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Suicídio: Definição e Relatos Históricos

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SUICÍDIO: Daniela Rodrigues da Fonseca 
O termo suicídio deriva da palavra em latim para “autoassassínio”. Trata-se de um ato fatal que representa o desejo da pessoa de morrer. 
Se você abrir o dicionário e procurar o significado da palavra suicídio você encontra a seguinte definição: “Ato ou efeito e suicidar-se”.
O suicídio pode ser definido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que AMBIVALENTE, usando um meio que ele acredita ser letal, e o SUICÍDIO É UM GRANDE DESAFIO PARA MEDICINA.
Também fazem parte do que habitualmente chamamos de COMPORTAMENTO SUICIDA: os pensamentos, os planos e a tentativa de suicídio.
MAS A GENTE NÃO DEVE SABER QUAL É A DEFINIÇÃO DO DICIONÁRIO, MAS SIM DEVEMOS ENTENDER OS MOTIVOS QUE LEVAM UMA PESSOA A COMETER SUICÍDIO, e essa pergunta existe ou pelo menos é registrada na literatura desde da antiguidade e um dos primeiros e talvez um dos mais conhecidos relatos sobre suicídio ocorreu na Grécia antiga onde Ajax comete suicídio após uma disputa que ele tem com Odisseu e também vou colocar aqui o relato de suicídio da descrito pela tradição judaica. 
1) RELATO DE SUICÍDIO DA GRÉCIA ANTIGA 
Ájax foi o filho de Telemão, rei de Salamis, e meio-irmão de Teucro = POR QUE O AJAX COMETEU SUICÍDIO?
Após a morte de Aquiles que era considerado o herói grego porque o Aquiles era o mais poderoso, mais forte, com cabeça e ombros maiores que outros gregos, porém, Aquiles acaba sendo morto na guerra de Tróia, e naquela época existia uma tradição de que o próximo guerreiro iria ter a honra de ficar com os pertences e com a armadura do Aquiles. E os dois gregos que se destacavam era o Ajax que era o mais forte de todos os guerreiros depois do Ajax vinha o Odisseu que embora também fosse bastante habilidoso ele ficava abaixo da capacidade do Ajax. 
Mas o Odisseu tinha uma qualidade que se tornou fundamental que fez com que ele ficasse com os pertences do Aquiles, porque ele era uma pessoa muito eloquente, ele consequência discursar muito bem e com isso ele fez um discurso e conseguiu convencer todos que ele era o merecedor dos pertences do Aquiles, e com isso o Ajax é derrotado nessa votação, e devido essa derrota o Ajax se sente muito ENVERGONHADO E REFERINDO QUE FOI DESONRADO e com isso ele comete suicídio. O Ajax pegou uma espada e coloca contra o peito e correu em direção a uma parede. 
Mas, existe também uma outra versão para o suicídio de Ajax: Após perder uma luta com Odisseu e perder, acabou tendo um surto de loucura e degolou todo o rebanho dos gregos, ACHANDO QUE ESTAVA MATANDO SEUS INIMIGOS. Após perceber o erro, suicidou-se cravando a própria espada em si mesmo. 
2) RELATO PELA TRADIÇÃO JUDAICA. 
A Torá é o principal livro escrito pela tradição judaica. Sua escrita é atribuída a Moisés; dentro da tradição rabínica, todos os ensinamentos e os acontecimentos tendo sido narrados por Deus a Moisés. 
A Torá corresponde aos 5 primeiros livros da Tanakh, a “BÍBLIA” JUDAICA, constituída por 24 livros. Também corresponde, em certa medida, ao Antigo Testamento da bíblia cristã.
Para nossa análise sobre relato de suicídio, escolhemos o trecho de 1 Samuel 16:14 até 23, em que são narrados eventos sobre Samuel, Saul e Davi. Saul, de acordo com a Torá, foi o primeiro rei de Israel e Judá, ungido pelo profeta Samuel. 
Saul era alto, forte e valente guerreiro (com o devido desconto de uma descrição excessivamente romanceada para um chefe tribal da época), Saul passa a maior parte dos seus dias lutando contra os inimigos do seu povo, particularmente os FILISTEUS. 
Em algum momento, porém, Saul dá “as costas para Deus”, que retira sua graça. Como punição, Deus permite que os “demônios passem a afligi-lo”, ou seja, muito provavelmente ele possa ter aberto algum transtorno mental ou devido a intensas lutas sofrido um TCE que acabou deixando sequelas. 
Descontente com Saul, Deus envia Samuel para buscar o escolhido para ser o novo rei de Israel. Em Belém, Samuel encontra Jessé, da tribo de Judá, e entre seus filhos está Davi, escolhido por Deus e profetizado por Samuel para ser rei de Israel e Judá. Saul passa seus dias muito triste e atormentado, sem ver qualquer saída, até que um dia seus servos lhe dizem: “Eis que um espírito mau te atormenta. Se tu, nosso amo, deres ordens, teus servos aqui procurarão um homem que saiba tocar harpa, para que, quando o mau espírito estiver sobre ti, ele a toque a fim de te acalmar”. 
Davi é levado, sempre que necessário, para tocar harpa para Saul, que o adota como membro da corte, concedendo a ele o cargo de escudeiro. Sábios servos! A loucura de Saul, de fato, aquieta-se, ou melhor, “o espírito demoníaco apenas se afastava” QUANDO DAVI TOCAVA SUA HARPA, DIMINUINDO A DOR QUE TOMAVA O REI. = a música alivia o sofrimento e deixava o rei calmo 
A trama se desenrola em uma RELAÇÃO CONFLITUOSA ENTRE DAVI E SAUL, na qual Davi colhe cada vez mais glórias e sucessos, enquanto Saul se sente cada vez mais ameaçado por ele. Tempos depois, já melhor, Saul passa por momentos difíceis e visita­a feiticeira de Endor em busca de algo que o oriente. 
O rei está começando a ficar novamente desesperado. Os filisteus estão reunindo tropas em suas fronteiras para um ataque maciço a Israel: “Ele interroga Deus, mas Deus não lhe responde, nem em sonhos, nem pelos profetas [...]”. Saul estava sozinho, havia tentado matar Davi, de quem tanto gostava, enquanto este tocava harpa, e agora interrogava uma feiticeira, pedindo que o espírito de Samuel lhe dissesse o que ocorreria consigo, com sua família e com seu povo. 
O FANTASMA DE SAMUEL SURGE e lhe diz que a batalha está antecipadamente perdida e que seus 3 filhos perderão a vida lutando. Então o fim de Saul é contado em 1 Samuel 31:4: angustiado e sem esperanças, vendo cumprir-se a profecia. Derrotado no campo de bata­lha contra os filisteus, SAUL SUICIDA-SE COM A PRÓPRIA ESPADA, PONDO FIM AO REINADO DO PRIMEIRO SOBERANO DE ISRAEL E JUDÁ.
VAMOS PENSAR JUNTOS VOCÊ CONSEGUE JUSTIFICAR OS MOTIVOS QUE VOCÊ DESEJA VIVER POR MUITOS ANOS? 
Bom, eu pelo menos consigo, eu amo viver porque eu amo minha família, amo meus cachorros, amo viajar, amo meu namorido, gosto muito do meu trabalho, mesmo as vezes ficando chateada com coisas que ocorrem no meu dia a dia, mas esses problemas não são motivos para querer tirar a minha própria vida.
Porém existem pessoas que começam a pensar que a vida não vale a pena, pelo fato que elas sofrem por determinado motivo, ou seja, o suicídio é um fenômeno que pode ser entendido de várias formas, como por exemplo as pessoas podem querer morrer pela sua religião (ex: homens bomba da religião mulçumana), por uma doença crônica e que causa muito sofrimento e decidem pela eutanásia, ou elas podem ter uma doença e simplesmente negligenciar o tratamento, mesmo sabendo que vai morrer (ex: diabético que mesmo sabendo que não pode comer alimentos com açúcar não estão nem ai, ou pacientes com HIV que não tomam a medicação, ou pacientes que usam drogas mesmo sabendo que podem morrer a qualquer momento com o uso), MAS, QUANDO A GENTE PENSA NA QUESTÃO INDIVIDUAL E NA QUESTÃO DO SOFRIMENTO O SUICÍDIO É UM FENÔMENO QUE ALIA O SOFRIMENTO COM UMA AÇÃO QUE PODE SER PLANEJADA OU IMPULSIVA QUE LEVA O INDIVÍDUO A COMETER O ATO QUE É CHAMADO DE SUICÍDIO = Algumas pessoas planejam durante dias, semanas ou até mesmo anos antes agir, enquanto outras tomam suas vidas aparentemente movidas por um IMPULSO, SEM PREMEDITAÇÃO. 
 QUAL A DIFERENÇA ENTRE PENSAMENTO DE MORTE E IDEAÇÃO SUICIDA? 
A ideação suicida é uma emergência psiquiátrica, ou seja, o paciente tem que ser internado mesmo que não seja à vontade dele. 
A ideação suicida é o desejo de cometer suicídio, eu penso em suicídio e eu vou fazer, e a ideação pode ser planejada ou não. 
O PENSAMENTO mostra uma gravidade do quadro, porém, não necessariamenteé uma emergência, o pensamento de morte por exemplo é aquela pessoa que fala - 	“Gostaria de sumir”, - “Preveria estar morto”, - “Seria melhor ir embora e nunca mais voltar”, - “Se eu morresse ninguém iria sentir minha falta, então seria melhor eu morrer mesmo”, mas quando você pergunta se essa pessoa quer de fato morrer naquele momento ou se você perguntar se essa pessoa sabe como ela praticaria esse suicídio a pessoa fala “ - Credo doutor não quero me matar não, só que eu não aguento mais viver assim doutor” Você percebe que ela pensa em morrer? = ISSO SERIA PENSAMENTO DE MORTE. 
 QUAL A DIFERENÇA ENTRE TENTAR SUÍCIDIO E SUICÍDIO EM SI? 
A TENTATIVA DE SUICÍDIO tem as mesmas características fenomenológicas do SUICÍDIO, a única diferença entre eles é apenas quanto ao desfecho, que não é fatal; neste sentido, deve-se diferenciá-la de outros comportamentos autodestrutivos, nos quais não existe uma intenção de pôr fim à vida, embora elementos exteriores possam ser comuns a ambos. 
 Existe uma diferença entre tentar suicídio com intenção de morrer e sem intenção de morrer (parassuicídio = tentativa de suicídio com pedido de socorro)? 
Apenas 1/4 dos pacientes admite que deseja a morte; os demais dizem que querem apenas dormir, afastar-se dos problemas. 
Existem pessoas que tentam suicídio com a intenção real de tirar a sua vida, mas existem pessoas que embora isso possa não ser conscientemente admitido, a tentativa suicida pretendia alterar uma situação de desadaptação e sofrimento, influenciando pessoas significativas, mas isso que podemos chamar de UM GRITO DE SOCORRO pode dar certo, e provocar um movimento de apoio e de reestruturação da família ou quem quer que seja, ou pode dar errado, podendo provocar mais agressões, vindas de pessoas próximas ou de uma equipe assistencial despreparada para atender tentativas de suicídio, porque as vezes uma pessoa que tenta suicídio com poucos comprimidos vai a uma emergência lotada, e o médico fica irritado com isso e acaba maltratado, a mesma coisa os familiares que acabam ficando sem paciência com o familiar que cometeu o suicídio e acaba tratando mal ele. 
RESUMINDO Existe um grupo grande e HETEROGÊNEO de pacientes que realizam tentativas de suicídio, ou seja, temos pessoas que tentam o suicídio realmente com a intenção de morrer e outros que tentam o suicídio sem a intenção de morrer, mas o que essas pessoas querem na verdade é um ganho secundário com a ação = Presta atenção nessa parte porque essas pessoas que tentam o suicídio mas não tem a intensão de morrer estão pedindo ajuda, e você, os familiares não devem encarar isso como uma forma de que a pessoa esteja querendo chamar atenção, porém, realmente ela está querendo chamar atenção para algo que ela realmente deseja, e é nesse momento que devemos estar atentado o que essa pessoa está querendo dizer para que de fato ela não se mate. 
 Existem tentativas de suicídio que vão mostrar que são mais graves do que as outras: 
1- Múltiplas tentativas 
2- Tentativas planejadas 
3- Resgate improvável 
4- Desejo inequívoco de morrer 
5- Método letal e acessível 
As tentativas ou ideações suicidas não precisam ter planejamento, como por exemplo eu posso ter uma pessoa que fala eu vou sair daqui eu vou me matar, só que eu não sei como, mas eu quero me matar ou eu tenho uma pessoa que comprou um veneno e escolhe um dia da semana que não tem ninguém em casa para cometer o suicídio usando o veneno = Pode ser com planejamento ou sem planejamento. 
Os transtornos psiquiátricos mais comumente associados ao suicídio são em ordem decrescente: 
1. DEPRESSÃO MAIOR E DEPOIS BIPOLAR 
2. Alcoolismo ou outras substâncias 
3. Esquizofrenia 
4. Distúrbios de personalidade 
5. Transtorno de ansiedade 
O risco de suicídio entre pacientes psiquiátricos é de 3 a 12 vezes maior do que entre não pacientes.
Quase 95% de todas as pessoas que cometem suicídio ou que fazem tentativas de suicídio foram diagnosticadas com algum transtorno mental. Transtornos depressivos respondem por 80% dos casos, esquizofrenia, por 10%; e demência ou delirium, por 5%. Entre todas as pessoas com transtornos mentais, 25% também são dependentes de álcool e têm diagnóstico duplo.
Pacientes com transtornos depressivos cometem mais suicídio no início da doença do que mais tarde; mais homens deprimidos do que mulheres cometem suicídio; e a chance de que uma pessoa deprimida se mate aumenta se ela for solteira, separada, divorciada, viúva ou tenha sofrido luto recente. Pacientes com transtorno depressivo na comunidade que cometem suicídio tendem a ter meia-idade ou ser mais velhos.
Determinadas doenças apresentam também significativa associação com os comportamentos suicidas Síndrome de dor crônica, doenças neurológicas (como a epilepsia, lesões neurológicas medulares e centrais e sequelas de AVC), HIV, a síndrome da imunodeficiência adquirida e certas neoplasias. No fim das contas, todos esses transtornos e essas doenças representam um risco potencial de COMPORTAMENTOS SUICIDAS. 
Mas uma doença clínica grave, por si só, não é potencialmente suicida, como por exemplo do que se observa na população geral, a maioria dos suicídios dá-se em pessoas que, além de sofrerem de uma doença clínica, encontram-se sob influência de transtornos psiquiátricos, como depressão e agitação, esta última frequentemente em decorrência de estados confusionais (delirium). 
EXISTEM CARACTERÍSTICAS EM COMUM EM SUICIDAS? 
SIMM!!!! De acordo com um pesquisador chamado Edwin Shneidman existem características COMUNS entre as pessoas que cometem suicídio, ou seja, características que não estão presentes em pessoas que não cometem suicídio. 
Shneidman descreveu 10 características que estão comumentemente presentes em pacientes suicidas, e devemos entender elas, porque isso vai levar a uma melhor compressão do comportamento e da maneira que essas pessoas que tem ideação suicida pensam Sendo assim, vamos conseguir elaborar uma estratégia para evitar esses suicídios. 
CARACTERÍSTICAS: 
1) BUSCA POR UMA SOLUÇÃO 
Então o suicida ele tem um problema (ou ele sente que existe um problema) e ele busca constantemente uma solução para aquele problema, como nós fazemos, mas por causa desse problema o paciente acaba vendo a vida como dolorosa, intolerável e sem significado.
Esses pacientes acabam tentando buscar a “solução” para o seu problema achando que só resta morrer para solucionar tudo Então esse tipo de pensamento ele pode ser observado na anamnese quando você pergunta para um paciente que tem um quadro depressivo grave, e que a pessoa ela fala –“ Olha, são diversos problemas, porém, o maior problema é a minha existência, e eu sei qual é a solução”. 
Então a busca pela solução dos problemas que levam ao suicídio. 
2) CESSAÇÃO DA CONSCIÊNCIA = FUGA DO SOFRIMENTO 
A busca pela solução também passa pelo critério número 2 que é a cessação da consciência, então eu tenho uma auto-consciência torturada, e eu quero interromper essa consciência da minha consciência, e as pessoas fazem isso de diversas maneiras como por exemplo fazem uso de bebida alcoólica e drogas para não pensar mais nisso. 
EX: A pessoa tem consciência que está passando por problemas em casa, então ela busca a bebida alcoólica como uma válvula de escape para de ficar pensando em seus problemas, mas o problema dessa cessação da consciência em pessoas que cometem suicídio é que essa busca pela cessão da consciência é uma BUSCA TOTAL, ou seja, para essas pessoas a cessação dessa consciência que é muito dolorosa e torturante é a morte. 
3) SOFRIMENTO PSICOLÓGICO INTOLERÁVEL
É o aspecto mais importante sobre suicídio. 
O paciente descreve que sente uma “dor na alma”, ou seja, todas as pessoas que cometem suicídio relatam que tem um sofrimento psicológico que é insustentável. 
4) NECESSIDADES PSICOLÓGICAS FRUSTADAS 
São pessoas que vão relatar uma frustação muito grande com sua própria segurança, ou seja, essa pessoa sente-se insegurança em todos os aspectos, como por exemplo inseguro quanto a auto-estima,sucesso, amor, relacionamentos em geral, expectativas de sucesso e status. 
Então essas pessoas que cometem suicídio apresentam essas necessidades como não “cumpridas”, ou seja, pessoas que não se sentem satisfeita em nenhum desses aspectos da vida.
5) DESESPERANÇA 
Os suicidas acreditam que sua vida nunca irá melhorar, e eles são incapazes de fazer alguma a respeito, e o suicídio parece para eles que é a única opção. 
Quando você vai conversar com alguém que tentou suicídio é fundamental avaliar se ele ainda apresenta esse pensamento de desesperança, porque é dos parâmetros para avaliar se ele pode ter alta ou não, porque os pacientes que ainda mantém essa ideação suicidam eles continuam em algum grau tendo a certeza que não importa o que o médico, ou psicólogo, ou a família, ou que ele faça nada vai melhorar, ou seja, o paciente pensa que não adianta ele tomar a medicação corretamente, ou ir em terapia que nada vai mudar em sua vida então não faz sentindo nenhum tentar, porque esse sentimento de desesperança impede que ele tenha uma recuperação. 
6) AMBIVALÊNCIA = EU QUERO E EU NÃO QUERO AO MESMO TEMPO
Não podemos esquecer que há uma COEXISTÊNCIA DE DESEJOS e atitudes antagônicas que capturam a indecisão do indivíduo frente à vida. 
O paciente sente um DESEJO DE MORRER, mas ao mesmo tempo ele DESEJA SER RESGATADO ou salvo Atos estereotipados de tomar psicotrópicos e telefonar em seguida para conhecidos solicitando ajuda expressam ambas as faces do ato. 
Não é raro pessoas que cometem suicídio deixar agendado compromissos para depois da data que foi escolhida para cometer suicídio, porque existe essa ambivalência. 
A maioria dos pacientes SUICIDAS É AMBIVALENTE, incorpora uma batalha interna entre o desejo de viver e o desejo de morrer. 
Em considerável proporção dos casos de tentativa de suicídio a INTENCIONALIDADE SUICIDA É BAIXA, ou seja, eles pensam na morte, mas não tem intensão de cometer. 
7) CONSTRIÇÃO 
O paciente que comete suicídio apresenta uma constrição, ou seja, um estreitamento do repertorio do funcionamento Tudo na vida daquela pessoa gira em torno do suicídio = Gira em torno de pensar em suicídio, gira em torno de planejar o suicídio, de enxergar o suicídio como uma única saída e não conseguir ver outra melhora, porque a pessoa acredita que o suicídio é a única solução. 
8) EGRESSÃO 
A egressão é o ATO DE SAIR, como por exemplo você não está gostando do seu emprego então você sai dele, ou você está infeliz em um relacionamento você termina e “sai dele”, existem pessoas que trabalham muito e fazem isso muitas vezes porque não querem voltar para casa por algum motivo, e o suicídio é a egressão final, ou seja, se eu tenho problemas que eu não vejo solução e o suicídio é a minha única opção eu vou sair dessa vida. 
9) COMUNICAÇÃO DA INTENÇÃO 
A comunicação da intenção é o que chamamos de IDEAÇÃO SUICIDA. 
Você já deve ter escutado muitas vezes a seguinte frase Quem avisa que quer se matar, não vai cometer suicídio = Essa frase é completamente errada, porque o que a gente percebe é que as pessoas que cometem suicídio comunicação essa intenção, e muitas vezes repetidas vezes, ou as vezes de maneira mais sutil, como por exemplo aquela pessoa que começa a pedir desculpas para pessoas com quem brigou no passado, ou começa a doar muitas coisas de valor, ou deixa um testamento feito, e está falando que não está feliz, que nada vai melhorar, ou seja, essa pessoa está tentando sutilmente comunicar que vai cometer o suicídio, mas existem pessoas que fazem uma comunicação clara = Só me resta o suicídio, eu não aguento mais e eu vou me matar. 
Mas como as pessoas acham que quando a pessoa fica ameaçando muito se matar ela está querendo chamar atenção, ou ela não teria coragem só está blefando, porém, quando a pessoa de fato comete suicídio, e você vai olhar o histórico dessa pessoa = Ela tentou diversas vezes comunicar que não estava bem, que realmente a morte era a única saída. 
10) PADRÕES REPETIDOS DE COMPORTAMENTO 
Esses padrões repetidos de comportamento é o que chamamos de “CARREIRA SUICIDA”. 
CARREIRA SUICIDA = Pessoas que tiveram várias tentativas de suicídio, ou seja, quem tenta suicídio muitas vezes tem um risco muito aumentado de cometer mesmo suicídio. 
Já a OMS aponta três características psicopatológicas comuns no estado mental dos suicidas, e são elas:
1. AMBIVALÊNCIA: o desejo de viver e de morrer se confundem no sujeito. 
Há urgência em sair da dor e do sofrimento com a morte, entretanto há o desejo de sobreviver a esta tormenta. Muitos não aspiravam realmente morrer, apenas queriam sair do sentimento momentâneo de infelicidade, acabar com a dor, fugir dos problemas, encontrar descanso ou final mais rápido para seus sofrimentos. 
Se for dado oportunamente o apoio emocional necessário para reforçar o desejo de viver, logo a intenção e o risco de suicídio diminuirão. 
2. IMPULSIVIDADE: o suicídio, por mais planejado que seja, parte de um ato que é usualmente motivado por eventos negativos. 
O impulso para cometer suicídio é transitório e tem duração de alguns minutos ou horas. 
O impulso pode ser desencadeado por eventos psicossociais negativos do dia a dia e por situações como: rejeição; recriminação; fracasso; falência; morte de ente querido; entre outros. 
Acolher a pessoa durante a crise com ajuda empática adequada pode interromper o impulso suicida do paciente. 
2. RIGIDEZ: só pensa no suicídio e mais nada.
Quando uma pessoa decide terminar com a sua vida, os seus pensamentos, sentimentos e ações apresentam-se muito restritivos, ou seja, ela pensa constantemente sobre o suicídio e é incapaz de perceber outras maneiras de enfrentar ou de sair do problema. 
Estas pessoas pensam rígida e dramaticamente pela distorção que o sofrimento emocional impõe. Todo o comportamento está inflexível quanto à sua decisão: as ações estão direcionadas ao suicídio e a única saída possível que se apresenta é a morte; por isso é tão difícil encontrar, sozinho, alguma alternativa.
 
QUAIS SÃO OS PACIENTES QUE POSSUEM ALTO RISCO DE COMETER SUICÍDIO? 
É um comportamento com determinantes MULTIFATORIAIS e resultado de uma complexa interação de fatores psicológicos e biológicos, inclusive genéticos, culturais e socioambientais. Dessa forma, deve ser considerado como o desfecho de uma série de fatores que se acumulam na história do indivíduo, não podendo ser considerado de forma causal e simplista apenas a determinados acontecimentos pontuais da vida do sujeito, ou seja, o suicídio é uma consequência final de um processo.
- PESSOAS ACIMA DE 45 ANOS = comprovadamente é um fator de risco
Porém, o índice de suicídio está aumentando entre jovens, sendo a terceira maior causa de morte na faixa etária dos 15 aos 24 anos, depois de acidentes e homicídios
- SEXO MASCULINO:
Homens cometem suicídio com frequência quatro vezes maior do que mulheres, independentemente de idade ou raça, nos Estados Unidos, apesar do fato de que mulheres fazem tentativas de suicídio ou têm pensamentos suicidas com frequência 3 X maior do que homens, uma explicação em relação ao fato dos homens cometerem mais suicídio é de que eles escolhem métodos violentos (ex: arma de fogo, enforcamento ou pulando de locais altos) para essas tentativas, e as mulheres fazem tentativas na maioria das vezes com medicações. 
O uso de armas de fogo entre mulheres, no entanto, está aumentando. Em Estados com leis de controle da posse de armas, o uso de armas de fogo diminuiu como método de suicídio. Em todo o mundo, o MÉTODO MAIS COMUM DE SUICÍDIO É O ENFORCAMENTO.
- PARENTES QUE COMETERAM SUICÍDIO: 
O suicídio ocorre com mais frequência do que o normal em pessoas socialmente isoladas e com história familiar de suicídio (tentativa ou consumado). 
Pessoas que cometem os chamados suicídios de aniversário tomam suas vidas no mesmo dia em que o fez um membro da família. 
- DIVORCIADO OU VIÚVO: 
O casamento reduz significativamente o risco de suicídio, sobretudo quando a união gerou filhos. 
O divórcio aumentao risco de suicídio, sendo que homens divorciados têm propensão três vezes maior de se matar do que mulheres divorciadas. Viúvas e viúvos também têm índices elevados. 
Pessoas solteiras que nunca se casaram registram quase o dobro do índice de suicídio de pessoas casadas.
- DESEMPREGADO:
Quanto maior o nível social do indivíduo, maior o risco de suicídio, mas uma queda do nível social também aumenta esse risco. O trabalho, de forma geral, protege contra o suicídio. 
O suicídio é mais elevado entre desempregados do que entre pessoas empregadas, sendo que os índices aumentam durante recessões e depressões econômicas e diminuem durante épocas de menos desemprego e guerras.
- TIPO DE TRABALHO: 
Considera-se tradicionalmente que, entre as categorias profissionais, os MÉDICOS correm o maior risco. 
Estudos mostram que médicos que cometem suicídio têm um transtorno mental, com mais frequência TRANSTORNO DEPRESSIVO, DEPENDÊNCIA DE SUBSTÂNCIA OU AMBOS. 
Médicos de ambos os sexos cometem suicídio com frequência significativamente maior por meio de overdose de substâncias e, com menos frequência, por meio de armas de fogo do que pessoas da população em geral; a facilidade para obter fármacos e o conhecimento sobre toxicidade são fatores importantes nesses casos. 
Considera-se que psiquiatras corram o maior risco, seguidos por oftalmologistas e anestesistas, mas todas as especialidades são vulneráveis.
Outras ocupações de alto risco incluem policiais, dentistas, artistas, mecânicos, advogados e agentes de seguro. 
- TENTATIVAS DE SUICÍDIO ANTERIOR:
Uma história de tentativa de suicídio é outro fator que aumenta muito o risco de suicídio.
DESESPERANÇA, DESESPERO, DESAMPARO E IMPULSIVIDADE: 
Sentimentos de desesperança, desamparo e desespero são fortemente associados ao suicídio.É preciso estar atento, pois a desesperança pode persistir mesmo após a remissão de outros sintomas depressivos. 
Impulsividade, principalmente entre jovens e adolescentes, figura como importante fator de risco. 
A combinação de impulsividade, desesperança e abuso de substâncias pode ser particularmente letal.
- DOENÇA CRÔNICA 
Doenças crônicas debilitantes e progressivas e que geram muito sofrimento para os pacientes são encontradas com frequência como uma “causa” para que aquele paciente cometa o suicídio. 
· LES = Tem uma taxa de 4,3% maior de suicídio do que a média da população geral 
· HIV = 6,6x 
· CA de cabeça e pescoço = 11,4 x 
· Inf. Renal crônica dialítica = 14,5% 
- RELACIONAMENTO INTERPESSOAIS CONFLITANTES
- RELAÇÕES FAMILIARES CAÓTICAS OU CONFLITANTES
- DOENÇA CRÔNICA 
- HIPOCONDRÍACAS 
- DEPRESSÃO GRAVE
- PSICOSE 
- TRANSTORNO DE PERSONALIDADE
- ABUSO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS 
- ALTA RECENTE DE HOSPITALIZAÇÃO PSIQUIÁTRICA 
- MODIFICAÇÕES DA SITUAÇÃO ECONÔMICA OU FINANCEIRA/PERDA DE EMPREGO 
- TEMOR EM SER DESCORBERTO POR ALGO QUE INDESEJÁVEL 
- PESSOAS QUE TENHAM IDEAÇÃO SUICIDA FREQUENTES 
· OS DOIS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO PARA SUICÍDIO SÃO DOENÇA MENTAL (DEPRESSÃO E BIPOLAR) E TENTATIVA PRÉVIA DE SUICÍDIO 
EXISTEM LOCAIS ONDE OCORRE UM AUMENTO DA incidência de suicídio? 
Estudos apontam que sim, um exemplo aqui no Brasil é que nos últimos 12 anos as maiores taxas de aumento de suicídio foram em regiões do nordeste. 
OUTRO EXEMPLO O local de maior destaque de suicídios no mundo é a PONTE GOLDEN GATE onde, desde sua inauguração, em 1937, já foram cometidos 1.600 suicídios O principal lugar onde as pessoas iam cometer suicídio nos Estados Unidos é na PONTE GOLDEN GATE (em São Francisco) = Existe um documentário famoso chamado A PONTE que mostra essa tendência das pessoas virem de vários lugares do Estados Unidos para cometer suicídio nessa ponte. Nesse documentário eles colocaram uma filmadora e deixaram ela lá filmando 24 horas por dia, e foi gravado uma serie de suicídios que ocorrem naquele lugar. 
QUAL É O PAPEL DO PSIQUIATRA NO SUICÍDIO? 
As três principais funções do psiquiatra, em particular, e de todo o pessoal de saúde, no geral, em relação ao comportamento suicida, são: 
- Identificar o risco
- Proteger o paciente
- Remover ou tratar os fatores de risco. 
Numa emergência psiquiátrica, as principais situações clínicas associadas ao COMPORTAMENTO SUICIDA são os pacientes que apresentam grave ideação suicida e os sobreviventes de tentativas de suicídio
Em ambos os casos, o papel do psiquiatra seria o de determinar os procedimentos de curto e longo prazos para diminuir o risco de suicídio, incluindo uma possível decisão de internação psiquiátrica.
ATENÇÃO Sabemos hoje que praticamente 100% dos suicidas tinham uma doença mental, muitas vezes não diagnosticada e não tratada. De fato, dos que morrem por suicídio, cerca de 50% a 60% nunca se consultaram com um profissional de saúde mental ao longo da vida. 
• Metade dos que morrem por suicídio foram a uma consulta médica em algum momento do período de seis meses que antecederam a morte; 
• 80% foram ao médico não psiquiatra no mês anterior ao suicídio. 
PERGUNTAS SOBRE SENTIMENTOS E COMPORTAMENTOS SUICIDAS: 
Em casos de tentativa de suicídio, a entrevista inicial tem dois objetivos: um é semiológico, com coleta de várias informações; outro é de apoio emocional e de estabelecimento de um vínculo.
Lembrar que o essencial é OUVIR ATENCIOSAMENTE, estar ao lado dela = TER EMPATIA, mas isso significa não tentar mudar a qualquer custo os sentimentos e ideias de nossos pacientes. Se uma pessoa sentir que estamos ao seu lado, poderá se acalmar, e consequentemente, pensar, em vez de agir, falar sobre sua vontade de morrer é diferente de, concretamente, colocar a vida em risco. A partir de então, a própria pessoa poderá nos ajudar a continuar a ajudá-la. 
Comece com perguntas voltadas para como o paciente se SENTE A RESPEITO DE VIVER:
- Alguma vez você já achou que a vida não vale a pena ser vivida? 
- Você alguma vez já desejou poder dormir e não acordar?
Prossiga com perguntas específicas que indagam sobre PENSAMENTOS SOBRE MORTE, danos para si mesmo ou suicídio:
- Recentemente você pensou sobre morte? 
- Alguma vez as coisas chegaram a um ponto em que você pensou em machucar a si mesmo?
No caso de indivíduos que têm PENSAMENTOS AUTOLESIVOS OU DE SUICÍDIO: 
- Quando você percebeu ter esses pensamentos pela PRIMEIRA VEZ? 
- O que o levou a TER esses pensamentos (ex: precipitantes interpessoais e psicossociais, incluindo perdas reais ou imaginárias; sintomas específicos como alterações do humor, anedonia, desesperança, ansiedade, agitação, psicose)? 
- Com que frequência esses pensamentos OCORRERAM, incluindo assiduidade, qualidade obsessiva? 
- Você já chegou perto de AGIR com base nesses pensamentos? 
- Qual a possibilidade você acha que tem de ser MOTIVADO A AGIR por esses pensamentos no futuro? 
- Você alguma vez já começou a tentar se machucar (ou se matar), mas interrompeu o ato antes de concretizá-lo (ex: segurar uma faca ou arma contra o corpo, mas parar antes de agir, chegar à margem de uma ponte, sem saltar)? 
- O que você imagina que vá acontecer se você realmente se matar (ex: fuga, reunião com uma pessoa importante, renascimento, reações dos outros)? 
- Você já fez um plano específico para se machucar ou se matar (em caso positivo, o que o plano inclui)?
As perguntas devem ser diretas, porque se você fizer uma pergunta ambígua = a resposta também será ambígua. 
QUANDO PERGUNTAR TUDO ISSO ACIMA? 
· Depois de se estabelecer um bom relacionamento com o paciente
· Quando o paciente se sentir confortável para expressar seus sentimentos
· Quando o paciente estiver no processo de expressão de sentimentos negativos. 
O processo não termina com a confirmação das ideias suicidas. Ele continua com questões adicionais para avaliar a frequência e a gravidade da ideação suicida, bem como a possibilidade real de suicídio.
ATENÇÃO Falar sobre suicídio não aumenta o risco, porque falar diretamente pode aliviar a angústia e a tensão que esses pensamentos trazem.
Observamos que os profissionais de saúde têm falsascrenças a respeito do comportamento suicida. 
As duas mais comuns são “Se eu perguntar sobre ideias de suicídio, não estarei induzindo um suicídio? ”, “E se a pessoa me responder que sim, que ela pensa em se matar, eu vou ter que carregar essa responsabilidade? ”. 
É necessário desmistificar que não se pode abordar a questão diretamente, pois se trata de uma concepção equivocada frequente mesmo entre profissionais. Ao invés disso, é importante considerar que os pacientes com pensamentos suicidas, na maioria dos casos, sentem-se aliviados e acolhidos por terem tido a oportunidade de expor seus pensamentos e sentimentos relacionados ao suicídio.
QUAL CONDUTA DIANTE UMA IDEAÇÃO SUICIDA OU PENSAMENTO SUICIDA? 
Hospitalizar ou não um paciente com ideação suicida é a decisão clínica mais importante a ser tomada. Nem todos os pacientes exigem hospitalização; alguns podem ser tratados em contexto ambulatorial. Porém, ausência de um sistema de suporte social eficaz, história de comportamento impulsivo e plano de ação suicida são indicações para internação. 
Se o médico atende um paciente que apresenta uma ideação suicida você obrigatoriamente deve internar esse paciente, porque se você não interna, e esse paciente quando ele sai do hospital e comete suicídio a responsabilidade é do médico, outro exemplo é o paciente que apresenta uma ideação suicida, porém ele não quer ficar internado, ele assina um termo que não quer ficar internado, mas ele vai para casa e comete suicídio, a responsabilidade também é do médico Porque a medicina entende que a ideação suicida é uma emergência médica, como por exemplo uma pessoa que está infartando, mas ela fala que não quer ficar internada e quer ir embora, e ela assina um termo, e quando ela sai ela morre = A culpa continua sendo do médico, ou seja, o médico tem obrigação legal de internar esse paciente mesmo contra a vontade dele. 
ATENÇÃO Um dos momentos mais perigosos para que o paciente tente suicídio novamente é quando se está melhorando da crise que motivou a tentativa de se suicidar, ou quando a pessoa ainda está no hospital em decorrência a uma tentativa frustrada de suicídio. 
Um dos períodos mais perigosos é quando se está melhorando da crise que motivou a tentativa, ou quando a pessoa ainda está no hospital, na sequência de uma tentativa. A semana que se segue à alta do hospital é um período durante o qual a pessoa está particularmente fragilizada. Como um preditor do comportamento futuro é o comportamento passado, a pessoa suicida muitas vezes continua em alto risco.
Se alguém que pensava em suicidar-se e, de repente, parece tranquilo, aliviado, não significa que o problema já passou. Uma pessoa que decidiu suicidar-se pode sentir-se “melhor” ou sentir-se aliviado simplesmente por ter tomado a decisão de se matar.
A maioria dos suicidas fala ou dá sinais sobre suas ideias de morte. Boa parte dos suicidas expressou, em dias ou semanas anteriores, frequentemente aos profissionais de saúde, seu desejo de se matar, por isso é fundamental falar sobre suicídio. 
Para você saber como abordar os pacientes com suicídio você deve ter em mente se esse paciente tem baixo, médio ou alto risco de cometer suicídio agora. 
Você deve avaliar primeiramente a INTEÇÃO/IDEAÇÃO; PLANO E LETALIDADE DO MÉTODO que o paciente quer usar para se matar e a partir daí você CLASSIFICA O RISCO: 
PACIENTE BAIXO RISCO: 
São aqueles que apenas PENSAM NO SUICÍDIO, mas não tem plano de ação 
EX: Eu gostaria de estar morto; eu não sirvo para nada; ninguém vai se importar se eu não estiver mais aqui.
CONDUTA BAIXO RISCO: 
- Devemos encaminhar para profissional da saúde mental ou médico 
- Marcar consultas regulares. 
PACIENTE MÉDIO RISCO:
São aqueles que que já tem plano de ação, mas ele não apresenta indícios de o suicídio seria realizado imediatamente. 
CONDUTA MÉDIO RISCO: 
- Total cuidado com possíveis meios de cometer suicídio que possam estar no próprio espaço de atendimento; 
- Escuta terapêutica que o possibilite falar e clarificar para si sua situação de crise e sofrimento; 
- Realização de contrato terapêutico de não suicídio; 
- Investimento nos possíveis fatores protetivos do suicídio; 
- Faça da família e amigos do paciente os verdadeiros parceiros no acompanhamento do mesmo. 
- ENCAMINHAR PARA O SERVIÇO DE PSIQUIATRIA para avaliação e conduta ou agendar uma consulta o mais breve possível
- PEÇA AUTORIZAÇÃO para entrar em contato com a família, os amigos e/ou colegas e explique a situação sem alarmar ou colocar panos quentes, informando o necessário e preservando o sigilo de outras informações sobre particularidades do indivíduo
PACIENTE ALTO RISCO:
São aqueles que tem plano de ação com perspectiva de execução imediata
A pessoa tem um plano definido, tem os meios para fazê-lo e planeja fazê-lo prontamente; tentou suicídio recentemente e apresenta rigidez quanto à uma nova tentativa; tentou várias vezes em um curto espaço de tempo. 
CONDUTA ALTO RISCO: 
- Encaminhar para internação imediatamente 
- Estar junto da pessoa até a internação, não deixar sozinha 
- INFORMAR A FAMÍLIA e reforçar o seu apoio ao paciente, ou seja, paciente com ideação suicida é uma das situações que você pode quebrar o sigilo e chamar a família. 
- Tratar os fatores de risco para diminuir o risco dela cometer suicídio (ex: tratar a depressão, tratar psicose, ou doenças clinicas)
- Realização de contrato terapêutico de não suicídio; 
- Colocar no prontuário e na prescrição RISCO SUICIDA Porque durante a internação ele deve ser colocá-lo em leito de fácil observação, se possível em andar térreo ou em local com janelas trancadas ou com grade e com acesso ao banheiro sempre supervisionado.
Além de prescrever risco suicida, você também deve colocar RISCO DE FUGA, porque se esse paciente fugir e cometer suicídio após sua fuga ou cometer suicídio durante a internação a responsabilidade é sua, mas se você deixou tudo lá anotadinho e o paciente fugiu ou tentou suicídio a responsabilidade é da instituição = VOCÊ VAI TER RESPALDO LEGAL 
Estabelecer um “CONTRATO DE NÃO-SUICÍDIO” é uma técnica útil na prevenção do suicídio. 
Esta técnica pode ser usada em um contexto de emergência, mas com muita cautela, pois o sucesso do “contrato de não-suicídio” baseia-se, principalmente, na relação terapêutica positiva estabelecida entre o médico e o paciente. Em um ambiente de emergência, esta relação pode estar prejudicada e comprometer a capacidade do clínico julgar o real risco do paciente cometer suicídio. 
A negociação deve promover a discussão de vários aspectos relevantes para que o paciente não cometa suicídio. 
Na maioria das vezes, o paciente respeita a promessa que faz ao médico, mas só o contrato não é uma medida efetiva, são necessárias todas as outras medidas de apoio. 
O estabelecimento de um contrato só é válido quando os pacientes têm controle sobre suas ações, ou seja, quando não apresentam transtorno mental que prejudique seu julgamento
EUTANÁSIA É CONSIDERADO SUICÍDIO? 
A eutanásia em muitos países a eutanásia não é permitida, o indivíduo tem a justificativa de ter uma doença incurável e progressiva que está causando muita dor e sofrimento, ou o paciente está apenas existindo porque está ligado a aparelhos, porém pela lei o indivíduo não tem o direito de tirar a própria vida, ou seja, a eutanásia é crime, e quem ajudar a realizar a eutanásia está cometendo um crime.
O QUE É O EFEITO WETHER? 
Na manhã de 7 de agosto de 1962, o mundo acordou em choque. Na noite anterior, a governanta da famosa atriz Marilyn Monroe encontrou o seu corpo no banheiro. A mídia logo confirmou que era um suicídio. Durante os meses seguintes, 303 jovens se suicidaram. 
Na década de 90, muitos anos depois desse famoso caso, a sociedade americana voltava a experimentar algo semelhante com a morte de Kurt Cobain. Toda vez que um meio de comunicação noticiava o suicídio de uma celebridade, uma epidemia de suicídios abalava o país.
O efeito Werther foi o termo designado pelo sociólogo DavidPhillips em 1974 para DEFINIR O EFEITO IMITATIVO DO COMPORTAMENTO SUICIDA O nome vem da obra “Os sofrimentos do jovem Werther”, do escritor alemão Wolfgang von Goethe. Nela, o protagonista se suicida por amor. Essa obra foi um grande sucesso e, logo após a sua publicação em 1774, cerca de 40 jovens perderam a vida de maneira muito semelhante ao protagonista. Este fenômeno estranho e macabro levou à proibição do livro em países como a Itália e a Dinamarca.
Com base em casos semelhantes, Phillips realizou um estudo entre 1947 e 1968 no qual encontrou dados reveladores. No mês seguinte após o The New York Times publicar uma história relacionada ao suicídio de alguém conhecido, a taxa de pessoas que se suicidavam aumentava em quase 12%.
Este padrão continua a se repetir até hoje. Em meados de 2017, o Canadá tentou proibir a série “13 Reasons Why” depois de considerar que ela poderia causar esse mesmo efeito, outro exemplo foi a “baleia azul”, e a Baleia Azul envolve mistério, risco, desafio, coisas que estão muito em “moda” em adolescentes, ou seja, a mídia divulgando isso de qualquer maneira vai despertar a curiosidade de pessoas vulneráveis como por exemplo os adolescentes. 
APESAR DE TUDO, É NECESSÁRIO FALAR SOBRE O SUICÍDIO Precisamos dizer para aquelas pessoas que estão perdidas que existe outra saída e que podemos ajudá-las a encontrar um novo caminho. Manter o silêncio e olhar para o outro lado serve apenas para estigmatizar um problema que afeta muitas pessoas. Você deve sempre tentar fazê-lo de forma respeitosa e assertiva, eliminando o enorme tabu que o rodeia. Ignorar ou esconder uma realidade não significa que ela não existe, mas que ela se torna cada vez mais forte
DEVEMOS EVITAR O EFEITO WERTHER CONTÁGIO (EFEITO CONTÁGIO) = Forma como o suicídio é divulgado pode levar a outros casos, MAS COMO? 
A Organização Mundial da Saúde preparou inclusive um documento com DIRETRIZES PARA OS JORNALISTAS seguirem no momento de informar os fatos relacionados ao suicídio Esse documento foi criado para orientar jornalistas a como fazer as divulgações de suicídio para que ocorra DIMINUIÇÃO DO EFEITO WERTHER. 
QUAIS SÃO AS DIRETRIZES PARA OS JORNALISTAS
- EVITAR: Noticiar em primeira página; publicar fotos; palavra suicídio no título; divulgar o método utilizado, o lugar, bilhetes suicidas; apresentar causas únicas; não falar em tentativa “bem-sucedida” ou em “êxito” 
- SEMPRE: Informar telefones úteis (141), onde buscar ajuda, os sinais de alerta; utilizar linguagem adequada “morto por suicídio” ou “suicídio”.
SEGURO DE VIDA PAGA AOS FAMILIARES QUANDO A CAUSA DA MORTE FOI SUICÍDIO? 
Mas no âmbito dos contratos de seguro a discussão em torno das hipóteses sobre as quais se caracteriza ou não a cobertura securitária é pertinente e necessária, porque repercute intensamente no grupo mutual que dá sustentação aos contratos individuais, ou seja, se uma pessoa tem um seguro de vida por exemplo e comete um suicídio ela NÃO TEM DIREITO DE RECEBER O VALOR. 
Artigo 798 do Código Civil de 2002 DETERMINA O ARTIGO: 
Art. 798. O beneficiário não tem direito ao capital estipulado quando o segurado se suicida nos primeiros 2 anos de vigência inicial do contrato, ou da sua recondução depois de suspenso, observado o disposto no parágrafo único do artigo antecedente.
QUESTÕES: 
QUESTÃO 10 (ABP/2015) Entre as alternativas a seguir, marque a que é considerada fator de proteção para o suicídio: 
a) Sexo masculino
b) Terceira idade
c) Ter religião
d) Não ter filhos
e) Idade jovem
QUESTÃO 02 (ABP/2017) M.C.D., sexo feminino, 25 anos de idade, recém-formada em psicologia, vai ao atendimento psiquiátrico após sua mãe agendar uma consulta sem avisá-la antes. Refere que sua família insistiu algumas vezes para procurar tratamento por ter “baixa autoestima” e “nunca acreditar em seu potencial”. Apresenta piora da ansiedade após se formar e começar a trabalhar em um hospital, embora sempre tenha sido seu objetivo. Diz que se sente “como se não soubesse nada”, com receio do que seus colegas e seu chefe vão pensar a seu respeito. Sente-se muito desconfortável em perguntar sobre sua rotina e que acabou pegando plantões em dias que não queria por medo de falar “não” para os colegas. Refere que sempre se preocupou muito com a opinião dos outros, desde criança, mas acha que agora está pior porque “tem mais responsabilidade que na escola ou mesmo na faculdade”, e que “antes podia se esconder entre os amigos da classe e agora ela tem que se virar sozinha”.
a) Histriônico e narcisista
b) De esquiva e dependente
c) Borderline e antissocial 
d) Anancástico e esquizóide
e) Paranóico e emocionalmente instável
Vamos lembrar que o BORDERLINE se mata mais, o ANTISSOCIAL pode ter gerado polêmica, mas o suicídio pode decorrer pela baixa tolerância e impulsividade dessa população.
QUESTÃO 02 (ABP/2017) Um homem de 35 anos chega para atendimento na emergência de um hospital geral queixando-se de dor torácica. Durante a anamnese, o médico identifica uso de cocaína, duas a três vezes por semana, a última vez na noite anterior ao atendimento. Exame físico e ECG sem anormalidades. Já realizou várias tentativas de interromper o uso da droga, sem sucesso. Percebe-se a presença de desesperança quando ele refere que “parece não ter jeito”. Com relação ao caso descrito é correto afirmar que:
a) Deve-se evitar o assunto suicídio na emergência para não alimentar essa ideia. 
b) Com a exclusão de diagnóstico clínico, o médico está autorizado a liberar o paciente da emergência
c) Deve ser solicitada uma tomografia computadorizada de crânio para complementar a avaliação.
d) O setor de emergência não é local apropriado para investigar risco de suicídio e o paciente deve ser encaminhado para consulta psiquiátrica ambulatorial.
e) Uso de álcool e drogas está associado a maior risco de suicídio e deve se investigar esta possibilidade junto ao paciente * 
Pensou em suicídio, lembre dos FATORES DE RISCO DO SADPERSONS 
QUESTÃO 01 (ABP/201?) Os transtornos abaixo estão associados com risco de suicídio, EXCETO: 
a) Esquizofrenia
b) Alcoolismo
c) Transtorno de pânico
d) Depressão maior
e) Transtorno obsessivo-compulsivo*

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