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Bacharelado em Medicina Veterinária RESUMO - DOENÇA DE AUJESZKY Discentes: Ramon Jesus, Ericles Oliveira, Lidiane alves e Kelly Azevedo Docente: David Silva Irecê-BA 02/06/2021 Introdução A suinocultura tem crescido ano após anos no Brasil, sendo atualmente o quarto maior exportador de carne suína no mundo, chegando a cerca de 850 mil toneladas no ano de 2020 conferindo uma alta de 40%. Como uma forma de aumentar a exportação e países compradores de carne suína, o Programa de Sanidade Suídea tem trabalhado para manter a saúde do rebanho suíno brasileiro, concentrado esforços em erradicar e controlar doenças que se fazem perniciosos a esse contexto. A doença de aujesky, DA, ou também camada de pseudoraiva é uma enfermidade que acomete suínos domésticos, silvestres e asselvajados, de notificação obrigatória a Organização Mundial de Saúde Animal OIE, e notificação imediata ao serviço veterinário oficial (SVO), doença responsável por grandes perdas econômicas dentro uma criação, de fácil transmissão e evolução aguda, podendo acometer não somente suínos sadios como também animais gestantes e perpassar a contaminação aos leitões, quanto a contaminação podemos citar outras espécies de mamíferos, como: bovinos, ovinos, caprinos, equinos, cães, gatos, coelhos e mamíferos silvestres, todos considerados hospedeiros finais. A espécie suína é considerada como seu reservatório natural e, portanto, responsável pela manutenção da doença. Patogenia A patogenia depende de muitos fatores como a via de transmissão, idade de animal, e da dose viral infectante. Após a infecção o vírus irá se replicar nas amídalas, mucosa nasofaríngea ou genital, invadirá as terminações nervosas e será transportada para os corpos neurais e se replicará podendo causar morte celular ou infecção latente. Se ocorrer a reativação o vírus irá se replicar e poderá ser excretado no ambiente. Transmissão Nos suínos a doença de Aujeszky será normalmente transmitida por via aerógena, transplacentária ou mesmo durante o coito ou partir da inseminação artificial. A inalação do vírus por via aerossol o faz se replicar nas células das mucosas oro-nasais, fazendo esse vírus ser transmitido por secreções, quando atinge a via linfática rapidamente chega ao sistema nervoso se disseminando para os demais órgãos, a via transplacentária pode transmitir o vírus ao embrião ou feto em qualquer estágio de desenvolvimento, causando morte embrionária, aborto, ou o nascimento de fetos mumificado, natimortos, leitegadas pequenas ou até mesmo leitões normais. Os leitões que nascem normais podem ainda ser infectados pelo leite materno. O período de incubação é de 2 a 6 dias. Após a infecção todos os suínos da granja possuem altas chances de se contaminarem independentemente da idade ou sexo do animal, o suíno que sobreviver a DA se torna portador permanente da doença, desenvolvendo uma infecção latente em que o vírus irá permanecer nos gânglios do sistema nervoso e poderá ser reativado a partir do estresse do animal. Quanto aos canídeos, felinos, bovinos caprinos etc. que são hospedeiros secundários a principal via de infecção é a partir da ingestão de partículas virais que estejam em alimentos como a carne, pelo contato com fômites e por meio do contato com secreções de um animal contaminado, entretanto eles morrem muito cedo após a infecção e geralmente não transmite o vírus. Mesmo assim, a rara transmissão lateral foi relatada em ovinos e bovinos. Formas de contaminação e proliferação da DA Sinais clínicos A sintomatologia clinica se apresenta em três formas, nervosa, combinada (nervosa e respiratória) e reprodutiva e irão acometer suínos desde a maternidade até a fase de terminação. Os sintomas dependem de fatores como a idade dos suínos acometidos pela enfermidade, sistema imune do rebanho, a via de infecção e o tipo de cepa da DA. Leitões em fase de maternidade: Predomínio de sinais nervosos. O animal apresenta febre de 42ºC, apatia, anorexia, hipersalivação, hiperxcitação, tremores, convulsões, incoordenação de membros posteriores, andar em círculos, movimentos de pedalarem, o suíno deixa de mamar, decúbito, opistótono, pêlos eriçados e inapetência, levando o animal a morte de 1 a 5 dias. Fetos abortados Quadro de incoordenação motora Suínos em fase de crescimento e terminação: Nessa fase ocorre a predominância dos sinais respiratórios. O suíno irá apresentar febre de 42ºc, apatia, anorexia, atraso no crescimento, espirros, tosse, descarga nasal, dispneia. Sinais nervosos podem ser observados no animal. O animal pode se recuperar de 5 a 10 dias, a mortalidade será de cerca de 1 a 2%. Suínos reprodutores: Ocorre o predomínio dos sinais nervosos. O animal apresenta febre de 42ºC, anorexia, constipação, hipersalivação, falsa mastigação, agalaxia, infertilidade, espirros, tosse, descarga nasal, dispneia, incoordenação leve, pode apresentar paralisia de posterior (sinal raro). A mortalidade é de cerca de 1 a 2%. As matrizes acometidas pela doença de Aujeszky irão apresentar retorno ao cio, abortos, natimortos, fetos mumificados e ocorrerá o nascimento de leitões fracos. Aborto Outros mamíferos: Irão apresentar sinais nervosos, prurido intenso e automutilação. Letalidade de 100% levando o animal a óbito de 2 a 3 dias após o aparecimento dos sinais clínicos. Salivação espumosa Diagnóstico O diagnóstico se baseia na anamnese e identificação dos sinais clínicos, o diagnóstico definitivo deve ser realizado a partir da necrópsia, realizando assim a coleta de material para diagnostico laboratorial que será feita a partir da detecção de antígenos virais, testes de imunofluorescência e imunoperoxidase em tecidos de suínos, pode-se fazer o isolamento viral em células de cultivo, lesões microscópicas no sistema nervoso, teste ELISA e PCR. Controle e profilaxia Caso ocorra a identificação de um caso ou suspeita, deve-se avisar o Sistema Veterinário Oficial (SVO), ao confirmar o caso é preciso que o animal seja isolado para evitar a proliferação da doença dentro daquele plantel, realiza-se a eutanásia do animal com caso confirmado para a coleta de amostras de tecidos de preferência do cérebro, baço, tonsilas e pulmão. Após a coleta é feito o descarte da carcaça, inicia-se o despovoamento imediato ou erradicação por sorologia, é necessário fazer a desinfecção do ambiente, usa- se animais sentinelas para comprovar a ausência da circulação viral. A utilização de vacinação em resposta ao foco para diminuição da excreção viral apenas se o caso for confirmado e em todas as propriedades em um raio de 3 km, a vacinação preventiva é proibida. A profilaxia começa a partir da compra do suíno, recomenda-se que o produtor mantenha o animal em quarenta para que seja observado o possível aparecimento de sinais clínicos tanto da doença de Aujeszky como de outras enfermidades que possam contaminar o plantel e causar prejuízos ao produtor. Conclusão É fato que, a proliferação de doença de Aujesky traz diversos transtornos para a econômia, assim sendo considerado uma das enfermidades que causa maior impacto econômico na suinocultura mundial. O programa de sanidade Suidea visa manter a saude do rebanho suino no Brasil, e concentram-se em estabelecer controles juntamente com esforços para erradicar a doença, desse modo, a DA se torna de notificação obrigatória a Organização Mundial de Saúde Animal OIE, e notificação imediata ao serviço veterinário oficial (SVO). Referência DE OLIVEIRA, Luis Guilherme;OLIVEIRA, Maria Emilia Franco; SAMARA, Samir Issa. Doença de Aujeszky na suinocultura industrial–revisão. Nucleus Animalium, v. 5, n. 1, p. 11, 2013. AVANTE, Michelle Lopes et al. Doença de Aujeszky. Revta Cient. Eletr. Med. Vet, v. 7, p. 12, 2009. CIACCI-ZANELLA, Janice Reis et al. Erradicação da doença de Aujeszky em Santa Catarina: importância da condição sanitária das leitoas de reposição. Ciência Rural, v. 38, n. 3, p. 749-754, 2008. Doença de Aujeszky (DA). Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Publicado em 21/05/2020. Disponivel em: <https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude- animal/programas-de-saude-animal/sanidade-suidea/doenca-de-aujeszky-da>
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