Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY METABOLISMO DAS LIPOPROTEÍNAS Sempre que nós comemos, a gordura é absorvida, e vai formar uma lipoproteína muito grande, rica em triglicerídeo, chamada de Quilomícron. Esse quilomícron, irá reduzir de tamanho, e vai se transformar em uma molécula ainda grande, um pouco menor chamada de Remanescente do Quilomícron. E este remanescente do quilomícron, vai ser captado pelo fígado. O fígado irá pegar esse remanescente do quilomícron, e vai sintetizar uma outra molécula, também bem grande, também rica em triglicérides, chamada VLDL. Esse VLDL, irá perder triglicérides, vai reduzir de tamanho, e vai virar uma molécula chamada IDL. Esse IDL irá perder triglicérides, vai reduzir de tamanho, e vai gerar uma molécula chamada LDL. Este LDL, irá poder se depositar na parede das artérias, fazendo aterosclerose e ele vai poder voltar para o próprio fígado. Estas moléculas em negrito, se chamam lipoproteínas, essas lipoproteínas, são revestidas por Colesterol livre, no meio, elas carregam colesterol esterificado e triglicérides. Até porque, gordura não é solúvel em água, logo, é para isso que eu tenho que ter uma lipoproteína para carregar esse colesterol. Quanto mais triglicerídeo tem na lipoproteína, maior ela é, por isso, o Quilomícron trata-se da maior. APOLIPOPROTEÍNAS Cada lipoproteína, precisa de uma ou mais Apolipoproteína. As quais darão estrutura, e funções para as lipoproteínas. APOLIPOPROTEÍNA B A primeira Apolipoproteína que vai aparecer para a gente, é a Apolipoproteína B. Nós temos, duas Apolipoproteínas B, uma que vai dar estrutura ao meu Quilomícron e ao Remanescente do Quilomícron, chamada de B-48. Quando isso chega ao fígado, o fígado sintetiza uma outra Apolipoproteína, chamada de B-100. Essa, está presente no VLDL, no IDL e no LDL. Essa, dá estrutura ao VLDL e ao IDL, e, é praticamente, o único constituinte do LDL colesterol. Então, a primeira função da B-100 é dar estrutura, para VLDL, IDL e LDL. Ela terá uma outra importante função, o fígado, os hepatócitos do fígado, têm receptores para essa Apolipoproteína. Portanto, se o fígado tem receptor para essa Apolipoproteína, essa precisa se ligar ao receptor do fígado e permitir que o colesterol volte para dentro dele. Chama-se isso de Ciclo Endógeno do Colesterol, o fígado está produzindo VLDL, que vira ILDL, que vira LDL, que volta para o próprio fígado. Como ele volta para o fígado? Eu preciso de um receptor, que está presente nos hepatócitos, para se ligar a uma ApoB-100, para puxar ele para dentro do fígado. APLICAÇÃO PRÁTICA Todo mundo já ouviu falar das Estatinas, essas são drogas utilizadas para reduzir colesterol. As Estatinas agem no fígado, aumentando a expressão dos receptores para ApoB-100. Quanto mais receptores o fígado produzir, mais LDL colesterol ele tira da circulação. O fígado precisa de colesterol para sintetizar a Bile. Essa, será liberada no próprio intestino, e depois ela mesmo será reabsorvida. Então grande parte do colesterol do nosso corpo, ele não vem da alimentação. Ele vem do próprio fato do colesterol estar sendo absorvido, desse colesterol ir para o fígado, do fígado sintetizar esse colesterol, e jogar ele de volta. Chamamos isso de Ciclo Endógeno e Ciclo Exógeno do colesterol. APLICAÇÃO PRÁTICA Existem doenças genéticas, que cursam com níveis muito altos do LDL colesterol (400, 500, 1000). Como por exemplo, a Hipercolesterolemia Familiar, a maior causa dessa doença, é um defeito na síntese do receptor do LDL colesterol. DISCIPLINA FISIOLOGIA AULA 8 PROFESSOR RODRIGO 2 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY Se um paciente não sintetizar esse receptor, obviamente, ele não conseguirá retirar LDL da circulação. Uma outra causa, é uma mutação na ApoB-100, fazendo assim com que ele não se ligue ao receptor. APOLIPOPROTEÍNA E (FUNÇÃO 1) Essa, irá mediar a ligação das lipoproteínas com o receptor do LDL, e com o receptor do quilomícron remanescente. Ela está presente no Quilomícron, no VLDL e IDL. A função mais importante dessa Apolipoproteína, é permitir a ligação do Remanescente do Quilomícron, com seu receptor. Então, como dito, o fígado capta o Remanescente de Quilomícron. Ele faz isso já que existe um receptor, chamado Receptor do Remanescente do Quilomícron, que se liga àquela Apo-E, e com isso, o Quilomícron vai para dentro do fígado. Quando esse Quilomícron chega no fígado, é como se ele fosse todo desfeito, o fígado agora pega todo esse colesterol e sintetiza uma outra molécula. Então, a Apo-E, é quem está presente no Remanescente do Quilomícron, que vai permitir a ligação do Remanescente do Quilomícron, com seu receptor no fígado e está dando estrutura para o VLDL e para o IDL. APOLIPOPROTEÍNA C Não iremos falar muito sobre a ApoC-1. A mais importante para a gente, é a ApoC-2, ela é importante já que é o Co-Fator da ligação da enzima Lipase Lipoproteica. Já falamos dessa enzima, visto que é ativada pela Insulina, e então tira triglicerídeos da circulação e passa para dentro do adipócito ou do músculo (se esse músculo precisar). Então, entendam que para eu retirar triglicerídeos das minhas lipoproteínas ricas em triglicerídeos (Quilomícrons, Remanescentes de Quilomícrons, VLDL), eu preciso ter uma ApoC-2, se ligando a uma Lipase Lipoproteica. Então, as Lipoproteínas que terão ApoC-2 na sua estrutura, serão os Quilomícrons, o Remanescente do Quilomícron, e o VLDL (minhas lipoproteínas ricas em triglicerídeos). Logo, o Quilomícron vira um remanescente de Quilomícron porque ele perde triglicerídeo. A Insulina, ativa a Lipase Lipoproteica, que se liga a ApoC-2, que tira o triglicerídeo da circulação, mandando para o músculo e para o tecido adiposo. Parte dessa informação, já foi vista na aula de Insulina, agora, eu só coloquei a ApoC-2 como co-fator para essa ligação da lipase lipoproteica. A Lipase Lipoproteica, como visto no desenho, é sintetizada pelos Adipócitos, Miócitos e Macrófagos. A função dessa Lipase Lipoproteica é de modular, a quebra dos triglicérides dos Quilomícrons, dos Remanescentes dos Quilomícrons e do VLDL colesterol. APLICAÇÃO PRÁTICA Existem duas formas gravíssimas de Hipertrigliceridemia (10000, 15000), um defeito na minha ApoC-2 e na Lipase Lipoproteica. Visto que, esses são os dois fatores necessários para tirarmos triglicerídeos da circulação. A ApoC-2, tem uma irmã gêmea do mal, chamada de ApoC- 3. Se a ApoC-2, permite a retirada de triglicerídeos da circulação, a ApoC-3, faz o contrário, ela bloqueia essa retirada já que bloqueia a Lipase Lipoproteica, e, com isso, o paciente tem aumento de triglicerídeos no sangue. APLICAÇÃO PRÁTICA Os pacientes que classicamente tem mais ApoC-3, são os obesos, diabéticos. Temos uma pessoa que come muito e se exercita pouco, na hora que ela comer, os seus Quilomícrons vão lá em cima, se ela tem muito Quilomícron, a quantidade que irá chegar no fígado é mais alta, e então, o fígado irá sintetizar muito VLDL colesterol. Logo, a dislipidemia dos pacientes obesos/diabéticos, é muito mais uma hipertrigliceridemia, do que propriamente um aumento dos níveis do LDL colesterol. APOLIPOPROTEÍNA E (FUNÇÃO 2) O Quilomícron tem triglicerídeo, e conta com a ApoC-2, que vai permitir que o triglicerídeo saia por conta da Lipase Lipoproteica. O IDL ainda tem triglicerídeos dentro dele, mas não tem ApoC-2, se eu tenho uma molécula com triglicerídeo, e não tenho ApoC-2, quem vai tirar o triglicerídeo? Então, o fígado produz uma enzima, chamada Lipase Hepática, esta se liga a ApoE, e então, permite que o resto de triglicerídeo saia, formando uma molécula pequena, o LDL (rica apenas em colesterol). Ou seja, a Lipase Hepática, como o próprio nome já diz, é sintetizada pelos hepatócitos, ela vai ser transportada para exatamente Adrenal, Ovário, Testículo, onde iremos precisar de colesterol.Sua função é hidrolisar os triglicérides no processo final, o que significa, completar a conversão do IDL em LDL. QUILOMÍCRON • É a maior lipoproteína do plasma (90% de triglicerídeos) • Presente no período pós-prandial APLICAÇÃO PRÁTICA Quando pedimos para o paciente fazer jejum para colhermos o exame de sangue, é porque esse vai fazer exame para ver os Triglicerídeos e Glicose, já que se eu dosar triglicerídeo após a alimentação, estarei dosando Quilomícrons, visto que é uma partícula que aparece e depois some. 3 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY APOLIPOPROTEÍNAS CARACTERÍSTICAS DO QUILOMÍCRON • B-48 Dará estrutura. • ApoA-1 e ApoA-4 (Serão faladas posteriormente) • ApoE Permite a ligação do Quilomícron ao receptor do Remanescente de Quilomícron. • ApoC-2 Permite a ligação com a Lipase Lipoproteica, e a retirada de triglicerídeos da circulação. REMANESCENTES DO QUILOMÍCRON Nós comemos, primeiro o Quilomícron cai no Ducto Torácico (Sistema Linfático), depois ele cai na circulação. Esse vai perdendo Triglicérides (Ácidos Graxos) pela Lipase Lipoproteica, até que será formado o nosso Remanescente do Quilomícron. O Remanescente do Quilomícron, através da ApoE irá se ligar ao seu receptor hepático (o receptor da ApoE), e puxará para dentro o aporte de ácidos graxos. VLDL O fígado recebe e sintetiza uma outra lipoproteína, ainda grande, quase que composta exclusivamente por triglicerídeos, o VLDL. As Apolipoproteínas características do VLDL são ApoE, ApoB-100 e ApoC-2. A produção do VLDL é do fígado, de acordo com a produção de ácidos graxos ali. Quanto mais ácido graxo chegar ao fígado, mais VLDL ele irá sintetizar. A lipase lipoproteica irá agir na ApoC-2, e então, esse VLDL começa a reduzir de tamanho, tornando-se o IDL. IDL O IDL é o resultado da quebra do VLDL pela Lipase Lipoproteica. Essa, quase não possui mais ApoC-2, mas possui B-100 (que vai dar estrutura) e ApoE (que irá se ligar a lipase hepática e permitir que o IDL vire uma molécula pequena chamada de LDL colesterol). LDL O LDL é uma molécula pequena, que carrega praticamente, 70% do colesterol plasmático, então é a partícula mais rica em colesterol. A Apolipoproteína que dá estrutura é a B-100. Esse LDL será removido do sangue pelo receptor hepático do LDL, trazendo LDL de volta para o fígado. Esse, pegará o LDL, sintetizará a bile e mandará para o intestino. APOLIPOPROTEINA A-1 E PRÉ-HDL O fígado, e o intestino produzem uma outra Apolipoproteína, chamada Apolipoproteína A-1. Essa, começa a incorporar colesterol nela, e vai formar uma estrutura em forma de disco, chamada de Pré-HDL. Eu mostrei até agora, que as minhas lipoproteínas, são todas redondas, elas são assim para que consigam transportar colesterol em seu interior. Se eu tenho uma molécula em forma de disco, a quantidade de colesterol que eu tenho dentro dela vai ser menor, então ela não funciona muito bem. Essa, começa a puxar colesterol de dentro dessa placa de aterosclerose, através de um transportador chamado de ABCA1. Então, começamos a ver que essa Apolipoproteína A1, puxando o colesterol da parede da artéria por esse transportador, é benéfico, já que eu tiro o excesso de colesterol que está se depositando na parede do vaso, logo, estou combatendo a aterosclerose. Estou fazendo algo que nós chamamos de Transporte Reverso do Colesterol. O fígado está sintetizando VLDL, que está virando LDL, que está se depositando na parede do vaso, é o que está causando aterosclerose, é o maior caso de morte no Brasil e no mundo. APLICAÇÃO PRÁTICA Colesterol mata. Sendo esse a maior causa por fazer aterosclerose. TRANSPORTE REVERSO DO COLESTEROL É exatamente essa capacidade que eu tenho de pegar o colesterol que está se depositando na parede do vaso, e retirar ele dessa parede. APLICAÇÃO PRÁTICA Existem alguns fatores, que estimulam o nosso corpo a produzir essa Apolipoproteína A1. O mais importante, por ativar o nosso transporte reverso, é o exercício físico. Como também uma boa alimentação, e álcool em pequenas quantidades, principalmente o vinho. Populações do interior da França, interior da Itália, que bebem muito vinho, tem uma taxa de doenças cardiovasculares baixa, tendo um fator de proteção importante. Alguns fatores baixam a produção de Apolipoproteína A1, como sedentarismo, óleo, cigarro (diminui mais de 50%). ENZIMA LCAT E HDL Sintetizei o meu Pré-HDL, e o problema desse, é ele ser um disco, e por isso não conseguir carregar colesterol adequadamente no seu meio. Logo, ele precisa de algo para transformá-lo em uma esfera, quem fará isso é uma enzima, chamada LCAT. Após transformada, essa molécula tem agora capacidade de tirar mais colesterol ainda de dentro dos vasos, e então se transformar a nossa molécula maravilhosa, o HDL. TRANSPORTE REVERSO DO COLESTEROL E FÍGADO O HDL está cheio de colesterol, ele precisa levar esse colesterol para o fígado, o problema é que ele não consegue levar esse colesterol para o fígado. Então, ele manda esse colesterol para o VLDL, e em troca, o VLDL 4 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY manda triglicerídeo para ele. Isso é feito através de uma enzima chamada CETEP. Então, o Transporte Reverso do Colesterol, tem a função de mandar colesterol para o fígado, mas ele não consegue fazê-lo diretamente. Ele precisa passar pelo VLDL para que possa chegar até lá. O HDL será degradado pelas células renais, depois de concluir sua função. RESUMO (IMAGEM CORRIGIDA) O intestino produz uma molécula grande (tudo que está em amarelo é triglicerídeo, em azul é colesterol). Tem uma ApoB-48 que dá estrutura, uma ApoC-2 e uma Apo-E. Ele vai perder triglicerídeos, e vai virar um Remanescente do Quilomícron. Esse, através da ApoE, vai se ligar ao seu receptor. O fígado com isso irá sintetizar o VLDL colesterol, com a ApoB-100, ApoC-2 e ApoE. Vem a Lipase Lipoproteica, e irá retirar triglicerídeo ali de dentro, formando uma molécula que tem B-100 e ApoE. Ainda tem triglicerídeo, mas não tem mais ApoC-2, e então, entra a Lipase Hepática se ligando a ApoE. Tiro o restante do triglicerídeo, viro uma molécula pequena praticamente só com colesterol, e uma ApoB-100 na sua estrutura. As duas com capacidade de voltar para o fígado e se ligar ao seu receptor. Produzo uma ApoA-1 que é o HDL nascente, eu vou agora tirando o colesterol da parede. Vem então uma enzima, chamada LCAT, e faz o meu verdadeiro HDL. Aqui tem um erro na imagem, o HDL manda colesterol e recebe triglicerídeo no lugar, através de uma enzima chamada CETP. Com isso, o colesterol vai para o VLDL, para ser levado de volta para o fígado.
Compartilhar