Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Botânica – Lay Feitosa Morfologia vegetal Órgão da planta responsável pela fixação do vegetal ao solo de onde retira água e nutrientes minerais. - Em plantas aquáticas as raízes podem manter suas funções básicas ou adquirir outras. ⬧ As plantas vasculares apresentam uma grande variação em suas estruturas internas no que se refere à raiz ⬧ Daremos ênfase apenas àquelas pertencentes às Angiospermas (eudicotiledôneas e monocotiledôneas) ⬧ De um modo geral, observam-se nas raízes dois tipos de crescimento: - um primário, resultado da atividade dos meristemas apicais (protoderme, meristema fundamental e procâmbio) - e outro secundário, resultado da ação dos meristemas laterais (felogênio e câmbio). ⬧ O crescimento secundário é conhecido de forma clara apenas nas eudicotiledôneas, porém, algumas monocotiledôneas podem apresentar espessamento secundário. Ele, geralmente, ocorre no final do primeiro ano de vida da planta. ⬧ Em estrutura primária, a raiz apresenta os três sistemas de tecido, o dérmico, o fundamental e o vascular. Vista em secção transversal, a raiz, em estrutura primária, mostra uma epiderme geralmente uniestratificada. Localizada logo abaixo desta, encontra-se a região cortical, formada principalmente pelo parênquima, podendo ocorrer ainda esclerênquima e raramente, colênquima, que aumenta em diâmetro em decorrência de divisões periclinais e do aumento radial das células ⬧ A camada mais interna da região cortical é diferenciada, e recebe o nome de endoderme. Essa camada possui, em suas paredes anticlinais, faixas de suberina e lignina, essas fitas recebem a denominação de CRESCIMENTO TECIDOS DA RAIZ CRESCIMENTO Botânica – Lay Feitosa estria de Caspary. Essas estrias controlam a entrada de água no cilindro vascular e ocorrem nas eudicotiledôneas. Nas raízes das monocotiledôneas, a endoderme apresenta um espessamento em U e nesse caso para que a água possa atravessar a endoderme existem as células de passagem que não apresentam o espessamento em U e permitem que a água possa atingir o xilema. ⬧ Em algumas raízes, pode ocorrer a estratificação da camada mais externa do córtex, formando a exoderme. Espaços intercelulares são proeminentes no córtex da raiz, com a finalidade de facilitar a entrada de água e nutrientes na mesma, ocorrendo o contrário na endoderme que desvia o fluxo de solutos através do apoplasto (pelos espaços intercelulares e paredes intercelulares) para o simplasto (por dentro as membranas celulares). ⬧ O cilindro vascular é formado pelo periciclo e os tecidos condutores, xilema e floema. O periciclo é responsável pela origem das raízes laterais. O xilema, geralmente, forma um maciço central e projeções em direção ao periciclo, com seus polos se alternando com o floema. - Raiz Primária: A primeira raiz da planta, desenvolvendo-se como uma continuação do ápice da raiz ou radícula do embrião; a raiz principal. - Raiz Lateral: A raiz que surge de uma outra, mais antiga. É também chamada de ramificação de raiz, ou raiz secundária se a mais antiga for a raiz principal. - Raiz Adventícia: A raiz que cresce a partir de caules ou folhas. Não são originadas da radicula do embrião. 1- Sistema Radicular Pivotante ou Ramificado - A raiz primária é denominada raiz pivotante, cresce diretamente pra baixo, dando origem às raízes laterais. Apresenta uma raiz principal extremamente desenvolvida e suas ramificações. Ocorre nas gimnospermas, magnoliideas e eudicotiledôneas (dicotiledôneas). 2- Sistema Radicular Fasciculado - Formado por raízes adventícias e suas ramificações, que se formam a partir do caule. A raiz primária tem vida curta, e nenhuma raiz é mais proeminente que outra. Ocorre nas monocotiledôneas. 1- Coifa - Massa de células semelhantes a um dedal que cobre e protege o ápice em crescimento de uma raiz. Está relacionada com as respostas da raiz à gravidade. Nas plantas aquáticas pode ser formada por várias camadas superpostas. 2- Zona Lisa ou desnuda - região onde não existe ramificação. Localiza-se entre a coifa e a zona pilífera. É a região de maior crescimento da raiz. 3- Zona Pilífera - região onde se encontra uma série de pêlos muito delicados que estabelecem íntimo contato com as partículas que TIPOS DE RAIZ TIPOS DE RAIZ SISTEMAS RADICULARES REGIÕES DA RAIZ TIPOS DE RAIZ Botânica – Lay Feitosa compõem o solo. A função destes pêlos é a absorção de água e sais minerais. 4- Zona de Ramificação - região de emergência das raízes laterais. 5- Colo, coleto ou nó vital - região de transição entre o caule e a raiz 1- Raízes Tuberosas - são raízes intumescidas, especializadas como órgãos de reserva, podendo ser pivotantes (cenoura, beterraba, nabo) ou laterais (batata-doce, etc.) 2- Raízes Aéreas – não se desenvolvem subterraneamente, mas expostas ao ar. São geralmente adventícias. 3- Micorrizas – trata-se de uma associação comum a muitas plantas principalmente de florestas úmidas, ou em orquídeas, representada por íntima relação simbiótica entre a raiz e um determinado fungo. 4- Nódulos Radiculares – aparecem nas raízes de muitas plantas da família Leguminosae, como consequência da infestação por bactérias fixadoras de N2 atmosférico (Rhizobium). As raízes quanto ao habitat podem ser subterrâneas (terrestres), aéreas ou aquáticas e apresentam as mais variadas formas, como pode ser observado a seguir. Subterrâneas • Axial ou pivotante: raiz principal bem desenvolvida em relação às secundárias. • Ramificada: raiz principal que logo se divide em raízes secundárias e assim sucessivamente. • Fasciculada: raiz principal que sofre atrofia, formando um feixe de raízes, não sendo possível distinguir uma raiz principal. • Tuberosa: raiz dilatada pelo acúmulo de reserva nutritiva, podendo ser axial tuberosa (cenoura, beterraba, nabo, rabanete) ou lateral (dália, batata doce, macaxeira). Aéreas • Estranguladoras (cinturas): geralmente de origem epífita; é uma variação do tipo de raiz escora observada nas figueiras mata-pau (Ficus spp.). Suas raízes crescem envolvendo o tronco do hospedeiro e formando uma rede que vai se espessando, podendo matar a planta hospedeira. Após a morte, resta uma figueira totalmente escorada em raízes. Embora sejam chamadas “raízes estranguladoras”, o termo não é adequado, pois as raízes não estrangulam (processo ativo), mas simplesmente impedem o crescimento em espessura do caule da planta hospedeira (processo passivo). Se a hospedeira for uma palmeira, por exemplo, ambas podem conviver por muitos anos. • Grampiformes (aderentes): surgem em pequenos grupos nos nós e/ou nos entrenós em caules rastejantes nos quais ao encontrar um suporte podem escalá-lo como em Hera (Hedera helix L.). São encontradas também em várias trepadeiras • Sugadoras (Haustórios): estruturas de contato, apressórios, no interior dos quais surgem as raízes finas, haustórios, órgãos que absorvem alimentos, parasitando a planta hospedeira. Ex.: erva-de-passarinho – Struthanthus flexicaulis (Mart. ex Schult. f.) Mart. (Loranthacaeae) com folhas verdes cujos haustórios ADAPTAÇÕES RADICULARES CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO HABITAT Botânica – Lay Feitosa penetram até o xilema sugando água e sais minerais (seiva bruta) – hemiparasita; cipó-chumbo – Cuscuta racemosa Mart. & Humb. (Convolvulaceae) planta completamente aclorofilada de caule volúvel no qual os haustórios penetram até o floema absorvendo a seiva elaborada (produtos metabolizados na fotossíntese) – holoparasita. • Suportes (escoras ou fúlcreas): partem do caule em direção ao solo e auxiliam na sustentação do caule, seja por a planta crescer em solo pantanoso ou por possuir uma base pequena em relação à sua altura • Respiratórias: tipo de raízes que ocorremem muitas plantas subaquáticas. São esponjosas porque são ricas em aerênquima (parênquima com grandes espaços intercelulares cheios de ar) e possuem orifícios chamados de pneumatódios (lenticelas) em toda a sua extensão. São responsáveis por fornecer oxigênio às regiões submersas da planta. Características de plantas do mangue. • Pneumatóforos: podem ser considerados um tipo de raiz respiratória, mas diferem estruturalmente por serem raízes lenhosas que crescem verticalmente para fora do solo encharcado em que vive a planta. Ocorrem em espécies dos manguezais (Avicennia sp. – Acanthaceae; Laguncularia sp. – Combretaceae) e de pântanos (Taxodium sp. – Cupressaceae). Nesses solos há muita competição por oxigênio. Os pneumatóforos são recobertos por lenticelas (pneumatódios). • Sapopemas (raízes tabulares): é uma variação de raízes suportes com ramos radiculares originando-se na base do caule, formando estruturas semelhantes a tábuas, que além de aumentar a resistência e a sustentação do tronco aumentam a superfície para aeração. Em algumas regiões amazônicas, são conhecidas com “catana” (cedrorana – Cedrelinga cateniformis (Ducke) Ducke, tauari – Couratari spp.). • Escoras: são raízes que aparecem em certas espécies de figueiras (Ficus spp.). Elas descem de ramos caulinares laterais, alcançam o solo, ramificam-se e absorvem água. Essas raízes crescem em espessura e, com o tempo, tornam- se tão espessas que passam a substituir o caule em sua função, pois além de fixarem a planta no solo e absorverem nutrientes, conduzem esses elementos até a copa. Quando já existem muitas raízes desenvolvidas, o caule pode desaparecer, ficando a copa totalmente escorada em raízes. Aquáticas Ocorrem nas plantas que se desenvolvem na água, como por exemplo vitória-régia – Victoria amazonica (Poepp.) J.C. Sowerby (Nymphaeaceae) – e aguapé – Eichhornia azurea (Sw.) Kunth (Pontederiaceae). Botânica – Lay Feitosa
Compartilhar