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Dados iniciais Paciente K, 6 anos, menino. Possui mais duas irmãs, A (de 1 ano), KE (de 7 anos), e mais um irmão KH (de 4 anos). Sua mãe recebe o nome de M e tem 24 anos, e seu pai R, cuja idade não foi informada. A terapeuta atua em uma casa de Acolhimento. Relato da sessão A criança foi levada a acolhimento pelo Conselho Tutelar de Campinas. Sua mãe estava acompanhando sua irmão mais nova, A de 1 ano de idade, em uma internação hospitalar (pneumonia) e não tinha condições de ficar com K e seu irmão KH, daí então o acolhimento. Anteriormente, ambas as crianças haviam sido deixadas com a tia materna, porém devido a sua gravidez, não estava em condições físicas para ficar com as crianças, uma vez que, segundo a família, “elas davam muito trabalho”. Ou alternativa ainda foi sugerida pelo Conselho Tutelar que acionou a avó materna na tentativa de que não ocorresse o acolhimento, contudo, a avó negou a abrigar as crianças pois ela já estava com a outra filha de M, a KE de 7 anos, que já demandava muito. Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes: O abrigo é um serviço de proteção social especial de alta complexidade, previsto no Sistema Único de Assistência Social – SUAS. Tem a finalidade de oferecer acolhida a crianças e adolescentes com idade entre 0 e 17 anos e onze meses, cujas famílias ou responsáveis encontram-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção, respeitando-se os princípios legais da brevidade e excepcionalidade. Funciona como moradia transitória até que seja viabilizado o retorno à família de origem/extensa ou o encaminhamento para família substituta (procedimento realizado através da Vara da Infância e da Juventude). Funciona 24 horas por dia. Objetivo: Acolher e garantir proteção integral à criança e adolescente em situação de risco pessoal e social e de abandono. Forma de acesso ao serviço: Por determinação do Poder Judiciário e por requisição do Conselho Tutelar, sendo que neste último, a autoridade competente deverá ser comunicada conforme previsto no art. 93 do ECA. Através de atendimentos pontuais com a mãe, ela relata que K nasceu de um relacionamento conturbado, não foi desejado, e desde muito pequeno é extremamente agitado. A mãe ainda pontua que K morde, grita, xinga, esperneia fazendo birra sempre que é contrariado. A criança em atendimento com caixa lúdica optou por inicialmente brincar com o quebra cabeça e depois com um alfabeto de madeira e encaixe disponibilizado na sala. Durante o “diga mais sobre essa casa do fundo”, K diz que mora em uma casa alugada, que tem duas casas no mesmo terreno, porém na casa do fundo moram algumas pessoas que não gostam de crianças, e a mãe dele diz que não pode fazer bagunça, porque quem mora lá é a “loira do banheiro”. Posteriormente em visita domiciliar na residência da família, abordei tal aspecto com a mãe de K que relata sorrindo que não tem ninguém que mora na residência dos fundos, mas que utiliza o cômodo para guardar algumas coisas. Na visita, fui até esse cômodo e vimos brinquedos em uma caixa de papelão e um engradado de cerveja. Em outro atendimento com a criança foi sugerido realizar uma colagem com revistas e cartolina, o mesmo realizou a colagem de uma foto de família (homem, mulher e um bebê) e após isso desenhou em cima do desenho uma pipa voando sozinha. Quando questionado ele relata “Essa é a minha irmã e essa e a família dela, agora a pipa... a pipa eu acho que sou eu”. Pontou que atualmente a mãe de K mantem um relacionamento com o pai da irmã mais nova. Sobre seu pai temos poucos relatos. K já residiu com ele um período, mas também não deu certo p ois o pai lhe agredia, algo que foi confirmado por sua madrasta que é uma pessoa que demonstra afetividade com a criança. Durante visitas dos familiares na instituição de acolhimento, a mãe se mostrava dando carinhos e atenção apenas ao filho mais novo KH; já K era ignorado, fisicamente recebendo as costas da mãe ou a mesma mantinha um caráter desqualificador da criança. Nas visitas com a avó materna, sua irmã KE e suas tias maternas, K se comportava de maneira afetuosa sempre distribuindo beijos e abraçando a todos, o que também ocorria nas visitas do pai e da madrasta. O desfecho do acolhimento na casa de passagem foi o seguinte: KH foi sobre o termo de guarda ao seu pai (que não é o mesmo de K), KE ficou com a avó materna que regularizou sua guarda, A ficou com sua mãe e seu pai, e K foi transferido de acolhimento institucional.
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