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Fontes das Obrigações

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Fontes das Obrigações
O que gera a obrigação do devedor pode ser, por, exemplo, a lei, um contrato, um acidente de transito e etc. Essas são Fontes das obrigações porque deram origem ás obrigações que vinculam o Devedor ao Credor.
Existem duas fontes:
a) Imediata: Fonte imediata ou primaria é a lei. É chamada assim porque lei é considerada a fonte comum de todas as demais obrigações. As demais fontes, chamadas de Fontes mediatas (como o contrato ou ato ilícito), também derivam da lei. 
Exemplo: É a obrigação da pensão alimentícia. O Art.1.694 e ss do CC prevê a obrigação de prestar alimentos entre pais e filhos.
b) Mediata: Ato jurídico em sentido estrito, Negócio jurídico e Ato ilícito. São fontes meditas das obrigações porque derivam da fonte imediata das Obrigações que é a lei.
Exemplo: Pagar uma nota promissória.
Ato jurídico em sentido estrito: é o ato humano que gera as consequências jurídicas previstas na lei; as consequências jurídicas não dependem da vontade da parte; não tem intenção negocial.
Exemplo: O Art. 1.233 do CC determina que quem achar coisa alheia deve devolve-la. 
Nesse caso o Ato jurídico em sentido estrito (achar algo alheio) foi a fonte mediata da obrigação porque foi o ato de achar algo alheio que fez nascer a obrigação.
Negócio jurídico: São atos que tem a intenção negocial, atos fundados na autonomia da vontade e que regulam interesses entre as partes. É dividido em:
a) Contratos: (contra e venda; doação; deposito; comodato e etc e;
b) Atos Unilaterais da vontade (promessa de recompensa; gestão de negócios etc.) 
Contrato: Um aluguel de uma casa, ele tem a obrigação de pagar. Isso é um contrato.
Ato Unilateral da vontade: Recompensa se achar o cachorro (promessa de recompensa) foi o ato que fez nascer a obrigação, que obriga o pagamento da recompensa.
Atos ilícitos: Atos ilícitos (Art. 186 do CC) são os atos que violam o direito da pessoa ou causam danos à pessoa. 
Exemplo: Felipe dirigiu na contramão e colidiu com o caro de Tiago. Felipe cometeu um ato ilícito e tem a obrigação de pagar os prejuízos sofridos por Tiago.
Nesse caso o ato ilícito de Felipe (foi colidir com o veículo) de Tiago gerou a obrigação de indenizar. 
Obrigações de dar
O CC traz 6 modalidades de Obrigações que são:
1. Obrigações de dar;
2. Obrigações de fazer;
3. Obrigações de não fazer; 
4. Obrigações alternativas;
5. Obrigações divisíveis e indivisíveis
6. Obrigações solidarias.
Art. 233 ao Art. 246 do CC. 
As obrigações de dar são obrigações positivas porque exigem uma atividade do devedor. O devedor tem de agir para realizar a obrigação.
Exemplo: Se o devedor assumiu a obrigação de entregar um carro (obrigações de dar), para cumprir a obrigação ele deve agir para entregar o carro. Se o devedor assumiu a obrigação de pagar um valor (obrigação de dar dinheiro), ele deve agir para pagar esse valor.
Obrigações de dar → Obrigações positivas → Ação do devedor
As obrigações de dar compreendem: 
a) Obrigações de dar coisa certa
b) Obrigações de dar coisa incerta 
O Art. 104 do CC determina que a validade do negócio jurídico requer um objeto determinado ou determinável. 
· Objeto determinado: Objeto Certo (coisa certa) → Quantidade, gênero e qualidade.
· Objeto determinável: Objeto Incerto (coisa incerta) → Quantidade e gênero.
Exemplo de Obrigação de dar coisa certa: 
Felipe se obrigou a entregar a Mira 1.000 camisas de algodão branca, manga longa, ref. 777 da marca Adidas. Felipe assumiu a obrigação de entregar (dar) coisa certa, e a coisa é certa porque está definida pela: quantidade (1.000); pela espécie (camisas) e pela qualidade (de algodão, branca, manga longa, ref.777, marca Adidas.
A coisa incerta está definida apenas ela quantidade e pelo gênero (ou espécie), mas não está determinada a qualidade (ou a qualidade é insuficiente).
Exemplo de Obrigação de dar coisa incerta: 
Felipe se obrigou a entregar 1.000 canetas. Neste caso, a Coisa é incerta pois está definida apenas pela quantidade (1.000) e pela espécie (canetas), mas não está definida pela qualidade: Azul? Esferográfica? Marca? Ponta fina ou grossa?
No exemplo das canetas, podemos dizer 1.000 canetas correspondem a uma Coisa Incerta pois não se sabe a qualidade das canetas.
Seria Coisa Certa caso estivesse definida, por exemplo, da seguinte forma: 1.000 canetas BIC, ponta fina, transparente, azul, ref.333.
As Obrigações de Dar compreendem algumas espécies de prestações, que podem ser: 
a) Obrigação de dar: Entregar
b) Obrigação de dar: Restituir
c) Obrigação de dar: Pagar
Na Obrigação de Entregar, o devedor tem a obrigação de entregar uma coisa e, assim, transferir o domínio (propriedade) dessa coisa para o Credor.
Exemplo: Tiago vendeu o seu veículo para Micaela. Então ele tem a obrigação de entregar o veículo a ela. O veículo que pertencia a Tiago passara a pertencer a Micaela (houve transferência de domínio, propriedade).
Na Obrigação de Restituir, o Devedor tem a obrigação de devolver uma coisa que já pertencia ao Credor (não há transferência de domínio) 
Exemplo: Nélio emprestou seu celular para Maísa poder tirar algumas fotos (eu tenho a obrigação de restituir), o celular para ele. Não houve transferência de domínio porque o celular já pertencia a Nélio, sendo assim o celular foi devolvido para ele.
Na Obrigação de Pagar o devedor tem a obrigação de uma prestação pecuniária, que é de pagar um valor para o Credor (que também pode compreender juros, multa, perdas e danos etc). 
Exemplo: Tiago deixou o carro estacionado por 30 dias no estacionamento do aeroporto. Tiago tem a Obrigação de Pagar o valor do estacionamento. 
Obrigação de dar Coisa certa
O Art.233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstancias do caso. 
Coisa certa → Quantidade, gênero e qualidade.
O art. 233 do CC quer dizer que se o devedor tem a Obrigação de Dar Coisa certa para o credor, essa obrigação compreende também a obrigação de Dar acessórios dessa Coisa Certa, ou seja o Devedor tem a Obrigação de entregar a coisa certa e todos os acessórios dessa Coisa certa. 
Exemplo: A concessionária vendeu para o meu pai um Gol branco ano 16/17. O vendedor assumiu a obrigação de entregar a Coisa certa. Juntamente com o carro o vendedor terá de entregar os acessórios desse carro, por exemplo: terá de entregar o carro e o som instalados 
Princípio da gravitação jurídica: Acessórios → Bem principal.
A obrigação de Dar os acessórios juntamente com o Bem Principal diz respeito apenas aos acessórios propriamente ditos (aqueles que são partes integrantes do bem principal), e não ás pertenças. 
O Art. 94 do CC determina que os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstancias do caso. 
Pertenças: é um bem que foi feito para utilizar no bem principal mas não é parte integrante do bem principal, por este motivo a Pertença não acompanha o bem principal se não estiver determinado na lei ou no contrato.
Exemplo: João vendeu seu carro para Maria. Juntamente com o carro João terá de entregar a câmera de ré que está instalada no carro (porque a cadeirinha não é parte integrante do bem principal = é uma PERTENÇA).
Art. 233 – A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstancias do caso.
Os acessórios acompanham o bem principal (a coisa certa), exceto se as partes (ou as circunstâncias) dispuserem ao contrário. 
Exemplo: João vendeu seu carro para Maria e no contrato ficou especificado que Joao iria retirar a câmera de ré que estava instalada no veículo. Como consta no contrato (titulo), João não tem a obrigação de entregar o carro (coisa certa) com a câmera de ré. 
Perecimento Da Coisa Certa
Art. 234 do CC. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambasas partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
Art. 233 dar a coisa certa
O Art. Diz que existe a obrigação de entregar uma Coisa Certa e essa Coisa Certa se perdeu (pereceu).
Quais vão ser as consequências jurídicas dessa perda? 
Exemplo: Tiago vendeu seu carro para Micaela, mas o carro sofreu perda total, e agora o que vai acontecer? Tiago vai ser obrigado a entregar o carro? Tiago vai ter de pagar o valor do carro para Micaela? 
As consequências jurídicas vão depender se a perda do bem ocorreu: 
a) Sem culpa do Devedor; ou
b) Por culpa do Devedor
Perda sem culpa o devedor não tem responsabilidade; extingue-se a obrigação para ambas as partes
Perda do bem por culpa o devedor tem responsabilidade; e deve ressarcir e indenizar o credor.
Importante!! Nos dois casos a perda do bem ocorreu antes da tradição (antes da entrega do bem) ou antes de implementada a condição suspensiva (enquanto pendente a condição suspensiva)
Exemplo de perda sem culpa: Tiago vendeu seu carro para Micaela, mas o dia de entrega é no sábado. Na sexta feira o carro estava estacionado na garagem quando foi atingido pela enchente, vindo a sofrer perda total. Portanto nesse caso extingue-se a obrigação para ambas as partes.
Quando a perda do bem (da coisa) ocorrer por culpa do devedor antes da tradição (entrega do bem) ou enquanto pendente a condição suspensiva. O devedor ficara obrigado dar o valor do bem+ perdas e danos.
Exemplo por culpa: Tiago doou seu carro para Micaela, ele ficou de entregar o carro no sábado. Na sexta feira estava dirigindo embriagado e arremessou o veículo em um rio, vindo a causar perda total do veículo. Portanto ele será obrigado a pagar o valor equivalente do veículo, mais perdas e danos.
Deterioração Da Coisa Certa
Perecimento: perda total do bem
Deterioração: perda parcial do bem
No perecimento a coisa não existe mais ou não em mais condições de uso. 
Exemplo: um carro que sofreu colisão e sofreu perda total; um celular que pegou fogo e não tem mais condições de uso; um computador que foi furtado, etc.
Na deterioração a coisa foi apenas danificada houve uma perda parcial da coisa.
Exemplo: tela do celular quebrada tem conserto, o computador queimou a fonte mas pode ser consertado, etc.
A coisa deteriora- se antes de ser entregue ao Credor (ou enquanto está pendente a condição suspensiva), sem culpa do Devedor.
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
O Credor poderá: não aceitar a coisa deteriorada e considerar extinta a obrigação; ou aceitara Coisa deteriorada abatido (ou receber o valor que perdeu com a depreciação do bem. 
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos.
O credor poderá não aceitar a coisa deteriorada e pretender receber o equivalente + perdas e danos; ou aceitar a coisa deteriorada+ valor da depreciação+ perdas e danos. 
Cômodos Da Coisa Certa
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. 
Cômodos significa as vantagens; os melhoramentos; as benfeitorias, os acréscimos; que se somaram ao bem principal. 
Melhoramento: é tudo aquilo que aumenta a qualidade do bem, muda o bem para melhor.
Acréscimo: é tudo aquilo que se acrescenta ao bem, aumenta o bem em si. 
Art. 237 do CC: se antes da tradição (entrega) do bem, o bem sofrer um melhoramento ou acréscimo, o Devedor poderá exigir aumento no preço; e se o credor não anuir (aceitar) pagar o aumento, o Devedor poderá resolver (por fim à) a obrigação. 
Se antes da tradição, o bem sofrer melhoramentos ou acréscimos: o Devedor poderá exigir aumento no preço do bem; Se o Credor não aceitar o aumento no preço, o Devedor poderá resolver a obrigação. 
Exemplo: Felipe assinou um contrato de promessa de compra e venda comprometendo–se a transferir sua fazenda para Tiago no prazo de 1 ano, quando Tiago pagará pelo imóvel a quantia de 500 mil reais. Nesse meio tempo, formou se uma ilha no rio que passa em frente à fazenda de Felipe. Felipe entendeu que houve um acréscimo o em seu imóvel, tendo em vista que a ilha passou a pertencer a fazenda.
Art. 237. 
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.
Frutos percebidos: são aqueles que já foram colhidos separados do bem principal.
Frutos pendentes: são aqueles que ainda estão ligados ao bem principal 
Até a entrega (tradição) do bem, os frutos percebidos pertencem ao Devedor. 
Após a entrega (tradição) do bem, os frutos pendentes pertencem ao Credor.
Perda da Coisa a Ser Restituída
Obrigação de Dar: Obrigação de Entregar, Obrigação de Restituir, Obrigação de Pagar.
No Art. 238 e 239 trata da Obrigação de Restituir. Na obrigação de Restituir o Devedor tem a obrigação de devolver uma coisa que pertence ao Credor. 
A obrigação do Devedor pela perda da coisa restituível vai depender se a coisa se perdeu:
a) Sem culpa do devedor; ou 
b) Por culpa do devedor.
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e está, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
Art. 238 trata se perda (perecimento) da coisa a ser restituída ao Credor, quando não há culpa do Devedor.
A perda da coisa a ser restituída ao credor, sem culpa do Devedor; Credor sofrera a perda; Resolve se a obrigação.
Exemplo: João alugou seu carro por 10 dias para seu vizinho Rafael. Ao termino do prazo de 10 dias, Rafael terá a obrigação de revolver (restituir) o carro para João. No quinto dia do aluguel do carro, o veículo de João foi furtado (furto é crime menos grave, pois não há violência) dentro da garagem de Rafael. Considerando que o carro de João se perdeu sem culpa de Rafael, ele não será obrigado a devolver o carro ou indenizar João, sendo que a obrigação de restituir o carro será extinta.
Apesar de a Obrigação de Restituir a coisa ter sido extinta, devemos observar o que diz o final do Art. 238 “(...) a obrigação se resolvera, ressalvados os seus direitos até o dia da perda”. 
Portanto Rafael não terá a obrigação de restituir o carro para João, mas João terá seus direitos assegurados até o dia da perda do carro, ou seja João terá o direito de receber o aluguel pelos 5 dias que Rafael utilizou o carro, até o veículo ser furtado.
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.
O Art. 239 do CC trata da Obrigação de Restituir uma coisa ao Credor, mas a coisa não pode ser devolvida porque ela se perdeu por culpa do Devedor.
Quais serão os direitos do Credor? Perda da coisa a ser restituída ao Credor, por culpa do devedor; Credor terá direito a receber o valor equivalente ao bem; E perdas e danos. 
Exemplo: João alugou seu carro 10 dias para Rafael. No quinto dia Rafael perdeu a direção do veículo e colidiu contra um poste, vindo a causar a perda total do veículo de João. Nesse caso Rafael foi culpado pela perda do veículo de João. Tendo em vista a culpa de Rafael, ele será obrigado a pagar o valor equivalente do veículo a João, mais perdas e danos sofridos. 
Deterioração da Coisa a Ser Restituída
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.
O Art. 240 trata da Obrigação de Restituir, quando o Devedor tem a obrigação de Restituir uma coisa ao Credor, ou seja devolver uma coisa que pertence ao Credor. 
No Art. 238 e 239 do CC o que acontece quando há a perda total da coisa a ser restituída.
No Art. 240 do CC que determina o que acontece quando há a perda parcial (deterioração) da coisa a ser restituídaao Credor. 
O art. 240 do CC prevê duas situações: 
a) Se a coisa deteriorou-se sem culpa do Devedor ou
b) Se a coisa deteriorou-se por culpa do Devedor 
Sem culpa do Devedor: a deterioração da coisa a ser restituída ao credor sem culpa do Devedor; O credor deverá receber a coisa deteriorada no estado em que se encontra; O credor não terá direito à indenização (perdas de danos). 
Por culpa do Devedor: a deterioração da coisa a ser restituída ao credor, por culpa do Devedor; O credor poderá escolher entre:
a) Receber o equivalente em dinheiro+ perdas e danos; ou
b) Receber a coisa deteriorada no Estado em que se encontra+ perdas e danos. 
Exemplo= Deterioração SEM CULPA DO DEVEDOR
João foi viajar por 1 mês e deixou seu carro estacionado no pátio da casa de Rafael, que cobrou R$300,00 reais para cuidar do veículo. Quando João voltar de viagem, Rafael tem a obrigação de devolver o veículo a João. Ocorre que durante esse período, houve uma grande tempestade e uma arvore caiu em cima do carro danificando a lataria. 
Considerando que Rafael não teve culpa pelo evento que danificou o carro de João, Rafael não terá responsabilidade. Assim, João deverá receber o carro danificado no Estado em que se encontra sem receber indenização. 
Exemplo=Deterioração POR CULPA DO DEVEDOR 
João deixou seu carro estacionado no pátio da casa de Rafael por 1 mês, ao valor de R$300,00. Durante esse período, Rafael foi dar a ré e amassou o carro de João. Nesse caso, Rafael teve culpa pela deterioração do carro de João e, portanto, será responsável pelos danos que causou. 
Como o carro de João foi deteriorado por culpa de Rafael, João poderá: 
a) Exigir que Rafael lhe pague o valor equivalente do bem+ perdas e danos; ou
b) Aceitar o carro danificado e exigir que Rafael lhe pague as perdas e danos. 
Cômodos da Coisa a Ser Restituída 
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. 
Posso ler dessa forma o Art. 241:
Art. 241. Se, “na obrigação de restituir coisa certa”, sobrevir melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrara o credor, desabrigado de indenização. 
Cômodos são melhoramentos ou acréscimos que se somaram ao bem principal. 
Melhoramento: é tudo aquilo que aumenta a qualidade do bem, muda o bem para melhor.
Acréscimo: é tudo aquilo que se acrescenta ao bem, aumenta o bem em si. 
Art. 241. Se, no caso do Art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização
O Art. 241 do CC trata dos melhoramentos e acréscimos (cômodos) que ocorrem na coisa a ser devolvida ao Credor, enquanto a coisa está com o Devedor, mas esses melhoramentos ou acréscimos não tiveram a participação do Devedor. 
O Credor terá direito a receber o bem com o melhoramento ou acréscimo? Considerando que o Devedor não contribuiu para o melhoramento ou acréscimo do bem, não trabalhou ou pagou para que ocorresse o melhoramento, ele não terá direito a indenização. 
E, tendo em vista que o Credor é o proprietário do bem, ele terá o direito a receber o bem com o melhoramento ou acréscimo, sem indenizar o Devedor. 
Exemplo acréscimo da Coisa sem a participação do Devedor: 
João emprestou (comodato) sua fazenda para seu primo Rafael para cultivo de milho pelo prazo de 2 anos. Durante esse período o Rio que margeava a fazenda de João secou, aumentando em 10% a área da fazenda. A fazenda sofreu um acréscimo de 10% em sua área, mas Rafael não contribui para o acréscimo pois tratou se de uma acessão natural (acréscimo feito pela natureza). 
Considerando que Rafael não teve participação para o acréscimo do bem, no momento de devolver a fazenda para João, Rafael não terá direito a indenização. E João que é proprietário da terra, terá o direto a receber a fazenda com acréscimo de 10%.
Art.242 do Código Civil 
O Art. 241 do CC prevê que quando a coisa a ser restituída ao Credor sofrer melhoramentos ou acréscimos sem a participação do devedor= o Credor terá direito a receber a coisa, com os seus melhoramentos ou acréscimos, sem pagar indenização ao Devedor. 
No Art. 242 do CC o que acontece quando o Devedor contribui com seu trabalho, ou mediante despesas, para os melhoramentos ou acréscimos que ocorreram no bem a ser restituído ao Credor. 
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Art. 242 diz se o Devedor contribui para os melhoramentos ou acréscimos na coisa a ser restituída ao Credor→ Os Direitos do Devedor obedecerão as mesmas regras impostas no CC quanto às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou má- fé. 
Benfeitorias: as disposições sobre as benfeitorias do possuidor de Boa-fé e Má-fé estão disciplinadas do Art. 1.219 ao 1.222 do CC, sendo assim empregarmos estes mesmos artigos parra disciplinar os melhoramentos ou acréscimos da coisa a ser restituída ao credor, quando houver a participação do Devedor de boa-fé ou Devedor de má-fé.
Devedor de boa-fé, no caso das Benfeitorias realizadas pelo Devedor de boa-fé (melhoramentos ou acréscimos), tenho que saber quais são os tipos de benfeitorias. 
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
Benfeitorias necessárias realizadas pelo Devedor de boa-fé→ Devedor tem direito à indenização→ Devedor tem direito a retenção.
Benfeitorias uteis realizadas por Devedor de boa-fé→ Devedor tem direito à indenização→ Devedor tem direito a retenção. 
Benfeitorias voluptuárias realizadas por Devedor de boa-fé→ Podem ser levantadas sem detrimento do bem principal; Não podem ser levantadas sem detrimento do bem principal.
Podem ser levantadas sem detrimento do bem principal, o Credor poderá optar: 
1- Ficar com as benfeitorias e indenizar o Devedor
2- Permitir que o Devedor levante as Benfeitorias.
Não podem ser levantadas sem detrimento do bem principal:
1- O Devedor não terá direito a levantar as benfeitorias
2- O Devedor não terá direito à indenização. 
Benfeitoria necessária: Arrumar o banheiro
Benfeitoria uteis: Ampliar o banheiro
Benfeitoria voluptuárias: Colocar um parquinho no jardim (ele pode ser retirado sem detrimento do bem). 
Devedor de má-fé 
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
Benfeitorias necessárias realizadas pelo Devedor de má-fé→ Devedor tem direito à indenização→ Devedor não tem direito a retenção
Benfeitorias uteis realizadas por Devedor de má-fé → Devedor não tem direito à indenização.
Benfeitorias voluptuárias realizadas por Devedor de má-fé→ Devedor não tem direito à indenização→ Devedor não tem direito de levantar as benfeitorias. 
Benfeitorias necessárias, devedor de má-fé. Exemplo: João comprou a casa de Rafael para pagamento em 60 parcelas mensais. Após a 10° parcela João interrompeu o pagamento. Com 3 meses de atraso, Rafael notificou João para desocupar o imóvel. Apesar de notificado, João não desocupou o imóvel e passou a ocupar o imóvel de má-fé. Mesmo ocupando o imóvel de má-fé, João foi obrigado a trocar a caixa da água que havia rachado. Considerando que João realizou uma benfeitoria necessária (destinada a conservar) no imóvel= João terá direito a ser indenizado pelo valor que gastou com a benfeitoria, mas não terá o direito a reter o imóvel enquanto ao for indenizado. 
Benfeitorias uteis, devedor de má-fé. Exemplo: Se João tivesse uma benfeitoria útil, como por exemplo ampliar o banheiro da suíte= João teriadireito a qualquer indenização, porque a sua posse era de má-fé. 
Benfeitorias voluptuárias, devedor de má-fé. O mesmo aconteceria se João resolvesse realizar uma benfeitoria voluptuária no imóvel, como por exemplo colocar uma piscina de fibra no jardim. Nesse caso, como a benfeitoria é voluptuária, e João era Devedor de má-fé, João não terá direito a ser indenizado e nem a levantar a benfeitoria. 
Frutos coisa a ser restituída - Art. 242, parágrafo único, do CC 
O Devedor possui uma coisa (bem) que deverá ser devolvida ao Credor. O Devedor trabalhou ou pagou para produzir esses frutos.
Para quem vão ficar esses frutos, s frutos vão ficar para o Devedor ou para o Credor? 
Art. 242. Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Devedor: Art.242, parágrafo único, do CC
Devedor de boa-fé: Art.1.214 do CC
Devedor de má-fé: Art.1.216 do CC 
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação.
Então no caso do devedor de boa-fé vai depender: 
1- Se os frutos já foram percebidos (colhidos)
2- Se os frutos ainda estão pendentes (ligados ao bem principal) 
3- Se os frutos foram percebidos com antecipação (colhidos antecipadamente) 
Os frutos de que trata o parágrafo único, do Art. 242 do CC, podem ser: 
a) Frutos naturais: laranja, crias, ovos etc.
b) Frutos civis: rendas, juros etc.
c) Frutos industriais: produtos da produção humana, indústria. 
Exemplo: Art.2.214 do CC
Exemplo de frutos da coisa a ser restituída ao credor, pelo devedor de Boa-fé.
Rafael vendeu uma fazenda de plantação de laranjas para João, para pagamento em 60 parcelas. João pagou 10 parcelas e após a 10° parcela interrompeu o pagamento. No período em que João pagou as 10 parcelas, João estava de Boa-fé= todos os frutos colhidos nesse período pertencerão a João, porque ele era devedor de Boa-fé. A partir do 10° mês, quando João foi notificado para desocupar o imóvel, cessou (terminou) a boa-fé de João. A partir do momento em que se cessou a boa-fé de João, todos os frutos que estavam pendentes no bem principal pertencerão a Rafael.
No entanto antes de João restituir os frutos, deverão ser deduzidas as despesas que João teve com a produção e custeio (manutenção) dos frutos. 
Pode acontecer outra situação, pouco antes de cessar a boa-fé, João colheu antecipadamente os frutos. Nesse caso, todos os frutos que foram colhidos antes da hora certa (com antecipação) deverão pertencer a Rafael. Todas as laranjas verdes que foram colhidas antes do tempo certo, por João, deverão ser devolvidas a Rafael. Nesse caso João terá direito, apenas, de cobrar de Rafael o valor que gastou com a produção e o custeio das laranjas. 
Devedor de má-fé Art. 1.216 do CC
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que e constituiu de má-fé; tem direito ás despesas da produção e custeio. 
A quem pertencem os frutos produzidos e mantidos pelo Devedor de má-fé? 
Exemplo: João comprou a fazenda de Rafael em parcelas. A partir da 10° parcela João interrompeu o pagamento. Rafael notificou João para desocupar o imóvel, sendo que após a notificação para desocupar o imóvel, sendo que após a notificação João passou a ocupar o imóvel de má-fé. Durante o período da má-fé, João colheu vários carregamentos de laranjas. Considerando que João era Devedor de má-fé, todos os frutos produzidos no período da má-fé, pertencem a Rafael. João somente terá direito a receber o valor que gastou com a produção e a manutenção das laranjas. 
Art. 1.216 do CC: o possuidor de má-fé responde pelos frutos que, por culpa sua, deixou de perceber. 
Então se nesse período da má-fé João deixou as laranjas apodreceram no pé, sem fazer a colheita, João devera indenizar Rafael, pois João será responsável por esses frutos que deixou apodrecer por culpa sua.
Da Obrigação de Entregar Coisa Incerta
Coisa certa é aquela definida por: quantidade, gênero e qualidade. 
A Obrigação de Dar Coisa Incerta, também chamada de Obrigação Genérica, que esta disciplinada no Art. 243 e seguintes do CC.
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. 
Art. 104 do CC= a validade do negocio jurídico requer um Objeto determinado ou Determinável
Objeto determinado: Coisa Certa (quantidade, gênero e qualidade).
Objeto determinável: Coisa incerta (quantidade e gênero). 
O Art. 104 do CC determina que o negócio jurídico pode ter um objeto determinado (coisa certa) ou determinável (coisa incerta), sendo assim se o objeto for determinável não acarretara a invalidade do negócio. 
O Art. 243 do CC define o que é coisa incerta, dizendo que a coisa incerta devera estar indicada ao menos pela quantidade e pelo gênero, pois se não estiver indicada ao menos pela quantidade e pelo gênero, a Coisa será indeterminada e invalidara o negocio jurídico. 
Coisa: certa; incerta e indeterminada.
Exemplo de Coisa Certa: 
O carro ASX, Mitsubishi, 2.0, 2017 placas MMD0011, Renavan 111222333. 
Essa é uma Coisa Certa (objeto determinado) pois está definida: 
a) Quantidade= 1
b) Gênero= carro
c) Qualidade= ASX, Mitsubishi, 2.0, 2017 placas MMD0011, Renavan 111222333. 
Exemplo de Coisa Incerta: 
Coisa Incerta: 1.000 camisetas.
Como podemos verificar, nesse caso, a coisa é incerta, pois está descrita apenas pela quantidade (1.000) e pelo gênero (camisetas), mas não está especificada a qualidade. Sendo assim, não temos como saber que as camisetas são brancas, de manga curta, de algodão etc. 
Exemplo de Coisa Indeterminada
Fornecimento de carregamento de areia.
Essa é uma coisa indeterminada, pois somente está definida, pelo gênero (areia), mas não temos como saber a quantidade já que não sabemos a quantidade de areia que vai em um “carregamento”.
O Art. 243 do CC determina que a coisa deverá estar descrita ao menos pela quantidade e pelo gênero. 
Validade do negócio jurídico:
Coisa Certa→ quantidade, gênero e qualidade →Negócio jurídico válido
Coisa Incerta→ quantidade e gênero→ Negócio jurídico válido 
Coisa Indeterminada → a coisa não está determinada, ao menos, pela quantidade e pelo gênero→ negócio jurídico inválido.
Escolha da Coisa Incerta- Art. 244 e 245 do CC 
Art. 243 do CC
O Art. 243 do CC prevê a Obrigação de Dar Coisa Incerta, que é a obrigação de dar uma coisa definida apenas pela quantidade e pelo gênero. 
Mas se a Coisa é incerta, quem definirá o que deverá ser entregue ao Credor?
A quem caberá a escolha do que deverá ser entregue ao Credor? 
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
O Art. 244, no caso de Obrigação de Dar Coisa Incerta, determina que quem escolherá o que deverá ser entregue no Credor é o Devedor, exceto se no negócio jurídico estiver previsto que a escolha caberá ao Credor ou a um terceiro. 
A escolha da coisa a ser entregue ao Credor é chamada de “Concentração” = que é o ato da coisa a ser entregue ao Credor= da individualização do que será entregue ao Credor.
Se não houver previsão ao contrário, quem deverá escolher a coisa, que será entregue ao Credor, é o Devedor. Mas o Devedor deverá dar a coisa melhor ou a coisa pior? 
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
Critério da qualidade média 
Como o Devedor não é obrigado a dar a coisa melhor e nem poderá dar a coisa pior, ele deverá dar uma coisa de qualidade média= Critério da Qualidade Média. 
Exemplo: João comprou 200 kg de feijãodo produtor da Fazenda Esmeralda. 200 kg de feijão é uma coisa incerta, pois não se sabe qual a qualidade do feijão. Digamos que existam 3 qualidades do feijão: tipo A, tipo B e tipo C.
Qual tipo de feijão deverá ser entregue a João, já que o contrato não prevê nada nesse sentido?
Nesse caso quem escolhera o tipo de feijão a ser entregue é o devedor (produtor), mas ele não será obrigado a entregar o melhor tipo do feijão (tipo A) e nem poderá entregar o pior tipo (tipo C), ele deverá entregar o de qualidade media, que é o tipo B. 
Depois que o devedor realizar a escolha da coisa que será entregue ao Credor, o que vai acontecer? 
(Cientificarão da escolha) após o Devedor escolher a coisa que será entregue ao Credor (concentração), o Devedor deverá dar ciência ao Credor de sua escolha (por notificação, e-mail, carta etc.) 
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente. 
Após o Devedor cientificar o Credor de sua escolha, a obrigação, que antes era uma Obrigação de Dar coisa incerta passara a ser uma Obrigação de Dar Coisa Certa. 
Quando o Art. 245 determina que “Cientificado da escolha o credor vigorara o disposto na seção antecedente”, quer dizer que após a ciência do Credor, a obrigação passará a ser regida pelo disposto na Seção da Obrigação de Dar Coisa Certa, que vai do Art. 233 ao Art. 242 do CC. 
Exemplo: após o produtor da Fazenda Esmeralda cientificar João de entregar 200 kg de feijão tipo B, a obrigação que antes era de dar coisa incerta passara a ser uma obrigação de Dar Coisa Certa 
(200 kg de feijão tipo B). 
Perecimento da Coisa Incerta- Art. 246 do CC 
No caso de Obrigação de Dar Coisa Incerta, o Devedor poderá alegar perda ou deterioração da coisa para se eximir de sua obrigação? 
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
Por que o Devedor não poderá alegar perda ou deterioração da coisa, na obrigação de dar coisa incerta? R: porque antes da escolha (concentração) não se sabe o que vai ser entregue ao credor, já que a coisa é incerta, sendo assim não se pode alegar a perda ou a deterioração de uma coisa genérica. 
O gênero não perece
Existe uma expressão jurídica que diz “O gênero não perece” (Genus nunquam perit), por esse motivo o Devedor não pode alegar a perda ou a deterioração da coisa incerta para se eximir de sua obrigação. 
Exemplo: a cooperativa “C” comprou e pagou para o fazendeiro Herbert L, a quantia de 4.000 kg de gado bovino vivo ou abatido que seria entregue posteriormente. 
Como podemos verificar a coisa a ser entregue é incerta, porque está indicada apenas pela quantidade (4.000 kg) e pelo gênero (gado bovino), mas não está indicada pela quantidade, não se sabe qual tipo de gado bovino que será entregue.
Exemplo: ocorre que ocorre se eximir de entregar os 4.000 kg de gado, Herbert l, alegou o perecimento da Coisa. O TJ/SC decidiu que como a coisa é incerta, e o gênero não perece, Herbert não poderia alegar o perecimento do gado para se eximir de entregar os 4.000 kg de gado, sendo assim ele deve ser obrigado a entregar o gado. 
Art. 246 do CC “antes da escolha”, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa (...) 
O art. 246 do CC é aplicado “antes da escolha da coisa incerta”, pois após a escolha da coisa a ser entregue ao Credor, a obrigação passará a ser uma Obrigação de Dar Coisa Certa e nesse caso o Devedor poderá alegar perecimento ou deterioração da coisa. 
Exemplo: Herbert L., obrigou se a entregar um boi para a Cooperativa “C”. Um boi= coisa incerta definida apenas pela quantidade e gênero.
Um tempo depois Herbert escolheu qual boi seria entregue, e notificou a Cooperativa “C” de que seria entregue o boi chamado “Valente”, que venceu o último concurso na cidade. O que antes era uma obrigação de dar coisa incerta (um boi) agora é uma obrigação de dar coisa certa (o boi Valente). Agora nesse exemplo se o boi Valente (que é coisa certa) vier a perecer por alguma doença antes de ser entregue, Herbert poderá alegar o perecimento da coisa para se eximir da obrigação de dar, nos termos do Art. 234 do CC. 
Obrigação de Fazer e Obrigação de Não Fazer: 
A Obrigação de Fazer e a Obrigação de Não Fazer estão disciplinadas do Art. 247 ao Art. 251 do CC. 
Obrigação de Fazer (obrigação positiva) compreende a obrigação de realizar um serviço humano= compreende atos a serem realizados pelo Devedor. 
Exemplos: obrigação do pedreiro de construir um muro; advogado de defender o seu cliente, etc. 
A Obrigação de Fazer é uma Obrigação Positiva= uma pessoa tem a obrigação de realizar um serviço em favor de outra pessoa= o Devedor tem a obrigação de fazer um serviço em favor do Credor. 
Diferença entre obrigação de fazer e obrigação de dar: 
A principal diferença é que na Obrigação de Fazer, o Devedor primeiramente deverá fazer o serviço para depois entregar a coisa. 
Exemplo: se o fotografo tem a obrigação de fotografar o casamento, ele primeiramente terá de fazer o serviço de tirar as fotografias para depois entrega-las. Então, na obrigação de fazer o Devedor primeiramente terá que fazer um serviço para depois entregar o que fez. 
Outra diferença entre as duas obrigações é que na de Dar o que importa é o objeto que será entregue, já a de Fazer (personalíssima) tem importância quem irá realizar a obrigação. 
Exemplo: se eu contratei um quadro de um pintor famoso, o quadro não poderá ser pintado por outro pintos, pois as qualidade pessoais do devedor (pintor) são extremamente relevantes para a realização do serviço. 
Espécies de obrigações de fazer
Obrigação de Fazer: Personalíssima (infungível) → impessoal (Fungível) → Emitir declaração de vontade 
Obrigação de Fazer Personalíssima (infungível) é aquela obrigação que somente o devedor pode fazer, ninguém pode fazer por ele= o Devedor tem de cumprir pessoalmente a obrigação. 
Exemplo: um musico famoso foi contratado para fazer um show, somente esse musico pode fazer o show, ele não poderá mandar outra pessoa em seu lugar porque a obrigação é personalíssima 
Obrigação de Fazer impessoal (Fungível) é aquela obrigação que pode ser realizada por uma terceira pessoa porque as qualidades pessoais do devedor não são relevantes. 
Exemplo: A contratação de uma empresa para desentupir canos, caso a empresa não realize o serviço, o Credor poderá mandar outra empresa realizar o serviço e posteriormente cobrar do devedor. 
Obrigação de fazer em Emitir declaração de vontade é aquela em que o Devedor, por meio de um contrato prévio, se obriga a fazer uma declaração de vontade.
Exemplo: 
a) O vendedor se obriga a transferir o imóvel por escritura pública; 
b) Obrigação da loja em dar baixa no SPC após o pagamento de dívida etc. 
A Obrigação de Não Fazer também é chamada de Obrigação negativa= o Devedor tem a obrigação de se abster de algo, exigi se uma postura negativa do Devedor. 
Exemplos de Obrigação de Não Fazer: 
· Obrigação do comprador em não desmatar um terreno;
· Obrigação do locatário de não expor mercadorias no exterior da loja;
· Obrigação do empregado de não revelar os segredos da empresa; 
· Obrigação do médico de não fornecer o prontuário do paciente para terceiros, etc. 
A Obrigação de Não fazer também pode compreender a obrigação do Devedor de permitir ou tolerar algo: 
Exemplo: 
· O dono do imóvel deve permitir a passagem da fiação elétrica publica pelo seu terreno;
· O locatário deve permitir ao Locador vistoriar o
imóvel locado conforme previsto no contrato, etc. 
Obrigação de não fazer: Abstenção (não fazer); Tolerar (permitir). 
Obrigação de Fazer Personalíssima
Obrigação de Fazer Personalíssima (infungível) = é a obrigação que somente pode ser realizada pessoalmente pelo Devedor= a obrigação não pode ser realizada por outra pessoa. 
A Obrigação de Fazer pode ser personalíssima em duas situações: 
a) Quando estiver expresso no negócio jurídico que o Devedor deverá realizar pessoalmente a obrigação; 
b) Quando as qualidades pessoais do Devedor forem essencialmente relevantes paraa realização do serviço 
(Ex: artistas, cantores, escritores, etc.) 
O que acontecerá se o Devedor se recusar a cumprir a Obrigação de Fazer Personalíssima? Se o devedor se recusar a cumprir a Obrigação Personalíssima, como não se pode constranger fisicamente alguém a fazer algo, a solução será o credor exigir judicialmente uma indenização por perdas e danos pelo descumprimento da obrigação. 
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.
Então se o Devedor se recusar a cumprir a obrigação que ele se obrigou a fazer pessoalmente, o devedor será obrigado a suportar perdas e danos sofrido pelo Credor. 
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.
· Imposta (expressa no contrato) 
· Só exequível (executável) pelo devedor: (as qualidades do Devedor são essenciais para realização do serviço). 
Obrigação personalíssima IMPOSTA no negócio jurídico 
João contratou o advogado Rafael para defende-lo perante o Tribunal do Júri. Consta expressamente no contrato que Rafael deverá realizar pessoalmente a defesa de João. 
Nesse caso, a obrigação imposta no contrato é PERSONALÌSSIMA porque somente o advogado Rafael poderá realizar a obrigação. Caso Rafael, no dia do julgamento, se recuse a realizar pessoalmente a defesa de João poderá requerer uma indenização por perdas e danos de Rafael. 
Obrigação personalíssima EM VIRTUDE DAS QUALIDADES 
A editora Delta contratou João, um chef de cozinha famoso, para escrever um livro sobre culinária. 
A Obrigação de Fazer é personalíssima pois as qualidades de João como chef são essenciais para a realização do serviço. 
Caso ele se recuse a escreve a Editora Delta pode requerer judicialmente que João seja condenado a pagar uma indenização por perdas e danos. 
Obrigação de Fazer impossível 
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
Obrigação impossível de fazer:
Sem culpa do Devedor: (resolve- se a Obrigação) 
Por culpa do Devedor: (o Devedor responderá por perdas e danos) 
Exemplo: João pianista, obrigou se a fazer um recital no dia de Natal João sofreu um acidente de transito, ficou internado no hospital, e foi impossível para ele fazer o recital. 
A Obrigação de fazer tornou se impossível sem culpa de João, tendo em vista que acidente de transito é um caso fortuito. Como a Obrigação tornou se impossível, extingue se a obrigação de João. Caso João recebido já tenha recebido pelo recital, deverá devolver o valor que recebeu. 
Exemplo Obrigação impossível = por culpa do devedor
João pianista obrigou- se a fazer um recital no dia de Natal. No dia de Natal João embriagou se e perdeu o horário do Recital. A obrigação de Fazer se tornou impossível por culpa de João que se embriagou. 
Considerando que a culpa foi de João, ele será responsável pelos prejuízos que causou ao contratante devendo indeniza-lo por perdas e danos. 
Obrigação de Fazer Impessoal Art. 249 CC 
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
O Art. 249 do CC trata da Obrigação de Fazer impessoal (fungível).
O que é Obrigação de Fazer Impessoal?
 R: é a obrigação que pode ser realizada por terceira pessoa, porque as qualidade pessoais do Devedor não são essencialmente relevantes para a realização do serviço. 
E se Devedor de uma Obrigação de Fazer Impessoal se recuse, ou atrase, a cumprir a Obrigação? 
R: O Art. 249 determina que se o Devedor de uma obrigação impessoal se recusar a realizar a obrigação, o Credor poderá requerer ao Juiz que um terceiro cumpra a obrigação à custa do Devedor. 
Exemplo: João comprou um apartamento na planta e a construtora se obrigou a instalar uma churrasqueira na varanda. Após o imóvel ficar pronto, a construtora se recusou a cumprir a obrigação, ou seja a construtora se recusou a construir a churrasqueira no apartamento de João. 
A obrigação assumida pela construtora é impessoal (fungível), pois a churrasqueira pode ser construída por um terceiro, por uma outra empresa. Assim, João poderá ajuizar uma ação (Art. 249 do CC) para requerer ao juiz que a construção da churrasqueira seja feita por um terceiro à custa do Devedor (construtora), e exigir perdas e danos (se for o caso). 
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
O parágrafo único, do Art.249, trata da urgência na realização da obrigação. No caso de uma Obrigação Impessoal, se o fato for urgente e o Devedor se recusara realizar a obrigação= o Credor poderá executar, ou mandar executar, o serviço independentemente de autorização do juiz e depois cobrar o valor do Devedor. 
Exemplo - urgência: João contratou com a funerária Pax um plano assistencial que compreendia a realização de serviços funerários para a família. 
A mãe de João constava como sua dependente no plano funerário. Quando a mãe de João faleceu, a Funerária Pax recuse a realizar o funeral. Como o caso era urgente, pois João não poderia aguardar para sepultar a sua mãe, João contratou outra empresa para realizar5 o funeral e, depois, cobrou judicialmente da funerária Pax as despesas que teve com o funeral. 
Obrigação de Não Fazer Impossível. Art. 250 CC
E se o devedor se obrigou a não fazer (praticar) algo, mas essa obrigação tornou se impossível, qual será a consequência para o Devedor. 
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
O Art. 250 do CC diz que se a Obrigação de Não Fazer (obrigação de abster-se) tornou se impossível, por caso fortuito ou força maior (sem culpa do devedor), a Obrigação de Não Fazer será extinta, não vai mais existir. 
Exemplo: o estaleiro Delta comprou um terreno a margem do Rio e obrigou se a não desmanchar o trapiche dos pescadores pelo prazo de 5 anos. Um ano após a compra do terreno uma forte mare derrubou o trapiche, que foi levado pela correnteza. 
Como podemos ver a Obrigação assumida pelo Estaleiro Delta é uma obrigação de Não Fazer= de não desmanchar o trapiche dos pescadores. A Obrigação de Não Fazer tornou se impossível por um evento de força maior, que foi a forte maré que derrubou o trapiche. 
Obrigações Alternativas - Conceito 
As obrigações Alternativas estão dispostas do Art. 252 ao Art. 256 do CC 
Obrigação (quanto ao modo de execução) 
Simples ou composta.
Obrigação Simples: tem apenas uma prestação. 
Exemplo: construir uma casa; entregar dez celulares; desmatar um terreno. 
Extingue se a Obrigação quando o Devedor cumpre essa única prestação. 
Obrigação Composta (complexa) = tem duas ou mais prestações. 
Exemplo: construir uma casa e reformar um deposito; entregar um celular ou um computador; desmatar um terreno e fazer um jardim em outro terreno etc. 
Se a Obrigação Simples extingue se quando o Devedor cumpre a única prestação, quando extinguir se a Obrigação Composta, que tem mais de uma prestação? 
Obrigação Cumulativa: todas as obrigações devem ser cumpridas para que o Devedor se desonere da Obrigação, para que se extinga a Obrigação. 
Exemplo de obrigação cumulativa 
Joao assumiu a obrigação de entregar um carro e entregar um trator para Rafael. Como a Obrigação é cumulativa João deverá entregar tanto o carro quanto o trator. 
Entregar um carro E entregar um trator. Se o Devedor não cumprir uma das Obrigações ele ficara inadimplente. 
Obrigação Alternativa: existem duas ou mais Obrigações, mas o Devedor desonerar se a da Obrigação cumprindo apenas uma das prestações. 
A Obrigação extingue se quando o Devedor cumpre apenas uma das prestações. 
Exemplo de obrigação Alternativa
Joao assumiu a Obrigação de entregar um carro OU entregar um trator para Rafael. 
Se João entregaro carro, ou entregar o trator para Rafael, a obrigação estará extinta. 
Obrigação Alternativa é a Obrigação que possui duas ou mais prestações, sendo que a Obrigação será extinta quando o Devedor cumprir apenas uma das prestações. 
Existe também uma Obrigação Composta chamada de Obrigação Facultativa, mas como não consta no CC, não há necessidade de estudar. 
Obrigações Alternativas Art. 252 CC 
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
Isso quer dizer se no contrato não constar que a escolha da prestação cabe ao Credor (ou a um terceiro), a escolha caberá ao Devedor. 
Exemplo: Joao (devedor) obrigou se a entregar um carro ou um trator para Felipe (Credor). Quem irá escolher se sera entregue o carro ou o trator sera João, pois não consta no contrato que a escolha sera de Felipe. Se João entregar o carro a obrigação será extinta, ou se Joao resolver entregar o trator a obrigação também será extinta, pois a escolha do que será entregue cabe a João (devedor). 
§ 1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
Joao (Devedor) obrigou se a entregar 100 kg de feijão ou 100 kg de lentilha para Felipe. A obrigação somente será extinta se João entregar ou os 100 kg de feijão ou 100 kg de lentilha. João não poderá obrigar Felipe a receber 50 kg de feijão mais 50 kg de lentilha.
João é obrigado a cumprir uma das obrigações por inteiro para se eximir da obrigação. 
§ 2º Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.
Quando a Obrigação Alternativa compreender prestações periódicas (cumpridas de tempo em tempo), a escolha poderá ser exercida em cada período= o Devedor (se no contrato não constar que é o credor) irá escolher qual prestação irá cumprir em casa período. 
Exemplo: Tiago obrigou a entregar semanalmente a merenda escolar de uma creche. No contrato constava que Tiago poderia entregar frutas ou sanduiches. 
Como a entrega é semanal, toda semana Tiago poderá escolher se irá entregar frutas ou sanduiches. A lei confere a Tiago o direto de escolher semanalmente o que será entregue, pois a obrigação de Tiago é periódica. 
§ 3º No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
A escolha da prestação, na Obrigação Alternativa, poderá caber a várias pessoas, se assim constar no negócio jurídico. 
Se a escolha da prestação couber a várias pessoas (optantes), e não houver acordo unânime entre elas, caberá ao juiz fixar um prazo para os optantes decidirem qual prestação será cumprida. Se esgotar o prazo fixado pelo juiz e os optantes não chegarem a um acordo, caberá ao juiz a escolha. 
Exemplo: três agricultores compraram uma fazenda de Rafael. Constava no contrato que os 3 agricultores deveriam pagar para Rafael a quantia de R$ 300,00 em espécie ou o equivalente em madeira. 
Se os 3 agricultores não chegarem a um acordo unânime, sera o juiz quem decidira o que deverá ser entregue a Rafael para que a obrigação seja cumprida = 300 mil em espécie ou em madeira 
§ 4º Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
O Art. 252, § 4°, permite que a escolha seja feita por um Terceiro (por uma terceira pessoa), se assim constar no contrato. 
As partes decidiram que a escolha da prestação será feita por um terceiro → o terceiro não quer ou não pode, fazer a escolha→ as partes não chegaram a um acordo unânime sobre qual prestação deverá ser cumprida → a escolha caberá ao juiz. 
Exemplo: João obrigou se a entregar para Rafael 500 kg de feijão ou 500 kg de lentilha. Constava no contrato que a escolha do que seria entregue caberia a Pedro (terceiro) 
Sendo assim, podem acontecer duas situações: 
1°. Pedro (terceiro) escolhe qual prestação cumprir, por exemplo: resolve que serão entregues os 500 kg de feijão. Nesse caso a escolha é obrigatória e deverá ser respeitada.
2°. Pedro (terceiro) sofreu um acidente e está em coma, assim: Pedro não pode fazer a escolha. Se João e Rafael não chegarem a um acordo do que será entregue, a escolha caberá ao juiz. 
Obrigação Alternativas – Art. 253 e Art. 256 CC
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.
Se uma das prestações, da Obrigação Alternativa, torna se impossível (física ou juridicamente impossível) ou inexequível, a Obrigação persiste em relação as demais prestações. 
Exemplo: Tiago obrigou se a entregar um iphone ou um notebook para Felipe. Ocorre que o iphone foi furtado, sendo que a prestação quanto o iphone tornou se fisicamente impossível. Sendo assim, a Obrigação de Tiago persiste quanto o notebook e ele terá que entregar o notebook para extinguir a Obrigação. 
Obrigação Alternativa: 
O que acontece se todas as prestações tornarem se impossíveis (ou inexequíveis) sem culpa do Devedor (por caso fortuito ou força maior)? 
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação.
O Art. 256 do CC é diferente do que determina o Art. 253, porque no caso do Art. 253 do CC somente uma das prestações tornou se impossível; já no caso do Art. 256 todos as prestações tornaram se impossíveis (sem culpa do devedor). Nesse caso, não se tem como cumprir nenhuma das prestações pois todas elas se tornaram impossíveis. 
Exemplo: Tiago obrigou se a entregar um iphone ou um notebook para Felipe. Ocorre que ambos foram furtados, sendo que ambas as prestações tornaram se fisicamente impossíveis. 
Sendo assim, a Obrigação de 
João de entregar o iphone ou o notebook será extinta, e se Tiago já recebeu o valor devera apenas devolve- lo a Felipe. 
Obrigações alternativas- Art. 254, 255 e 256 CC. 
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
Se o Devedor foi culpado por todas as prestações terem se tornado impossíveis/inexequíveis, o Devedor deverá pagar o valor da última prestação que se impossibilitou (e perdas danos) porque foi nessa última prestação que se concentrou a obrigação. 
Exemplo: João obrigou se a entregar para Rafael qualquer um dos seus três bois que venceram os dois últimos rodeios. João em virtude de seu divórcio, para não dividir a sua fortuna com sua esposa, sacrificou todos os seus bois. 
Com isso todas as obrigações de tornaram impossíveis de serem cumpridas por culpa de João que deliberadamente sacrificou todos os bois. E assim João deverá pagar para Rafael o valor equivalente ao último boi que foi sacrificado (Art. 254. O devedor deverá pagar o valor da prestação que por último se impossibilitou). João devera, também, pagar as perdas e danos sofridos por Rafael (se houver). 
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.
Se todas as obrigações se tornarem se impossíveis por culpa do devedor→ A escolha da prestação cabia ao Credor→ O Credor poderá exigir o valor de qualquer prestações + perdas e danos. 
Exemplo: como João sacrificou deliberadamente todos os seus bois, e a escolha do Boi cabia a Rafael (credor)= Rafael poderá exigir o valor de qualquer u dos três bois. 
Obrigações Divisíveis e Indivisíveis 
Uma obrigação é indivisível quando não se pode dividir a sua prestação. Do contrário, será divisível quando a sua prestação puder ser dividida.
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza,por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
Assim, como exemplo, animais fazem parte de obrigações indivisíveis e o dinheiro, de obrigações divisíveis.
Quando há mais de um credor ou mais de um devedor, nas obrigações divisíveis, presume-se que a repartição entre todos será igual, a menos que as partes tenham acordado diferentemente. Quanto às obrigações indivisíveis, no caso de múltiplos credores ou devedores, todos os sujeitos passivos estão obrigados à prestação, assim como todos os credores têm o direito a reclamá-la.
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
Portanto, na obrigação indivisível com dois ou mais devedores, cada um deles se obriga à dívida inteira e aquele que cumprir a obrigação assumirá o papel de credor em face dos outros devedores.
Existindo na obrigação indivisível mais de um credor, cada um deles pode exigir a prestação por inteiro, porém, para que os devedores considerarem-se desobrigados, ou o pagamento deve ser realizado conjuntamente a todos os credores, como no exemplo em que os devedores depositam o bem em um deposito conjunto a todos os credores ou quando um credor que entregar caução de ratificação pelos outros.
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão.
No caso em que apenas um credor receba a prestação por inteiro, os outros credores poderão exigir a parte deles.
A indivisibilidade de uma obrigação desfaz-se quando transformada em perdas e danos, posto que está sempre seja em dinheiro, portanto torna-se divisível tornando esta obrigação uma obrigação divisível (portanto, utilizará os artigos do código civil que tratarem de obrigação desta natureza).
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
§ 1º Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.
§ 2º Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.
Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
Exemplo: dois devedores devem juntos, por contrato, dez mil reais ao credor. O credor pode cobrar cinco mil reais de cada um dos devedores.
Entretanto, ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
Obrigações Solidárias
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
A solidariedade não se presume, resulta da lei ou da vontade das partes.
A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
Obrigação solidária pura ou simples: São as obrigações sem condição, termo ou encargo.
Obrigação solidária condicional: É aquela cujos efeitos estão subordinados a um evento futuro e incerto.
Obrigação solidária a termo: É aquela cujos efeitos estão subordinados a evento futuro e certo.
Solidariedade Ativa
Na solidariedade ativa existe um concurso de dois ou mais credores em uma mesma obrigação, cada um com direito a exigir a dívida por inteiro, assim como promover as medidas para assegurar o crédito.
 O principal efeito da solidariedade ativa é que qualquer pode exigir do devedor o cumprimento da obrigação por inteiro, como se fosse um só credor.
 A obrigação solidária ativa pode ser de origem legal, como nos casos de locação de imóvel urbano ou convencional, ou seja, instituído pelas partes através do contato.
 O artigo 268 estabelece que o pagamento pode ser realizado a qualquer credor, enquanto não tiver sido proposta comanda judicial de cobrança. Realizado o pagamento a qualquer dos credores, a obrigação se extinguirá.
 
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
 A quitação dada por um credor é suficiente para liberar o devedor da obrigação. A partir dela caberá aos credores repartir entre si os valores pagos.
  Se um dos credores solidários falecer, seus herdeiros só poderão exigir e receber sua cota proporcional ao que receberiam como herança.
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
No caso de indivisibilidade, o artigo 271 estabelece que, mesmo aquela obrigação convertida em perdas e danos, não perderá qualidade de solidariedade.
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
Solidariedade Passiva
A solidariedade passiva é a relação obrigacional oriunda da lei (ex: artigos 154 e 585 cc) ou vontade das partes, com multiplicidade de devedores, em que cada um responde em totalidade pelo cumprimento da prestação como se fosse o único devedor
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos.
Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante.
O artigo 275 confere ao credor total liberdade para exigir, assim como receber, de qualquer devedor o valor da prestação. É importante destacar que o devedor demandado não pode se recusar ao pagamento, na sua forma parcial ou na sua integralidade. O artigo ainda esclarece que o pagamento parcial não rompera a solidariedade da relação obrigacional em relação aos outros devedores. O parágrafo único também destaca que a propositura de ação contra apenas um dos devedores não rompe a solidariedade.
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
O artigo 276 deve ser lido sob duas óticas. A primeira parte é a visão do credor, e este em relação aos herdeiros, somente poderá exigir a cota de cada um na questão sucessória. A segunda parte deve ser observada sob a ótica dos outros devedores, estes encaram os herdeiros como se fossem um devedor apenas.
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado apagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
De acordo com o artigo 277 caso ocorra pagamento parcial ou remissão da dívida em relação a um dos devedores, aqueles que não pagaram ou não tiveram a remissão não poderão se aproveitar destes atos, somente excluíram o valor pago ou perdoado do valor total.
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
Qualquer contrato que for celebrado entre um dos credores e ou um dos devedores só se aplicara ao demais se os mesmo consentirem.             
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
De acordo com o artigo 279, somente o culpado pela impossibilidade da prestação responderá pelas perdas e danos, porém, quanto ao equivalente, ou seja, o valor da prestação original, todos os devedores solidários deverão responder.
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
 De acordo com o artigo 280, ocorrendo juros por força da mora, todos os devedores (em relação ao credor) são devedores destes juros, porém quando observada a relação somente entre os devedores, podemos afirmar que o culpado pela mora se tornará devedor perante os outros devedores.
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
Da leitura do artigo 281 temos as exceções pessoais que são aquelas que envolvem o credor em relação a um devedor especifico e neste sentido entende parte da doutrina que as anulabilidades seriam entendidas com exceções pessoais, portanto só podendo ser utilizada por aquele individuo especifico. As exceções comuns, como prescrição ou possíveis nulidades no negócio jurídico, por afetarem a integralidade do negócio jurídico pode ser matéria de defesa de qualquer devedor.
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
Pode o credor renunciar ou exonerar da solidariedade um, alguns ou todos os devedores. Esta renuncia somente afetará aqueles que foram contemplados, portanto, teríamos devedores de cota parte e devedores solidários. Só poderá o credor acionar os codevedores solidários não exonerados abatendo a parte daquele que se beneficiou da renúncia, isso também está no enunciado 349 da 4° jornada de Direito Civil.
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
O codevedor que paga a integralidade da dívida o fez para além da sua parte, portanto, tem direito de regresso em relação aos outros coobrigados, deve se atentar que não subsiste solidariedade, logo, este que pagou só poderá exigir a cota parte de cada um. No caso de insolvente, ou seja, aquele indivíduo que possui mais dividas do que bens, se presumirá a igualdade entre os devedores.
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.
Existindo rateio e a figura do insolvente, mesmo aquele que foi exonerado participará na divisão do valor devido pelo insolvente.
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
 O artigo 285 trata, principalmente, do caso do fiador de imóvel, nos casos de locação onde a previsão de solidariedade passiva no contrato. A quem interessa a dívida é aquele que alugou, portanto, seria 
De interesse exclusivo deste último o pagamento do aluguel. O fiador, quitando a dívida, no momento da ação regressiva, não cobrará a sua quota parte e sim a integralidade do pagamento efetuado.
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.

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