-transferase -> hiperbilirrubinemia indireta tipo 1: deficiência quase total da enzima, BI pode chegar a 45 mg/dl, não é responsiva a fenobarbital e pode causar kernicterus tipo 2: deficiência parcial, curso mais brando, BI chega até 25 mg/dl, há melhora com uso de fenobarbital Síndrome de Rotor há um defeito no armazenamento da BD gerando hiperbilirrubinemia direta, bilirrubina se eleva até 5 mg/dl, geralmente outras provas hepáticas são normais, não há tratamento proposto Síndrome de Dubin Johnson defeito na excreção de BD gerando hiperbilirrubinemia direta, pode levar transaminases, a biópsia: fígado enegrecido, não há tratamento proposto Cirrose Hepática processo patológico que se caracteriza por fibrose e nódulos de regeneração causas: doenças alcoólica de fígado, hepatites virais B e C, hepatite Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 5 auto-imune, esteato-hepatite não alcoólica, colangite biliar primária, colangite esclerosante primária, doença de wilson, hemocromatose hereditaria complicações: insuficiência hepatocelular, hipertensão portal, carcinoma hepatocelular Cirrose Hepática Causas doença alcoólica do fígado espectro de injurias hepáticas que resultam do uso de álcool, mulheres estão mais propensas, risco maior: > 1 drink/dia (M) e H - 2, pode complicar com hepatite alcoólica, tratamento: abstinência alcoólica e transplante hepático hepatite crônica B vírus DNA, transmissão vertical, sexual, parenteral, tratamento com antiviral seguindo critérios, transplante hepático, diagnóstico: sorologias e carga viral hepatite C vírus RNA, transmissão parenteral (principal), sexual, vertical, diagnóstico: sorologias, carga viral, anti-hcv, tratamento com os novos antivirais indicados para todos os pacientes, transplante hepático hepatite autoimune doença inflamatória imunomediada, mais comum em mulheres com dois picos de idade (10-30 anos e 40-60 anos), diagnóstico: anormalidades histológicas: hepatite de interface, infiltrado linfoplasmocitario, rosetas hepatocitarias; achados clínicos e laboratoriais: aumento de transaminases, IGG; presença de auto-anticorpos: fan, anti-músculo liso, anti-lkm 1 e anti-sla; tratamento: imunossupressão (corticóide, azatioprina), transplante hepático. esteato hepatite não alcoólica injúria hepática não associada ao álcool muito comum em pacientes com síndrome metabólica, geralmente assintomáticos, pode haver elevação de aminotransferase, ferritina, tratamento - perda ponderal, medicamentos em situações selecionadas, transplantehepático Colangite biliar primária doença colestática auto-imune de curso crônico, cujo a etiologia parece ser uma combinação de fatores genéticos e gatilhos ambientais, mais comum em mulheres de meia idade (>40 anos), quadro clínico: fadiga, prurido, desconforto em HCD, xantomas, xantelasmas, pele seca, lesão de coçadura, icterícia diagnóstico: 2 de 3 critérios: Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 6 elevação da fa > 6 meses presença do anticorpo anti-mitocôndria biópsia hepática compatível: colangite crônica não supurativa tratamento: ácido ursodesoxicólico, controle de prurido, transplante hepático colangite esclerosante primária (CEP) doença caracterizada por estenoses inflamatórias e fibróticas multifocais dos ductos biliares, doença inflamatória intestinal está presente em 70% dos pacientes como CEP (risco aumentado de colangiocarcinoma e câncer colorretal), mais comum em homens entre 30-40 anos, quadro clínico: icterícia, prurido, dor abdominal, colangite, aumento de enzimas hepáticas (principalmente colestáticas). Doença de wilson doença autossômica recessiva que resulta do transporte hepatocelular defeituoso de cobre, leva ao acúmulo de cobre no fígado e outros órgãos (SNC), acomete homens e mulheres igualmente entre 5 e 35 anos Hemocromatosis hereditaria desordem autossômica recessiva caracterizada por excessiva absorção de ferro, causando sua sobrecarga, quadro clínico: fadiga, artralgia, cardiopatia, hepatopatia, diabetes, hipogonadismo, hipogonadotrófico, artropatia, hiperpigmentação da pele diagnóstico: cinética do ferro (ferritina + saturação de transferrina), testes genéticos tratamento: flebotomias quando indicado, quelantes do ferro (deferoxamina), transplante hepático
Compartilhar