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004_Apostila_Multivix_-_Nocoes_de_Direito

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Prévia do material em texto

1
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
NOÇÕES DE DIREITO
SUMÁRIO
NOÇÕES DE DIREITO
02
NOÇÕES DE DIREITO
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul 
do Estado do Espírito Santo, com unidades em 
Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova 
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, 
destacando-se pela oferta de cursos de 
graduação, técnico, pós-graduação e 
extensão, com qualidade nas quatro áreas 
do conhecimento: Agrárias, Exatas, 
Humanas e Saúde, sempre primando pela 
qualidade de seu ensino e pela formação 
de profissionais com consciência cidadã 
para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto 
grupo de Instituições de Ensino Superior que 
possuem conceito de excelência junto ao 
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institu-
ições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquis-
taram notas 4 e 5, que são consideradas 
conceitos de excelência em ensino.
Estes resultados acadêmicos colocam 
todas as unidades da Multivix entre as 
melhores do Estado do Espírito Santo e 
entre as 50 melhores do país.
 
MISSÃO
Formar profissionais com consciência 
cidadã para o mercado de trabalho, com elevado 
padrão de qualidade, sempre mantendo a credibil-
idade, segurança e modernidade, visando à satis-
fação dos clientes e colaboradores.
 
VISÃO
Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci-
da nacionalmente como referência em qualidade 
educacional.
R E I TO R
GRUPO
MULTIVIX
R E I
03
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
NOÇÕES DE DIREITO
SUMÁRIO
BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)
As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com
S7293n Souza, Larissa Jaretta
Noções de direito/Larissa Jaretta Souza – Serra: Multivix, 2017.
166 f.: il.; 30 cm
 
Inclui referências.
 
1. Direito I. Faculdade Multivix – NeaD. II. Título.
 
 CDD: 340
EDITORIAL
Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra
2017 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA • MULTIVIX
Diretor Executivo
Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretora Acadêmica
Eliene Maria Gava Ferrão Penina
Diretor Administrativo Financeiro
Fernando Bom Costalonga
Diretor Geral
Helber Barcellos da Costa
Diretor da Educação a Distância
Pedro Cunha
Conselho Editorial
Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente do
Conselho Editorial)
Kessya Penitente Fabiano Costalonga
Carina Sabadim Veloso
Patrícia de Oliveira Penina
Roberta Caldas Simões
Revisão de Língua Portuguesa
Leandro Siqueira Lima
Revisão Técnica
Alexandra Oliveira
Alessandro Ventorin
Graziela Vieira Carneiro
Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo
Carina Sabadim Veloso
Maico Pagani Roncatto
Ednilson José Roncatto
Aline Ximenes Fragoso
Genivaldo Felix Soares
Multivix Educação à Distância
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial
Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia
Direção EaD
Coordenação Acadêmica EAD
04
NOÇÕES DE DIREITO
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
-
R E I TO R
APRESENTAÇÃO
DA DIREÇÃO
EXECUTIVA
Aluno (a) Multivix,
Estamos muito felizes por você agora fazer parte do 
maior grupo educacional de Ensino Superior do 
Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a 
Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.
A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoeiro 
de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São 
Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, no 
mercado capixaba, destaca-se pela oferta de cursos 
de graduação, pós-graduação e extensão de 
qualidade nas quatro áreas do conhecimento: 
Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na 
modalidade presencial quanto a distância.
Além da qualidade de ensino já comprovada 
pelo MEC, que coloca todas as unidades do 
Grupo Multivix como parte do seleto grupo das 
Instituições de Ensino Superior de excelência 
no Brasil, contando com sete unidades do 
Grupo entre as 100 melhores do País, a Multivix 
preocupa-se bastante com o contexto da 
realidade local e com o desenvolvimento do 
país. E para isso, procura fazer a sua parte, 
investindo em projetos sociais, ambientais e na 
promoção de oportunidades para os que 
sonham em fazer uma faculdade de qualidade 
mas que precisam superar alguns obstáculos. 
Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: 
“Formar profissionais com consciência cidadã para 
o mercado de trabalho, com elevado padrão de 
qualidade, sempre mantendo a credibilidade, segu-
rança e modernidade, visando à satisfação dos 
clientes e colaboradores.”
Entendemos que a educação de qualidade sempre 
foi a melhor resposta para um país crescer. Para a 
Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o 
mundo à sua volta.
Seja bem-vindo!
Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretor Executivo do Grupo Multivix
05
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
NOÇÕES DE DIREITO
SUMÁRIO
Bem-vindo(a) à disciplina de Noções de Direito, na 
qual estudaremos, para aprofundar seus conheci-
mentos, as Noções Básicas do Direito, as diversas 
dimensões do Direito, correlacionando-o as discipli-
nas de formação profissional.
Para que seu estudo se torne proveitoso e prazeroso, 
esta disciplina foi organizada em 06 (seis) unidades, 
com temas e subtemas que, por sua vez, podem 
ser subdivididos em se- ções (tópicos), atendendo 
aos objetivos do processo de ensino-aprendizagem.
De modo geral, na disciplina de Noções de Direito, 
trata de suas diversas dimensões tais como: Direito 
Constitucional; Direitos Humanos; Direito Adminis-
trativo e Legislação Especial da Administração; Di-
reito Civil; Direito do Consumidor; Direito Trabalhis-
ta; Direito Internacional e Direito Ambiental.
Ao longo da disciplina destacaremos e promovere-
mos uma discussão partindo da contextualização 
dos principais conceitos de Direito, destacando os 
vários enfoques específicos de cada área para, as-
sim, realizarmos um bom curso.
Para tanto, fique atento(a) à leitura dos mais impor-
tantes conceitos da atualidade no que se refere ao 
Direito dentro da realidade da sociedade vigente, 
sempre tendo como premissa de que Direito é um 
conjunto de regras de caráter permanente e obri-
gatório, geral e impessoal que se destina a regula-
mentar a vida em sociedade. 
Enfim, esperamos promover reflexões acerca do as-
sunto e desejamos sucesso e bons estudos!
APRESENTAÇÃO 
GERAL DA 
DISCIPLINA
06
NOÇÕES DE DIREITO
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
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Figura 1 - Relações sociais 16
Figura 2 - Teoria dos círculos concêntricos 21
Figura 3 - Teoria dos círculos secantes 22
Figura 4 - Teoria dos círculos independentes 22
Figura 5 - Supremacia da Constituição 35
Figura 6 - Assembleia Nacional Constituinte de 1987/1988 41
Figura 7 - Divisão dos Poderes no Brasil 47
Figura 8 - Sítio Histórico de Salvador86
Figura 9 - Exemplos de concessões 105
Figura 10 - As crianças são absolutamente incapazes 127
07
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
NOÇÕES DE DIREITO
SUMÁRIO
SUMÁRIO
2UNIDADE
1UNIDADE NOÇÕES DE DIREITO 15
1.1 DEFINIÇÃO DE DIREITO 15
1.2 ACEPÇÕES DA PALAVRA DIREITO 17
1.2.1 CIÊNCIA DO DIREITO 17
1.2.2 DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO 18
1.2.3 DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO 19
1.3 DIFERENÇA ENTRE O DIREITO E A MORAL 20
1.4 ORDEM JURÍDICA 24
1.5 NORMA JURÍDICA 24
1.5.1 CONCEITO DE NORMA JURÍDICA 24
1.5.2 CARACTERES DAS NORMAS JURÍDICAS 26
1.5.3 VALIDADE DA NORMA JURÍDICA 27
1.6 DIFERENÇA ENTRE DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO 29
DIREITO CONSTITUCIONAL E DIREITOS HUMANOS 33
2.1 DIREITO CONSTITUCIONAL 33
2.1.1 NATUREZA E CONCEITO 33
2.1.2 OBJETO DE ESTUDO 34
2.1.3 SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO 34
2.1.4 BREVE HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS 36
2.1.4.1 A CONSTITUIÇÃO DE 1824 36
2.1.4.2 CONSTITUIÇÃO DE 1891 37
2.1.4.3 CONSTITUIÇÃO DE 1934 38
2.1.4.4 CONSTITUIÇÃO DE 1937 39
2.1.4.5 CONSTITUIÇÃO DE 1946 40
2.1.4.6 CONSTITUIÇÃO DE 1967 40
2.1.4.7 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 1 DE 1969 41
2.1.4.8 CONSTITUIÇÃO DE 1988 41
2.1.5 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO ESTADO BRASILEIRO 42
2.1.5.1 FORMA, ESTRUTURA E FUNDAMENTOS DO ESTADO BRASILEIRO 42
2.1.5.2 DIVISÃO DOS PODERES 46
2.1.5.3 OBJETIVOS FUNDAMENTAIS 47
2.1.5.4 PRINCÍPIOS QUE REGEM O BRASIL EM SUAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS 48
2.1.6 DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 49
08
NOÇÕES DE DIREITO
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
2.1.6.1 DIREITO À VIDA 50
2.1.6.2 DIREITOS DE LIBERDADE 51
2.1.6.3 DIREITOS DE IGUALDADE 53
2.1.6.4 DIREITOS À PRIVACIDADE 54
2.1.6.5 DIREITO À PROPRIEDADE 55
2.1.7 DIREITOS SOCIAIS 57
2.1.8 ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 61
2.1.8.1 UNIÃO FEDERAL 62
2.1.8.2 ESTADOS-MEMBROS 63
2.1.8.3 MUNICÍPIOS 64
2.1.8.4 DISTRITO FEDERAL 64
2.2 DIREITOS HUMANOS 65
2.2.1 DIFERENÇA ENTRE DIREITOS HUMANOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS 65
2.2.2 AS GERAÇÕES DE DIREITOS 66
2.2.3 O RECONHECIMENTO DOS DIREITOS HUMANOS 67
2.2.3.1 A CARTA MAGNA DE 1215 67
2.2.3.2 A DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA 68
2.2.3.3 A DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO 68
2.2.3.4 A CRIAÇÃO DA ONU 69
2.2.3.5 A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM 70
DIREITO ADMINISTRATIVO E LEGISLAÇÃO ESPECIAL DA ADMINISTRAÇÃO 72
3.1 CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO 72
3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 73
3.2.1 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 73
3.2.1.1 PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO 73
3.2.1.2 PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO 74
3.2.1.3 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 75
3.2.1.4 PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE 76
3.2.1.5 PRINCÍPIO DA MORALIDADE 77
3.2.1.6 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 78
3.2.1.7 PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA 79
3.3 PODER DE POLÍCIA 80
3.3.1 INTERVENÇÃO DO ESTADO SOBRE A PROPRIEDADE PRIVADA 82
3.3.1.1 SERVIDÃO ADMINISTRATIVA 83
SUMÁRIO
3UNIDADE
09
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
NOÇÕES DE DIREITO
SUMÁRIO
SUMÁRIO
3.3.1.2 REQUISIÇÃO 84
3.3.1.3 OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA 84
3.3.1.4 LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS 85
3.3.1.5 TOMBAMENTO 85
3.3.1.6 DESAPROPRIAÇÃO 86
3.4 ATOS ADMINISTRATIVOS 88
3.4.1 ELEMENTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 88
3.4.1.1 COMPETÊNCIA 88
3.4.1.2 FINALIDADE 90
3.4.1.3 FORMA 91
3.4.1.4 MOTIVO 93
3.4.1.5 OBJETO 94
3.4.2 ATO ADMINISTRATIVO VINCULADO E ATO ADMINISTRATIVO DISCRICIONÁRIO 95
3.4.3 ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO 96
3.4.4 ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS 97
3.4.4.1 ATOS NORMATIVOS 97
3.4.4.2 ATOS ORDINATÓRIOS 97
3.4.4.3 ATOS NEGOCIAIS 97
3.4.4.4 ATOS ENUNCIATIVOS 97
3.4.4.5 ATOS PUNITIVOS 98
3.4.5 EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO 98
3.4.5.1 EXTINÇÃO PELO CUMPRIMENTO INTEGRAL DE SEUS EFEITOS 98
3.4.5.2 EXTINÇÃO PELO DESAPARECIMENTO DO SUJEITO OU DO OBJETO 99
3.4.5.3 EXTINÇÃO POR RENÚNCIA 99
3.4.5.4 EXTINÇÃO POR RETIRADA DO ATO 99
3.5 CONTRATO ADMINISTRATIVO 100
3.5.1 CONCEITO 100
3.5.2 CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 101
3.5.3 SUJEITOS DO CONTRATO 102
3.5.4 ESPÉCIES DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 102
3.5.4.1 CONTRATO DE OBRA PÚBLICA 102
3.5.4.2 CONTRATO DE FORNECIMENTO 103
3.5.4.3 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO 104
3.5.4.4 CONTRATO DE CONCESSÃO 105
3.5.4.5 PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO 106
3.5.4.6 CONTRATO DE GERENCIAMENTO 107
10
NOÇÕES DE DIREITO
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
3.5.4.7 CONTRATO DE GESTÃO 107
3.5.4.8 PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA 108
3.5.4.9 CONSÓRCIO PÚBLICO 108
3.5.4.10 CONTRATO DE CONVÊNIO 108
3.5.5 EXTINÇÃO 109
3.6 LICITAÇÃO 109
3.6.1 CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA DA LICITAÇÃO 110
3.6.2 SUJEITOS QUE DEVEM LICITAR 110
3.6.3 TIPOS DE LICITAÇÃO 110
3.6.4 MODALIDADES LICITATÓRIAS 111
3.6.4.1 CONCORRÊNCIA 112
3.6.4.2 TOMADA DE PREÇOS 113
3.6.4.3 CONVITE 113
3.6.4.4 CONCURSO 114
3.6.4.5 LEILÃO 114
3.6.4.6 PREGÃO 115
3.6.5 REGISTRO DE PREÇOS 116
3.6.6 CONTRATAÇÃO DIRETA 117
3.6.6.1 LICITAÇÃO DISPENSÁVEL E LICITAÇÃO DISPENSADA 117
3.6.6.2 INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO 118
4 DIREITO CIVIL E DIREITO DO CONSUMIDOR 120
4.1 DIREITO CIVIL 120
4.1.1 LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO 120
4.1.1.1 VACATIO LEGIS E VIGÊNCIA 120
4.1.1.2 CUMPRIMENTO DA LEI 122
4.1.1.3 ATO JURÍDICO PERFEITO, COISA JULGADA E DIREITO ADQUIRIDO 122
4.1.2 SUJEITOS DE DIREITO 125
4.1.2.1 PESSOA NATURAL 125
4.1.2.1.1 COMEÇO DA PERSONALIDADE 126
4.1.2.1.2 INCAPACIDADES 127
4.1.2.2 INCAPACIDADE ABSOLUTA 127
4.1.2.3 INCAPACIDADE RELATIVA 128
4.1.2.3.1 FIM DA PERSONALIDADE 131
4.1.2.4 MORTE REAL 131
SUMÁRIO
4UNIDADE
11
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
NOÇÕES DE DIREITO
SUMÁRIO
4.1.2.5 MORTE SIMULTÂNEA OU COMORIÊNCIA 131
4.1.2.6 MORTE PRESUMIDA 132
4.1.2.6.1 DOMICÍLIO 133
4.1.2.7 PESSOA JURÍDICA 134
4.1.2.7.1 CONSTITUIÇÃO DA PESSOA JURÍDICA 135
4.1.2.7.2 CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS 136
4.1.2.7.3 DOMICÍLIO 136
4.1.2.7.4 DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA 137
4.2 DIREITO DO CONSUMIDOR 138
4.2.1 A RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO 138
4.2.1.1 CONSUMIDOR 139
4.2.1.2 FORNECEDOR 139
4.2.1.3 PRODUTO 140
4.2.1.4 SERVIÇO 140
4.2.2 DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR 142
4.2.3 RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO 144
5 DIREITO DO TRABALHO 148
5.1 CONCEITO DE DIREITO DO TRABALHO 148
5.2 FONTES DO DIREITO DO TRABALHO 149
5.3 PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO 149
5.3.1 PRINCÍPIO DA PREVALÊNCIA DA CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA AO TRABALHADOR 150
5.3.2 PRINCÍPIO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL 150
5.3.3 PRINCÍPIO DO IN DUBIO PRO MISERO OU IN DUBIO PRO OPERÁRIO 151
5.3.4 PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE 151
5.3.5 PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE E DA IRREDUTIBILIDADE SALARIAL 151
5.3.6 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO 152
5.3.7 PRINCÍPIO DA INALTERABILIDADE CONTRATUAL IN PEJUS 152
5.4 RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO 152
5.4.1 REQUISITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO 154
6 DIREITO INTERNACIONAL E DIREITO AMBIENTAL 156
6.1 DIREITO INTERNACIONAL 156
6.1.1 ORGANISMOS INTERNACIONAIS 156
SUMÁRIO
6UNIDADE
5UNIDADE
12
NOÇÕES DE DIREITO
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
6.2 DIREITO AMBIENTAL 158
6.2.1 CONCEITOS RELEVANTES EM DIREITO AMBIENTAL 158
6.2.2 OBJETO DO DIREITO AMBIENTAL 160
6.2.3 PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL 160
6.2.3.1 PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO 161
6.2.3.2 PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO 161
6.2.3.3 PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 162
6.2.3.4 PRINCÍPIO DO POLUIDOR/USUÁRIO-PAGADOR 162
6.2.3.5 PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO ENTRE OSPOVOS 163
6.2.3.6 PRINCÍPIO DA EQUIDADE 163
6.2.4 PRINCIPAIS DIPLOMAS NORMATIVOS VIGENTES 164
REFERÊNCIAS 165
SUMÁRIO
13
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
NOÇÕES DE DIREITO
SUMÁRIO
 ICONOGRAFIA
ATENÇÃO 
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
GLOSSÁRIO
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
CURIOSIDADES
QUESTÕES
ÁUDIOSMÍDIAS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES
EXEMPLOS
CITAÇÕES
DOWNLOADS
14
NOÇÕES DE DIREITO
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
UNIDADE 1
> Fazer uma breve 
definição de Direito, 
abordando suas 
diversas dimensões, 
inclusive 
diferenciando-o 
da Moral. Além 
disso, familiarizar o 
aluno nos principais 
aspectos jurídicos 
que envolvem 
a atividade 
empresarial.
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos:
15
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
NOÇÕES DE DIREITO
SUMÁRIO
1 NOÇÕES DE DIREITO
1.1 DEFINIÇÃO DE DIREITO
Definir algo é demonstrar o seu real sentido, o seu significado. E definir o Direito é 
uma tarefa exaustiva, visto que o termo compreende diversos enfoques e vários signi-
ficados. Paulo Nader (2002) explica que a definição de um objeto pode ser realizada 
sob dois aspectos: nominal e real ou lógica. O primeiro busca demonstrar o signifi-
cado do objeto em razão de seu nome e se divide em etimológica e semântica. Já o 
segundo determina a essência do objeto. Assim, temos as seguintes definições:
a) Etimológica: a definição etimológica apresenta a origem da palavra. O termo Di-
reito surgiu do latim directus, a, um, isto é, a “(qualidade do que está conforme a reta; 
o que não tem inclinação, desvio ou curva-
tura)”, e provém do verbo “dirigo, is, rexi, rec-
tum, dirigere, equivalente a guiar, conduzir, 
traçar, alinhar” (NADER, 2002, p. 72).
b) Semântica: esta definição explica os dife-
rentes sentidos apresentados por um termo 
em seu desenvolvimento. O termo Direito, 
ao longo da história, expressou diversos sig-
nificados. Primeiramente expressou “a qua-
lidade do que está conforme a reta” e, pos-
teriormente, “aquilo que está conforme a lei; 
a própria lei; conjunto de leis; a ciência que 
estuda as leis” (NADER, 2002, p. 73).
c) Real ou lógica: a definição real ou lógica 
busca traçar as notas gerais e específicas de 
um objeto, com a finalidade de diferenciá-lo 
dos demais, ou seja, apresenta o que é co-
mum entre um objeto e as demais espécies 
que compõe um gênero, diferenciando-o 
Comente as definições: 
a) Etimológica: 
b) Semântica: 
c) Real ou lógica:
16
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destas com o traço que lhe é exclusivo. Assim, utilizando o termo “Direito”, pode-se 
dizer que ele pertence ao gênero (núcleo comum) dos instrumentos de controle so-
cial: Direito, Moral, Religião, Regras de Trato Social; e sua diferença específica deve ser 
a característica que o separa dos demais instrumentos de controle social.
A partir da definição real ou lógica, pode-se dizer que Direito é “um conjunto de nor-
mas de conduta social, imposto coercitivamente pelo Estado, para a realização da 
segurança, segundo os critérios de justiça” (NADER, 2002, p. 74). (grifo)
Os seres humanos, vivendo em socieda-
de, precisam de normas que harmoni-
zem as relações entre eles. Esse é o traço 
comum entre os instrumentos de con-
trole social, ou seja, o Direito, a Religião, a 
Moral e as Regras de Trato Comum exis-
tem para estabelecer regras e princípios 
capazes de harmonizar e trazer a paz nas 
relações sociais (GARCIA, 2015, p. 15).
Paulo Nader (2002, p. 74) explica que as normas servem para definir o comporta-
mento dos destinatários do Direito, fixando
pautas de comportamento social; estabelecem os limites de liberdade 
para os homens em sociedade. As proibições impostas pelas normas 
jurídicas traçam a linha divisória entre o lícito e o ilícito. As normas im-
põem obrigações apenas do ponto de vista social. A conduta exigida 
não alcança o homem na sua intimidade, pois este âmbito é reservado 
à Moral e à Religião.
Após serem criadas pelo Estado, as normas jurídicas passam a ser imperativas, isto é, 
a conduta imposta pela norma é de observância obrigatória. Esse é o comportamen-
to humano esperado: o respeito espontâneo aos preceitos impostos pela norma jurí-
dica. Entretanto, a adesão espontânea não é comum a todos os homens. É por essa 
razão que se diz ser o Direito dotado de coercibilidade, ou seja, existe “uma reserva 
de força” na norma jurídica capaz de intimidar seus destinatários para que a cumpra. 
(GARCIA, 2015; NADER, 2002). Essa coercibilidade se dá através da previsão e impo-
sição da sanção, que é aplicada pelo Estado ao homem que descumpre o preceito 
Figura 1 - Relações sociais
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SUMÁRIO
imposto pela norma jurídica. Assim, a sanção nada mais é do que a consequência 
jurídica pelo descumprimento de determinada norma (GARCIA, 2015).
Com isso, conclui-se que as normas jurídicas são instrumentos para o bem-estar da 
sociedade. A razão de ser do Direito é a realização da justiça e é preciso, para isso, “(...) 
organização, ordem jurídica bem definida e a garantia de respeito ao patrimônio jurí-
dico dos cidadãos; em síntese, pressupõe a segurança jurídica.” (NADER, 2002, p. 75).
1.2 ACEPÇÕES DA PALAVRA DIREITO
Na linguagem do dia a dia é comum o uso do termo “Direito” em várias acepções. 
Vejamos as principais:
1.2.1 CIÊNCIA DO DIREITO
A Ciência do Direito é área do conhecimento humano capaz de investigar e siste-
matizar os conhecimentos jurídicos, tomando por estudo as normas jurídicas de um 
determinado ordenamento. Assim, quando dizemos que alguém é estudante de 
Direito, o termo “Direito” não é empregado no sentido de normas de conduta social, 
e sim a ciência que as estuda (NADER, 2002).
A diferença específica entre o Direito e os demais 
instrumentos de controle social está no fato dele ser imposto 
coercitivamente pelo Estado. A vida jurídica do país fica a 
cargo do Estado, através da clássica divisão dos poderes: 
Legislativo, Executivo e Judiciário, cada qual cumprindo a 
função que lhe é própria (NADER, 2002).
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1.2.2 DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO
O Direito Natural antecede ao chamado Direito Positivo e é inerente à natureza hu-
mana. Para que se tenha um ordenamento jurídico considerado justo, é necessário 
que o legislador observe princípios fundamentais de proteção ao homem. 
Paulo Nader (2002, p. 77) explica que o Direito Natural
Não é escrito, não é criado pela sociedade, nem é formulado pelo Estado. 
Como o adjetivo natural indica, é um Direito espontâneo, que se origina 
da própria natureza social do homem e que é revelado pela conjugação 
da experiência e razão.
O Direito Natural é formado por princípios de caráter universal, eterno e imutável. 
Assim, cabe ao legislador criar normas jurídicas que protejam esses Direitos, como, 
por exemplo, a vida, a liberdade, a dignidade etc.
Por outro lado, Direito Positivo é aquele criado pelo Estado, é o ordenamento jurí-
dico de determinada época e local. As várias formas de expressão jurídica que são 
admitidas pelo ordenamento jurídico de um Estado configuram o chamado Direito 
Positivo. Nesse sentido, Paulo Nader (2002, p.77) leciona que “asnormas costumeiras, 
ANOTAÇÕES 
CITE AS ACEPÇÕES DA PALAVRA DIREITO.
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NOÇÕES DE DIREITO
SUMÁRIO
que se manifestam pela oralidade, constituem também Direito Positivo”. Isso signi-
fica que, para a existência do Direito Positivo, não se faz necessário que as normas 
sejam escritas. 
1.2.3 DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
O direito objetivo e o direito subjetivo pertencem ao mesmo objeto, ou seja, entre 
eles não há uma oposição. Assim, o direito objetivo é aquele como norma de organi-
zação social. Quando dizemos que “Direito do Trabalho não é formalista, emprega-se 
o vocábulo Direito em sentido objetivo, como referência às normas que organizam 
as relações de emprego” (NADER, 2002, p. 78). Já o direito subjetivo diz respeito ao 
poder de agir de alguém. Ele é um direito personalizado, pois ocorre no momento 
em que a norma perde seu caráter teórico e acontece na realidade concreta, permi-
tindo que uma conduta ou uma consequência jurídica se realize. Paulo Nader (2002, 
p. 78) exemplifica que “quando dizemos que ‘fulano tem direito à indenização’, afir-
mamos que ele possui direito subjetivo”.
Direito Objetivo:
Conjunto de todas 
as normas vigentes 
em uma sociedade 
(direitos e deveres).
Direito Positivo:
Conjunto de 
normas vigentes 
na sociedade.
Escritas 
(leis, decretos, regulamentos 
etc) e não escritas costumes).
NORMAS
Direito Subjetivo e Deveres.
Direito atural:
Deriva da natureza de algo, de sua essência. 
Normas não escritas, mas são os costumes.
FLUXOGRAMA 1 - CONCEPÇÕES DE DIREITO
Fonte 1: adaptado de NADER, 2002.
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1.3 DIFERENÇA ENTRE O DIREITO E A MORAL
Como visto anteriormente, o Direito e a Moral são espécies do gênero instrumentos 
de controle social. Por isso, pode-se afirmar que eles se completam e se influenciam.
A Moral possui campo mais amplo que o Direito, pois abrange deveres, além daque-
les para com os membros da sociedade, para com a própria pessoa e até mesmo 
com Deus (GARCIA, 2015). A Moral identifica-se com a noção de bem. Paulo Nader 
(2002, p. 34) considera como bem: 
Tudo aquilo que promove o homem de uma forma integral e integrada. 
Integral significa a plena realização do homem, e integrada, o condicio-
namento a idêntico interesse do próximo. Dentro dessa concepção tanto 
a resignação quanto o prazer podem constituir-se em um bem, desde 
que não comprometam o desenvolvimento integral do homem e nem 
afetem igual interesse dos membros da sociedade. A fonte do conheci-
mento do bem há de ser a ordem natural das coisas, aquilo que a nature-
za revela e ensina aos homens e a via cognoscitiva deve ser a experiência 
combinada com a razão.
Apesar de serem instrumentos de controle social e se completarem, o Direito e a Moral 
possuem diversas diferenças. A primeira distinção está relacionada ao agir. Enquanto 
o Direito se manifesta através de regras que estabelecem a conduta exigida e especi-
ficam a forma do agir humano, a Moral apresenta um direcionamento generalizado, 
sem estabelecer particularidades. A segunda diferença pertence ao campo da atribui-
ção. No Direito, as normas são bilaterais, isto é, ao mesmo tempo em que impõem um 
dever jurídico a alguém, apresentam um direito ou poder a outrem. Já a Moral impõe 
apenas deveres e, com isso, não há como se exigir uma conduta de outrem. Assim, 
pode-se dizer que o Direito é bilateral e a Moral é unilateral (NADER, 2002).
Paulo Nader (2002, p. 38) afirma que o 
Direito se caracteriza pela exterioridade, enquanto a Moral, pela interio-
ridade. (...) Enquanto a Moral se preocupa pela vida interior das pessoas, 
com a consciência, julgando os atos exteriores apenas como meio de aferir 
a intencionalidade, o Direito cuida das ações humanas em primeiro plano 
e, em função destas quando necessário, investiga o animus do agente. 
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SUMÁRIO
Diz-se que a autonomia (ou querer espontâneo) é uma característica da Moral. Ao 
contrário, o Direito possui heteronímia, isto é, a sujeição ao querer alheio, pois as 
regras jurídicas que nos são impostas, não dependem da manifestação de nossas 
vontades (NADER, 2002). Como visto anteriormente, é característica do Direito a cha-
mada coercibilidade, isto é, a previsão de força punitiva para garantir o respeito e 
cumprimento dos preceitos jurídicos. Ao contrário, a Moral não possui esse elemento 
coercível (NADER, 2002; GARCIA, 2015).
Pode-se resumir a distinção entre Direito e Moral através do quadro abaixo:
Por fim, é importante apresentar as teorias que relacionam o Direito e a Moral:
a) Teoria dos círculos concêntricos: segundo o filósofo inglês Jeremy Bentham 
(1748-1832), o Direito estaria totalmente incluído no campo da Moral, representan-
do-os através de dois círculos concêntricos, com o maior deles pertencendo à Moral 
(NADER, 2002).
MORAL
DIREITO
Bilateralidade (impõe um dever-jurídico a 
alguém e atribui um poder/direito a outrem).
Exterioridade (cuida de condutas que se 
exteriorizam no mundo físico).
Heteronímia (sujeição ao querer alheio).
Coercibilidade (previsão de consequência 
pelo descumprimento da norma jurídica).
DIREITO
Unilateralidade
(impõe apenas deveres a alguém).
Interioridade (preocupa-se com a vida inte-
rior das pessoas).
Autonomia (querer espontâneo).
Incoercibilidade (ausência de coação para 
seu cumprimento).
MORAL
Fonte: adaptado de NADER, 2002.
Figura 2 - Teoria dos círculos concêntricos
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Assim, pode-se afirmar que a Moral é mais ampla do que o Direito, sendo este 
subordinado àquele.
b) Teoria dos círculos secantes: a representação geométrica da relação entre o Di-
reito e a Moral, para Du Pasquier, se dá através de dois círculos secantes, conforme 
figura abaixo.
Figura 3 - Teoria dos círculos secantes
DIREITOMORAL
Pode-se, então, afirmar que a Moral e o Direito possuem pontos em comum e, ao 
mesmo tempo, particularidades individuais. Assim, a assistência material dos filhos 
para com os pais necessitados é um exemplo de atitude regulada tanto pelo Direito 
como pela Moral. Já o agradecimento àquele que realiza uma benfeitoria é campo 
exclusivo da Moral, enquanto que a divisão de competência do Judiciário é exclusivi-
dade do Direito (NADER, 2002).
c) Teoria dos círculos independentes: para Hans Kelsen, grande cientista do Direito, 
“a norma é o único elemento essencial ao Direito, cuja validade não depende de con-
teúdos morais”. Por isso, o Direito e a Moral seriam campos independentes (NADER, 
2002, p. 41)
Figura 4 - Teoria dos círculos independentes
DIREITOMORAL
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SUMÁRIO
d) Teoria do “mínimo ético”: trata-se da ideia de que o “(...) Direito representa o mí-
nimo de preceitos moais necessários ao bem-estar da coletividade”. Tal teoria foi de-
senvolvida por Georg Jellinek e indica que no Direito iremos encontrar um mínimo de 
conteúdo moral, justamente para a existência de uma paz social (NADER, 2002, p. 41)
ANOTAÇÕES 
PONTUE A DIFERENÇA ENTRE MORAL E ÉTICA.
SUGESTÃO DE VÍDEO 
O QUE É ÉTICA MARIO CORTELLA 
Clique para assistir ao vídeo
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1.4 ORDEM JURÍDICA
José Afonso da Silva (apud NADER, 2002, p. 78) define ordem jurídica como “reunião 
de normas vinculadas entre si por uma fundamentação unitária”. A ordem jurídica 
ou ordenamento jurídico é uma característica do Direito Positivo, aquele criado pelo 
Estado, que é a de conjugar normas que se relacionam entre si e formam um univer-
so harmônico e coerente de preceitos. Paulo Nader (2002, p. 78) explica que a ordem 
jurídica é um corpo normativo e que “(...) quando ocorre a incidência de uma norma 
sobre um fato social, ali se encontra presente não apenas a norma considerada, mas 
a ordem jurídica, pois as normas, apreciadas isoladamente, não possuem vida”.
O ordenamento jurídico é formado pela universalidade de normas vigentes em de-
terminado Estado, e surgem através de diversas fontes e se revelam a partir da Cons-
tituição Federal, sendo que esta traz as regras básicas de organização social. Portan-
to, todas as formas de expressão do Direito (leis, decretos, portarias, regulamentos, 
costumes etc.) devem ser compatíveis entre si, sempre respeitando a norma Maior (a 
Constituição Federal). Portanto, a ordem jurídica deve ser harmônica, isto é, as nor-
mas jurídicas que compõem o ordenamento jurídico devem ser conexas. Caso haja 
algum conflito entre tais regras, caberá ao aplicador do Direito solucionar a questão 
através de interpretação sistemática, ou seja, pensar o Direito Positivo como uma 
unidade (NADER, 2002).
1.5 NORMA JURÍDICA
1.5.1 CONCEITO DE NORMA JURÍDICA
O Direito regulamenta as relações sociais, estabelecendo normas de comportamen-
to e de organização social. A norma jurídica integra o Direito, pois rege a vida em 
sociedade. Diz-se que a norma é jurídica por ser estabelecida por um poder organi-
zado (GARCIA, 2015). A norma jurídica tem o papel de definir a conduta exigida pelo 
Estado, esclarecendo ao agente como e quando deve agir (NADER, 2002).
Conforme visto anteriormente, o Direito Positivo é composto por normas jurídicas, 
que nada mais são padrões de comportamento social impostos pelo Estado, para 
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NOÇÕES DE DIREITO
SUMÁRIO
possibilitar a convivência em sociedade. Assim, pode-se afirmar que as normas 
jurídicas são 
fórmulas de agir, determinações que fixam as pautas do comportamento 
interindividual. Pelas regras jurídicas o Estado dispõe também quando à 
sua própria organização. Em síntese, norma jurídica é a conduta exigida ou 
o modelo imposto de organização social (NADER, 2002, p. 81).
Já a norma permissiva não estabelece co-
mando que deve ser obedecido, e sim uma 
faculdade ou prerrogativa ao indivíduo, que 
se utilizará quando desejar. Rizzatto Nunes 
(2005, p. 194) exemplifica a norma permissi-
va com “é permitido o uso de traje de banho 
neste shopping center”, cabendo ao destina-
tário escolher se quer ir ou não de traje de 
banho, pois não é proibido e nem é obriga-
tório tal uso.
Pode ocorrer de uma norma jurídica mistu-
rar esses comportamentos. Um exemplo so-
bre esta questão: é permitido o casamento 
entre indivíduos, porém os nubentes devem 
(obrigação) ser maiores ou tenham autoriza-
ção dos pais ou responsáveis, sendo proibido 
o casamento entre menores absolutamente 
incapazes, entre irmãos etc. Assim, é facul-
tado aos indivíduos casar (permissão), desde 
que não esteja dentro das proibições e após 
serem cumpridas as obrigações exigidas. 
Além disso, é possível que as normas permis-
sivas exijam cumprimento anterior ou simul-
tâneo de obrigações, como, por exemplo, no 
caso das formalidades (obrigações) exigidas 
para o casamento (permissão) ou para realizar a compra de um imóvel (permissão) 
deve passar a escritura (obrigação) (NUNES, 2005).
A norma jurídica, portanto, 
estabelece comandos 
aos comportamentos dos 
indivíduos, regulando as 
suas atividades nas relações 
sociais. Tais comportamentos 
podem ser de proibição, 
de obrigatoriedade e de 
permissão. Ao se dirigir ao 
indivíduo, a norma jurídica 
pode proibir e obrigar, ou seja, 
“aquele que deve cumprir seu 
comando estará diante de uma 
proibição (‘É proibido fumar 
neste estabelecimento’) ou de 
uma obrigação (‘É obrigatório o 
uso de crachá de identificação 
para a entrada neste setor’)” 
(NUNES, 2005, p. 194).
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Cabe, por fim, destacar que norma jurídica não é sinônima de lei. Como visto, nor-
ma jurídica é o instrumento de definição da conduta exigida pelo Estado. Já a lei é 
apenas uma das formas de expressão da norma jurídica, que pode ocorrer, também, 
através dos costumes1 e da jurisprudência2.
1.5.2 CARACTERES DAS NORMAS JURÍDICAS
a) Bilateralidade: a norma jurídica vincula duas ou mais pessoas, atribuindo direito 
(poder) a uma e impondo (obrigação) à outra. Assim, a norma jurídica é representada 
pelo direito subjetivo e pelo dever jurídico, isto é, em uma relação jurídica teremos 
um sujeito ativo, que possui o direito subjetivo, e um sujeito passivo, que possui dever 
jurídico (NADER, 2002).
b) Generalidade: para Paulo Nader (2002, p. 85) a norma jurídica “(...) é preceito de 
ordem geral, que obriga a todos que se acha em igual situação jurídica”.
c) Abstratividade: diz-se que a norma jurídica é abstrata por regulamentar os casos 
dentro de um denominador comum, uma regra geral, visando atingir um maior nú-
mero possível de situações. Se assim não fosse, seria praticamente impossível ao legis-
lador prever todos os fatos sociais como ocorrem singularmente, com todas as varia-
ções possíveis, o que nos traria, também, leis e códigos muito extensos (NADER, 2002).
d) Imperatividade: o Direito se manifesta através de normas imperativas, represen-
tando um mínimo de exigências, de determinações necessárias para disciplinar o 
agir em sociedade. Assim, “o caráter imperativo da norma significa imposição de 
vontade e não mero aconselhamento” (NADER, 2002, p. 85).
e) Coercibilidade: é a possibilidade de uso da coação. A coação pode ser psicológica, 
aquela que exerce intimidação, através de penalidades previstas no caso de descum-
primento da norma jurídica, e material, aquela que é utilizada quando o agente des-
cumpre espontaneamente o preceito disposto na norma jurídica, ou seja, é a própria 
força. Além disso, é importante ressaltar que coação não se confunde com sanção, 
pois aquela é “uma reserva de força a serviço do Direito”, enquanto esta é a “medida 
punitiva para a hipótese de violação das normas” (NADER, 2002, p. 86).
1 Práticas geradas espontaneamente pelas forças sociais, através do uso reiterado, uniforme e que geram a certeza de obrigatoriedade 
(NADER, 2002).
2 Conjunto de decisões uniformes, prolatadas por órgãos do Poder Judiciário, sobre uma determinada questão jurídica (NADER, 2002).
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SUMÁRIO
Em resumo, temos:
Bilateralidade
Generalidade
Abstratividade
Imperatividade
Coercibilidade
CARACTERES DAS NORMAS JURÍDICAS
O Direito vincula uma ou mais pessoas, atribuindo poder a uma e 
impondo dever à outra.
A norma jurídica é um preceito de regra geral, obrigatório a todos 
que se encontram na mesma situação jurídica.
A norma jurídica é abstrata para atingir o maior número possível de 
situações, regulando os casos dentro de sua via de regra, como nor-
malmente ocorrem.
É a imposição de vontade da norma jurídica para garantir a efetivi-
dade da ordem social.
É a possibilidade do uso de coação. Não se confunde com sanção, 
pois esta é a medida punitiva no caso de violação da norma jurídica,enquanto que a coação é a reserva de força a serviço do Direito.
Fonte: adaptado de NADER, 2002.
1.5.3 VALIDADE DA NORMA JURÍDICA
Para que uma norma jurídica seja obrigatória, necessário se faz o preenchimento dos 
seus requisitos de validade. Conforme lição de Miguel Reale (apud GARCIA, 2015), a 
validade da norma jurídica deve ser analisada sob três aspectos:
a) Validade formal: para que uma norma ingresse na ordem jurídica e produza 
seus efeitos, é indispensável que possua vigência, isto é, “a norma social preenche 
os requisitos técnico-formais e imperativamente se impõe aos destinatários” (NA-
DER, 2002, p. 90). Portanto, diz-se que uma norma jurídica possui validade formal 
quando ela preencheu todos os requisitos essenciais a sua elaboração (GARCIA, 
2015).
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E quais são esses requisitos para elaboração de uma norma jurídica? Para que uma 
norma jurídica seja válida é necessário o preenchimento de três requisitos: 
PODER 
COMPETENTE LEGITIMIDADE DO PROCEDIMENTO
COMPETÊNCIA 
MATERIAL
A norma jurídica precisa surgir de um órgão ou poder competente, que possua com-
petência material para produzi-la. Segundo Gustavo Filipe Barbosa Garcia (2015, p. 
131), isso significa dizer que, para elaborar a norma jurídica, o órgão “(...) deve ter sido 
constituído para esse fim, sendo competente e legítimo para produzi-la em relação 
à matéria sobre a qual ela versa”. Além disso, deve ser observado o devido processo 
de elaboração da norma jurídica.
Convém ressaltar que, quando se fala em vigência como validade formal da norma 
jurídica, não nos referimos ao período de tempo em que a norma produz efeitos, 
pois esta é a eficácia no tempo da norma (GARCIA, 2015).
b) Validade social: as normas jurídicas são criadas com a finalidade de alcançar cer-
tos resultados sociais, visto que o Direito regula o convívio em sociedade. Assim, a va-
lidade social da norma jurídica está na sua eficácia, ou seja, na sua real produção dos 
efeitos ou consequências sociais planejadas (NADER, 2002). Para uma norma jurídica 
ser considera eficaz, é necessário que seus destinatários cumpram os mandamentos 
impostos por ela (GARCIA, 2015).
c) Validade ética: a norma jurídica, para se tornar obrigatória, precisa ter um funda-
mento axiológico, isto é, o seu “valor fim”, a sua “razão de ser”. Pode-se dizer que o 
fundamento ético maior da norma jurídica é a realização da justiça. Entretanto, as 
normas jurídicas buscam a realização de outros valores, tais como a liberdade, a or-
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NOÇÕES DE DIREITO
SUMÁRIO
dem, a segurança etc. com objetivo de alcançar os resultados sociais. Assim, 
as normas de Direito (...) tem como objetivo ‘implantar uma ordem justa na 
vida social’. A justiça, portanto, é o fundamento, a razão de ser da norma 
jurídica. Isso significa que a norma jurídica é ‘o meio necessário para alcan-
çar a finalidade de justiça almejada pela sociedade’ (GARCIA, 2015, p. 132).
Validade formal
Validade social
Validade ética
Vigência
Eficácia
Fundamento
Fonte: adaptação de NADER, 2002.
1.6 DIFERENÇA ENTRE DIREITO PÚBLICO E 
DIREITO PRIVADO
A maior divisão do Direito Positivo é representada pelas classes do Direito Público 
e Direito Privado, comumente utilizada pelos ordenamentos jurídicos de tradição 
romano-germânica (NADER, 2002). Várias são as tentativas de diferenciar o Direito 
Público de Direito Privado. Na atualidade, procura-se conjugar aspectos objetivos aos 
subjetivos para diferenciar os ramos de Direito.
Nesse sentido, pode-se definir Direito Público como aquele que:
regula as relações em que o Estado é considerado em si mesmo, em rela-
ção com outros Estados, bem como em suas relações com os particulares, 
‘quando procede em razão de seu poder soberano’ ou de império” (GAR-
CIA, 2015, p. 140).
Com isso, a doutrina jurídica classifica o Direito Público em duas espécies:
a) Direito Público interno: são as relações em que o Estado é considerado em si mes-
mo e em suas relações com os particulares. 
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b) Direito Público externo: são as relações com outros Estados.
Com isso, podemos dizer que fazem parte do Direito Público os seguintes ramos 
do Direito, entre outros:
Direito 
Constitucional
Direito
Administrativo
Direito 
Financeiro
Direito 
Internacional 
Público
Direito 
Internacional 
Privado
Direito Penal
Direito Processual
a) Direito Constitucional: dispõe sobre a estrutura do Estado, define a função de seus 
órgãos e estabelece as garantias fundamentais da pessoa (NADER, 2002).
b) Direito Administrativo: desenvolve a prestação do serviço público, que nada mais 
é do que a atividade do Estado dirigida à satisfação das necessidades fundamentais 
da coletividade (NADER, 2002).
c) Direito Financeiro: disciplina as receitas e as despesas públicas (NADER, 2002).
d) Direito Internacional Público: “é o ramo jurídico que disciplina as relações entre 
os Estados soberanos e os organismos análogos” (NADER, 2002, p. 342).
e) Direito Internacional Privado: são normas que “(...) têm por objetivo solucionar os 
conflitos de lei entre ordenamentos jurídicos diversos, no plano internacional, indi-
cando a lei competente a ser aplicada” (ANDRADE apud NADER, 2002, p. 345).
f) Direito Penal: ramo do Direito que define os crimes e estabelece as suas penalida-
des, bem como regulamenta a aplicação das medidas de segurança (NADER, 2002).
g) Direito Processual: regulamenta os princípios e normas que tratam sobre os atos 
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NOÇÕES DE DIREITO
SUMÁRIO
judiciais para a aplicação do Direito nos casos concretos (NADER, 2002).
Por sua vez, o Direito Privado “disciplina as relações entre particulares, aqui incluídos 
os entes privados e também relações com o Estado, quando este não participa da 
relação jurídica na posição de poder soberano ou de império” (GARCIA, 2015, p. 140).
Assim, pertencem ao Direito Privado os seguintes ramos do Direito:
Direito Civil
Direito 
do Trabalho
Direito 
Empresarial
a) Direito Civil: “conjunto de normas que regulam os interesses fundamentais do 
homem, pela simples condição de ente humano” (NADER, 2002, p. 353).
b) Direito Empresarial: disciplina a atividade empresarial (GARCIA, 2015).
c) Direito do Trabalho: conforme definição de Donato (apud NADER, 2002, p. 357), 
Direito do Trabalho “é o corpo de princípios e de normas jurídicas que ordenam a 
prestação do trabalho subordinado ou a este equivalente, bem como as relações e 
os riscos que dela se originam”.
DIREITO PÚBLICO
Regula as relações próprias do Estado, deste 
com outros Estados e com os particulares.
DIREITO PRIVADO
Regula as relações entre os particulares.
Fonte: adaptação de NADER, 2002.
Portanto, essa diferenciação entre Direito Público e Direito Privado é importante para 
conhecer as regras a serem aplicadas às relações jurídicas.
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> Apresentar ao aluno os 
principais aspectos do 
Direito Constitucional 
Brasileiro, abordando, 
basicamente, os 
chamados Direitos 
Fundamentais e a 
organização do Estado 
brasileiro. Além disso, 
abordará a evolução 
dos Direitos Humanos, 
do seu surgimento 
até a atualidade, com 
os documentos mais 
importantes que 
preveem os Direitosbásicos da Humanidade.
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos:
UNIDADE 2
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SUMÁRIO
2 DIREITO CONSTITUCIONAL 
E DIREITOS HUMANOS
2.1 DIREITO CONSTITUCIONAL
2.1.1 NATUREZA E CONCEITO
Segundo lição de um dos maiores consti-
tucionalistas, o Direito Constitucional é um 
ramo do Direito Público que trata dos prin-
cípios e normas fundamentais do Estado 
(SILVA apud NOVELINO, 2014). Todo Estado 
tem uma Constituição, independentemente 
de ser um texto escrito, para dispor sobre a 
organização estatal (PAULO; ALEXANDRINO, 
2016).
E foi a partir do surgimento das primeiras 
Constituições escritas, com o objetivo de ser 
a lei fundamental do Estado, que o estudo 
do fenômeno constitucional passou a ter im-
portância. Com a Constituição dos Estados 
Unidos de 1787 e a Constituição da França 
de 1791, concebeu-se a ideia de estrutura-
ção do Estado e a limitação do exercício de 
seu poder. A partir dessas primeiras ideias, 
pode-se conceituar Constituição enquanto o “conjunto de normas fundamentais e 
supremas, que podem ser escritas ou não, responsáveis pela criação, estruturação e 
organização político-jurídica de um Estado” (MASSON, 2015, p. 27).
Portanto, o Direito Constitucional tem papel primordial na Ciência do Direito, visto 
que “(...) tem por objeto o estudo sistematizado das normas supremas, originárias e 
IMPORTANTE LEMBRAR:
Conceitua-se Estado como “a 
organização de um povo sobre 
um território determinado, 
dotada de soberania”. Dessa 
definição, pode se extrair 
os elementos que compõe 
o Estado: povo, território, 
soberania e finalidade (PAULO; 
ALEXANDRINO, 2016, p. 1).
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estruturantes do Estado (...)” (NOVELINO, 2014, p. 5). Conforme visto anteriormente, 
o Direito Constitucional é classificado como um ramo do Direito Público Interno. 
Entretanto, como a Constituição é o fundamento de validade de todas as normas 
jurídicas, mais do que um simples ramo, o Direito Constitucional é a base da qual 
derivam todos os outros ramos do direito.
2.1.2 OBJETO DE ESTUDO
O Direito Constitucional tem por objeto de estudo as normas fundamentais de orga-
nização estatal, como, por exemplo, a estrutura dos órgãos, distribuição das compe-
tências, direitos e garantias fundamentais etc. (NOVELINO, 2014).
Atualmente, o Direito Constitucional não limita ao estudo da limitação do poder es-
tatal na esfera particular, mas também com as ações do Estado e “(...) a ordem social, 
democrática e política” (MASSON, 2015, p. 28).
2.1.3 SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO
A ideia de supremacia constitucional surgiu após as revoluções liberais do século 
XVIII, pois, a partir delas, iniciou-se uma busca de limitação do poder estatal. Para 
isso, surgiram as primeiras constituições escritas, formais e rígidas (NOVELINO, 2014).
Diz-se que uma constituição é rígida quando, para a alteração de suas normas, exige-
-se um processo legislativo especial para modificação do seu texto, diferente daque-
le para criação ou modificação das leis de um determinado ordenamento jurídico 
(PAULO; ALEXANDRINO, 2016). Dessa rigidez da constituição decorre o que chamam 
de supremacia das normas constitucionais. “A rigidez situa todas as normas constan-
tes do texto da Constituição formal em uma posição de superioridade em relação 
às demais leis, posicionando a Constituição no ápice do ordenamento jurídico do 
Estado” (PAULO; ALEXANDRINO, 2016, p. 19). Com isso, uma norma do ordenamento 
jurídico “(...) só será válida se produzida de acordo com o seu fundamento de valida-
de”, que é justamente a Constituição (NOVELINO, 2014, p. 227).
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NOÇÕES DE DIREITO
SUMÁRIO
Portanto, com a chamada supremacia 
(...) a Constituição se coloca no vértice do sistema jurídico do país, a que 
confere validade, e que todos os poderes estatais são legítimos na medida 
em que ela os reconheça e na proporção por ela distribuídos. É, enfim, a lei 
suprema do Estado, pois é nela que se encontram a própria estruturação 
deste e a organização de seus órgãos; é nela que se acham as normas fun-
damentais de Estado, e só nisso se notará sua superioridade em relação às 
demais normas jurídicas (SILVA apud LENZA, 2013, p. 257).
E é do princípio da supremacia constitucional que 
resulta o da compatibilidade vertical das normas da ordenação jurídica de 
um país, no sentido de que as normas de grau inferior somente valerão se 
forem compatíveis com as normas de grau superior, que é a Constituição. 
As que não forem compatíveis com ela são inválidas, pois a incompatibi-
lidade vertical resolve-se em favor das normas de grau mais elevado, que 
funcionam como fundamento de validade das inferiores (SILVA apud LEN-
ZA, 2013, p. 257-258).
Todo o exposto pode ser representado através da figura abaixo:
ORDENAMENTO 
JURÍDICO
CONSTITUIÇÃO
Leis. Decretos. 
Jurisprudência
Atos normativos: Portarias. 
Resoluções etc.
Contratos, Sentenças Judiciais, atos e 
negócios jurídicos.
Relação de superioridade
Figura 5 - Supremacia da Constituição
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É por essa razão que é possível questionar a constitucionalidade das normas do or-
denamento jurídico através do chamado controle de constitucionalidade, que nada 
mais é do que a fiscalização de compatibilidade entre as condutas dos poderes pú-
blicos e as normas constitucionais (NOVELINO, 2014).
2.1.4 BREVE HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES 
BRASILEIRAS
Desde a Independência, o Brasil passou por oito constituições, que serão brevemen-
te analisadas nesse tópico.
2.1.4.1 A CONSTITUIÇÃO DE 1824
Chamada de Constituição do Império, a primeira Constituição Federal brasileira foi 
outorgada3 em 25 de março de 1824 e foi a que durou mais tempo. Sofreu grande 
influência do liberalismo e da Constituição francesa de 1814. Marcada pelo centra-
lismo administrativo e político, em função do chamado Poder Moderador, unitário e 
absoluto (LENZA, 2013).
São características importantes da Constituição Federal de 1824 (LENZA, 2013):
• Governo monárquico, hereditário, constitucional e representativo. Adotava uma 
forma unitária de Estado, com centralização político-administrativa;
• As capitanias hereditárias foram transformadas em províncias, que eram subor-
dinadas ao Poder Central, além de comandadas por um “Presidente” escolhido 
pelo Imperador;
• Dinastia Imperante de D. Pedro I e D. Pedro II;
• Religião oficial era o Catolicismo Apostólico Romano;
• Capital do Império era a cidade do Rio de Janeiro;
3 É a Constituição imposta, unilateralmente, pelo agente revolucionário, que não recebeu do povo a legitimidade para em nome dele 
atuar (LENZA, 2013).
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NOÇÕES DE DIREITO
SUMÁRIO
• Presença de quatro poderes: Legislativo, Judiciário, Executivo e Moderador.
 A função Legislativa era exercida pela Assembleia Geral, composta pela Câ-
mara dos Deputados (órgão eletivo e temporário) e pelo Senado (vitalício, 
onde os Senadores eram escolhidos pelo Imperador). A função Executiva era 
exercida pelo Imperador, por intermédio de seus Ministros de Estado. Já a 
função Judicial era independe e exercida pelos juízes, que aplicavam a lei, 
e os jurados, que se pronunciavam sobre os fatos. Por fim, a função Modera-
dora era exercida pelo Imperador,servindo para assegurar a estabilidade do 
trono, garantindo-lhe o poder de nomear os Senadores e convocar a Assem-
bleia Geral extraordinariamente, sancionar ou vetar proposições do Legisla-
tivo; nomear e demitir os Ministros de Estado do Executivo; e suspender os 
Magistrados do Judiciário;
• O voto era censitário, isto é, baseado em condições econômico-financeiras de 
seus titulares;
• Continha importante rol de Direitos Civis e Políticos, pela influência das revolu-
ções liberais do século XVIII.
2.1.4.2 CONSTITUIÇÃO DE 1891
Com a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, as então provín-
cias brasileiras passaram a integrar uma federação, formando os Estados Unidos do 
Brasil. Instalou-se um governo provisório, que nomeou uma comissão, cujo principal 
mentor foi Rui Barbosa, com o objetivo de elaborar um projeto de Constituição. 
Após a elaboração do projeto, instalou-se uma Assembleia Nacional Constituinte 
que promulgou4, em 24 de fevereiro de 1891, a Constituição da República dos Es-
tados Unidos do Brasil, primeira Constituição republicana e democrática (PAULO; 
ALEXANDRINO, 2016).
4 É a Constituição fruto de uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita diretamente pelo povo (LENZA, 2013).
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Principais características da Constituição de 1891 (LENZA, 2013):
• Sistema de governo presidencialista;
• Forma de Estado Federal;
• Forma de governo e regime representativo de República Federativa;
• Distrito Federal, com sede na cidade do Rio de Janeiro, passa a ser a Capital do 
Brasil;
• Adotou o estado laico, ou seja, sem religião oficial;
• Houve a extinção do Poder Moderador, adotando-se a tripartição dos Poderes 
(Executivo, Legislativo e Judiciário). O Legislativo passa a ser bicameral com o 
Congresso Nacional, composto pela Câmara dos Deputados (representantes do 
povo eleitos pelos Estados e pelo Distrito Federal, mediante sufrágio direto) e 
o Senado Federal (representantes dos Estados e do Distrito Federal, também 
eleitos pelo sufrágio direito). O Poder Executivo era exercido pelo Presidente 
da República dos Estados Unidos do Brasil, eleito junto com o Vice-Presidente 
por sufrágio direto. Por fim, o Poder Judiciário passou a contar com o Supremo 
Tribunal Federal, órgão máximo;
• Os direitos fundamentais foram fortalecidos com a inclusão do habeas corpus.
2.1.4.3 CONSTITUIÇÃO DE 1934
A chamada República Velha teve o seu fim com a Revolução de 1930, instituindo o 
Governo Provisório que levou Getúlio Vargas ao poder. Além da crise econômica de 
1929, diversos movimentos sociais por melhorias nas condições de trabalho influen-
ciaram a promulgação de uma nova Constituição, a de 1934, reduzindo os ideais 
do liberalismo econômico e da democracia liberal da Constituição anterior (1891) 
(LENZA, 2013).
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SUMÁRIO
Democrática, a Constituição de 1934,
a qual pôs fim à era dos coronéis (...), costuma ser apontada pela dou-
trina como a primeira a preocupar-se em enumerar direitos fundamen-
tais sociais (...). É apontada como marco na transição de um regime de 
democracia liberal, de cunho individualista, para a chamada democracia 
social, preocupada em assegurar, não apenas uma igualdade formal, mas 
também a igualdade material entre os indivíduos (condições de existência 
compatíveis com a dignidade da pessoa humana) (PAULO; ALEXANDRI-
NO, 2016, p. 28).
A estrutura do Estado não sofreu mudanças com relação à Constituição de 1891, 
mantendo a república, a federação, a tripartição dos poderes, o presidencialismo 
e o regime representativo (PAULO; ALEXANDRINO, 2016). Com relação aos direitos 
fundamentais, o voto feminino passou a ter previsão constitucional, com valor igual 
ao masculino. A Constituição de 1934 prestigiou, pela primeira vez, o mandado de 
segurança e a ação popular.
2.1.4.4 CONSTITUIÇÃO DE 1937
Getúlio Vargas, em 10 de novembro de 1937, dissolve a Câmara dos Deputados e o 
Senado Federal e dá início ao período ditatorial que ficou conhecido como Estado 
Novo, outorgando a Constituição de 1937 (PAULO; ALEXANDRINO, 2016).
Assim, a Carta Magna5 de 1937 foi fruto de um golpe de Estado. Influenciada pelo 
fascismo, possuía forte caráter autoritário, concentrando poderes nas mãos do Presi-
dente da República (PAULO; ALEXANDRINO, 2016).
A Constituição de 1937 não alterou a Forma de Governo e de Estado, mantendo, res-
pectivamente a República e o Estado Federal. A tripartição dos poderes também foi 
mantida, entretanto, na prática, tendo em vista o regime autoritarista, o Legislativo 
e o Judiciário foram reduzidos. Com relação aos direitos fundamentais, não houve 
previsão do mandado de segurança, da ação popular, e dos princípios da legalidade 
e irretroatividade da lei. Ao contrário, houve restrição ao direito de manifestação de 
5 Constituição
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pensamento com o estabelecimento da censura prévia da imprensa e, até mesmo, a 
previsão de pena de morte a ser aplicada para crimes políticos (LENZA, 2013).
2.1.4.5 CONSTITUIÇÃO DE 1946
Após a Segunda Guerra Mundial e o fim do Estado Novo, ocorre uma redemocra-
tização do Brasil, instalando uma Assembleia Nacional Constituinte que, em 18 de 
setembro de 1946, promulgou a Constituição dos Estados Unidos do Brasil. Cons-
tituição democrática, foi inspirada nos modelos constitucionais de 1891 e de 1934 
(PAULO; ALEXANDRINO, 2016).
A Constituição de 1946 retoma as conquistas anteriores, com a
(...) federação como forma de Estado – com autonomia política para os 
estados e, acentuadamente, para os municípios -, estabelece a república 
como forma de governo, o sistema presidencialista, e o regime democráti-
co representativo, com eleições diretas. Assegura a divisão e independên-
cia dos poderes (PAULO; ALEXANDRINO, 2016, p. 29).
Com relação aos direitos fundamentais, tem-se a retomada daqueles previstos na 
Constituição de 1934. Acrescentou a vedação à pena de morte e o direito à greve 
(LENZA, 2013).
2.1.4.6 CONSTITUIÇÃO DE 1967
Com a instituição do Golpe Militar em 1964, outorgou-se a Constituição de 1967 em 
24 de janeiro, esta com forte inspiração na Carta Magna de 1937 (antidemocrática) 
(PAULO; ALEXANDRINO, 2016).
A Carta de 1967 concentrou o poder no âmbito federal, ampliando os poderes do 
Presidente da República e reduzindo os Estados e Municípios. Houve uma forte pre-
ocupação com a segurança nacional, ao invés dos direitos individuais (LENZA, 2013).
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SUMÁRIO
2.1.4.7 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 1 DE 1969
Embora seja formalmente uma Emenda à Constituição de 1967, a EC nº 01 de 1967 
é considerada por inúmeros constitucionalistas como uma Constituição outorgada. 
Muito embora a Carta de 1969 tenha mantido, formalmente, a estrutura de um Es-
tado Democrático de Direito, na prática isso não ocorreu, pois inúmeros foram os po-
deres especiais atribuídos ao Presidente da República e as hipóteses de suspensão 
de direitos individuais (PAULO; ALEXANDRINO, 2016). Após sofrer diversas emendas, 
convocou-se uma Assembleia Nacional Constituinte, resultando a Constituição de 
1988.
2.1.4.8 CONSTITUIÇÃO DE 1988
Após a instalação da Assembleia Nacional Constituinte em 1987, promulgou-se, 
em 05 de outubro de 1988, a atual Constituição brasileira.
Figura 6 - Assembleia Nacional Constituinte de 1987/1988
Democrática e liberal, a Carta de 1988 foi aque conferiu maior legitimidade popular, 
sendo denominada de Constituição cidadã, visto que criou um verdadeiro Estado 
Democrático-Social de Direito, com a previsão de diversas obrigações do Estado para 
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com a população (LENZA, 2013; PAULO; ALEXANDRINO, 2016). Ampliou os direitos 
fundamentais e fortaleceu as instituições democráticas (como, por exemplo, o Mi-
nistério Público). Em resumo, a Carta Magna de 1988 trouxe uma transformação na 
estrutura do Estado e no seu poder de atuação, além de ampliar os direitos funda-
mentais e as formas de controle do Poder Público (PAULO; ALEXANDRINO, 2016).
2.1.5 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO ESTADO 
BRASILEIRO
O Título I da Constituição de 1988 estabelece os chamados princípios fundamentais 
do Estado brasileiro, consagrando a sua forma, estrutura e fundamento (art . 1º), a 
divisão dos seus poderes (art. 2º), os objetivos fundamentais (art. 3º) e as diretrizes a 
serem seguidas nas relações internacionais (art. 4º) (NOVELINO, 2014).
2.1.5.1 FORMA, ESTRUTURA E FUNDAMENTOS DO 
ESTADO BRASILEIRO
Prevê o art. 1º da Constituição de 1988 que
Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel 
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado De-
mocrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania; 
II – a cidadania; 
III – a dignidade da pessoa humana; 
IV – os valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa; 
V – o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Considerando que o processo legislativo é contínuo, ressalta-
se a necessidade de verificação quanto a atualização dos 
diplomas legais exposto nesse material.
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NOÇÕES DE DIREITO
SUMÁRIO
Esse artigo resume, em uma única frase, as características essenciais do Estado 
brasileiro: 
República: 
Forma de 
Governo
Federação: 
Forma de 
Estado
Democrático 
Regime 
Político
Além disso, estabelece ser o Brasil um Estado de Direito, ou seja, limita o poder esta-
tal e consagra direitos fundamentais aos indivíduos. Conforme visto anteriormente, 
desde 15 de novembro de 1889 que o Brasil se constitui, como Forma de Governo, 
em República7. Forma de Governo nada mais é do que a forma como se institui o po-
der na sociedade e como ocorre a relação entre governantes e governados, ou seja, 
quem exerce o poder e como este se exerce (PAULO; ALEXANDRINO, 2016).
Marcelo Novelino (2014, p. 353) explica que a república possui como característica
o caráter representativo dos governantes, inclusive do Chefe de Estado 
(representatividade), a necessidade de alternância no poder (temporarie-
dade) e a responsabilidade política, civil e penal dos governantes. A forma 
republicana de governo possibilita a participação dos cidadãos direta ou 
indiretamente, no governo e na administração pública, sendo irrelevante 
a ascendência do indivíduo para que possa titularizar e exercer funções 
públicas.
A Forma de Estado adotada pela Constituição de 1988 é a de uma Federação8 e 
não de Estado Unitário. Significa dizer que coexistem, no mesmo território, unidades 
com autonomia política e competências próprias estabelecidas pela Constituição 
(PAULO; ALEXANDRINO, 2016).
7 Res publica – “Coisa do povo”.
8 Remonta ao vocábulo latino foendus, que significa aliança, pacto (NOVELINO, 2014).
44
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Assim, a Forma Federativa de Estado se 
origina a partir de um pacto celebrado entre Estados que cedem sua so-
berania para o ente central e passam a ter autonomia nos termos esta-
belecidos pela constituição. Nessa aliança que toma a forma de um só 
Estado é instituído um governos central ao lado de outros regionais, dota-
dos de autonomia necessária à preservação das diferenças culturais locais, 
mas unidos em prol de ideais comuns. Há, portanto, a incidência de mais 
de uma esfera de poder sobre a mesma população e dentro de um mes-
mo território (NOVELINO, 2014, p. 354).
A Federação brasileira é formada pela União, pelos estados-membros, pelo Distrito 
Federal e pelos Municípios. São pessoas jurídicas de direito público e possuem au-
tonomia para sua organização, competências legislativas e administrativas e auto-
nomia financeira (PAULO; ALEXANDRINO, 2016). Além disso, a Constituição de 1988 
consagra a indissolubilidade do pacto federativo, isto é, veda-se, aos entes que for-
mam a federação, o direito de secessão (NOVELINO, 2014).
Por fim, o Brasil, em seu Regime Político, constitui-se em Estado Democrático de Di-
reito. O conceito de Estado de Direito, em sua origem, “(...) estava ligado tão somente 
à ideia de limitação do poder e sujeição do governo a leis gerais e abstratas.” Já a 
ideia de Estado Democrático, que é posterior, está relacionada “(...) à necessidade de 
que seja assegurada a participação popular no exercício do poder, que deve, ade-
mais, ter por fim a obtenção de uma igualdade material entre os indivíduos” (PAULO; 
ALEXANDRINO, 2016, p. 89).
Ocorre que, na atualidade, a concepção de Estado de Direito e de Estado Democrá-
tico não pode ser considerada de maneira isolada, fazendo surgir a expressão Estado 
Democrático de Direito, isto é, um Estado em que as pessoas e os poderes são subor-
dinados à lei e ao Direito, com o exercício dos poderes públicos pelos representantes 
do povo (PAULO; ALEXANDRINO, 2016).
A Carta de 1988 conecta a democracia e o Estado de Direito 
aos estabelecer o chamado princípio da soberania popular 
em seu parágrafo único do artigo 1º, ao estabelecer que todo 
poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente (NOVELINO, 2014; LENZA, 2013)
45
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NOÇÕES DE DIREITO
SUMÁRIO
Tal princípio é concretizado por vários institutos que oportunizam a participação do 
povo, direta ou indiretamente, na fiscalização e formação da vontade do governo 
do Estado, como, por exemplo, a possibilidade de votar e ser votado, o plebiscito, o 
referendo, a iniciativa popular etc. (NOVELINO, 2014). Além de estabelecer, em seu 
art. 1º, a estrutura e a forma do Estado brasileiro, a Constituição de 1988 enumera os 
fundamentos da República Federativa do Brasil, ou seja, estabelece os valores maio-
res que irão orientar o Estado (PAULO; ALEXANDRINO, 2016). São eles:
a 
soberania
a 
cidadania
a 
dignidade 
da pessoa 
humana
os valores 
sociais do 
trabalho 
e da livre 
iniciativa
o 
pluralismo 
político
I II III IV V
A soberania pode ser entendida como um poder político independente e supremo. 
Isso significa que o poder do Estado não será limitado por nenhum outro poder na 
ordem interna (supremo) e não tem que acatar, externamente, regras que não sejam 
voluntariamente aceitas, além de estar em igualdade com o poder supremo do ou-
tros povos (independente) (NOVELINO, 2014). A cidadania é a participação do parti-
cular nos negócios políticos do Estado e, até mesmo, em outras funções de interesse 
público. Está materializada na chamada capacidade eleitoral, que pode ser ativa (ser 
eleitor) e passiva (ser eleito) (NOVELINO, 2014; LENZA, 2013).
Conforme explicam Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (2016, p. 90), a dignidade 
da pessoa humana consagra
nosso Estado como uma organização centrada no ser humano, e não em 
qualquer outro referencial. A razão de ser do Estado brasileironão se funda 
na propriedade, em classes, em corporações, em organizações religiosas, 
tampouco no próprio Estado (como ocorre nos regimes totalitários), mas 
sim na pessoa humana. São vários os valores constitucionais que decorrem 
diretamente da ideia de dignidade humana, tais como, dentre outros, o 
direito à vida, à intimidade, à honra e à imagem.
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Ao reconhecer os valores sociais do trabalho como um dos fundamentos da Repú-
blica brasileira, a Constituição de 1988 
impede a concessão de privilégios econômicos condenáveis, por ser o tra-
balho imprescindível à promoção da dignidade da pessoa humana, uma 
vez que pode ser visto como um ponto de partida para o acesso ao mínimo 
existencial e condição de possibilidade para o exercício da autonomia. (...) 
Por essa razão, a Constituição reconhece o trabalho como um direito social 
fundamental (CF , art. 6º), conferindo uma extensa proteção aos direitos dos 
trabalhadores (CF, arts. 7º a 11) (NOVELINO, 2014, p. 366-367).
Já a liberdade de iniciativa, que engloba a liberdade de 
empresa e a liberdade de contrato, é um dos princípios 
basilares do liberalismo econômico. Além disso, a livre-
iniciativa é considerada um princípio da ordem econômica, 
que tem por objetivo assegurar a todos uma existência digna, 
conforme determina a justiça social (NOVELINO, 2014).
Por fim, o pluralismo político estabelece que a sociedade brasileira deve conside-
rar e garantir a inclusão das diversas manifestações de pensamentos e dos diver-
sos grupos presentes no Brasil. Assim, o pluralismo político pode ser compreendido 
como: pluralismo econômico (concorrência de empresas entre si, setor público x 
setor privado, economia de mercado), pluralismo político-partidário (vários partidos 
ou movimentos de cunho político que disputam entre si o poder na sociedade) e o 
pluralismo ideológico (várias orientações de pensamento, vários programas políticos, 
opiniões públicas distintas etc.) (PAULO; ALEXANDRINO, 2016; NOVELINO, 2014).
2.1.5.2 DIVISÃO DOS PODERES
A Carta de 1988, em seu art. 2º, estabelece que “são Poderes da União, independen-
tes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”, consagrando o 
chamado princípio da separação dos poderes. Atribui-se, então, a órgãos indepen-
dentes entre si, a tarefa de exercer funções estatais. Portanto, caberá ao Poder Exe-
cutivo o exercício das funções de Governo e Administração; ao Poder Legislativo, a 
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elaboração de leis; e ao Poder Judiciário, exercer a jurisdição, ou seja, dizer o direito 
a ser aplicado aos casos concretos (PAULO; ALEXANDRINO, 2016).
Legislativo
Elabora 
as Leis
Judiciário
Aplica 
as Leis
Executivo
Administra 
as Leis
Cabe mencionar, por fim, que a independência entre os Poderes tem o objetivo de 
evitar abusos e arbítrios por qualquer um deles (sistema de freios e contrapesos), 
enquanto que a harmonia se identifica com o respeito às prerrogativas e faculdades 
indicadas a cada um deles (NOVELINO, 2014).
2.1.5.3 OBJETIVOS FUNDAMENTAIS
O art. 3º da Constituição de 1988 define os objetivos fundamentais, estabelecendo 
que
Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do 
Brasil: 
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II – garantir o desenvolvimento nacional; 
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais; 
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, 
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Esses objetivos visam promover e concretizar os fundamentos da República Federa-
tiva do Brasil (art. 1º, I a V, da CF) (NOVELINO, 2014). Assim, ao realizar as políticas pú-
blicas, devem ser observados tais objetivos fundamentais, pois eles servem de meta 
a serem atingidas, orientando as políticas governamentais (LENZA, 2013).
 Figura 7 - Divisão dos Poderes no Brasil
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2.1.5.4 PRINCÍPIOS QUE REGEM O BRASIL EM SUAS 
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
O art. 4º da Constituição de 1988 estabelece que
Art. 4º. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações interna-
cionais pelos seguintes princípios:
I – independência funcional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, 
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma 
comunidade latino-americana de nações.
Esses princípios reforçam a soberania, na esfera internacional, pois igualam os Esta-
dos e reconhecem o ser humano como centro das atenções em nossa República. 
Reforça-se, com o princípio da independência nacional (art. 4º, I), a soberania no 
âmbito internacional. Tal princípio se relaciona à igualdade entre os Estados (art. 4º, 
V), pois não há subordinação entre Estados na ordem internacional. É óbvio que essa 
igualdade aqui mencionada é a jurídica, pois, economicamente, as desigualdades 
são absurdas. Relaciona-se, ainda, a cooperação entre os povos para o progresso da 
humanidade (art. 4º, IX). (PAULO; ALEXANDRINO, 2016).
O princípio da não intervenção (art. 4º, IV) está relacionado ao da autodeterminação dos 
povos (art. 4º, III), estabelecendo que deve haver respeito a soberania de cada Estado, 
assegurando a não interferência nos assuntos internos (PAULO; ALEXANDRINO, 2016).
A prevalência dos direitos humanos (art. 4º, II) visa assegurar que, nos casos de violação 
desses direitos por um Estado, o Brasil poderá apoiar a interferência de outros Estados 
naquele para acabar com a violação da dignidade humana. Ainda sobre os direitos 
humanos, a Constituição de 1988 estabeleceu o repúdio ao terrorismo e ao racismo 
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(art. 4º, VIII) e a concessão de asilo político (art. 4º, X) aquele que está sendo perseguido, 
em outro Estado, por questões políticas ou de opinião (PAULO; ALEXANDRINO, 2016).
São princípios que se completam a solução pacífica dos conflitos (art. 4º VII) e a de-
fesa da paz (art. 4º, VI). Por fim, o parágrafo único do artigo 4º estabelece um objetivo 
a ser perseguido pelo Brasil com relação aos países da América Latina: a integração 
econômica, política, social e cultural entre esses povos, formando uma comunidade 
latino-americana de nações.
2.1.6 DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS
O Título II da Constituição de 1988 estabelece os chamados Direitos e Garantias 
Fundamentais, dentre eles estão os Direitos Individuais e Coletivos, tratados no Ca-
pítulo I, tratados no art. 5º. Os Direitos Fundamentais surgiram como uma forma de 
restrição à atuação do Estado, impondo limites e controle aos atos por ele praticado. 
Portanto, exigia-se uma abstenção, um não fazer do Estado em respeito às liberda-
des dos indivíduos, sendo chamados de direitos ou liberdades negativas. Somente 
no século XX, com o reconhecimento dos direitos sociais, culturais e econômicos, os 
Direitos Fundamentais passaram a ter, também, natureza positiva, exigindo um fazer 
do Estado em favor do bem-estar do indivíduo (PAULO; ALEXANDRINO, 2016).

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