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Cadê o Orçamento?
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Cadê o Orçamento?
Cadê o Orçamento? CONTRIBUIÇÕES 
PARA CONSTRUÇÃO 
E PLANEJAMENTO 
DE ORÇAMENTOS 
MUNICIPAIS 
PARA EDUCAÇÃO 
DO CAMPO
 CONTEXTUALIZADA
MOVIMENTO DE ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA (MOC)
Vera Maria Oliveira Carneiro
(Organizadora)
Feira de Santana, 2018
Cadê
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Cadê o Orçamento?
CONTRIBUIÇÕES 
PARA CONSTRUÇÃO 
E PLANEJAMENTO 
DE ORÇAMENTOS 
MUNICIPAIS 
PARA EDUCAÇÃO 
DO CAMPO
 CONTEXTUALIZADA
Vera Maria Oliveira Carneiro
(Organizadora)
MOVIMENTO DE ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA (MOC)
José Jerônimo de Morais – Presidente
João Batista de Cerqueira – Diretor Secretário
Jorge Luiz Nery de Santana – Diretor Financeiro
Antonio Albertino Carneiro – Diretor de Relações Públicas
Consuelo Velloso de Carvalho – Diretora Administrativa
Célia Santos Firmo – Coordenadora Geral
Maria Vandalva Lima de Oliveira – Coordenadora Pedagógica
Organização
Vera Maria Oliveira Carneiro
Equipe de Elaboração
Jorge Luiz Nery de Santana
Maria Margarida da Silva F. Santos 
Vera Maria Oliveira Carneiro
Revisão
Marcos Fellipe Costa Marques
Equipe do Programa Educação do
Campo Contextualizada – PECONTE/MOC:
Ana Paula Mendes Duarte
Bernadete Mariene C. Santos
Daiane Santos Silva
Renata Santos Almeida
Vera Maria Oliveira Carneiro
Diagramação
Kívia Maria da Silva Carneiro
Tiragem 
1000 exemplares
C764
Contribuições para construção e planejamento de orçamentos
municipais para educação do campo contextualizada: cadê o
orçamento?/ Vera Maria Oliveira Carneiro (Organizadora). Feira
de Santana: MOC – Movimento de Organização Comunitária,
2018.
26 p.
ISBN 978-85- 52965-01- 5
1. Educação do campo contextualizada. 2. Orçamento público. 3.
Políticas públicas. I. Título. II. MOC – Movimento de Organização
Comunitária.
CDD: 370
Ficha Catalográfica
Apresentação................................................................................................................01
 
Introdução.....................................................................................................................02
Primeiro Passo: Por que uma Educação do Campo? .....................................................03
Segundo Passo: Com quem se faz a Educação do Campo Contextualizada?................ 05
Terceiro Passo: De que se precisa na Educação do Campo?........................................ 06
Quarto Passo: O que é Orçamento Público?................................................................. 07
Quinto passo: O que é o ciclo orçamentário?..................................................................09
Sexto Passo: Onde Encontrar Recursos?......................................................................16
Sétimo Passo: Como Captar Recursos.........................................................................17
Algumas considerações para concluir............................................................................22 
Refêrencias ...................................................................................................................23
Anexo ............................................................................................................................24
Sumário
E o que seria da educação se não fosse os sonhos e desejos de contribuir na construção de um 
novo mundo? Produzimos este material sobre “Orçamento Público para Educação do Campo” com o 
desejo de transformar sonhos em realidade. Este material é uma simples contribuição para gestores, 
técnicos e técnicas das Secretarias de Educação, buscando dar continuidade ao trabalho que o 
Movimento de Organização Comunitária (MOC) realiza. A Educação do Campo Contextualizada 
(ECC) constituiu-se como direito dos povos do campo, especialmente, das crianças e adolescentes e 
foi resultado de sonhos coletivos. 
A Constituição Federal de 1988, no seu Art. 205, estabelece que a Educação é direito de todos e 
dever do Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, 
visando o pleno desenvolvimento da pessoa, preparando-a para o exercício da cidadania e 
qualificando-a para o trabalho. É nessa perspectiva que o MOC, uma entidade da sociedade civil 
organizada, com mais de 50 anos de atuação, há mais de duas décadas, vem contribuindo com a 
melhoria da qualidade da educação, em mais de 20 municípios do Semiárido baiano com formação 
continuada de professoras e professores, coordenações municipais, gestores, bem como, com a 
produção de materiais didáticos contextualizados. 
Dessa maneira, o MOC, provocado pelo Instituto de Cooperação para o Desenvolvimento (ICEP) 
e Fundação Optimus, vem realizando formações e dialogando com gestões para organização e 
planejamento dos orçamentos municipais na dimensão da Educação do Campo de forma que 
ampliem os investimentos da Educação do Campo Contextualizada e também aumentando as 
possibilidades de captação de recursos.
De forma especial, agradecemos à UBS Optimus Foundation e ao ICEP que nos provocou e 
apoiou a construção desta cartilha.
Agradecemos às gestões municipais, às professoras e professores, à sociedade civil e 
coordenações municipais da Educação do Campo dos Projetos CAT – Conhecer, Analisar e 
Transformar a realidade, ao Baú de Leitura, à Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) 
que participaram das oficinas e reuniões com a equipe do MOC para construir peças orçamentárias, 
especialmente, para inserir a Educação do Campo Contextualizada no Plano Plurianual e no ciclo 
orçamentário, bem como a disponibilidade para elaborar projetos de captação de recursos, visando 
melhorar a qualidade da Educação do Campo. Que este material possa promover semeaduras e 
colher bons frutos. 
apresentação
01
As sociedades contemporâneas experimentam profundas mudanças. O local e o global estão 
conectados. Temos fome de horizontes que nos animem na nossa caminhada. Diante disso, um 
projeto sustentável e justo de sociedade implica numa abertura a um projeto consequente de 
educação, que contribua para pensarmos e para construirmos uma nova sociedade. A disputa por 
uma educação pública de qualidade e acessível a todas as pessoas é tarefa de todos nós. Nisso, a 
democracia se fará significativa na medida em que for uma democracia social e participativa, que 
contemple as diferenças e seja justa na sua forma e modo de ser. Parafraseando Paul Ricoeur, é uma 
perspectiva de um bem viver, com e para os outros em instituições justas.
Que município construiremos para nós e para as próximas gerações? Qual o papel que a 
educação desempenha nessa construção? Nosso projeto de educação dialoga com nossa 
realidade? Responde de forma crítica, criativa e cuidante aos nossos desafios e demandas?
Nosso intento, nessa cartilha, é convidar vocês para pensarmos juntos a necessidade de investir e 
fazer a manutenção da Educação Contextualizada. Isso significa elaborar políticas públicas, 
programas, prever e prover orçamentos que assegurem a formação continuada de professores, 
confeccionar materiais didáticos, adequar os equipamentos públicos para uma Educação do Campo 
Contextualizada, etc.
“Estudantes 
aprendem 
quando são 
protagonistas 
das aprendizagens
 e quando o que 
se aprende é 
significativo 
para o 
projeto 
de suas 
vidas”.
“A educação sozinha 
não transforma a 
sociedade, mas sem 
ela tampouco a 
sociedade muda, 
pois a educação 
transforma as 
pessoas que 
se tornam 
agentes de 
transformação 
na sociedade.”
Moacir gadottiPaulo Freire
introdução
02
Jorge Luiz Nery de Santana
Maria Margarida da Silva F. Santos
A Educação do Campo Contextualizada (ECC) é um direito assegurado e consolidado por 
diferentes legislações nos entes federados (Federal, Estadual e Municipal). Constitui-se como uma 
política e proposta de educação indispensável para uma formação significativa das crianças, 
adolescentese adultos das populações do campo, das comunidades tradicionais, dos povos da 
floresta e de comunidades ribeirinhas e mesmo as populações urbanas. No âmbito do Semiárido 
mais de setenta por cento da rede escolar nos municípios em nossos territórios, em geral, estão 
situadas no campo, são cidades rurais. A criação da Lei Municipal de Educação do Campo e a 
destinação de verbas específicas no PPA e seus desdobramentos na LDO e na LOA, reforçam 
também a necessidade de se discutir a elaboração de projetos para captar recursos para Educação 
do Campo Contextualizada. 
Sabemos dos desafios orçamentários e das demandas crescentes na gestão pública. Essa 
cartilha convida os gestores a fazer uma dança do ciclo orçamentário, seguindo os passos e os ritmos 
que reencantem a Educação do Campo no município. 
Primeiro Passo: 
Iniciamos com dois importantes conceitos: o primeiro é a identidade, 
entendida não como algo fixo, mas dinâmico, cultural, histórico, 
conflitivo e atravessada por um nó de relações. O segundo é o de 
pertencimento, que diz respeito ao sentir-se parte de algo maior, aos 
vínculos sociais e às raízes. As identidades e o pertencimento são 
motores fundamentais nos processos de formação e crescimento. A 
pergunta como as pessoas aprendem dialoga de perto com o que elas 
são e com o contexto onde vivem. 
A Educação do Campo Contextualizada articula bem esses aspectos 
numa proposta, que em muito melhora os índices de aprendizagens e 
desenvolvimento do público infanto-juvenil e adulto.
Nas palavras da atual Coordenadora do Programa de Educação do 
Campo Contextualizada do MOC (Movimento de Organização 
Por que 
 uma 
Educação
 do 
Campo?
03
O MOC desenvolve em 20 municípios a proposta política de Educação do Campo 
Contextualizada através da metodologia CAT – Conhecer, Analisar e Transformar 
a realidade do campo que se baseia numa concepção de educação crítica, lúdica, 
contextualizada e transformadora, ou seja, numa educação significativa. Não 
trabalha de forma estanque, ou apenas “transmite/transfere conteúdos”, não 
separa áreas de conhecimentos, mas procura a inter e transdisciplinaridade. 
Também não é apenas um projeto de intervenção no contexto local, procura inserir 
os/as estudantes no contexto da realidade mundial. O CAT desenvolve as ações 
de forma integral, holística e sistêmica, através de pesquisa-ação, tendo como 
instrumento de planejamento a Ficha Pedagógica, que segue um itinerário – 
passos metodológicos. (CARNEIRO: 2016, p.01)
Comunitária), Vera Maria Oliveira Carneiro: “A Educação do Campo Contextualizada (ECC) parte da 
realidade local para os conhecimentos universais. É uma educação que busca transformar a 
realidade. É uma educação que não apenas trabalha os conteúdos da realidade, mas busca, através 
dos conteúdos e da reflexão da realidade, dos problemas enfrentados na comunidade, encontrar 
soluções”.
Estimular os estudantes para ver e conhecer a realidade do seu lugar mexe com o sentido de 
pertencimento, estimula a sensibilidade dos/as estudantes para investigarem, a partir do seu mundo 
de significados/sentidos. Problematizar e buscar soluções criativas e transformadoras, põe em 
movimento o mundo e as identidades nas suas dinâmicas próprias. Ainda nas palavras de 
CARNEIRO (2016):
As pesquisas feitas pelas Universidades (Universidade Federal da Bahia - UFBA e Universidade 
Federal de Campina Grande – UFCG) comprovam a eficácia do CAT no desenvolvimento e 
aprendizagens dos estudantes envolvidos, tendo forte incidência nos índices de avaliação como o do 
IDEB. Também nos informam que a ECC tem baixo custo e não onera os cofres públicos. Um 
desenvolvimento sustentável no município implica numa qualidade de vida, e para florescer, 
precisamos de investimentos e compromisso.
04
Com quem se 
 faz a 
 Educação 
 do 
 Campo 
 Contextua-
 lizada?
O MOC, em parceria com a Universidade Estadual de Feira de 
Santana (UEFS), com as Secretarias Municipais de Educação e com os 
Movimentos Sindicais e Sociais do Campo compõe uma rede de atores 
e de apoio que envolve diferentes agentes e agências na consecução 
de seus fins. A Secretaria de Educação de cada Município e a equipe de 
coordenadoras/es, técnicas/os, professoras e professores, precisam 
participar de um processo de formação continuada em Educação do 
Campo Contextualizada. Para desenvolver esta ação, necessita-se de 
investimento. O engajamento desses diferentes agentes que compõem 
a Secretaria de Educação será decisivo para efetivação da proposta de 
Educação do Campo Contextualizada.
As organizações sindicais e demais movimentos sociais atuam como agentes de controle social e 
de acompanhamento da efetivação de uma política municipal de Educação do Campo 
Contextualizada. Não podemos prescindir da participação popular, das famílias envolvidas e dos 
diferentes atores e movimentos que articulam a vida no campo. Uma gestão pública e participativa 
deve estar atenta, aberta e sensível às demandas que as comunidades do campo trazem consigo, 
pois, o reconhecimento dos seus saberes e fazeres são imprescindíveis como conhecimento e como 
solução para muitos problemas do seu cotidiano. É preciso assegurar voz ativa às comunidades em 
sua diversidade e inteireza.
O desenvolvimento do campo contribui para o desenvolvimento da cidade e vice-versa, um não 
existe sem o outro, ambos se retroalimentam. Os legisladores municipais são parte integrante desse 
processo, na medida que colaboram com a criação e aprovação de leis municipais que ajudem nas 
políticas públicas, de orçamentos, que tenham incidência na Educação do Campo Contextualizada, 
como a Lei Municipal da Educação do Campo e o Orçamento Municipal para Educação do Campo.
As Universidades parceiras poderão contribuir com a disponibilização de professores-
pesquisadores que auxiliarão na formação continuada da(o)s professoras/es nas diferentes áreas do 
saber. O MOC tem feito parcerias com Universidades Estaduais e Federais no intento de contemplar 
esse requisito. 
Segundo Passo: 
05
Vimos, no segundo passo, quem faz a Educação do Campo 
Contextualizada. A ECC mobiliza muita gente dentro de um 
planejamento de atividades, que consiste basicamente em aquisição 
de materiais e na gestão de pessoas. Isso implica a participação e a 
nomeação de pessoas devidamente qualificadas ou em processo de 
qualificação (Coordenadores; Professores/as e técnicos); aquisição de 
materiais de infraestrutura e confecção de materiais didáticos; apoio 
técnico adequado para a manutenção das hortas escolares; aquisição 
do Baú de Leitura; manutenção dos equipamentos públicos escolares; 
contrato de assessoria qualificada dentro da proposta de uma 
Educação do Campo Contextualizada. Para a concretização dessas 
atividades é necessário investimentos adequados e orçamento. 
De que se 
 precisa
 na 
 Educação
 do 
 Campo?
Um dos pontos importantes para o diálogo aqui proposto é a discussão sobre o currículo para 
Educação do Campo. Currículo é o território das identidades, a carteira de identidade, que assume as 
peculiaridades das populações do campo, sua cultura, história e modo de organizar a vida. A 
Metodologia do CAT, que o MOC utiliza, demanda essa discussão e a necessidade de confecção de 
materiais didáticos e outros recursos adequados aos processos de ensino-aprendizagem e 
envolvimento social. 
As realizações de formação continuada com professoras/es e coordenadoras/es acontecem por 
meio de oficinas, seminários, intercâmbios e outras formas, tanto no município quando em Feira de 
Santana. Os deslocamentos e despesas de viagem e fazem parte desses momentos que o município 
deve se responsabilizar.
Ter um Orçamento para Educação do Campo Contextualizada é uma decisão urgente e 
necessária. Os Municípios que abraçam essa proposta ganharão muito se investirem recursose 
mobilizarem profissionais para o engajamento cotidiano nas escolas. Certamente, colherão seus 
frutos, assim como festejarão o florescimento de vida e o aparecimento de uma geração de 
cidadãos/ãs comprometidos/as com a vida em sua integridade e diversidade.
Terceiro Passo: 
06
O que é
 Orçamento
 
 
Nos passos seguintes, veremos como tratar do Orçamento público 
para a ECC e como captar recursos que alimentem os projetos para 
uma Educação do Campo.
Nesse quarto passo precisamos pisar firme e com harmonia. Firme 
porque esse se constitui num dos momentos mais decisivos da gestão 
pública, no qual prioridades, transparência e visão de governo 
participativo devem estar alinhados. Com harmonia, pois a construção 
de um orçamento participativo e popular diz de uma gestão interessada 
e endereçada ao todo da sociedade, capaz de ouvir suas demandas e 
acolher suas propostas.
Vamos compreender um pouco mais? 
O ORÇAMENTO PÚBLICO é um instrumento de gestão, parte de um 
plano financeiro estratégico que compreende a previsão de receitas e despesas para a 
administração de determinado exercício ou período de tempo. 
É uma LEI que orienta a execução dos planos governamentais, na qual devem conter todas as 
despesas, pois estas só poderão ser realizadas se estiverem previstas ou incorporadas ao 
orçamento. Como mostra o art. 2º da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, transcrito a seguir:
 
Como o Orçamento Público é um mecanismo de previsão da arrecadação e gasto dos recursos 
públicos, ele mostra as prioridades para a implantação de políticas públicas. No Orçamento Público, 
municipal devem estar previstas todas as fontes de receitas destinadas, Educação do Campo 
Contextualizada e todas as despesas que serão realizadas, compreendendo os gastos com 
formação, materiais, obras, equipamentos e outros.
 Art. 2º. A Lei de Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma 
a evidenciar a política econômica, financeira e programa de trabalho do trabalho, 
do governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade. 
Quarto Passo: 
Público?
07
Tanto as Receitas quanto as Despesas que constam no Orçamento são classificadas de acordo 
com os códigos padronizados nacionalmente, obedecendo aos dispositivos da Lei nº. 4.320, de 
1964, e as tabelas aprovadas por meio de portarias do Ministério do Planejamento, Orçamento e 
Gestão. 
As receitas orçamentárias dos pequenos municípios têm uma relação de dependência muito 
grande ao FPM, ao FUNDEB e às Transferências da Seguridade Social. Isso ocorre de forma ainda 
mais determinante, quando se trata dos municípios do Semiárido.
Sabemos que o orçamento da Prefeitura é planejado e gerenciado pelo/a gestor/a. De forma geral, 
é feita uma previsão de todo o recurso que será arrecadado pela Prefeitura para, a partir daí, 
organizar, de forma coletiva, o que poderá ser gasto. Nesse processo define–se com a equipe de 
gestão que tipo de educação é necessária ao município onde sua principal economia é a agricultura e 
de que forma os recursos podem ser destinados com especificidades para atender a Educação do 
Campo Contextualizada para a convivência com o Semiárido.
Durante o planejamento orçamentário o Dirigente Municipal de Educação junto com sua equipe 
gestora elabora PROJETOS para áreas temáticas, com objetivos e metas a serem alcançados no 
município. Esse processo é importante para construir os PROGRAMAS de educação dentro do PPA 
e, consequentemente, transformar esses programas em orçamento municipal.
Vamos entender mais um pouco sobre PROGRAMAS E PROJETOS? 
Programa – É um instrumento de organização da ação governamental, visando à concretização 
dos objetivos pretendidos, sendo mensurado por indicadores estabelecidos no Plano Plurianual. 
Projeto – É um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, 
envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que 
concorre para a expansão ou aperfeiçoamento de uma ação governamental. 
Importante ressaltar que, ao planejar a Educação, o município deve pensar, observar os objetivos 
08
O que é
Ciclo
Orçamentário?
da Educação Infantil, Fundamental, Educação Especial e Educação de 
Jovens e Adultos na perspectiva da Educação do Campo 
Contextualizada. 
A dança orçamentária é tecida em três etapas, que costuram entre 
si as peças que desenharemos com os devidos critérios técnicos e 
jurídicos, que justificam o caminho para alocação de recursos. As 
demandas do programa de governo e da escuta a sociedade civil 
precisam ser traduzidas na linguagem exigida pelas legislações 
adequadas às reais necessidades da comunidade.
PAA
Validade 
4 anos
LDO
Validade 
1 ano
LOA
Validade 
1 ano
Lei Orçamentária Anual - LOAPlano Plurianual - PPA Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO
A Constituição Federal de 1988 determina a elaboração do contrato orçamentário, com base em 
três instrumentos como mostra a figura abaixo:
Essas leis são de iniciativa do Executivo (Prefeito) com aprovação no Legislativo (Câmara de 
Vereadores). Vamos compreender os conceitos e as funções de cada um desses instrumentos que 
compõe o Ciclo Orçamentário: 
Quinto Passo: 
09
O Que é o
 PPA – 
Plano Plu
rianual?
O Plano Plurianual -PAA, é o instrumento que define os rumos 
dos 4 anos de gestão (3 da gestão que elaborou e 1 da gestão 
seguinte). Até o final de julho a Prefeitura terá que convocar 
Audiências Públicas para discussão do PPA. Os convites para 
essas audiências deverão estar na sede da Prefeitura ou no site.
O Prazo de apresentação à Câmara para apreciação deve ser 
até 31/Agosto do ano em que se inicia o mandato, para vigência 
no ano seguinte.
O PPA deve apresentar todas as ações, orçamentárias e não-
orçamentárias, que serão executadas pelos órgãos, entidades, 
fundos e empresas governamentais, de todos os poderes 
constituídos, no município. Essas ações orçamentárias para a 
realização dos seus objetivos estratégicos se estrutura na forma 
de Programas. 
A estruturação do PPA que contempla uma Educação 
Contextualizada do Campo para a Convivência com o Semiárido 
e desenvolvimento municipal deve ter como princípios 
estratégicos e norteadores:
a) Modernização da Gestão Pública com eficiência e a eficácia 
no gasto público;
b) Desenvolvimento Humano;
c) Desenvolvimento Econômico Sustentável e de acordo com o 
contexto de convivência com o Semiárido;
d) Desenvolvimento Social e Garantia da Qualidade de Vida; 
e) Infraestrutura para o desenvolvimento com inclusão social.
Portanto, pensamos o PPA a partir de um modelo de gestão, 
onde o planejamento do município acontece via “áreas 
temáticas”, sendo o desenvolvimento humano uma área que 
engloba a Educação, a Cultura e o Esporte. Isso tudo de forma 
interligada com outras áreas como o desenvolvimento 
econômico e social, o desenvolvimento urbano e rural, entre 
outras temáticas no contexto de cada município.
10
O que é a
 LDO – 
Lei de Dir
etrizes 
Orçament
árias?
É o instrumento da administração pública que define, a cada 
ano, as Diretrizes, as metas físicas prioritárias para o exercício 
financeiro, orienta a elaboração do orçamento e faz alterações na 
Legislação Tributária.
 
 A LDO precisa ser estratégica para que a arrecadação do 
município seja maior do que sua despesa e garanta a redução das 
dívidas.
Prazo de apresentação à Câmara: até 15/abril, devendo ser 
votada até 30 de junho. Em alguns municípios, a data limite para 
encaminhar à Câmara, é 15 de maio. Passa a vigorar no ano 
seguinte.
Tudo que for aprovado na LDO deve ser considerado na 
elaboração e na execução da Lei Orçamentária Anual – LOA.
É preciso fazer leitura da LDO, discutir suas 
metas e prioridades, apresentar propostas para 
a elaboração da LOA ou podem encaminhar as 
propostas para as Audiências Públicas 
realizadas pela Prefeitura.
 
O Setor competente para receber as 
propostas é o Gabinete do Prefeito/aou 
Secretaria de Administração e Finanças, se 
houver.
importante saber
11
O que é a
 LDO – 
Lei de Dir
etrizes 
Orçament
árias?
As ações previstas para acontecer nos municípios durante o ano 
e o recurso previsto para cada uma delas, estão descritas na Lei 
Orçamentária Anual – LOA.
No âmbito do município, com base nas prioridades e nas metas 
contidas no PPA e na LDO, que deverão ser atingidas no ano 
subsequente, o Executivo Municipal encaminhará ao Legislativo a 
LOA. Essa lei expressará de forma objetiva e quantificada os 
recursos monetários que a Prefeitura e seus órgãos de 
administração direta e indireta disporão para a efetiva realização 
dos gastos governamentais do município. A LOA deve ser 
encaminhada até 31 de agosto de cada ano para o Legislativo, 
que terá até 15 de dezembro para analisá-la.
Com relação ao Trâmite da Lei Orçamentária Anual o Prefeito 
elabora uma proposta e envia para Câmara, onde pode ser 
aprovada do jeito que está ou modificada por meio de Emendas, 
sempre prevendo de onde sairá os recursos e sua destinação. 
Após aprovada pela Câmara, a lei é enviada para o Executivo, 
onde o Prefeito/a confirma a votação pelo Legislativo e leva para 
sanção. Mas, o Prefeito/a também pode negar o que foi decidido 
pelo Legislativo, por meio do Veto, contanto que esclareça os 
motivos. 
O veto pode ser parcial ou total e deverá ser feito em 15 dias 
úteis contados a partir do recebimento do Projeto. A lei é 
promulgada e se faz necessário a publicação no Diário Oficial..
12
A esses três instrumentos, todos de responsabilidade do Executivo, chamamos de Ciclo 
Orçamentário. Torna-se necessário que a equipe gestora dos municípios compreendam a 
importância da articulação da comunidade para promover maior participação nesse momento do 
planejamento orçamentário, com o objetivo garantir as políticas públicas especificas para a 
Educação do Campo Contextualizada, de acordo aos prazos estabelecidos para envio, aprovação e 
vigência das leis orçamentárias, como segue a tabela a seguir: 
13
O Prefeito/a que não apresentar as leis orçamentárias ao legislativo no prazo previsto, Ü
poderá ser denunciado/a por Crime de Responsabilidade.
Os princípios orçamentários visam estabelecer regras básicas, a fim de conferir Ü
racionalidade, eficiência e transparência aos processos de elaboração, execução e controle 
do orçamento público;
Para que o orçamento reflita, de fato os interesses e as necessidades da maioria da Ü
população, é preciso que existam e funcionem os mecanismos de participação popular e 
que haja harmonia entre os órgãos municipais para sua elaboração.
Em muitos municípios os orçamentos são feitos por empresas de contabilidade Ü
contratadas, que não conhecem a realidade local nem fazem qualquer consulta pública.
Está em vigor desde maio de 2012, a chamada Lei de Acesso à Informação – nº12.527/2011 Ü
– um outro instrumento legal que também regula a administração pública. Essa lei 
estabelece, por exemplo, que as pessoas têm direito de obter informações sobre a 
utilização de recursos públicos, licitações, contratos administrativos, resultados de 
auditorias, prestação de contas, dentre outros. Isso significa que toda Prefeitura terá que ter 
um "Serviço de Informação ao Cidadão" nos seus órgãos e entidades em lugares 
apropriados, para prestar informações ao público, realizar audiências públicas e incentivar 
a participação popular. A Lei isenta de terem esse Serviço, os municípios com menos de 10 
mil habitantes. Prevê ainda, que as Prefeituras devem disponibilizar na internet, a Receita e 
Despesa de seus municípios.
importante saber
 Como incluir 
 Educação do 
 Campo 
 Contextuali_
 zada no
 orçamento 
 do município?
 
Saiba mais sobre como elaborar o Planejamento para Inclusão da 
Educação do Campo no Plano Plurianual e no Orçamento Municipal.
Em um planejamento são definidas as prioridades e ações. Para 
elaborar um planejamento eficiente, o primeiro passo é realizar um 
bom diagnóstico da realidade e definir quais as prioridades e ações à 
partir do levantamento de dados e principais demandas das escolas 
14
do campo. No ano de 2017, o MOC mediou oficinas sobre Ciclo Orçamentos, construção de emendas 
para PPA, elaboração de projetos de captação de recursos, entre outras. Estas formações contaram 
com a participação dos professores, gestores e sociedade civil, através de oficinas técnicas sobre 
Ciclo Orçamentário nos municípios que apresentaram ao legislativo. Nesses encontros foram 
levantadas as seguintes propostas: 
§ Produção de materiais didáticos contextualizados;
§
§ Criação do programa de formação continuada de profissionais da educação do campo em 
parceria com ONGs – Organizações Não Governamentais, que tenham experiência 
comprovada em educação do campo;
§ Intercâmbios para incentivo à cultura, ao esporte e lazer nas escolas do campo do 
Semiárido. É possível e há um campo fértil a ser explorado; 
§ Atualização dos documentos, como a construção de currículo contextualizado, regimento 
e projeto político pedagógico;
§ Fortalecimento do Projeto Baú de Leitura para construção de leitores;
§ Criação do programa de formação continuada de profissionais da educação do campo em 
parceria com ONGS – Organizações Não Governamentais que tenham experiência 
comprovada em Educação do Campo Contextualizada;
§ Adaptação das escolas do campo municipais para desenvolver práticas de Educação do 
Campo, como hortas escolares, experimentos, pátios produtivos, áreas de esportes, 
cultura e lazer;
§ Aquisição de transporte para acompanhar as ações da Educação do Campo; 
§ Acesso a água de qualidade para todas as escolas do campo para o desenvolvimento de 
práticas educativas agrícolas;
§ Formação e construção dos Projetos Políticos Pedagógicos Contextualizados nas 
escolas do campo;
§ Atendimento especializado para estudantes com necessidades especiais e equipe 
multifuncional (psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, etc.).
 
Todas essas propostas tem amparo legal, nas Diretrizes Nacionais de Educação do Campo e na 
Lei Municipal de cada município. Portanto, as propostas deverão ser incluídas no planejamento 
estratégico da Secretaria de Educação para a construção de Programas e Projetos prioritários que 
atendam na sua amplitude a Educação do Campo Contextualizada. Esse é um passo decisivo para a 
gestão municipal. É preciso transformar os projetos em orçamento público municipal, considerando a 
15
alocação dos recursos humanos, físicos e financeiros para o cumprimento das metas previstas no 
Plano Plurianual (PPA), na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e na Lei Orçamentária Anual 
(LOA). 
A implantação de um “Programa de Formação Continuada em Educação do Campo”, por exemplo, 
deve ser umas das ações prioritárias para garantir o acesso e permanência da população do campo a 
uma escola de qualidade e contextualizada para convivência com o Semiárido. Portanto, para 
transformar em orçamento o “Programa de Formação Continuada em Educação do Campo”, deve-se 
de início fazer a reserva orçamentária desse recurso dentro de uma dotação, a fim de que o mesmo já 
fique separado. 
O município que deseje pensar uma política de formação continuada para os professoras/es de 
escolas do campo em parceira com instituições acadêmicas ou ONGs, deve observar que todas as 
despesas são associadas a dotações, ou seja, verbas fixadas no orçamento para atender às diversas 
necessidades inclusive as de formação, indicadas por meio de códigos e que devem ser 
devidamente autorizadas pela entidade competente, antes de se iniciar seu processo de efetivação. 
No processo de contratação ou licitação para o Programa de Formação continuada o município deve 
ter como critério principal a escolha de instituições com experiências comprovada na Educação do 
Campo Contextualizada, a exemplo de instituições que compõem a Rede de Educação do Semiárido 
Brasileiro e outras.
 
Nesse passo, exige-se,ainda mais, a capacidade criativa e participativa nos processos de 
imaginação, mobilização no trabalho de equipe para identificar as fontes de financiamento 
 Onde 
 Encontrar 
 Recursos?
 
Sexto Passo: 
apoiadoras de projetos. No trabalho desenvolvido pelo MOC com 
municípios do Semiárido durante vários anos, uma das questões de maior 
dificuldade encontrada nas escolas do campo, estava relacionada à 
escassez de recursos para desenvolver as ações planejadas de 
efetivação da Educação do Campo Contextualizada.
 
Sabemos que os cortes na educação do orçamento federal, em 2017, 
atingiram os orçamentos dos municípios e as escolas do campo. Diante 
16
disso, será necessária dedicação, criatividade e tempo das equipes técnicas na busca de parcerias, 
elaboração de projetos para captação de recursos, organização e aprimoramento dos projetos 
existentes.
 Torna-se necessário buscar as oportunidades de fundos e programas dos governos federais e 
estaduais que estão ativos, as instituições de fomento privadas, a participação em redes 
colaborativas e as interfaces institucionais entre outras possibilidades. Existem muitos fundos 
governamentais e eles variam de estado para Estado e de Município para Município. É preciso obter 
informações atualizadas sobre a abertura de novos editais e oportunidades de parceria com as várias 
instâncias do governo. 
A parceria com o governo, na forma de convênios, também pode ser muito interessante para a 
organização, no sentido de dar mais credibilidade ao trabalho, facilitando o contato com outras 
fontes de financiamento. 
Cada uma dessas fontes de financiamento possui características diferenciadas. É preciso 
identificar as fontes mais adequadas para cada projeto e concentrar a atividade de captação nelas. 
Em se tratando das fontes externas, há algumas instituições financiadoras que apostam em 
determinados tipos de projetos e ajudam a sua viabilização. Esse apoio pode ser financeiro ou de 
outro tipo, como: consultorias, assistência técnica especializada, materiais, formação etc. Observe 
na tabela a seguir o modelo de Plano para Captação de Recursos em mais de uma fonte de 
financiamento: 
17
Fontes e Recursos
18
 Como
 captar 
 recursos?
Sétimo Passo: 
Nesse último passo da cartilha exige a elaboração de ações que 
precisam ser planejadas com mais rigor. Atualmente existem inúmeras 
estratégias pelas quais as instituições governamentais ou não 
governamentais poderão conseguir captar recursos para Educação do 
Campo Contextualizada. 
 A captação de recursos através da elaboração de projetos é um dos 
caminhos mais viáveis para ampliar o orçamento municipal e priorizar 
as áreas mais prejudicadas historicamente, a exemplo da Educação do 
Campo. Isso pode ser efetivado em parceria com sociedade civil, pois 
diversos financiadores somente aceitam projetos de instituições da 
sociedade civil. 
Para cada um destes projetos, precisará estruturar um plano diferente para captação de recursos, 
definindo quais são as fontes de recursos mais adequados e quais as ferramentas que deverão ser 
utilizadas para atingir os potenciais financiadores selecionados.
O apoio a projetos geralmente está associado a alguma linha programática, como saúde, 
educação, gênero, juventude, desenvolvimento socioambiental, água, biodiversidade, geração de 
renda, esporte, criança e adolescente e outras. Porém, pode-se fazer a interface destas áreas com a 
Educação do Campo Contextualizada. 
 Em grande parte dos casos, o apoio se dá por meio de um edital, no qual uma proposta de projeto 
é encaminhada para concorrência. Neste caso, o projeto deve ser escrito seguindo um roteiro ou 
formulário disponibilizado pela chamada e encaminhado dentro do prazo estabelecido. Em outros 
casos, o financiador está sempre aberto ao recebimento de propostas. 
É importante, antes de tudo, ler as orientações ou o edital com muita atenção. O edital é o 
documento com as linhas gerais do financiamento, valor máximo, prazos e regras. Portanto, 
somente dê o passo adiante se a ideia de projeto estiver alinhada com o objetivo do edital. 
19
Objetivo do edital: somente leia o edital e monte a sua proposta se ela estiver totalmente alinhada 
com o aquilo que o financiador está disposto a apoiar com a missão que a instituição proponente tem.
 
Critérios de elegibilidade: este ponto é fundamental. Se sua organização não passa por estes 
critérios, quer dizer que o projeto é inelegível, ou seja, ele nem entrará no processo de seleção! Por 
exemplo, se como critério o edital diz que o projeto deve acontecer no bioma Caatinga, e você enviar 
um projeto que acontecerá no Cerrado ou na Amazônia, mesmo que tenha a ver com o tema do 
edital, ele não entrará no processo seletivo. 
Critérios de avaliação: seu projeto será melhor avaliado quanto mais considerar estes critérios. 
Portanto, veja se é possível contemplá-los em sua proposta.
Itens financiáveis e não financiáveis: muita atenção a este ponto. Verifique se o edital traz os itens 
que são “financiáveis”, isso quer dizer tudo aquilo que pode entrar no seu orçamento. Da mesma 
forma, se algum item é considerado “não financiável”, nem pense em colocar no orçamento 
solicitado ao financiador, pois ele já disse o que pode e o que não pode pagar! 
 
 Valor mínimo e máximo financiável: respeite os valores mínimo e máximo estipulados pelo 
financiador. Mesmo que sejam centavos, não ultrapasse os limites!
Contrapartida: verifique se o financiador pede que a organização apresente contrapartida em seu 
orçamento. Muitas vezes é exigido que certa porcentagem do valor do projeto seja contrapartida, 
respeite esta exigência. 
Prazos: prazo é prazo! Respeite à risca o prazo estipulado. Não envie propostas fora do limite, ao 
menos que o financiador tenha prorrogado o prazo.
Limite de páginas, linhas ou palavras: se o formulário impõe limites para o texto, respeite-os. E 
busque fazer isso sem mudar o tamanho da letra, ou diminuir as margens, enfim, não dê um “jeitinho” 
para que caiba mais texto! Se for necessário, inclua mais informações como anexo ao roteiro.
Destacamos alguns pontos que merecem uma 
atenção especial na hora de ler um edital.
20
Normalmente a redação do projeto é feita por um grupo menor. É importante que a equipe gestora 
crie uma comissão para elaboração de projetos formada por profissionais com experiências nas 
áreas afins (linguagem, formação em Educação do Campo, finanças), mas que ao final a comissão 
deverá apresentar o projeto aos demais envolvidos para finalização da proposta, possibilitando que 
todos se sintam autores do projeto.
O projeto precisa seguir uma estrutura com problemáticas claras, justificativas, estratégias, 
cronograma de execução, objetivos, metas e orçamentos equivalentes. A seguir, orientamos alguns 
passos importantes para construção de um projeto de captação de recursos para Educação do 
Campo Contextualizada com o Semiárido. 
Roteiro para construção de um projeto social para captação de recursos
TÍTULO DO PROJETO (ser bem chamativo que o título já diz o que o Projeto é e o que pretende).
OBJETIVO GERAL DO PROJETO (ao final do projeto o que se pretende alcançar – que mudança 
ficar na comunidade ou nas pessoas);
OBJETIVOS ESPECÍFICOS (a partir do objetivo geral, quais os objetivos específicos para se 
alcançar o geral);
APRESENTAÇÃO DA INSTITUIÇÃO PROPONENTE (apresentação da entidade ou da prefeitura – 
secretaria de educação que está apresentando o projeto);
CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO (quais as características da região, do município ou da 
comunidade que o projeto irá atuar – população, Índices de Desenvolvimento Humano, Índices de 
Desenvolvimento da Educação, etc.);JUSTIFICATIVA (o que justifica fazer este projeto de intervenção? Quais os projetos existentes que o 
projeto busca resolver – é o motivo da existência do projeto);
ESTRATÉGIAS DE AÇÕES E AS ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS (quais estratégias o projeto 
vai utilizar para alcançar os objetivos e quais ações/atividades de cada estratégia que visam alcançar 
os objetivos);
DURAÇÃO DO PROJETO – o tempo necessário para execução do projeto – ou o tempo que o Edital 
do Projeto (financiador dispõe)
ORÇAMENTO NECESSÁRIO PARA EXECUÇÃO DO PROJETO (o orçamento deve ser detalhado 
por atividade, prever materiais, pagamento de pessoal, e de acordo o limite do orçamento que o 
financiador descreve no edital do projeto, entre outras questões);
MARCO LÓGICO – alguns editais de projetos exigem um Marco Lógico – ou seja a lógica para 
intervenção.
21
Ampliar, planejar e organizar o orçamento municipal 
para Educação do Campo Contextualizada tem sido um 
desafio necessário. Os sete “passos dessa dança” do 
Orçamento Público para Educação Contextualizada e a 
busca pela captação de recursos são desenhados e 
ensaiados na experiência da gestão, abrindo-se ao 
diálogo com os diferentes agentes e agências que fazem a educação no município. A percepção do 
que seja a Educação do Campo Contextualizada e sua importância para a qualidade de políticas 
públicas de Educação do Campo, deve-se somar à disposição e decisão de “trazer o céu para a terra”, 
de concretizar as indicações sugeridas no Plano Plurianual (PPA), traduzi-las, efetivamente, na Lei de 
Diretrizes Orçamentária (LDO) e especificá-las na Lei Orçamentária Anual (LOA). 
O monitoramento e acompanhamento dos gestores da Secretaria de Educação, com toda sua equipe 
em diálogo transparente e acolhedor com a sociedade civil, facilitará, ainda mais, os caminhos a 
serem percorridos por aqueles e aquelas que estarão mais diretamente envolvidos com o cotidiano 
das escolas e de seus estudantes. Todo percurso tem percalços, mas estes são desafios para 
corrigirmos as rotas e avançarmos em trilhas que ofereçam vitalidade e criatividade. Não seremos 
reféns de respostas antigas a problemas novos, mas com sensibilidade e vontade política, 
pedagógica e administrativa, faremos fluir vida e beleza onde, muitas vezes, se pretende a mera 
cultura da subalternização e o enfraquecimento dos sujeitos. 
Essa Cartilha é um roteiro de questões e sugestões para animar nossa caminhada, debulhando os 
desafios e semeando justiça e esperança para todos. Como diria o profeta “Que a justiça corra como 
um rio e a retidão como ribeirão perene” Am. 5.24
Enfim, nosso desejo é que esta cartilha possa contribuir para que gestores e equipes técnicas de 
secretarias municipais de educação do Semiárido organizem seu orçamento municipal, destinando 
porcentagens para Educação do Campo Contextualizada na perspectiva da Convivência com o 
Semiárido, bem como, ampliem seus recursos, através de processos de captação de recursos, 
melhorando a qualidade da educação e da vida das populações do campo, numa perspectiva de um 
desenvolvimento sustentável, onde a solidariedade e a cooperação sejam permanentes. 
Algumas considerações
para concluir
22
REFERÊNCIAS: 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: texto 
constitucional promulgado em 5 de outubro. Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições 
Técnicas, 2016. 
CARNEIRO Vera Maria Oliveira; DUARTE, Ana Paula (orgs.). Contribuições para Construção de 
um Currículo Contextualizado para o Semiárido. Feira de Santana: MOC/Curviana, 2013.
ESPLAR – Centro de Pesquisa e Assessoria. Cartilha sobre Orçamento Público. Esplar, 2016. 
FERREIRA, Olivério Maria; Buriol, Juarez. Fontes de captação de recursos financeiros: um guia 
para empreendedores e empresários que buscam recursos financeiros – reembolsáveis ou 
não – para seus empreendimentos. Novo Hamburgo: Feevale, 2009.
GOLDSCHMIDT, Andrea, Calfat, Sylvia. Manual de Captação de Recursos. São Paulo APOEMA 
Sustentável. 2002. 
 
SILVA, Maria do Socorro. Sementes de Educação Contextualizada: resultados e caminhos 
encontros na pesquisa do Projeto CAT MOC/ICPE/UFCG, Feira de Santana: Curviana, 2015. 
SILVA, Elisa Marie Sette; PENEIREIRO, Fabiana Mongeli; STRABELI, José; CARRAZZA, Luis 
Roberto; Guia de Elaboração de Pequenos Projetos Socioambientais para Organizações de 
Base Comunitária – Brasília -DF; Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), 1a edição, 
2014.
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ANEXO
INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO DO CAMPO CONTEXTUALIZADA 
MUNICIPÍO CONCEIÇÃO DO COITÉ – BAHIA
24
UBS Optimus Foundation
parceria
realização
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	Página 20
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	Página 24
	Página 25
	Página 26
	Página 27
	Página 28
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