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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL INSTITUTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS – ICF PATOLOGIA GERAL GUSTAVO RAFAEL ANGELO DINIZ RELATORIO DE AULA PRATICA – DEGENERAÇÕES E PIGMENTAÇÕES MACEIÓ 2021 1 INTRODUÇÃO As células são consideradas as unidades vivas básicas dos organismos (HALL,JOHN E. 1946), sendo formadas por núcleo, citoplasma, organelas e membrana plasmática. No núcleo encontra-se o material genético na forma de cromatina; no citoplasma estão presentes as organelas que desempenham várias funções e garantem o bom funcionamento da célula; e a membrana plasmática que envolve e delimita todo seu conteúdo interno. As células desempenham várias ações constantemente para que o tecido que estão formando, desempenhe sua determinada função corretamente, e dessa formas os sistemas e o organismo como um todo funcione em homeostase. A homeostase pode ser dita como o equilíbrio entre os sistemas, tecidos e células que proporcionam o bom funcionamento do organismo independente das alterações e estímulos vindos do meio externo (HALL,JOHN E. 1946). Porém, existem estímulos que tem potencial para alterar a homeostase celular, a ponto de causar lesões estruturais e/ou funcionais. Essas lesões serão reversíveis, quando a célula conseguir se recuperar e voltar a funcionar normalmente; ou irreversíveis, quando a lesão permanece não podendo ser reparada, e acarretando assim a morte celular. Na literatura estão descritas várias vias de morte celular, sendo a necrose e a apoptose os dois tipos principais; elas se diferenciam em seus mecanismos, morfologias e funções que podem ser fisiológicas e/ou patológicas. Uma lesão que vai originar a necrose, é quando os danos à membrana for intenso a ponto das enzimas lisossômicas extravasarem para o citoplasma e digerirem a célula, causando um espalhamento do conteúdo celular em todo tecido. Já em lesões relacionadas ao DNA ou as proteínas celulares sem possibilidade de reparação, a célula vai se encaminhar para a apoptose, onde o conteúdo celular vai ser fragmentado sem que comprometa a integridade da membrana. Dessa forma pode-se dizer que a necrose vai ser sempre um processo patológico, diferente da apoptose que vai participar de várias funções fisiológicas, não sendo necessariamente associada a alguma lesão celular (ROBBINS E CONTRAN, 2010). As causas das lesões variam desde as mais intensas até as mais leves. Dentre elas pode-se citar a ausência de oxigênio conhecida por hipóxia, que pode ser causada pela redução do fluxo sanguíneo; a ação de agentes físicos, químicos e biológicos, como radiação, toxinas e microrganismos respectivamente; e até mesmo por reações imunológicas, defeitos genéticos ou desequilíbrios nutricionais. (ROBBINS E CONTRAN, 2010). Essas lesões também podem causar outros problemas, como é o caso dos distúrbios metabólicos que geralmente são as responsáveis por gerar as chamadas degenerações celulares, sendo essa considerada uma resposta fisiológica às lesões recebidas pela célula, e não a própria lesão causadora do dano. Segundo Rudolf Virchow, considerado o pai da patologia (GUARISCHI, ALFREDO, 2019); a degeneração é um processo patológico que se apresenta por 2 meio da modificação morfológica da célula, com diminuição das suas funções (VIRCHOW, RUDOLPH, 1858). Se originando por meio de alterações metabólicas de carboidratos, proteínas, lipídeos, pigmentos e etc. Essas moléculas acabam se depositando no citoplasma dessas células por alguns fatores, seja por falha no metabolismo das substancias produzidas, por defeito na eliminação das moléculas irregulares que são produzidas, por algum problema nas enzimas lisossômicas ou até mesmo por moléculas que vem de fora da célula e acabam entrando pela falta de mecanismos enzimáticos que controlam essa entrada. Dependendo da substancia que é acumulada no citoplasma celular, a degeneração vai receber um nome correspondente, onde sua nomenclatura é construída por um termo que indica o órgão, tecido afetado ou a substância acumulada, acrescentando o sufixo “ose” no final da palavra. Alguns exemplos são, a esteatose onde o termo “esteato” refere-se à gordura ou sebo, e dessa forma, se for uma “Esteatose Hepática” esta se referindo ao acumulo de triglicerídeos no citoplasma dos hepatócitos; a colesterolose que se refere ao acumulo anormal de colesterol, onde na vesícula biliar, esse acumulo ocorre na mucosa; a aterosclerose que refere-se a “artéria”, correspondendo ao acumulo de placas de gordura, cálcio e outras substâncias; ou ainda a amiloidose que corresponde ao acumulo das proteínas fibrilas de amiloide nos tecidos e órgãos (ROBBINS E CONTRAN, 2010). Esse acumulo de substâncias pode ser observado através da realização de corte histológico, juntamente com os métodos de imunohistoquimica que torna possível a observação das células. Geralmente as lâminas contendo a “fatia” do tecido são coradas com hematoxilina e eosina, conhecidos como HE; porém existem uma gama de corantes que podem ser utilizados a depender da estrutura que se deseja observar. Um exemplo é a lâmina de pele com amiloidose corada com vermelho- congo para que assim seja identificado as proteínas amiloides acumuladas. Além das lâminas histológicas, as degenerações são observadas também através da observação da peça anatômica do órgão, onde já é possível notar uma mudança na coloração, um aumento ou diminuição do volume, ou até mesmo estruturas formadas pelas próprias substâncias acumuladas, como feixes de gordura quando em casos de aterosclerose e as manchas negras de poluentes inalados que causam a antracose pulmonar. Para que essas degenerações sejam diagnosticadas é necessário a análise do caso clinico do paciente quando na presença de sintomas, e a realização de exames de imagem como raio X, ultrassonografia e ressonância magnética, para que o profissional médico consiga observar alguma alteração morfológica do órgão. Exames de sangue e urina também podem indicar alguns marcadores fisiológicos, porém, quando na falta da sintomatologia, o indivíduo dificilmente irá procurar algum atendimento médico, e dessa forma a degeneração pode evoluir até atingir um nível mais avançado com potencial para causar até mesmo a morte do paciente. Essa evolução poderia ser evitada caso o diagnostico fosse precoce e assim o indivíduo iniciasse a intervenção necessária para o bloqueio ou amenização do 3 acumulo de substâncias intracelular, que poderia ser através de uma simples mudança ou estratégia alimentar, como nos casos de amiloidose onde o paciente precisa ingerir doses preconizadas de amido; ou até mesmo a utilização de medicamentos que atuem bloqueando a fonte do acumulo (MINUTOSAUDÁVEL, 2017), seja ativando alguma enzima, bloqueando alguma via metabólica ou sendo o próprio agente digestor das substâncias. 4 OBJETIVO Observar através do site <http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/>, imagens de lâminas histológicas contendo degenerações celulares; e algumas peças anatômicas de órgão com as mesmas patologias pelo site: <http://anatpat.unicamp.br>. Para elaboração deste relatório, como complementação de aula teórica. METODOLOGIA Através da plataforma do departamento de patologia da Indiana University School of Medicine, sob o domínio do Dr. Mark Braun, foi observado várias laminas histológicas de tecidos normais e patológicos para que assim fosse feita uma análise da morfologia celular e tecidual. Essas lâminas serão detalhadas nos resultados e na discursão deste relatório, e apresentadas nos tópicos seguintes. Além dos cortes histológicos, também foi observado peças anatômicas disponibilizadas na plataforma virtual do departamento de anatomia patológica da FCM –UNICAMP. O site: <http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/virtual/path_4_5.html> foi acessado para observação do corte histológico de um fígado com esteatose hepática. O site: <http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/virtual/path_117_5.html> foi acessado para observação do corte histológico de um fígado com acumulo de glicogênio nos hepatócitos. O site: <http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/virtual_nrml/liver_he_p_5.ht ml> foi acessado para observação do corte histológico de um fígado no seu estado de normalidade. O site: <http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/virtual/path_137_5.html> foi acessado para observação do corte histológico de uma vesícula biliar com colesterolose. O site: <http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/virtual_nrml/gallbladder_p_ 5.html> foi acessado para observação do corte histológico de uma vesícula biliar no seu estado de normalidade. O site: <http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/virtual/path_110_5.html> foi acessado para observação do corte histológico de uma artéria com aterosclerose. http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/ http://anatpat.unicamp.br/ http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/virtual/path_4_5.html http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/virtual/path_117_5.html http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/virtual_nrml/liver_he_p_5.html http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/virtual_nrml/liver_he_p_5.html http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/virtual/path_137_5.html http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/virtual_nrml/gallbladder_p_5.html http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/virtual_nrml/gallbladder_p_5.html http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/virtual/path_110_5.html 5 O site: <http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/virtual/path_118_5.html> foi acessado para observação do corte histológico de um linfonodo com melanoma metastático. O site: <http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/virtual/path_169_5.html> foi acessado para observação do corte histológico de uma pele com amiloidose. O site: <http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/virtual_nrml/skin_thin_p_5. html> foi acessado para observação do corte histológico de uma pele no seu estado de normalidade. O site: <http://anatpat.unicamp.br/pecasdeg5.html> foi acessado para observação da peça anatômica de um fígado infantil com esteatose hepática. O site: <http://anatpat.unicamp.br/pecasdeg7.html> foi acessado para observação da peça anatômica de uma aorta com aterosclerose e trombose. O site: <http://anatpat.unicamp.br/pecasdeg8.html> foi acessado para observação da peça anatômica de um baço com a doença de Gaucher. O site: <http://anatpat.unicamp.br/pecasdeg9.html> foi acessado para observação da peça anatômica de um pulmão com antracnose e tuberculose miliar. http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/virtual/path_118_5.html http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/virtual/path_169_5.html http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/virtual_nrml/skin_thin_p_5.html http://medsci.indiana.edu/c602web/602/c602web/virtual_nrml/skin_thin_p_5.html http://anatpat.unicamp.br/pecasdeg5.html http://anatpat.unicamp.br/pecasdeg7.html http://anatpat.unicamp.br/pecasdeg8.html http://anatpat.unicamp.br/pecasdeg9.html 6 RESULTADOS Lâmina 1 – Fígado – Esteatose hepática Lâmina 2 – Fígado – Acumulo de glicogênio Lâmina 2 - Fígado com acumulo de glicogênio, sendo possível observar uma mancha branca no interior do núcleo que corresponde aos vacúolos de glicogênio. Lâmina 1 - Fígado com esteatose hepática, sendo possível observar o acumulo de gordura no interior da célula, o que faz com que o núcleo se desloque para a periferia. Vacúolo no hepatócito contendo gordura, ocupando todo o citoplasma. Núcleo do hepatócito deslocado para a periferia. Núcleo dos hepatócitos contendo vacúolos cheios de glicogênio. 7 Lâmina 3 – Fígado – Tecido normal Lâmina 3 - Fígado em seu estado de normalidade, apresentando células integras e núcleo centralizado. Lâmina 4 – Vesícula Biliar – Colesterolose Lâmina 4 - Vesícula Biliar com colesterolose. Na lâmina é possível observar macrófagos preenchidos por lipídeos. Hepatócitos normais e íntegros. Núcleo do hepatócito centralizado Macrófagos cheios de lipídeos. 8 Vesícula Biliar – Normal Lâmina 5 - Vesícula Biliar na sua normalidade, sem a presença de células espumosas. Lâmina 6 – Artéria – Aterosclerose Lâmina 6 - Artéria com aterosclerose, apresentando o espessamento da sua camada íntima, além da presença de cristais de colesterol. Tecido conjuntivo Epitélio de revestimento Macrófagos na sua normalidade Luz da artéria Cristais de colesterol em formato de espícula 9 Lâmina 7 – Linfonodo – Melanoma Metastático Lâmina 7 - Linfonodo com melanoma metastático, onde se observa células malignas coradas com marrom, invadindo o tecido linfoide. Lâmina 8 – Pele – Amiloidose Lâmina 8 - Pele com amiloidose, sendo possível observar os amiloides corados com marrom avermelhado. Amiloides Células pequenas com núcleo central, corado com roxo Células malignas 10 Lâmina 9 – Pele – Normal Lâmina 9 - Pele normal, sem a presença de amiloidose. Peça Anatômica 1 – Fígado – Esteatose Hepática Peça anatômica 1 - Fígado infantil com esteatose hepática, sendo possível observar a presença de gordura no tecido hepático. 11 Peça Anatômica 2 – Artéria – Aterosclerose Peça anatômica 2 - Artéria com aterosclerose e trombose, sendo possível observar a presença de regiões amareladas semelhantes a gordura que corresponde aos macrófagos esponjosos, além de trombos. Peça Anatômica 3 – Baço – Doença de Gaucher Peça anatômica 3 - Baço com doença de Gaucher, sendo possível observar um grande aumento do volume do órgão. 12 Peça Anatômica 4 – Pulmão – Antracose Peça anatômica 4 - Baço com antracose, sendo possível observar a presença de manchas negras em todo órgão, pela deposição de partículas orgânicas provenientes da poluição atmosférica. 13 DISCUSSÃO Com a observação das lâminas e peças anatômicas citadas anteriormente, foi possível observar os efeitos das degenerações celulares do ponto de vista micro e macroscópico, além de ter feito uma breve análise clínica acerca da sintomatologia dos indivíduos que possuem essas patologias. Na lâmina 1 é possível observar um fígado com esteatose hepática, no momento em que comparamos com a lâmina 3 de um fígado normal, e observamos que na 1 existem círculos brancos correspondentes a vacúolos de triglicerídeo, com o núcleo da célula deslocado para a periferia; enquanto que na 3 o núcleo de encontra centralizado e não existem “bolhas de gordura”. O termo esteatose corresponde ao acumulo anormal de “gordura” no citoplasma celular, nesse caso nas células do fígado, conhecidas como hepatócitos. Esse tipo de degeneração é frequente no fígado, pelo fato do órgão ser o principal responsável pela metabolização dos lipídeos. Porém pode ocorrer em outros órgãos como coração e rins. Entre as causas da esteatose pode-se citar toxinas, diabetes melitus, obesidade e anoxia, além da alta ingestão de álcool quando se trata especificamente da esteatose hepática (ROBBINS E CONTRAN, 2010). Já os sintomas vão variar de acordo com a gravidade da patologia; casos leves não apresentam sintomas específicos, em casos intermediários percebe-se dor no abdômen, cansaço, fraqueza, perda de apetite, aumento do volume do fígado e dor de cabeça constante; já em casos mais avançados observa-seo acumulo anormal de liquido dentro do abdômen, confusão mental, icterícia e etc (HOSPITAL SÃO MATHEUS, 2019). Uma outra degeneração que também foi observada no fígado através da lamina 2, foi o acumulo de glicogênio. Ao comparar a lâmina 2, com a 3 que apresenta um fígado saudável, observa-se a existência de manchas brancas no interior das células da lamina 2, correspondendo aos vacúolos de glicogênio; enquanto na lâmina 3 as células apresentam núcleo centralizado de tamanho normal. O glicogênio é uma reserva de energia armazenada no citoplasma de células saudáveis. Pacientes que possuem problemas metabólicos relacionados a glicose ou glicogênio, desenvolvem esse acumulo excessivo de glicogênio no interior da célula. O diabetes metito é o principal distúrbio metabólico da glicose que causa o acumulo do glicogênio nas células epiteliais dos túbulos renais, assim como nas células hepáticas, entre outras. Uma outra causa é por meio de distúrbios genéticos como as doenças de deposito de glicogênio ou glicogenoses, onde defeitos enzimáticos durante a síntese ou degradação do glicogênio causam o seu acumulo, podendo causar também a morte da célula (ROBBINS E CONTRAN, 2010). Alguns sintomas são hipoglicemia, aumento do volume do fígado, baixa estatura e etc (PORTO ALEGRE – RS, HOSPITAL DE CLINICAS, UFRGS) Além do acumulo de glicogênio e triglicerídeos, a célula também pode acumular colesterol em seu interior, caracterizando degenerações como colesterolose e 14 aterosclerose. É importante ressaltar que o metabolismo do colesterol na maioria das células é regulado para que promova a síntese da membrana plasmática sem que ele e seus ésteres se acumulem no meio intracelular (ROBBINS E CONTRAN, 2010), sendo assim, pode-se colocar os distúrbios metabólicos como uma das causas, assim como a má alimentação e outros hábitos diários. Na lâmina 4 é possível observar uma vesícula biliar com colesterolose. Ao comparamos com a lâmina 5 que corresponde a uma vesícula biliar normal, pode-se perceber que na 4, existe a presença das células espumosas referentes aos macrófagos preenchidos por lipídeos; já na 5 os macrófagos estão no seu tamanho normal. A colesterolose como já citada, é uma degeneração celular que se apresenta pelo acumulo de macrófagos cheios de colesterol na lâmina própria da vesícula biliar, podendo ser considerado como um precedente para à formação de cálculos biliares (ROBBINS E CONTRAN, 2010). Quanto aos sintomas, estes nem sempre aparecem, porém, quando manifestados costumam ser náuseas, vômitos, intolerâncias alimentares, dor local e etc (DR. ALEXANDRE COUTINHO TEIXEIRA DE FREITAS, 2019). Já a aterosclerose pode ser observada na lâmina 6, onde é notado os cristais em forma de espiculas, formados pelos ésteres de colesterol na túnica intima da artéria aorta. Além dos cristais, na aterosclerose as células musculares lisas e os macrófagos também tornam-se repletos de vacúolos de colesterol e seus ésteres, apresentando assim uma aparência espumosa (ROBBINS E CONTRAN, 2010). Semelhante a colesterose, os sintomas são poucos, sendo uma doença perigosa pelo fato dos indivíduos acometidos, só descobrirem a formação da degeneração quando uma artéria se rompe e o paciente precisa de atendimento médico e/ou cirúrgico imediatamente, como nos casos de infarto e derrame. Quando afeta o coração os sintomas frequentes são dor no peito, falta de ar e sudorese (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, 2020). Na lâmina 7 apresenta um linfonodo com melanoma metastático, podendo-se observar mais um tipo de degeneração, que se caracteriza pelo acumulo de pigmentos, sendo visível a presença de células marrons correspondendo às células danificadas pelo acumulo da melanina. Além disso, o melanoma é um tipo de câncer que se desenvolve a partir dos melanócitos; podendo se espalhar por todo corpo e atingir outras estruturas, como é o caso do linfonodo observado. Fatores como pele clara contribuem para seu surgimento assim como a exposição exagerada ao sol. Pessoas acometidas podem apresentar os melanomas na forma de machas que geralmente são assimétricas com bordas irregulares de coloração variável e diâmetro anormal; além de coceira, sangramento, inflamação entre outros sintomas (BRUNA, MARIA. H. V). Um último caso de degeneração observado através das lâminas, foi a amiloidose observada na lâmina 8 de pele, sendo essa uma degeneração relacionada 15 ao acumulo de proteína, nesse caso, o acumulo do amiloide que é uma substância proteinácea patológica depositada no meio extracelular de vários tecidos do corpo em algumas situações clinicas, esse deposito dessas proteínas insolúveis causam dados ao tecido, formando uma fibra incapaz de ser eliminada pelo organismo (ROBBINS E CONTRAN, 2010). Na lâmina 8 é possível identificar a presença de amiloides na derme corados com marrom avermelhados, que ao ser comparada com a lâmina 9 de uma pele normal, nota-se a ausência dessas estruturas. Para as causas pode ser citada a ação da hemodiálise, doenças inflamatórias, tuberculose, hanseníase, discasias plasmocitárias além dos fatores genéticos (MINUTOSAUDÁVEL, 2017). Alguns sintomas gerais são a perda de peso, fadiga, falta de ar, inchaço nas pernas, tontura, urina espumada, formigamento, entre tantos outros (PFIZER, 2020). Além nas lâminas, também foi observado quatro peças anatômicas contendo patologias. Na peça anatômica 1 é possível observar um fígado com esteatose hepática, mesma patologia observada na lâmina 1 e discutida anteriormente, porém, na peça anatômica é possível observar a morfologia do órgão como um todo, sendo possível notar a coloração amarelada do órgão e o conjunto de células contendo triglicerídeos quando em corte transversal. Assim como a esteatose, a aterosclerose foi uma outra degeneração observada nas lâminas e também através na peça anatômica 2, onde se observa uma artéria contendo regiões amareladas com feixes gordurosos referentes ao acumulo de colesteróis. Já nas peças anatômicas 3 e 4, foi observado outras patologias que não foram discutidas até o momento, sendo elas a doença de Gaucher na peça 3 de baço, e a antracose na peça 4 de pulmão. A doença de Gaucher é uma patologia gerada por alterações genéticas relacionadas aos genes que codificam a enzima glicocerebrosidase, se caracterizando como uma doença de armazenamento lisossômico, pelo fato da enzima afetada ser responsável pela quebra da glicose da ceramida, dessa forma ocorre o acumulo de glicocerebrosídeos que por sua vez são formados a partir da quebra dos glicolipídios derivados das membranas celulares de leucócitos e eritrócitos (ROBBINS E CONTRAN, 2010). Ao observar a peça anatômica 3 é notado um grande aumento do órgão pelo acumulo dos glicocerebrosídeos, sendo esse aumento um dos sintomas da patologia, além de anemia, trombocitopenia, deterioração esquelética, cansaço, dores nas pernas e ossos, entres outras (FIOCRUZ, 2019). Por fim, foi observado a antracose pela peça anatômica 4 de pulmão. Sendo essa uma patologia caracterizada pelo acumulo de pigmentos, desenvolvida pelo deposito de poluentes atmosféricos como a poeira de carvão que é inalada pelos pulmões. Embora não manifeste nenhum sintoma especifico, pode ser agravada se o indivíduo for fumante, causando o surgimento de um tosse persistente (SIEMACO- RIO, 2014). O acumulo dos poluentes é visível ao observar a peça anatômica 4 tanto pelo corte transversal quanto por uma visão anterior do órgão, notando a presença de várias manchas/pintas escuras. 16 CONCLUSÃO Com a produção deste relatório foi possível aprofundar o conteúdo visto em sala de aula sobre as degenerações celulares, e com isso construir um conhecimento mais concreto sobre os acúmulos de substâncias intracelulares, que por sua vez são originados por diversos fatores, e que podem, a longo prazo, evoluire desencadear a morte do indivíduo, sendo essa uma patologia importante a ser estudada, para que sejam desenvolvidos métodos de diagnostico menos invasivos e mais rápidos, a um custo benefício acessível a toda população. No mais, o trabalho foi proveitoso, e apesar de cansativo, o conhecimento o tornou satisfatório. 17 REFERÊNCIAS 1. Hall, John E. (John Edward), 1946 – Tratado de Fisiologia Médica [recurso eletrônico] / John E. 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Antracose Pulmonar: Sintomas e tratamento. SIEMACO – Rio, 05/12/2014. Disponível em: <https://asseiomrj.com.br/not-cat/outras-noticias/item/302- antacarose-pulmonar-sintomas-e->. https://asseiomrj.com.br/not-cat/outras-noticias/item/302-antacarose-pulmonar-sintomas-e- https://asseiomrj.com.br/not-cat/outras-noticias/item/302-antacarose-pulmonar-sintomas-e-