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Cadê o Orçamento? Cadê o Or çame nto? Cadê o Orçamento? Ca dê o Or ça me nt o?Ca dê o Or ça me nt o? Cadê o Or çame nto? Cadê o Orçamento? Cadê o Orçamento? CONTRIBUIÇÕES PARA CONSTRUÇÃO E PLANEJAMENTO DE ORÇAMENTOS MUNICIPAIS PARA EDUCAÇÃO DO CAMPO CONTEXTUALIZADA MOVIMENTO DE ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA (MOC) Vera Maria Oliveira Carneiro (Organizadora) Feira de Santana, 2018 Cadê o Or çame nto? Cadê o Or çame nto? Cadê o Orçamento? CONTRIBUIÇÕES PARA CONSTRUÇÃO E PLANEJAMENTO DE ORÇAMENTOS MUNICIPAIS PARA EDUCAÇÃO DO CAMPO CONTEXTUALIZADA Vera Maria Oliveira Carneiro (Organizadora) MOVIMENTO DE ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA (MOC) José Jerônimo de Morais – Presidente João Batista de Cerqueira – Diretor Secretário Jorge Luiz Nery de Santana – Diretor Financeiro Antonio Albertino Carneiro – Diretor de Relações Públicas Consuelo Velloso de Carvalho – Diretora Administrativa Célia Santos Firmo – Coordenadora Geral Maria Vandalva Lima de Oliveira – Coordenadora Pedagógica Organização Vera Maria Oliveira Carneiro Equipe de Elaboração Jorge Luiz Nery de Santana Maria Margarida da Silva F. Santos Vera Maria Oliveira Carneiro Revisão Marcos Fellipe Costa Marques Equipe do Programa Educação do Campo Contextualizada – PECONTE/MOC: Ana Paula Mendes Duarte Bernadete Mariene C. Santos Daiane Santos Silva Renata Santos Almeida Vera Maria Oliveira Carneiro Diagramação Kívia Maria da Silva Carneiro Tiragem 1000 exemplares C764 Contribuições para construção e planejamento de orçamentos municipais para educação do campo contextualizada: cadê o orçamento?/ Vera Maria Oliveira Carneiro (Organizadora). Feira de Santana: MOC – Movimento de Organização Comunitária, 2018. 26 p. ISBN 978-85- 52965-01- 5 1. Educação do campo contextualizada. 2. Orçamento público. 3. Políticas públicas. I. Título. II. MOC – Movimento de Organização Comunitária. CDD: 370 Ficha Catalográfica Apresentação................................................................................................................01 Introdução.....................................................................................................................02 Primeiro Passo: Por que uma Educação do Campo? .....................................................03 Segundo Passo: Com quem se faz a Educação do Campo Contextualizada?................ 05 Terceiro Passo: De que se precisa na Educação do Campo?........................................ 06 Quarto Passo: O que é Orçamento Público?................................................................. 07 Quinto passo: O que é o ciclo orçamentário?..................................................................09 Sexto Passo: Onde Encontrar Recursos?......................................................................16 Sétimo Passo: Como Captar Recursos.........................................................................17 Algumas considerações para concluir............................................................................22 Refêrencias ...................................................................................................................23 Anexo ............................................................................................................................24 Sumário E o que seria da educação se não fosse os sonhos e desejos de contribuir na construção de um novo mundo? Produzimos este material sobre “Orçamento Público para Educação do Campo” com o desejo de transformar sonhos em realidade. Este material é uma simples contribuição para gestores, técnicos e técnicas das Secretarias de Educação, buscando dar continuidade ao trabalho que o Movimento de Organização Comunitária (MOC) realiza. A Educação do Campo Contextualizada (ECC) constituiu-se como direito dos povos do campo, especialmente, das crianças e adolescentes e foi resultado de sonhos coletivos. A Constituição Federal de 1988, no seu Art. 205, estabelece que a Educação é direito de todos e dever do Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, preparando-a para o exercício da cidadania e qualificando-a para o trabalho. É nessa perspectiva que o MOC, uma entidade da sociedade civil organizada, com mais de 50 anos de atuação, há mais de duas décadas, vem contribuindo com a melhoria da qualidade da educação, em mais de 20 municípios do Semiárido baiano com formação continuada de professoras e professores, coordenações municipais, gestores, bem como, com a produção de materiais didáticos contextualizados. Dessa maneira, o MOC, provocado pelo Instituto de Cooperação para o Desenvolvimento (ICEP) e Fundação Optimus, vem realizando formações e dialogando com gestões para organização e planejamento dos orçamentos municipais na dimensão da Educação do Campo de forma que ampliem os investimentos da Educação do Campo Contextualizada e também aumentando as possibilidades de captação de recursos. De forma especial, agradecemos à UBS Optimus Foundation e ao ICEP que nos provocou e apoiou a construção desta cartilha. Agradecemos às gestões municipais, às professoras e professores, à sociedade civil e coordenações municipais da Educação do Campo dos Projetos CAT – Conhecer, Analisar e Transformar a realidade, ao Baú de Leitura, à Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) que participaram das oficinas e reuniões com a equipe do MOC para construir peças orçamentárias, especialmente, para inserir a Educação do Campo Contextualizada no Plano Plurianual e no ciclo orçamentário, bem como a disponibilidade para elaborar projetos de captação de recursos, visando melhorar a qualidade da Educação do Campo. Que este material possa promover semeaduras e colher bons frutos. apresentação 01 As sociedades contemporâneas experimentam profundas mudanças. O local e o global estão conectados. Temos fome de horizontes que nos animem na nossa caminhada. Diante disso, um projeto sustentável e justo de sociedade implica numa abertura a um projeto consequente de educação, que contribua para pensarmos e para construirmos uma nova sociedade. A disputa por uma educação pública de qualidade e acessível a todas as pessoas é tarefa de todos nós. Nisso, a democracia se fará significativa na medida em que for uma democracia social e participativa, que contemple as diferenças e seja justa na sua forma e modo de ser. Parafraseando Paul Ricoeur, é uma perspectiva de um bem viver, com e para os outros em instituições justas. Que município construiremos para nós e para as próximas gerações? Qual o papel que a educação desempenha nessa construção? Nosso projeto de educação dialoga com nossa realidade? Responde de forma crítica, criativa e cuidante aos nossos desafios e demandas? Nosso intento, nessa cartilha, é convidar vocês para pensarmos juntos a necessidade de investir e fazer a manutenção da Educação Contextualizada. Isso significa elaborar políticas públicas, programas, prever e prover orçamentos que assegurem a formação continuada de professores, confeccionar materiais didáticos, adequar os equipamentos públicos para uma Educação do Campo Contextualizada, etc. “Estudantes aprendem quando são protagonistas das aprendizagens e quando o que se aprende é significativo para o projeto de suas vidas”. “A educação sozinha não transforma a sociedade, mas sem ela tampouco a sociedade muda, pois a educação transforma as pessoas que se tornam agentes de transformação na sociedade.” Moacir gadottiPaulo Freire introdução 02 Jorge Luiz Nery de Santana Maria Margarida da Silva F. Santos A Educação do Campo Contextualizada (ECC) é um direito assegurado e consolidado por diferentes legislações nos entes federados (Federal, Estadual e Municipal). Constitui-se como uma política e proposta de educação indispensável para uma formação significativa das crianças, adolescentese adultos das populações do campo, das comunidades tradicionais, dos povos da floresta e de comunidades ribeirinhas e mesmo as populações urbanas. No âmbito do Semiárido mais de setenta por cento da rede escolar nos municípios em nossos territórios, em geral, estão situadas no campo, são cidades rurais. A criação da Lei Municipal de Educação do Campo e a destinação de verbas específicas no PPA e seus desdobramentos na LDO e na LOA, reforçam também a necessidade de se discutir a elaboração de projetos para captar recursos para Educação do Campo Contextualizada. Sabemos dos desafios orçamentários e das demandas crescentes na gestão pública. Essa cartilha convida os gestores a fazer uma dança do ciclo orçamentário, seguindo os passos e os ritmos que reencantem a Educação do Campo no município. Primeiro Passo: Iniciamos com dois importantes conceitos: o primeiro é a identidade, entendida não como algo fixo, mas dinâmico, cultural, histórico, conflitivo e atravessada por um nó de relações. O segundo é o de pertencimento, que diz respeito ao sentir-se parte de algo maior, aos vínculos sociais e às raízes. As identidades e o pertencimento são motores fundamentais nos processos de formação e crescimento. A pergunta como as pessoas aprendem dialoga de perto com o que elas são e com o contexto onde vivem. A Educação do Campo Contextualizada articula bem esses aspectos numa proposta, que em muito melhora os índices de aprendizagens e desenvolvimento do público infanto-juvenil e adulto. Nas palavras da atual Coordenadora do Programa de Educação do Campo Contextualizada do MOC (Movimento de Organização Por que uma Educação do Campo? 03 O MOC desenvolve em 20 municípios a proposta política de Educação do Campo Contextualizada através da metodologia CAT – Conhecer, Analisar e Transformar a realidade do campo que se baseia numa concepção de educação crítica, lúdica, contextualizada e transformadora, ou seja, numa educação significativa. Não trabalha de forma estanque, ou apenas “transmite/transfere conteúdos”, não separa áreas de conhecimentos, mas procura a inter e transdisciplinaridade. Também não é apenas um projeto de intervenção no contexto local, procura inserir os/as estudantes no contexto da realidade mundial. O CAT desenvolve as ações de forma integral, holística e sistêmica, através de pesquisa-ação, tendo como instrumento de planejamento a Ficha Pedagógica, que segue um itinerário – passos metodológicos. (CARNEIRO: 2016, p.01) Comunitária), Vera Maria Oliveira Carneiro: “A Educação do Campo Contextualizada (ECC) parte da realidade local para os conhecimentos universais. É uma educação que busca transformar a realidade. É uma educação que não apenas trabalha os conteúdos da realidade, mas busca, através dos conteúdos e da reflexão da realidade, dos problemas enfrentados na comunidade, encontrar soluções”. Estimular os estudantes para ver e conhecer a realidade do seu lugar mexe com o sentido de pertencimento, estimula a sensibilidade dos/as estudantes para investigarem, a partir do seu mundo de significados/sentidos. Problematizar e buscar soluções criativas e transformadoras, põe em movimento o mundo e as identidades nas suas dinâmicas próprias. Ainda nas palavras de CARNEIRO (2016): As pesquisas feitas pelas Universidades (Universidade Federal da Bahia - UFBA e Universidade Federal de Campina Grande – UFCG) comprovam a eficácia do CAT no desenvolvimento e aprendizagens dos estudantes envolvidos, tendo forte incidência nos índices de avaliação como o do IDEB. Também nos informam que a ECC tem baixo custo e não onera os cofres públicos. Um desenvolvimento sustentável no município implica numa qualidade de vida, e para florescer, precisamos de investimentos e compromisso. 04 Com quem se faz a Educação do Campo Contextua- lizada? O MOC, em parceria com a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), com as Secretarias Municipais de Educação e com os Movimentos Sindicais e Sociais do Campo compõe uma rede de atores e de apoio que envolve diferentes agentes e agências na consecução de seus fins. A Secretaria de Educação de cada Município e a equipe de coordenadoras/es, técnicas/os, professoras e professores, precisam participar de um processo de formação continuada em Educação do Campo Contextualizada. Para desenvolver esta ação, necessita-se de investimento. O engajamento desses diferentes agentes que compõem a Secretaria de Educação será decisivo para efetivação da proposta de Educação do Campo Contextualizada. As organizações sindicais e demais movimentos sociais atuam como agentes de controle social e de acompanhamento da efetivação de uma política municipal de Educação do Campo Contextualizada. Não podemos prescindir da participação popular, das famílias envolvidas e dos diferentes atores e movimentos que articulam a vida no campo. Uma gestão pública e participativa deve estar atenta, aberta e sensível às demandas que as comunidades do campo trazem consigo, pois, o reconhecimento dos seus saberes e fazeres são imprescindíveis como conhecimento e como solução para muitos problemas do seu cotidiano. É preciso assegurar voz ativa às comunidades em sua diversidade e inteireza. O desenvolvimento do campo contribui para o desenvolvimento da cidade e vice-versa, um não existe sem o outro, ambos se retroalimentam. Os legisladores municipais são parte integrante desse processo, na medida que colaboram com a criação e aprovação de leis municipais que ajudem nas políticas públicas, de orçamentos, que tenham incidência na Educação do Campo Contextualizada, como a Lei Municipal da Educação do Campo e o Orçamento Municipal para Educação do Campo. As Universidades parceiras poderão contribuir com a disponibilização de professores- pesquisadores que auxiliarão na formação continuada da(o)s professoras/es nas diferentes áreas do saber. O MOC tem feito parcerias com Universidades Estaduais e Federais no intento de contemplar esse requisito. Segundo Passo: 05 Vimos, no segundo passo, quem faz a Educação do Campo Contextualizada. A ECC mobiliza muita gente dentro de um planejamento de atividades, que consiste basicamente em aquisição de materiais e na gestão de pessoas. Isso implica a participação e a nomeação de pessoas devidamente qualificadas ou em processo de qualificação (Coordenadores; Professores/as e técnicos); aquisição de materiais de infraestrutura e confecção de materiais didáticos; apoio técnico adequado para a manutenção das hortas escolares; aquisição do Baú de Leitura; manutenção dos equipamentos públicos escolares; contrato de assessoria qualificada dentro da proposta de uma Educação do Campo Contextualizada. Para a concretização dessas atividades é necessário investimentos adequados e orçamento. De que se precisa na Educação do Campo? Um dos pontos importantes para o diálogo aqui proposto é a discussão sobre o currículo para Educação do Campo. Currículo é o território das identidades, a carteira de identidade, que assume as peculiaridades das populações do campo, sua cultura, história e modo de organizar a vida. A Metodologia do CAT, que o MOC utiliza, demanda essa discussão e a necessidade de confecção de materiais didáticos e outros recursos adequados aos processos de ensino-aprendizagem e envolvimento social. As realizações de formação continuada com professoras/es e coordenadoras/es acontecem por meio de oficinas, seminários, intercâmbios e outras formas, tanto no município quando em Feira de Santana. Os deslocamentos e despesas de viagem e fazem parte desses momentos que o município deve se responsabilizar. Ter um Orçamento para Educação do Campo Contextualizada é uma decisão urgente e necessária. Os Municípios que abraçam essa proposta ganharão muito se investirem recursose mobilizarem profissionais para o engajamento cotidiano nas escolas. Certamente, colherão seus frutos, assim como festejarão o florescimento de vida e o aparecimento de uma geração de cidadãos/ãs comprometidos/as com a vida em sua integridade e diversidade. Terceiro Passo: 06 O que é Orçamento Nos passos seguintes, veremos como tratar do Orçamento público para a ECC e como captar recursos que alimentem os projetos para uma Educação do Campo. Nesse quarto passo precisamos pisar firme e com harmonia. Firme porque esse se constitui num dos momentos mais decisivos da gestão pública, no qual prioridades, transparência e visão de governo participativo devem estar alinhados. Com harmonia, pois a construção de um orçamento participativo e popular diz de uma gestão interessada e endereçada ao todo da sociedade, capaz de ouvir suas demandas e acolher suas propostas. Vamos compreender um pouco mais? O ORÇAMENTO PÚBLICO é um instrumento de gestão, parte de um plano financeiro estratégico que compreende a previsão de receitas e despesas para a administração de determinado exercício ou período de tempo. É uma LEI que orienta a execução dos planos governamentais, na qual devem conter todas as despesas, pois estas só poderão ser realizadas se estiverem previstas ou incorporadas ao orçamento. Como mostra o art. 2º da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, transcrito a seguir: Como o Orçamento Público é um mecanismo de previsão da arrecadação e gasto dos recursos públicos, ele mostra as prioridades para a implantação de políticas públicas. No Orçamento Público, municipal devem estar previstas todas as fontes de receitas destinadas, Educação do Campo Contextualizada e todas as despesas que serão realizadas, compreendendo os gastos com formação, materiais, obras, equipamentos e outros. Art. 2º. A Lei de Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica, financeira e programa de trabalho do trabalho, do governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade. Quarto Passo: Público? 07 Tanto as Receitas quanto as Despesas que constam no Orçamento são classificadas de acordo com os códigos padronizados nacionalmente, obedecendo aos dispositivos da Lei nº. 4.320, de 1964, e as tabelas aprovadas por meio de portarias do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. As receitas orçamentárias dos pequenos municípios têm uma relação de dependência muito grande ao FPM, ao FUNDEB e às Transferências da Seguridade Social. Isso ocorre de forma ainda mais determinante, quando se trata dos municípios do Semiárido. Sabemos que o orçamento da Prefeitura é planejado e gerenciado pelo/a gestor/a. De forma geral, é feita uma previsão de todo o recurso que será arrecadado pela Prefeitura para, a partir daí, organizar, de forma coletiva, o que poderá ser gasto. Nesse processo define–se com a equipe de gestão que tipo de educação é necessária ao município onde sua principal economia é a agricultura e de que forma os recursos podem ser destinados com especificidades para atender a Educação do Campo Contextualizada para a convivência com o Semiárido. Durante o planejamento orçamentário o Dirigente Municipal de Educação junto com sua equipe gestora elabora PROJETOS para áreas temáticas, com objetivos e metas a serem alcançados no município. Esse processo é importante para construir os PROGRAMAS de educação dentro do PPA e, consequentemente, transformar esses programas em orçamento municipal. Vamos entender mais um pouco sobre PROGRAMAS E PROJETOS? Programa – É um instrumento de organização da ação governamental, visando à concretização dos objetivos pretendidos, sendo mensurado por indicadores estabelecidos no Plano Plurianual. Projeto – É um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou aperfeiçoamento de uma ação governamental. Importante ressaltar que, ao planejar a Educação, o município deve pensar, observar os objetivos 08 O que é Ciclo Orçamentário? da Educação Infantil, Fundamental, Educação Especial e Educação de Jovens e Adultos na perspectiva da Educação do Campo Contextualizada. A dança orçamentária é tecida em três etapas, que costuram entre si as peças que desenharemos com os devidos critérios técnicos e jurídicos, que justificam o caminho para alocação de recursos. As demandas do programa de governo e da escuta a sociedade civil precisam ser traduzidas na linguagem exigida pelas legislações adequadas às reais necessidades da comunidade. PAA Validade 4 anos LDO Validade 1 ano LOA Validade 1 ano Lei Orçamentária Anual - LOAPlano Plurianual - PPA Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO A Constituição Federal de 1988 determina a elaboração do contrato orçamentário, com base em três instrumentos como mostra a figura abaixo: Essas leis são de iniciativa do Executivo (Prefeito) com aprovação no Legislativo (Câmara de Vereadores). Vamos compreender os conceitos e as funções de cada um desses instrumentos que compõe o Ciclo Orçamentário: Quinto Passo: 09 O Que é o PPA – Plano Plu rianual? O Plano Plurianual -PAA, é o instrumento que define os rumos dos 4 anos de gestão (3 da gestão que elaborou e 1 da gestão seguinte). Até o final de julho a Prefeitura terá que convocar Audiências Públicas para discussão do PPA. Os convites para essas audiências deverão estar na sede da Prefeitura ou no site. O Prazo de apresentação à Câmara para apreciação deve ser até 31/Agosto do ano em que se inicia o mandato, para vigência no ano seguinte. O PPA deve apresentar todas as ações, orçamentárias e não- orçamentárias, que serão executadas pelos órgãos, entidades, fundos e empresas governamentais, de todos os poderes constituídos, no município. Essas ações orçamentárias para a realização dos seus objetivos estratégicos se estrutura na forma de Programas. A estruturação do PPA que contempla uma Educação Contextualizada do Campo para a Convivência com o Semiárido e desenvolvimento municipal deve ter como princípios estratégicos e norteadores: a) Modernização da Gestão Pública com eficiência e a eficácia no gasto público; b) Desenvolvimento Humano; c) Desenvolvimento Econômico Sustentável e de acordo com o contexto de convivência com o Semiárido; d) Desenvolvimento Social e Garantia da Qualidade de Vida; e) Infraestrutura para o desenvolvimento com inclusão social. Portanto, pensamos o PPA a partir de um modelo de gestão, onde o planejamento do município acontece via “áreas temáticas”, sendo o desenvolvimento humano uma área que engloba a Educação, a Cultura e o Esporte. Isso tudo de forma interligada com outras áreas como o desenvolvimento econômico e social, o desenvolvimento urbano e rural, entre outras temáticas no contexto de cada município. 10 O que é a LDO – Lei de Dir etrizes Orçament árias? É o instrumento da administração pública que define, a cada ano, as Diretrizes, as metas físicas prioritárias para o exercício financeiro, orienta a elaboração do orçamento e faz alterações na Legislação Tributária. A LDO precisa ser estratégica para que a arrecadação do município seja maior do que sua despesa e garanta a redução das dívidas. Prazo de apresentação à Câmara: até 15/abril, devendo ser votada até 30 de junho. Em alguns municípios, a data limite para encaminhar à Câmara, é 15 de maio. Passa a vigorar no ano seguinte. Tudo que for aprovado na LDO deve ser considerado na elaboração e na execução da Lei Orçamentária Anual – LOA. É preciso fazer leitura da LDO, discutir suas metas e prioridades, apresentar propostas para a elaboração da LOA ou podem encaminhar as propostas para as Audiências Públicas realizadas pela Prefeitura. O Setor competente para receber as propostas é o Gabinete do Prefeito/aou Secretaria de Administração e Finanças, se houver. importante saber 11 O que é a LDO – Lei de Dir etrizes Orçament árias? As ações previstas para acontecer nos municípios durante o ano e o recurso previsto para cada uma delas, estão descritas na Lei Orçamentária Anual – LOA. No âmbito do município, com base nas prioridades e nas metas contidas no PPA e na LDO, que deverão ser atingidas no ano subsequente, o Executivo Municipal encaminhará ao Legislativo a LOA. Essa lei expressará de forma objetiva e quantificada os recursos monetários que a Prefeitura e seus órgãos de administração direta e indireta disporão para a efetiva realização dos gastos governamentais do município. A LOA deve ser encaminhada até 31 de agosto de cada ano para o Legislativo, que terá até 15 de dezembro para analisá-la. Com relação ao Trâmite da Lei Orçamentária Anual o Prefeito elabora uma proposta e envia para Câmara, onde pode ser aprovada do jeito que está ou modificada por meio de Emendas, sempre prevendo de onde sairá os recursos e sua destinação. Após aprovada pela Câmara, a lei é enviada para o Executivo, onde o Prefeito/a confirma a votação pelo Legislativo e leva para sanção. Mas, o Prefeito/a também pode negar o que foi decidido pelo Legislativo, por meio do Veto, contanto que esclareça os motivos. O veto pode ser parcial ou total e deverá ser feito em 15 dias úteis contados a partir do recebimento do Projeto. A lei é promulgada e se faz necessário a publicação no Diário Oficial.. 12 A esses três instrumentos, todos de responsabilidade do Executivo, chamamos de Ciclo Orçamentário. Torna-se necessário que a equipe gestora dos municípios compreendam a importância da articulação da comunidade para promover maior participação nesse momento do planejamento orçamentário, com o objetivo garantir as políticas públicas especificas para a Educação do Campo Contextualizada, de acordo aos prazos estabelecidos para envio, aprovação e vigência das leis orçamentárias, como segue a tabela a seguir: 13 O Prefeito/a que não apresentar as leis orçamentárias ao legislativo no prazo previsto, Ü poderá ser denunciado/a por Crime de Responsabilidade. Os princípios orçamentários visam estabelecer regras básicas, a fim de conferir Ü racionalidade, eficiência e transparência aos processos de elaboração, execução e controle do orçamento público; Para que o orçamento reflita, de fato os interesses e as necessidades da maioria da Ü população, é preciso que existam e funcionem os mecanismos de participação popular e que haja harmonia entre os órgãos municipais para sua elaboração. Em muitos municípios os orçamentos são feitos por empresas de contabilidade Ü contratadas, que não conhecem a realidade local nem fazem qualquer consulta pública. Está em vigor desde maio de 2012, a chamada Lei de Acesso à Informação – nº12.527/2011 Ü – um outro instrumento legal que também regula a administração pública. Essa lei estabelece, por exemplo, que as pessoas têm direito de obter informações sobre a utilização de recursos públicos, licitações, contratos administrativos, resultados de auditorias, prestação de contas, dentre outros. Isso significa que toda Prefeitura terá que ter um "Serviço de Informação ao Cidadão" nos seus órgãos e entidades em lugares apropriados, para prestar informações ao público, realizar audiências públicas e incentivar a participação popular. A Lei isenta de terem esse Serviço, os municípios com menos de 10 mil habitantes. Prevê ainda, que as Prefeituras devem disponibilizar na internet, a Receita e Despesa de seus municípios. importante saber Como incluir Educação do Campo Contextuali_ zada no orçamento do município? Saiba mais sobre como elaborar o Planejamento para Inclusão da Educação do Campo no Plano Plurianual e no Orçamento Municipal. Em um planejamento são definidas as prioridades e ações. Para elaborar um planejamento eficiente, o primeiro passo é realizar um bom diagnóstico da realidade e definir quais as prioridades e ações à partir do levantamento de dados e principais demandas das escolas 14 do campo. No ano de 2017, o MOC mediou oficinas sobre Ciclo Orçamentos, construção de emendas para PPA, elaboração de projetos de captação de recursos, entre outras. Estas formações contaram com a participação dos professores, gestores e sociedade civil, através de oficinas técnicas sobre Ciclo Orçamentário nos municípios que apresentaram ao legislativo. Nesses encontros foram levantadas as seguintes propostas: § Produção de materiais didáticos contextualizados; § § Criação do programa de formação continuada de profissionais da educação do campo em parceria com ONGs – Organizações Não Governamentais, que tenham experiência comprovada em educação do campo; § Intercâmbios para incentivo à cultura, ao esporte e lazer nas escolas do campo do Semiárido. É possível e há um campo fértil a ser explorado; § Atualização dos documentos, como a construção de currículo contextualizado, regimento e projeto político pedagógico; § Fortalecimento do Projeto Baú de Leitura para construção de leitores; § Criação do programa de formação continuada de profissionais da educação do campo em parceria com ONGS – Organizações Não Governamentais que tenham experiência comprovada em Educação do Campo Contextualizada; § Adaptação das escolas do campo municipais para desenvolver práticas de Educação do Campo, como hortas escolares, experimentos, pátios produtivos, áreas de esportes, cultura e lazer; § Aquisição de transporte para acompanhar as ações da Educação do Campo; § Acesso a água de qualidade para todas as escolas do campo para o desenvolvimento de práticas educativas agrícolas; § Formação e construção dos Projetos Políticos Pedagógicos Contextualizados nas escolas do campo; § Atendimento especializado para estudantes com necessidades especiais e equipe multifuncional (psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, etc.). Todas essas propostas tem amparo legal, nas Diretrizes Nacionais de Educação do Campo e na Lei Municipal de cada município. Portanto, as propostas deverão ser incluídas no planejamento estratégico da Secretaria de Educação para a construção de Programas e Projetos prioritários que atendam na sua amplitude a Educação do Campo Contextualizada. Esse é um passo decisivo para a gestão municipal. É preciso transformar os projetos em orçamento público municipal, considerando a 15 alocação dos recursos humanos, físicos e financeiros para o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual (PPA), na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e na Lei Orçamentária Anual (LOA). A implantação de um “Programa de Formação Continuada em Educação do Campo”, por exemplo, deve ser umas das ações prioritárias para garantir o acesso e permanência da população do campo a uma escola de qualidade e contextualizada para convivência com o Semiárido. Portanto, para transformar em orçamento o “Programa de Formação Continuada em Educação do Campo”, deve-se de início fazer a reserva orçamentária desse recurso dentro de uma dotação, a fim de que o mesmo já fique separado. O município que deseje pensar uma política de formação continuada para os professoras/es de escolas do campo em parceira com instituições acadêmicas ou ONGs, deve observar que todas as despesas são associadas a dotações, ou seja, verbas fixadas no orçamento para atender às diversas necessidades inclusive as de formação, indicadas por meio de códigos e que devem ser devidamente autorizadas pela entidade competente, antes de se iniciar seu processo de efetivação. No processo de contratação ou licitação para o Programa de Formação continuada o município deve ter como critério principal a escolha de instituições com experiências comprovada na Educação do Campo Contextualizada, a exemplo de instituições que compõem a Rede de Educação do Semiárido Brasileiro e outras. Nesse passo, exige-se,ainda mais, a capacidade criativa e participativa nos processos de imaginação, mobilização no trabalho de equipe para identificar as fontes de financiamento Onde Encontrar Recursos? Sexto Passo: apoiadoras de projetos. No trabalho desenvolvido pelo MOC com municípios do Semiárido durante vários anos, uma das questões de maior dificuldade encontrada nas escolas do campo, estava relacionada à escassez de recursos para desenvolver as ações planejadas de efetivação da Educação do Campo Contextualizada. Sabemos que os cortes na educação do orçamento federal, em 2017, atingiram os orçamentos dos municípios e as escolas do campo. Diante 16 disso, será necessária dedicação, criatividade e tempo das equipes técnicas na busca de parcerias, elaboração de projetos para captação de recursos, organização e aprimoramento dos projetos existentes. Torna-se necessário buscar as oportunidades de fundos e programas dos governos federais e estaduais que estão ativos, as instituições de fomento privadas, a participação em redes colaborativas e as interfaces institucionais entre outras possibilidades. Existem muitos fundos governamentais e eles variam de estado para Estado e de Município para Município. É preciso obter informações atualizadas sobre a abertura de novos editais e oportunidades de parceria com as várias instâncias do governo. A parceria com o governo, na forma de convênios, também pode ser muito interessante para a organização, no sentido de dar mais credibilidade ao trabalho, facilitando o contato com outras fontes de financiamento. Cada uma dessas fontes de financiamento possui características diferenciadas. É preciso identificar as fontes mais adequadas para cada projeto e concentrar a atividade de captação nelas. Em se tratando das fontes externas, há algumas instituições financiadoras que apostam em determinados tipos de projetos e ajudam a sua viabilização. Esse apoio pode ser financeiro ou de outro tipo, como: consultorias, assistência técnica especializada, materiais, formação etc. Observe na tabela a seguir o modelo de Plano para Captação de Recursos em mais de uma fonte de financiamento: 17 Fontes e Recursos 18 Como captar recursos? Sétimo Passo: Nesse último passo da cartilha exige a elaboração de ações que precisam ser planejadas com mais rigor. Atualmente existem inúmeras estratégias pelas quais as instituições governamentais ou não governamentais poderão conseguir captar recursos para Educação do Campo Contextualizada. A captação de recursos através da elaboração de projetos é um dos caminhos mais viáveis para ampliar o orçamento municipal e priorizar as áreas mais prejudicadas historicamente, a exemplo da Educação do Campo. Isso pode ser efetivado em parceria com sociedade civil, pois diversos financiadores somente aceitam projetos de instituições da sociedade civil. Para cada um destes projetos, precisará estruturar um plano diferente para captação de recursos, definindo quais são as fontes de recursos mais adequados e quais as ferramentas que deverão ser utilizadas para atingir os potenciais financiadores selecionados. O apoio a projetos geralmente está associado a alguma linha programática, como saúde, educação, gênero, juventude, desenvolvimento socioambiental, água, biodiversidade, geração de renda, esporte, criança e adolescente e outras. Porém, pode-se fazer a interface destas áreas com a Educação do Campo Contextualizada. Em grande parte dos casos, o apoio se dá por meio de um edital, no qual uma proposta de projeto é encaminhada para concorrência. Neste caso, o projeto deve ser escrito seguindo um roteiro ou formulário disponibilizado pela chamada e encaminhado dentro do prazo estabelecido. Em outros casos, o financiador está sempre aberto ao recebimento de propostas. É importante, antes de tudo, ler as orientações ou o edital com muita atenção. O edital é o documento com as linhas gerais do financiamento, valor máximo, prazos e regras. Portanto, somente dê o passo adiante se a ideia de projeto estiver alinhada com o objetivo do edital. 19 Objetivo do edital: somente leia o edital e monte a sua proposta se ela estiver totalmente alinhada com o aquilo que o financiador está disposto a apoiar com a missão que a instituição proponente tem. Critérios de elegibilidade: este ponto é fundamental. Se sua organização não passa por estes critérios, quer dizer que o projeto é inelegível, ou seja, ele nem entrará no processo de seleção! Por exemplo, se como critério o edital diz que o projeto deve acontecer no bioma Caatinga, e você enviar um projeto que acontecerá no Cerrado ou na Amazônia, mesmo que tenha a ver com o tema do edital, ele não entrará no processo seletivo. Critérios de avaliação: seu projeto será melhor avaliado quanto mais considerar estes critérios. Portanto, veja se é possível contemplá-los em sua proposta. Itens financiáveis e não financiáveis: muita atenção a este ponto. Verifique se o edital traz os itens que são “financiáveis”, isso quer dizer tudo aquilo que pode entrar no seu orçamento. Da mesma forma, se algum item é considerado “não financiável”, nem pense em colocar no orçamento solicitado ao financiador, pois ele já disse o que pode e o que não pode pagar! Valor mínimo e máximo financiável: respeite os valores mínimo e máximo estipulados pelo financiador. Mesmo que sejam centavos, não ultrapasse os limites! Contrapartida: verifique se o financiador pede que a organização apresente contrapartida em seu orçamento. Muitas vezes é exigido que certa porcentagem do valor do projeto seja contrapartida, respeite esta exigência. Prazos: prazo é prazo! Respeite à risca o prazo estipulado. Não envie propostas fora do limite, ao menos que o financiador tenha prorrogado o prazo. Limite de páginas, linhas ou palavras: se o formulário impõe limites para o texto, respeite-os. E busque fazer isso sem mudar o tamanho da letra, ou diminuir as margens, enfim, não dê um “jeitinho” para que caiba mais texto! Se for necessário, inclua mais informações como anexo ao roteiro. Destacamos alguns pontos que merecem uma atenção especial na hora de ler um edital. 20 Normalmente a redação do projeto é feita por um grupo menor. É importante que a equipe gestora crie uma comissão para elaboração de projetos formada por profissionais com experiências nas áreas afins (linguagem, formação em Educação do Campo, finanças), mas que ao final a comissão deverá apresentar o projeto aos demais envolvidos para finalização da proposta, possibilitando que todos se sintam autores do projeto. O projeto precisa seguir uma estrutura com problemáticas claras, justificativas, estratégias, cronograma de execução, objetivos, metas e orçamentos equivalentes. A seguir, orientamos alguns passos importantes para construção de um projeto de captação de recursos para Educação do Campo Contextualizada com o Semiárido. Roteiro para construção de um projeto social para captação de recursos TÍTULO DO PROJETO (ser bem chamativo que o título já diz o que o Projeto é e o que pretende). OBJETIVO GERAL DO PROJETO (ao final do projeto o que se pretende alcançar – que mudança ficar na comunidade ou nas pessoas); OBJETIVOS ESPECÍFICOS (a partir do objetivo geral, quais os objetivos específicos para se alcançar o geral); APRESENTAÇÃO DA INSTITUIÇÃO PROPONENTE (apresentação da entidade ou da prefeitura – secretaria de educação que está apresentando o projeto); CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO (quais as características da região, do município ou da comunidade que o projeto irá atuar – população, Índices de Desenvolvimento Humano, Índices de Desenvolvimento da Educação, etc.);JUSTIFICATIVA (o que justifica fazer este projeto de intervenção? Quais os projetos existentes que o projeto busca resolver – é o motivo da existência do projeto); ESTRATÉGIAS DE AÇÕES E AS ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS (quais estratégias o projeto vai utilizar para alcançar os objetivos e quais ações/atividades de cada estratégia que visam alcançar os objetivos); DURAÇÃO DO PROJETO – o tempo necessário para execução do projeto – ou o tempo que o Edital do Projeto (financiador dispõe) ORÇAMENTO NECESSÁRIO PARA EXECUÇÃO DO PROJETO (o orçamento deve ser detalhado por atividade, prever materiais, pagamento de pessoal, e de acordo o limite do orçamento que o financiador descreve no edital do projeto, entre outras questões); MARCO LÓGICO – alguns editais de projetos exigem um Marco Lógico – ou seja a lógica para intervenção. 21 Ampliar, planejar e organizar o orçamento municipal para Educação do Campo Contextualizada tem sido um desafio necessário. Os sete “passos dessa dança” do Orçamento Público para Educação Contextualizada e a busca pela captação de recursos são desenhados e ensaiados na experiência da gestão, abrindo-se ao diálogo com os diferentes agentes e agências que fazem a educação no município. A percepção do que seja a Educação do Campo Contextualizada e sua importância para a qualidade de políticas públicas de Educação do Campo, deve-se somar à disposição e decisão de “trazer o céu para a terra”, de concretizar as indicações sugeridas no Plano Plurianual (PPA), traduzi-las, efetivamente, na Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) e especificá-las na Lei Orçamentária Anual (LOA). O monitoramento e acompanhamento dos gestores da Secretaria de Educação, com toda sua equipe em diálogo transparente e acolhedor com a sociedade civil, facilitará, ainda mais, os caminhos a serem percorridos por aqueles e aquelas que estarão mais diretamente envolvidos com o cotidiano das escolas e de seus estudantes. Todo percurso tem percalços, mas estes são desafios para corrigirmos as rotas e avançarmos em trilhas que ofereçam vitalidade e criatividade. Não seremos reféns de respostas antigas a problemas novos, mas com sensibilidade e vontade política, pedagógica e administrativa, faremos fluir vida e beleza onde, muitas vezes, se pretende a mera cultura da subalternização e o enfraquecimento dos sujeitos. Essa Cartilha é um roteiro de questões e sugestões para animar nossa caminhada, debulhando os desafios e semeando justiça e esperança para todos. Como diria o profeta “Que a justiça corra como um rio e a retidão como ribeirão perene” Am. 5.24 Enfim, nosso desejo é que esta cartilha possa contribuir para que gestores e equipes técnicas de secretarias municipais de educação do Semiárido organizem seu orçamento municipal, destinando porcentagens para Educação do Campo Contextualizada na perspectiva da Convivência com o Semiárido, bem como, ampliem seus recursos, através de processos de captação de recursos, melhorando a qualidade da educação e da vida das populações do campo, numa perspectiva de um desenvolvimento sustentável, onde a solidariedade e a cooperação sejam permanentes. Algumas considerações para concluir 22 REFERÊNCIAS: BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional promulgado em 5 de outubro. Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2016. CARNEIRO Vera Maria Oliveira; DUARTE, Ana Paula (orgs.). Contribuições para Construção de um Currículo Contextualizado para o Semiárido. Feira de Santana: MOC/Curviana, 2013. ESPLAR – Centro de Pesquisa e Assessoria. Cartilha sobre Orçamento Público. Esplar, 2016. FERREIRA, Olivério Maria; Buriol, Juarez. Fontes de captação de recursos financeiros: um guia para empreendedores e empresários que buscam recursos financeiros – reembolsáveis ou não – para seus empreendimentos. Novo Hamburgo: Feevale, 2009. GOLDSCHMIDT, Andrea, Calfat, Sylvia. Manual de Captação de Recursos. São Paulo APOEMA Sustentável. 2002. SILVA, Maria do Socorro. Sementes de Educação Contextualizada: resultados e caminhos encontros na pesquisa do Projeto CAT MOC/ICPE/UFCG, Feira de Santana: Curviana, 2015. SILVA, Elisa Marie Sette; PENEIREIRO, Fabiana Mongeli; STRABELI, José; CARRAZZA, Luis Roberto; Guia de Elaboração de Pequenos Projetos Socioambientais para Organizações de Base Comunitária – Brasília -DF; Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), 1a edição, 2014. 23 ANEXO INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO DO CAMPO CONTEXTUALIZADA MUNICIPÍO CONCEIÇÃO DO COITÉ – BAHIA 24 UBS Optimus Foundation parceria realização Página 1 Página 2 Página 3 Página 4 Página 5 Página 6 Página 7 Página 8 Página 9 Página 10 Página 11 Página 12 Página 13 Página 14 Página 15 Página 16 Página 17 Página 18 Página 19 Página 20 Página 21 Página 22 Página 23 Página 24 Página 25 Página 26 Página 27 Página 28 Página 29