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DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE LIPÍDEOS

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DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE LIPÍDEOS 
- Absorção dos principais nutrientes:
- Estômago e intestino: principais locais da digestão enzimática
- Monossacarídeos e aminoácidos são absorvidos e direcionados para a circulação 
porta
- Monoacilglicerol, ácidos graxos e colesterol são absorvidos e direcionados para o 
sistema e circulação linfática. Esses lipídeos absorvidos da dieta posteriormente al-
cançam a corrente sanguínea.
- Lipídeos presentes na dieta
- Triacilgliceróis
- Glicerol 
- Ácidos graxos (essenciais) - precisam ser obtidos a partir da dieta, pois não há capa-
cidade de síntese endógena desses componentes
- Colesterol
- Colesterol livre e colesterol esterificado
- Fosfolipídeos e outros lipídeos polares
- Vitaminas lipossolúveis 
DIGESTÃO DE LIPÍDEOS 
- Fases da digestão e absorção
- Preparatória: acontece na luz intestinal
- Ação de lipases e hidrolases
- Lipídeos da dieta são digeridos (hidrólise) antes de serem absorvidos
- Transporte: pelo interior do enterócito
- Conforme os lipídeos vão sendo hidrolisados, precisam ser transportados para serem 
posteriormente absorvidos.
- Absorção: para linfa e pequena parte para o sangue
- Observa-se o início da digestão das gorduras da dieta 
pelo contato com a lipases gástricas, além da motili-
dade do estômago favorecer na emulsificação das 
gorduras. Ou seja, parte desses lipídeos provenientes 
da dieta é degradada durante o trânsito pelo estôma-
go (motilidade e secreção gástrica).
- Na região do duodeno haverá contribuição tanto da 
secreção biliar quanto da pancreática, que darão 
prosseguimento à digestão dos lipídeos. Processo de 
emulsificação fica muito mais eficaz nesse momento, 
pelo auxilio dos sais biliares.
- Ao longo do intestino será observada a absorção desses lipídeos. Uma pequena parte é excre-
tada juntamente com as fezes
- Lipídeos não são solúveis em água
- É um obstáculo para a digestão, pois as enzimas digestivas estão presentes em meio 
aquoso.
- Para enfrentar esse desafio, a fim de que a digestão de lipídeos ocorra de maneira satisfa-
tória, é necessário: 
- Dispersão dos lipídeos da dieta em fase aquosa em emulsão;
- Sem a emulsão, as gorduras tenderiam a coalescer e permanecer separada da 
fase aquosa. A emulsão permite a dispersão desses lipídeos em meio aquoso, 
onde estão presentes as enzimas digestivas
- Hidrólise enzimática;
- Formação de micelas, aumentando a solubilidade dos lipídeos em água;
- Facilita a ação enzimática
- Captação dos AGs pelo epitélio intestinal;
- Formação dos quilomícrons;
- Lipoproteínas formadas nos enterócitos e posteriormente exocitadas para a cir-
culação linfática antes de atingir a circulação sistêmica .
- Passagem dos quilomícrons para a circulação sistêmica (via linfa).
- Cavidade oral 
- Em alguns mamíferos a digestão de lipídeos pode se iniciar na cavidade oral pela presen-
ça da lipase lingual
- Lipase lingual:
- Início da digestão de triglicerídeos 
- Promove a hidrólise de triacilgliceróis, removendo um dos ácidos graxos da extremi-
dade. Forma um ácido graxo livre (AGL) e 1,2-diacilglicerol 
- pH ótimo para sua atividade: aproximadamente 3,0
- Ação emulsificante - pouca contribuição em humanos
- As vezes pode continuar ativa no estômago, apresentando ação mais prolongada.
- Estômago 
- Lipase gástrica
- Secretada pelas células principais
- Age em pH ácido
- É resistente à ação da pepsina
- Muito importante em recém-nascidos em razão da sua propriedade de hidrolisar tria-
cilglicerídeos de cadeia média (8-10 C), presentes principalmente no leite materno. 
Leva a formação de diacilglicerol e ácido graxo livre.
- O conteúdo de ácido graxo livre acaba também atuando como emulsificante, 
auxiliando na formação das micelas. Essas micelas podem acabar se desfazen-
do quando a movimentação do estômago reduz - não são tão estáveis: preci-
sam dos sais biliares para contribuir para a estabilização
- Motilidade e pH ácido promovem a emulsificação dos lipí-
deos
- Os lipídeos não formam micelas corretamente na ausência de sais bilia-
res
- Os ácidos biliares presentes na bile são indispensáveis para a di-
gestão e absorção de lipídeos e vitaminas lipossolúveis no intestino
- Promovem maior estabilidade e organização das micelas no meio 
aquoso
- Observação: as partículas tendem a reduzir de tamanho conforme o con-
tato com as secreções e emulsificação, aumentando a superfície de con-
tato das enzimas digestivas.
- Duodeno 
- Micelas de sais biliares podem solubilizar outros lipídeos, como 
fosfolipídeos e ácidos graxos, colesterol e as vitaminas lipossolú-
veis A, D, E e K.
- A presença do quimo e nutrientes estimula a secreção de CCK
- Secreção pancreática 
- Conteúdo alcalino (estimulação via secretina, estimulando os 
dutos pancreáticos a secretarem conteúdo alcalino) - impor-
tante para a neutralização do quimo e para possibilitar a ele-
vação do pH, permitindo a ação das enzimas digestivas
- Enzimas digestivas (estimulação via CCK, estimulando os 
ácinos a secretarem o conteúdo enzimático)
- Lançada concomitantemente a chegada do quimo 
- Secreção biliar
- Conteúdo alcalino (estimulação via secretina, estimulando os 
dutos pancreáticos a secretarem conteúdo alcalino)
- Volume menor do que a secreção pancreática, mas não 
deixa de contribuir para a neutralização do quimo
- Sais biliares (estimulação via CCK, estimulando a contração 
da vesícula biliar para secreção dos sais biliares)
- Como esfíncter de Oddi está relaxado nesse momento, ob-
serva-se a ejeção desse conteúdo para a luz do duodeno.
SECREÇÃO PANCREÁTICA 
- Principal secreção para promoção da digestão de lipídeos da dieta
- A presença dos sais biliares mantém os produtos da hidrólise (2-acilglicerol e ácido graxo) em 
solução. Posterior migração e difusão na superfície absortiva intestinal.
- Enzimas pancreáticas para digestão de gorduras
- Lipase pancreática: age na micela sendo ca-
paz de fazer a hidrólise da gordura em ácinos 
graxos e monoglicerídeos, favorecendo a 
formação de micelas de menor tamanho
- Ativa em pH alcalino
- Depende da colipase, pois o triacilglice-
rol apresenta característica mais apolar, 
estando disperso no interior da micela, o 
que oferece um obstáculo a ação da lipa-
se pancreática. A colipase permite esse encontro, pois interage com componentes 
presentes na micela, possibilitando o ancoramento da lipase pancreática mais próxi-
ma ao triglicerídeo, que será hidrolisado.
- Colipase: co-fator da lipase pancreática
- Secretado como pró-colipase. Precisa ser ativada pela ação da tripsina (que atua so-
bre outros zimogênios presentes na secreção pancreática, envolvidos com digestão 
de proteínas ou lipídeos)
- Permite que a lipase pancreática se ancore perto dos triglicerídeos na micela.
- Lipase pancreática e colipase dispersas na superfície das micelas mistas: quanto maior 
superfície de contato, maior a área de ação dessas enzimas.
- Colesterol-esterase: causa a hidrólise dos ésteres de 
colesterol
- Cerca de 10-15% do colesterol da dieta se en-
contra esterificado
- Fosfolipase A2: cliva/hidrolisa os fosfolipídeos
- A lipase gástrica não é capaz de hidrolisar fosfo-
lipídeos (fosfatidilcolina), enquanto a fosfolipase é 
capaz
- Secretado pelo pâncreas como profosfolipase, 
precisando ser ativada pela tripsina.
- Observação: a atividade dessas enzimas deve ser 
muito bem regulada, para evitar a digestão de outros 
lipídeos presentes na membrana ou nas paredes dos 
dutos, o que poderia levar a autodigestão do pâncre-
as, por exemplo. 
- Se as fosfolipases já estivessem ativas quando 
fossem secretadas iriam atuar sobre fosfolipídeos 
de membrana, o que não é desejável. 
- Por isso, enzimas digestivas secretadas a partir 
do pâncreas exócrino, principalmente as com 
atividade proteolítica ou relacionadas com a di-
gestão de lipídeos, precisam ser ativadas somen-
te na luz intestinal, para atuar sobre o conteúdo 
da dieta e não sobre as paredes doducto pancreático ou células dos ácinos, por 
exemplo. Assim, evita-se a autodigestão de estruturas.
- Portanto, assim como na digestão de proteínas, para a digestão de lipídeos é exigida 
a ativação da colipase e fosfolipase na luz intestinal pela ação da tripsina. Sem esse 
processo de ativação, a digestão será comprometida.
ABSORÇÃO DE LIPÍDEOS 
- Enterócitos apresentam capacidade de absorção de lipídeos
- Entrada dos lipídeos no enteróctio pode ocorrer via:
- Difusão não iônica
- Alguns ácidos graxos podem ser protonados fican-
do com carga neutra, podendo difundir pela mem-
brana
- Incorporação à membrana
- Incorporados e posteriormente internalizados para 
digestão
- Transporte mediado por carreador
- Proteínas na membrana do enterócito são capazes de reconhecer esses lipídeos e 
promover a translocação para o interior da célula.
- Principais produtos da degradação dos lipídeos, que serão absorvidos:
- Ácidos graxos livres e monoacilglicerol
- Colesterol
- Dispersos nas micelas mistas, formadas pela interação com sais biliares
- Absorção de ácidos graxos: 
- Ácidos graxos livres (AGL) e monoacilgli-
cerois (MAG) são rapidamente absorvidos. 
Dentro dos enterócitos vão ser reesterifi-
cados para formar TAG - a digestão dos 
lipídeos da dieta são reesterificados nos 
enterócitos.
- Ou seja, é hidrolisado na luz intestinal 
e dentro do enterócito é reesterifica-
do, regenerando TAG, fosfolipídeos e 
ésteres de colesterol, por exemplo. 
Posteriormente são liberados a partir 
dos enterócitos e disponibilizados 
para os demais tecidos.
- Como os enterócitos não possuem 
transportadores para TAG e ésteres 
de colesterol, por exemplo, é preciso 
hidrolisar essas substâncias, mesmo 
que parcialmente, permitindo sua en-
trada no enterócito. Em seguida, es-
sas substâncias sofrerão a reesterifi-
cação.
- AGL + MAG = TAG
- Lisofosfolipídeo + AGL = fosfoli-
pídio
- Colesterol livre + AGL = éster de 
colesterol
- Essas substâncias hidrofóbicas vão ser direcionadas para o retículo 
endoplasmático, onde vão ser associadas à proteínas, originando lipoproteínas 
(quilomícrons) que possibilitam a solubilidade desses lipídeos em meio aquoso.
- Superfície voltada para a face aquosa: proteínas
- Interior: substâncias hidrofóbicas
- Quilomícrons são partículas de baixa densidade, mas de grande diâmetro.
- Observação: pelo tamanho e características dos quilomíicrons, não serão 
diretamente transferidos para corrente sanguínea. Serão exocitados pelos 
enterócitos e lançados na circulação linfática e, posteriormente, na circula-
ção sistêmica.
- A rápida remoção dos AGL e alfa e beta MAG para ressíntese de TAG mantém um gradi-
ente favorável à difusão para o interior dos enterócitos 
- A reesterificação dos produtos da digestão dos lipídeos reduz a quantidade de áci-
dos graxos livres e colesterol livre no interior do enterócito, por exemplo, o que favo-
rece a manutenção desse gradiente. Como no interior da célula a concentração fica 
menor, as substâncias tendem a continuar entrando no enterócito.
- Eventualmente, observamos na luz intestinal a hidrólise completa do TAG proveniente da 
dieta, de modo que o conteúdo de glicerol produzido é capaz de se difundir pelos enteró-
citos e alcançar a circulação sanguínea. Ou seja, esse glicerol pode atingir diretamente a 
corrente sanguínea e ficar disponível para os tecidos.
- Esse conteúdo de glicerol não é tão elevado, pois a hidrólise completa não é neces-
sária para absorção pelo enterócito, de forma que ácidos graxos livre e monoacilgli-
cerol podem também ser absorvidos, por exemplo. A absorção não depende da che-
gada nessa última etapa, embora aconteça algumas vezes.
- Os produtos da digestão de TAG na luz intestinal são 
captados pelos enterócitos e podem difundir para a 
circulação porta ou serem reesterificados em triglice-
rídeos.
- Parte dos lipídeos no citoplasma deixa o enteró-
cito e são lançados na veia porta ‣ substâncias 
de menor tamanho molecular, que apresentam 
capacidade de difusão pela membrana: AGs de 
cadeia curta, AGs de cadeia média e glicerol
- A reesterificação pode ocorrer no:
- Retículo endoplasmático liso, a partir da via do 2-monoglicerídeo (2-MG)
- Retículo endoplasmático rugoso, a partir da via do alfa-glicerol-3 fosfato (G3P)
- Os ácidos graxos livres que estão sendo formados, para seguirem esse direcionamento, 
precisam ser ativados. Conforme são internalizados, são combinados 
com um derivado de CoA. Uma vez ativados, podem ser transportados 
no interior da célula e incorporados na ressíntese de TAG. O TAG forma-
do é associado a lipoproteínas (quilomícrons) e secretado por exocitose 
na circulação linfática.
- A liberação dos quilomícrons no período pós-prandial leva a altera-
ção no aspecto do plasma: fica mais opaco, leitoso, em razão da 
presença dos quilomícrons na circulação. Conforme os quilomícrons 
são consumidos e distribuídos pelos tecidos, o plasma volta ao 
seu aspecto original. 
- Resumo:
- Lipídeos provenientes da dieta são absorvidos no intestino. 
Majoritariamente, haverá formação dos quilomícrons, que se-
rão lançados no sistema linfático, e na região do ducto torácico 
vão ganhar a circulação sistêmica, ficando disponíveis para os 
demais tecidos. 
- Uma vez disponíveis, podem ser utilizados para armazenamen-
to, substrato energético, constituinte de estruturas celulares, 
etc ‣ diferentes destinos.
- Absorção de colesterol 
- Incorporado às micelas na luz intestinal
- Apresentam grupamento hidroxila em sua estrutu-
ra, conferindo certa polaridade - caráter de molé-
cula anfipática, permitindo a incorporação às su-
perfícies da micelas.
- Quando esterificado fica com menor polaridade, 
distribuindo-se nos ambientes mais hidrofóbicos 
das micelas.
- Colesterol livre é reconhecido por transportadores presentes na membrana dos enteróci-
tos, sendo internalizados.
- Ezetimiba: inibidores específicos desses transportadores podem auxiliar a diminuir a 
absorção do colesterol proveniente da dieta, o que provocará estimulo ao aumento 
da síntese endógena de colesterol.
- Estatina: afeta a síntese endógena de colesterol, inibindo-a.
- Esses transportadores são capazes também de reconhecer alguns 
esteróis de origem vegetal, mas apenas o colesterol será incorpo-
rado para ser reesterificado. Esteróides e parte do colesterol são 
secretados por outros transportadores presentes na membrana. 
Pode haver competição pelos transportadores, o que reduz a ab-
sorção de colesterol.
- Conteúdo de colesterol presente dentro do enterócito é formado 
pela quantidade que é absorvida e pela quantidade produzida pela 
síntese endógena. Ambos podem ser esterificados.
- Sofre reesterificação nos esterócitos e, em seguida, transferência para 
as lipoproteínas plasmáticas 
- Colesterol da dieta ou da secreção biliar e outros estéreis são absorvidos pela membrana 
plasmática via NPC1L1, que os transporta até o retículo endoplasmático para esterifica-
ção através da ação da enzima acil-colesterol-acil-transferase-2 (ACAT2)
- ACAT2:
- Presente no retículo endoplasmático
- Esterifica o colesterol a partir de AGs ativados ‣ incorpora acil-CoA a molécula 
de colesterol
- Atua somente sobre o colesterol ‣ conteúdo de colesterol é esterificado e per-
manece no retículo endoplasmático para posteriormente ser direcionado para 
formação dos quilomícrons.
- NPC1L1 é reciclado e os esteróis menos específicos para a ACAT2 não são esterifi-
cados e retornam à luz intestinal via transportadores ABCG5/G8
- Observação: uma parte do colesterol também retorna à luz intestinal
- Ezetimiba: inibidor de NPC1L1
- O conteúdo de ésteres de colesterol (CE) formado no interior dos enterócitos é secretado 
principalmente pela formação dos quilomícrons (dependente da apoproteína B48)
- O colesterol livre (FC) e os fosfolipídeos são mobilizados pela bomba ABCA1 e transferi-
dos para o aceptor extracelular apoA-1, para formação de HDL.
LIPOPROTEÍNAS DE TRANSPORTEDE LIPÍDEOS 
- As lipoproteína são formas associadas de lipídeos e proteínas ex-
tremamente importantes para o transporte de lipídeos pelo orga-
nismo
- A principal função das lipoproteínas é o transporte de triacilglice-
róis, fosfolipídeos e colesterol.
- As lipoproteínas formam partículas do tipo micelas, que consistem 
de um centro não-polar circundado por uma cobertura anfipática de 
proteínas (apoproteínas) e alguns lipídeos.
- Há 5 classes de lipoproteínas, que apresentam variações no con-
teúdo proteico e lipídico: quilomícrons; VLDL; IDL; LDL; HDL
- Quilomícrons apresentam maior diâmetro e HDL apresentam 
menor diâmetro. 
- A densidade é inversamente proporcional ao teor de lipídeos
- Quanto mais lipídeos, menor a densidade da lipoproteína.
- Quilomícrons: menos densa de todas
- VLDL - very low density lipoproteins: lipoproteína de muito bai-
xa densidade
- IDL (VLDL remanescente) - intermediate density lipoproteins: 
lipoproteína de densidade intermediária
- LDL - low density lipoproteins: lipoproteína de baixa densidade
- HDL - high density lipoproteins: lipoproteína de alta densidade
 
- As proteínas que são incorporadas nas lipoproteínas são chamadas 
de apoproteínas ou apolipoproteínas
- Por conta de seu caráter anfipático, conferem estabilidade es-
truturas às lipoproteínas
- Possibilitam a hidrossolubilidade e um transporte eficiente
- Estão envolvidas na transferência de lipídeos entre as lipoproteínas - na 
circulação, lipoproteínas podem interagir entre si.
- Determinam o destino metabólico das partículas que as contém, que 
podem ser secretadas ou internalizadas.
- Participam na regulação de enzimas envolvidas no metabolismo de li-
pídeos.
- Quilomícrons 
- Quilomícrons e suas apoproteínas são 
sintetizados no intestino e transpor-
tam lipídeos exógenos do intestino 
para os tecidos corpóreos. 
- São drenados do intestino pelos 
vasos linfáticos, sendo desviados do fígado, diferentes de outros nutrientes da dieta 
que são dirigidos para circulação porta e, posteriormente, são direcionados para os 
outros tecidos. Ou seja, não há passagem inicial dos quilomícrons pelo fígado.
- Transportam principalmente triacilgliceróis, além de fosfolipídeos e éster de colesterol.
- Apresentam alto conteúdo lipídico (98%) e baixo conteúdo proteico (2%)
- Apoproteína B48: essência na montagem e secreção dos quilomícrons ao nível dos intes-
tinos (quilomícrons nascentes). Sem essa apoproteína, os quilomícrons não serão forma-
dos adequadamente, prejudicando suas funções.
- Apoproteínas EIII e EIV: importantes para o reconhecimento e captação do quilomícrons 
remanescente pelo fígado
- Durante o trânsito dos quilomícrons, podem interagir com outras lipoproteínas como HDL, 
com transferência de apoproteínas.
- Durante o trânsito pela circulação, o conteúdo lipídico dos quilomícrons pode ser mobili-
zado pela ativação LPL e TG-lipase (por ação da apo C), que hidrolisam o TG. Assim, o 
conteúdo é gradualmente diminuido, dispersando pelos diferentes tecidos.
- Conforme vai havendo redução desse conteúdo, formam-se os quilomícrons rema-
nescentes. Por conta das apoproteínas presentes, podem ser reconhecidos pelos 
hepatócitos e internalizados no fígado. Conteúdo proteico e lipídico pode ser utiliza-
do pelo fígado.
- VLDL 
- São sintetizadas basicamente no fígado e 
são importantes para a exportação de 
triacilgliceróis e colesterol para os teci-
dos, especialmente para o tecido adiposo
- Apresenta cerca de 90% de conteúdo li-
pídico e 10% de conteúdo proteico.
- Ao passar pelos capilares, boa parte dos triglicerídeos são retirados pela enzima lipopro-
teína lipase (LPL) - conteúdo lipídico sendo gradualmente transferido para os diversos te-
cidos
- A forma intermediária formada por esse processo é conhecida como IDL
- IDL apresenta cerca de 80-75% de 
conteúdo lipídico e 20-25% de con-
teúdo proteico
- IDL é convertido a LDL ou é captado 
pelo fígado via receptores para apoproteína E.
- Apoproteína B100: indispensável para síntese e montagem da VLDL
- Apoproteína A-I: ativa a enzima LCAT
- LDL 
- Sintetizada na corrente sanguínea resultan-
te das modificação das IDL por perda de 
lipídeos e apoproteínas
- Transporta triacilgliceróis, fosfolipídeos e 
principalmente colesterol endógeno do fí-
gado para os tecidos corpóreos
- É a principal forma de distribuição de colesterol para os tecidos onde se faz necessário
- Exemplo: adrenais.
- É captada pelas células mediante receptores de membrana especiais ‣ receptores para 
apoproteína B100
- Absorção de LDL depende de endocitose mediada por recep-
tor. Uma vez internalizada, haverá degradação da lipoproteína, 
disponibilizando seu conteúdo para uso.
- Pode haver reciclagem desses receptores para a membrana 
plasmática. 
- Receptor de LDL está sujeito a regulação transcricional, que 
responde aos níveis de colesterol intracelular.
- Se há muito colesterol intracelular, a transcrição dos re-
ceptores é inibida. 
- Se há pouco colesterol intracelular, a transcrição dos receptores é estimulada. 
- Atividade da HMG-CoA redutase, enzima principal da síntese de colesterol, é 
importante, pois contribui para esse contexto. Se está inibida, tende a reduzir os 
níveis de colesterol intracelular, o que provoca estímulo a transcrição dos recep-
tores de LDL e a concentração de colesterol no plasma tende a diminuir, o que 
tem efeito positivo sobre a incidência de doenças coronarianas.
- A apoproteína B100 é a única apoproteína da LDL.
- É o ligante reconhecido pelo receptor de LDL.
- Na transformação de IDL para LDL quase todas as proteínas são removidas (exceto a 
apoproteína B100) e a maioria do seu colesterol já é esterificado.
- Apresenta cerca de 80% de conteúdo lipídico e 20% de conteúdo proteico. 
- HDL 
- Sintetizada a partir das apoproteínas libe-
radas no catabolismo dos quilomícrons e 
da VLDL, atuando assim como um “capta-
dor” de lipídeos e apoproteínas remanes-
centes do catabolismo de outras lipoproteí-
nas.
- Aceita-se que a HDL seja formada:
- No fígado
- No intestino
- Apresenta cerca de 50% de conteúdo lipídico e 50% de conteúdo proteico.
- Apoproteína A-I: corresponde a 80% de todo o conteúdo proteico da HDL
- Realiza transporte reverso do colesterol:
- No plasma, capta colesterol não esterificado e o incorpora em seu centro hidrofóbi-
co, entregando-o aos hepatócitos para o catabolismo
- Uma vez no fígado, o colesterol pode ser reaproveitado, participando de outras vias 
metabólicas (síntese de sais biliares), ou excretado na bile
- Ou seja, sequestra o colesterol livre, esterifica, incorpora em seu núcleo hidrofóbico e 
posteriormente entrega-o no fígado.
- Na circulação, a apoproteína A-I ativa a LCAT, que esterifica o co-
lesterol e ativa a sua incorporação na partícula lipoprotéica.
- LACT: Lecitina colesterol acil transferase
- Enzima presente na HDL e que esterifica o colesterol
- Distribuição de colesterol no HDL (superfície x interior): 
colesterol livre apresenta propriedade anfipática, poden-
do ficar na superfície das lipoproteínas. Uma vez que a 
HDL interage com lipoproteínas e tecidos periféricos e 
sequestra o colesterol livre, a HDL vai promover a sua 
esterificação, transferindo o para o centro hidrofóbico da 
lipoproteína. Quando HDL chega no fígado, é internaliza-
do, e seu conteúdo utilizado pelos hepatócitos para rea-
ções de biossíntese ou excreção. 
- HDL transporta o colesterol para o fígado por duas vias:
- Diretamente 
- Transferindo os ésteres de colesterol (CE) para outras lipoproteínas (principal-
mente as VLDL), pela ação de uma proteína de transferência de ésteres de co-
lesterol chamada CETP (“cholesterol éster transfer protein”)
- CETP: proteína plasmática que possibilita a troca de éster de colesterol por 
TAG
- HDL e o transporte reverso de colesterol
- A concentração de HDL é inversamente relacionada à incidência de aterosclerose 
coronária
- Associado também a hipertensãoe inflamação.
- Essa proteção é consequência do transporte reverso de colesterol que é realizado 
pela HDL
- HDL retarda ou evita a formação de lesões ricas em lipídeos na parede arterial por 
remoção do excesso de colesterol - remove excesso de colesterol livre dos tecidos 
periféricos e direciona para o fígado
- HDL é rica em apoproteína A-I, que ativa a enzima LCAT. Quanto mais A-I, menor o 
risco de aterosclerose, pois a enzima atua transferindo éster de colesterol dos teci-
dos para o HDL.
- Transporte de colesterol entre fígado e tecidos 
- Receptor de LDL:
- Está sujeito a regulação transcricional, que res-
ponde aos níveis de colesterol intracelular. Se há 
muito colesterol intracelular, a transcrição dos re-
ceptores é inibida. Se há pouco colesterol intra-
celular, a transcrição dos receptores é estimulada. 
- Atividade da HMG-CoA redutase, enzima princi-
pal da síntese de colesterol, é importante, pois 
contribui para esse contexto. Se está inibida, ten-
de a reduzir os níveis de colesterol intracelular, o 
que provoca estímulo a transcrição dos recepto-
res de LDL e a concentração de colesterol no 
plasma tende a diminuir, o que tem efeito positivo sobre a incidência de doenças co-
ronarianas.
- Transportadores ABC
- Envolvidos com a translocação de metabólitos e xenobióticos
- Promove mecanismo de Flip-flop: translocação de substâncias de um folheto para 
outro da membrana plasmática 
- Exemplo de substâncias que podem ser translocadas: colesterol e ácidos bilia-
res
- Colesterol livre pode então ser posicionado no folheto externo das células dos 
tecidos periféricos e acabar sendo captado para o HDL pela ação da LCAT, sen-
do incorporado na lipoproteína. 
CORRELAÇÕES CLÍNICAS 
- Orlistate 
- Substância que atua como inibidor da lipase pancreática
- Organismo não consegue hidrolisar os lipídeos e, então, não consegue absorvê-los. 
Lipídeos acabam sendo excretados junto com as fezes ‣ estratégia para perda de 
peso.
- Pode ser utilizada para tratamento da obesidade
- Problema associado a sua ação:
- Microbiota e intestino grosso não estão preparados para receber uma grande quanti-
dade de lipídeos não hidrolisados, gerando quadro de desconforto intestinal associ-
ado ao tratamento.
- Esteatorréia 
- Em decorrência da má absorção lipídica ocorre a excreção de grande quantidade de gor-
duras nas fezes.
- Pode estar relacionada a:
- Insuficiência pancreática: 2/3 da gordura ingerida aparece nas fezes como triacilgli-
cerol (não hidrolisada)
- Pode ser decorrente da diminuição das enzimas pancreáticas (pancreatite, fibro-
se cística)
- Pode ser decorrente da alteração do pH luminal no intestino delgado (inativação 
ou desnaturação da lipase pancreática)
- Hiperssecreção gástrica (Zollinger-Ellison, com excesso de gastrina plas-
mática)
- Secreção insuficiente de bicarbonato 
- Formação de placas de ateroma 
- Injúria crônica do endotélio por 
- Hiperlipidemia 
- Hipertensão
- Tabagismo
- Outros fatores
- Injúria leva ao acúmulo da LDL no espaço subendotelial e posterior oxidação em MM-LDL 
e Ox-LDL (LDL oxidado)
- Presença do LDL oxidado acaba estimulando a migração de monócitos 
(macrófagos ) para essa região, o que promove um processo inflamatório.
- Haverá captação do LDL modificados pelos macrófagos
- A fagocitose de Ox-LDL formam as células células espumosas/esponjosas ‣ repletas 
de LDL oxidado
- Receptores de LDL oxidado não apresentam regulação transcricional, enquanto os do 
LDL normal apresentam. Assim, conforme o conteúdo de LDL modificado é internalizado 
na célula e começa a aumentar a quantidade de colesterol intracelular, os receptores de 
LDL passam a ser inibidos pela regulação transcricional, enquanto os de LDL modificado 
permanecem ativos.
- Microambiente é alterado, promovendo a proliferação de células musculares associadas 
aos vasos, deposição de colágeno/lipídeos e deposição de cálcio.
- Isso pode provocar quadro de fragilidade, ruptura da capa fibrosa ou oclusão do 
vaso.
- Dislipidemia 
- Descreve uma gama de distúrbios na qual estão incluídos os níveis anormais (altos e bai-
xos) de lipoproteínas, bem como as anormalidades na composição destas partículas.
- Tratamentos:
- Reeducação alimentar
- Otimização da atividade física
- Farmacológico
- Sequestradores de ácidos biliares (colestiramina), inibidores dos receptores de coles-
terol (ezetimiba), inibidores da biossíntese de colesterol (estatinas)