Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Doença de Aujeszky (DA) AGENTE ETIOLÓGICO • A doença de Aujeszky, também conhecida como pseudoraiva, é causada pelo herpesvírus porcino 1, pertencente à família Herpesviridae, sub-família Alphaherpesvirinae, gênero varicellavirus. • Vírus DNA dupla cadeia. • Acomete suínos em diversas fases de produção, sendo os suínos o único reservatório natural desse agente e a única espécie onde o vírus estabelece uma infecção latente. Pode acometer os suínos (Sus scrofa) domésticos, silvestres e asselvajados, além dos outros animais como ruminantes, caninos, felinos e roedores atuam como hospedeiros finais, pois neles a doença é fatal, mas a doença raramente ocorre e não eliminam o vírus. • Por causa de sua estabilidade em relação ao pH e a diferentes temperaturas, o vírus da Doença de Aujeszky (DA) é muito resistente ao ambiente. Os fatores favoráveis à sobrevivência do vírus são: temperaturas baixas, umidade relativa do ar baixa, presença de coloides, presença de tecidos e soluções proteicas. Os fatores desfavoráveis à sua sobrevivência são: temperatura e umidade relativa do ar elevadas, radiações ultravioleta, pH ácido e presença de enzimas proteolíticas. • A Doença de Aujeszky é de notificação imediata ao serviço veterinário oficial (SVO) de qualquer caso suspeito (Categoria 2 da IN nº 50/2013). • Situação epidemiológica: Doença presente no Brasil - Endêmica (última ocorrência em 2018, no PR) EPIDEMIOLOGIA • A DA ocorre em quase todos os países do mundo com expressão na suinocultura. Quanto mais jovem o suíno, maiores serão as taxas de morbidade e mortalidade. É caracterizada por apresentar sinais clínicos nervosos e respiratórios, por um alto índice de mortalidade entre leitões não imunes, e por graves transtornos reprodutivos em porcas prenhes. A infecção nos animais adultos pode cursar de forma subclínica e esses permanecerem portadores. • O vírus está presente nas secreções nasais e saliva dos animais doentes a partir de 7 a 10 dias após a infecção. A via de infecção é a respiratória e oral. A infecção pode ocorrer por contato direto com animais doentes ou portadores (narina-narina), ou aerossóis. No macho, ocorre a infecção genito-nasal (durante a estimulação da porca). No período de gestação, o vírus pode se difundir por via transplacentária. Durante a lactação, pode ser veiculado da porca ao leitão através do leite. A infecção por contato indireto pode ocorrer através da água, ração, restos de matadouro, caminhões de transporte, roupa ou contato com qualquer material infectado. • Reservatórios: suínos portadores assintomáticos (infecção latente). O vírus tem a capacidade de estabelecer infecções latentes no hospedeiro que podem ser reativadas por condições estressantes. Suínos infectados tornam-se portadores assintomáticos do vírus e fonte de infecção para outros animais. SINAIS CLÍNICOS https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/sanidade-suidea/arquivos-suideos/2013IN50de24desetembrode.pdf • Dependem da faixa etária dos suínos acometidos, estado imune do rebanho, via de infecção e cepa viral. • Sinais clínicos em outros mamíferos: Sintomatologia nervosa (encefalite de curso agudo fatal) associada a prurido intenso e automutilação, motivo pelo o qual a doença também é conhecida como “peste de coçar”. É letal, com óbito de 2 a 3 dias após o aparecimento dos sinais clínicos. DIAGNÓSTICO • Para o diagnóstico da DA em suídeos, serão utilizadas as provas sorológicas de Ensaio Imunoenzimático (ELISA triagem ou ELISA diferencial para a glicoproteína viral IgE, naqueles estabelecimentos onde a vacinação é praticada) e o Teste de Neutralização, detecção do RNA viral por RT-PCR em tempo real; e isolamento viral em linhagem celular, realizados exclusivamente em laboratório oficial ou credenciado. É recomendado o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Pedro Leopoldo – Forma Clássica 3 formas clínicas: sinais nervosos, respiratórios e reprodutivos. Leitões de 1 semana: sinais pouco nítidos. Podem apresentar hipotermia, inapetência, depressão, pêlos eriçados, salivação espumosa e morte de até 90% dos leitões. Leitões de 8 a 35 dias: predominam os sinais nervosos como convulsões, movimentos de pedalar, andar sem rumo, tremores musculares, decúbito lateral, opistótono e nistagno. A doença pode evoluir rapidamente com morte em até 2 dias após o aparecimento dos sinais. Animais de recria, terminação e reposição: os sinais nervosos graves tornam- se menos comuns, quanto maior a idade dentro deste período. Observa-se hipotermia, anorexia durante 2 a 3 dias, abatimento, constipação e eventualmente, sinais respiratórios (tosse, espirros e dispneia). Porcas em lactação: hipotermia, constipação, anorexia, agalaxia e transtornos puerperais. Porcas em gestação: hipotermia, anorexia, movimentos de falsa mastigação, salivação intensa e problemas reprodutivos caracterizados por reabsorção fetal, retornos ao cio, mumificação, abortos, nados mortos, mal formações, nascimento de leitões fracos e infertilidade. Forma Respiratória Vírus com predileção pelo tecido respiratório, causando pneumonia. O vírus provoca uma imunodepressão, pois se multiplica nos macrófagos, que são posteriormente destruídos pelo sistema imune. Por isto, em propriedades que possuem esta forma da doença, quando desaparecem os anticorpos maternos (70 dias de idade), os leitões infectam se com o vírus que vai ao pulmão e multiplicam-se nas células alveolares e macrófagos, predispondo o pulmão a infecções bacterianas secundárias como a pleuropneumonia e a pneumonia por Pasteurella sp. Forma Subclínica Há a infecção, mas não se manifestam os sinais característicos da doença. Esta forma pode aparecer devido à baixa quantidade de vírus circulante ou devido à baixa patogenicidade da cepa infectante. Estado de Latência Após infecção aguda, os animais desenvolvem imunidade e excretam o vírus por um curto período. Depois param de excretar o vírus, mas permanecem infectados com este em estado de latência, ou seja, o vírus permanecer no organismo expressando apenas o seu genoma ou ainda pode permanecer nas células sem expressar o genoma. Pode ocorrer a reativação do vírus no organismo em situações de stress nos animais. LFDA/MG. • O diagnóstico diferencial para DA deve ser realizado para as seguintes doenças: Peste Suína Clássica (PSC), Peste Suína Africana (PSA), influenza suína, circovirose, pasteurelose, meningite estreptocócica, pneumonia enzoótica, raiva, leptospirose, hipoglicemia neonatal, intoxicação por sal e outras doenças que afetam o sistema nervoso, respiratório ou reprodutivo dos suídeos. • Para a colheita de amostra é necessário Eutanasiar o (s) animal (ais) doente (s) e colher cérebro, baço, tonsilas, pulmão e fetos abortados, sendo 50 gramas de cada órgão. Acondicionar separadamente em frascos ou sacos plásticos, identificados. • Colher amostras de soro de suínos doentes ou convalescentes, no mínimo 2 ml por animal, límpidas após centrifugação e acondicionar em tubos tipo Eppendorf. Remeter as amostras congeladas. Em nenhuma hipótese deve ser colhido e enviado um órgão de um só animal. Quanto maior o número de animais coletados, maior a chance de um diagnóstico correto. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº8, DE 03 DE ABRIL DE 2007: NORMAS PARA O CONTROLE E ERRADICAÇÃO DA DOENÇA DE AUJESKY EM SUÍDEOS. • Todas as suspeitas de ocorrência da DA deverão ser investigadas pelo médico veterinário oficial, decorridos no máximo 12 (doze) horas da notificação, observados os procedimentos de biossegurança. • A confirmação, pelo médico veterinário oficial, da suspeita clínica de ocorrência da DA em um estabelecimento de criação implicará a imediata interdição. • Deverá ser procedida uma investigação soroepidemiológica emestabelecimentos de criação situados em um raio mínimo de 5 (cinco) quilômetros a partir do foco, e em outras propriedades relacionadas ao foco num período mínimo de 30 (trinta) dias anteriores ao diagnóstico, a critério do serviço veterinário oficial, para estabelecer a origem e a disseminação da infecção. • Em um foco de DA, o serviço veterinário oficial poderá, com base nos resultados da sorologia por amostragem ou do grau estimado de acometimento do rebanho, e de acordo com o disposto em seu Plano Estadual, aplicar uma ou mais das seguintes estratégias de saneamento: Despovoamento Imediato O estabelecimento de criação será saneado imediatamente, com sacrifício e abate sanitário de todo o rebanho suídeo existente, independentemente da idade e do estado fisiológico das fêmeas do plantel. O estabelecimento de criação obedecerá a um período de vazio sanitário mínimo de 30 (trinta) dias após a retirada dos últimos animais do rebanho. • Medidas aplicáveis em investigação de suspeitas/casos prováveis de Doença de Aujeszky: interdição da unidade epidemiológica, rastreamento de ingresso e egresso, investigação de vínculos epidemiológicos, colheita de amostras para diagnóstico laboratorial, isolamento dos animais. • Medidas aplicáveis em focos de Doença de Aujeszky: despovoamento imediato, despovoamento gradual ou erradicação por sorologia, a ser avaliado de acordo com a situação epidemiológica. Desinfecção, vazio sanitário, utilização de animais sentinelas e comprovação de ausência de circulação viral. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e- vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/sanidade-suidea/arquivos- suideos/2007in8de03deabrilde2007-da.pdf VACINAÇÃO • É permitido somente o uso, no país, de vacinas (inativadas ou viva atenuada) deletadas pelo menos para a glicoproteína viral gE, assim como de kits para diagnóstico que permitam identificar anticorpos contra essa partícula viral específica, ambos devidamente licenciados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior. • A vacinação apenas é permitida àquelas propriedades com diagnóstico laboratorial positivo para a DA, realizado em laboratório oficial ou credenciado. Vacinação preventiva proibida. • Mediante a análise da situação epidemiológica da região para a DA, a Instância Intermediária poderá propor em seu Plano Estadual a(s) estratégia(s) de uso da vacina, da seguinte forma: I - o uso da vacina é proibido na Unidade Federativa; II -o uso da vacina é permitido apenas durante a emergência sanitária deflagrada pela ocorrência de um foco, de forma a contribuir para o saneamento deste; e III -o uso da vacina é permitido com vistas a diminuir a prevalência em regiões endêmicas, por tempo limitado e sob controle do serviço veterinário oficial. BONS ESTUDOS Despovoamento Gradual O rebanho deve sofrer abate sanitário dentro de um período máximo de 90 (noventa) dias, a contar do diagnóstico inicial, sendo realizado sacrifício sanitário imediato dos suídeos com doença clínica. Erradicação por sorologia O estabelecimento de criação será submetido a testes sorológicos periódicos, capazes de diferenciar se os títulos humorais são decorrentes da infecção pelo DA ou do processo de vacinação, com eliminação gradual do plantel positivo. https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/sanidade-suidea/arquivos-suideos/2007in8de03deabrilde2007-da.pdf https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/sanidade-suidea/arquivos-suideos/2007in8de03deabrilde2007-da.pdf https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/sanidade-suidea/arquivos-suideos/2007in8de03deabrilde2007-da.pdf
Compartilhar