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Lipoproteínas São proteínas que se associam a lipídeos-são moléculas hidrofóbicas. Os mais relevantes são: 1) Fosfolipídios: formam a estrutura básica das membranas plasmáticas e nas membranas de organelas/ compartimentos celulares. 2) Colesterol: precursores de hormônios esteróides, ácidos biliares e vitamina D, é bioversatil. Faz parte da membrana plasmática, atua em ativação de enzimas. 3) triglicérides: principal forma de armazenamento de energia, são as formam armazenadas nos adipócitos. Uma molécula de glicerol ligado a três ácidos graxos. 4) ácidos graxos: fruto da quebra de triglicerídeos e triglicerídeos que são dissolvidos no plasma. Plasma é um meio aquoso polar, portanto, os lipídeos são menos solúveis pois são apolares e não possuem a estrutura para essa interação. Lipoproteína (macromoléculas com estrutura esférica, que em ambiente interno abriga gordura, mas na superfície há elementos hidrofílicos que podem interagir com a água) são usadas no transporte de lipídeos plasmáticos, já que não se dissolvem e interagem com a água são capazes de transportar moléculas. Os complexos lipoprotéicos possuem uma estrutura micelar. Apolipoproteína é a parte proteica da lipoproteína, composta de aminoácidos e também se encontra na região superficial da molécula. A) Estrutura: ● Triglicérides + Ésteres de colesterol → Parte central do complexo macromolecular (Triglicerídeos, colesterol esterificado). ● Fosfolipídios + colesterol não esterificado → Parte externa, na região superficial, rodeiam as moléculas anteriores e formam uma estrutura superficial. (apolipoproteína, colesterol livre (OH para fora e fosfolipídios). Obs: as proteínas na membrana fazem a identificação por receptores das células alvos que se conectam nas proteínas externas das membranas das lipoproteínas, a quantidade é bem variada de proteínas. Júlia Furtado Brandão proteica tipo A, B,C, D e E (várias subclasses). Porção lipídica quilomícrons, VLDL- Very low density lipoprotein ,LDL- low density lipoprotein ,IDL- intermediará density lipoprotein,HDL-high density lipoprotein. No plasma- se quantifica os transportadores da gordura, as lipoproteínas (proteínas associadas à lipídeos), por isso se quantifica HDL e LDL, mas neles não há somente gordura, também tem parte proteica. Obs: LDL e HDL são mais úteis para transportes de colesterol, como há preocupação com os níveis de colesterol, são mais conhecidos. Métodos de classificação: Densidade= massa/ volume Densidade é inversamente proporcional ao volume. B) Lipoproteína no plasma humano: Avaliação de transporte de lipídio - Quilomícron: mais triglicerol . Produzido nas células epiteliais no intestino a partir de gorduras ingeridas (triglicerídeos) na dieta, transporte no sangue e na linfa, são os principais transportadores de triacilglicerol. - VLDL: triaglicerol. Produzido a partir de carboidratos (hidratos de carbono) ingeridos na dieta do fígado, transporte do colesterol para os tecidos e corrente sanguínea. - IDL: colesterol esterificado. Produzido no sangue é remanescente de VLDL após a digestão de TG, eles são deletados. É endocitose no fígado ou convertido em LDL. (é uma proteína transitória pois participa da síntese de outras proteínas, é uma estrutura de transição de uma lipoproteína para outra). - LDL: mais colesterol esterificado (35/40). É o remanescente das IDL após a digestão dos triglicérides. Remanescente das IDL após digestão dos triglicérides é o produto final de VLDL, é endocitado por fígado e encaminham colesterol para o sangue e tecidos periféricos. - HDL: proteína em maior porcentagem na superfície, colesterol esterificado (12). Funciona como uma doadora de proteínas para outras proteínas. Produzido pelo intestino e pelo fígado. Transporta colesterol de tecido para o fígado por isso é considerado o “colesterol bom”. Transporte reverso retira colesterol do tecido extra-hepático e leva para o fígado para a metabolização. Júlia Furtado Brandão obs: A enzima LCAT (lecitina colesterol aciltransferase) do HDL participa do transporte de colesterol livre das membranas dos tecidos extra-hepáticos para o fígado (captado pelos receptores SR-BI)- o transporte reverso do colesterol,- através da esterificação. A enzima CETP (proteína transportadora de éster de colesterol) exerce um papel proaterogenico ao mediar a troca recíproca de colesterol esterificado das HDL-2 para as LDL-c, IDL- c, e VLDL-c, e estas cederem triglicerídeos para a HDL-2. este processo aumenta as partículas pequenas e densas consideradas proaterogenicas e posteriormente pela ação da lipase hepática o HDL-2 é depletado da circulação, processo esse que propicia a complicação de doenças cardiovasculares. A enzima LPL (lipoproteína lipase) catalisa a hidrólise dos triglicérides tendo como produtos os ácidos graxos e glicerol, que são absorvidos por tecidos como o adiposo e o músculo, onde são reesterificados e armazenados. Júlia Furtado Brandão As AGL são os ácidos graxos livres. O transporte reverso do colesterol As gorduras e principalmente os colesterol dos tecidos retornam para o fígado. As HDL nascente captam o colesterol não esterificado dos tecidos periféricos pela ação da LCAT (lecitina colesterol aciltransferase), formando as HDL maduras. Por meio da proteína de transferência de CE (CEP), ocorre também a transferência de ésteres de colesterol da HDL para outras lipoproteínas, como as VLDL. Nesse transporte é importante a ação da “ATP binding cassette" (ABC-Al) que facilita a extração do colesterol da célula pelo HDL e contribui para a proteção vascular contra aterogênese → remoção de lipídeos oxidados da LDL, inibição da fixação de moléculas de adesão e monócitos ao endotélio e estimula a liberação de óxido nítrico (relaxamento das células lisas). Transporte de triglicerídeos e colesterol Digestão e absorção de lipídios da dieta: processo de formação de triglicerídeos Ao ingerirmos muita gordura, no células epiteliais do intestino as lipases que hidrolisa os triacilgliceróis, que possuem colesterol e a apoproteinas, e são formados os quilomícrons (estruturas micelares) que migram para os tecidos pela linfa e pelo sangue. Assim, levam os triglicerídeos, que armazenam lipídeos, para os tecidos periféricos, principalmente músculos. São fontes de energia para a contração. No sangue há lipoproteínas lipases (ativada pela apolipoproteina lipase C2 em tecidos extra-hepáticos) que fazem depleção e transporta os triglicerídeos para os tecidos alvos, assim os quilomícrons vão perdendo o volume pela perda dos triglicerídeos que são destinados aos tecidos, restando quilomícrons remanescente que são absorvidos pelo tecido hepático e serão recicladas em novas lipoproteínas. Júlia Furtado Brandão Quilomícrons possui mais no interior triglicérides é um pouco de colesterol, possui na parte externa fosfolipídios. Quilomícrons nascente-> triacilglicerol + colesterol, superfície possui apolipoproteína B 48 é Apolipoproteína A, recebe doação da Apolipoproteína C (ativa lipoproteína lipase- depleção de triglicerídeo no quilomícrons maduros) E do HDL (grandes concentrações de apoproteinas- é doadora). É assim que se toma quilomícrons maduro, sofre depleção e diminui volume. Nos hepatócitos os quilomícrons se ligam ao receptor pela apoproteínas E, assim é metabolizado e transformado em outras lipoproteínas. Os triglicerídeos das VLDL e dos quilomícrons são quebrados pelas lipases lipoproteínas, as enzimas são estimuladas pelas apolipoproteínas C2 e inibida pela apoproteínas C3. As lipoproteínas são progressivamente deletadas de TG pela lipase proteica e se transforma em remanescente, também deletados pelo fígado através de receptores específicos. Setas azul via exógena, absorção através da digestão pelas células intestinais e formação de quilomícrons. Os quilomícrons chegam ao plasma, são degradados pela lipase proteica (LPL) e formam quilomícrons remanescentes que são capturados pelo tecido hepático ou periférico. Seta vermelha via endógena, o colesterol livre é esterificado paramanter o gradiente sempre a favor dele, isso ocorre pela ação das enzimas (ACAT). No fígado os quilomícrons remanescentes são usados para a síntese de VLDL a nível hepático, eficiente no transporte Júlia Furtado Brandão de triglicerídeos, eles os trocam por ésteres de colesterol com as HDL (são formadas no fígado, no intestino, e na circulação e seu principal conteúdo são pelas apolipoproteínas I e II) e LDL por intermédio da CETP (transferência de colesterol esterificado). O VLDL sofre depleção pela ação da lipase lipoproteica -LPL-( estimulada pela apo CII e inibida pela apo CIII) e são transformados em outras lipoproteínas, primeiro uma intermediária e posteriormente em LDL, a que carrega os lipideos, principalmente colesterol para os tecidos periféricos. Biossíntese do LDL É o produto final do IDL. VLDL vai para a circulação em que apresenta capacidade de entrega de triglicerídeos para tecidos extra-hepáticos que realizam lipólise e colocam ácidos graxos para dentro para conseguir energia. Através de depleções se muda as características das lipoproteínas até formar IDL. As depleções ocorrem até a quantidade de triglicerídeos fiquem não identificáveis, e assim, as lipoproteínas passam a ser LDL, e pode Júlia Furtado Brandão ir para outros tecidos para utilizar colesterol para produção de hormônios ou ser metabolizado pelo tecido hepático. A entrega de colesterol é baseada no mecanismo de endocitose a partir de aminoácidos específicos de receptores, na célula entra o colesterol e a lipoproteína LDL. A Apolipoproteína B100 é a parte que será reconhecida pelos receptores, que entra na célula forma a vesícula (partícula e receptor), ocorre fusão com lisossomos, forma se o vacilo digestivo, ocorreu digestão e é liberado colesterol que pode ser utilizado para a síntese de substâncias. No interior da célula o colesterol livre e esterificado para depósito pela enzima ACAT, as VLDL trocam TG de HDL e LDL por ação de proteína CETP. As partículas de HDL são produzidas lê, o fígado, intestino e circulação, seu principal conteúdo proteico é representado pelo Apolipoproteína 1 e 2. O colesterol livre dele é recebido pelas membranas e é esterificado para que possa ser armazenado pelas células, através da enzima LCAT. O processo de esterificação ocorre principalmente nas HDL, pois é fundamental para sua estabilização no transporte do plasma, no centro da partícula. O transporte reverso é feito pelo transporte do tecido para os fígados e é captado pelos receptores SRB1. O complexo ABC- A1 facilita a extração do colesterol do HDL. Proteína CETP é como se fosse um cano, quando se conecta entre duas Apolipoproteína é possível transferir os lipídeos até seu núcleo colesterol, fazendo com que o excesso de colesterol dos tecidos possa ser encaminhado pelas proteínas. Assim que o LDL e HDL conseguem armazenar mais lipídios, pois no contexto plasmático se choca com outras moléculas. É assim, as lipoproteínas podem ser captadas pelos fígados de modo direto e indireto (transferência com outras Apolipoproteína que podem ser captadas pelo fígado), pois tanto HDL e LDL podem ser transportados de volta para o fígado. O HDL também tem outras contribuições como a proteção do leito vascular contra aterogênese, tais como a remoção de lipídios oxidados da LDL, inibição da fixação de moléculas de adesão e monócitos ao endotélio e estimulação da liberação de óxido nítrico. Aterosclerose: Quando há excesso de colesterol para ser endocitose pelas células, esse processo não consegue ser rápido e eficiente o suficiente para evitar o acúmulo no plasma. Quando os receptores de LDL são saturados, e a chegada de LDL não para, há um acúmulo de colesterol o que gera a formação de placa de gordura, o ateroma, que se desenvolve até causar a aterosclerose. é basicamente é acúmulo de placa de gorduras na estrutura cardiovascular, o que gera trombos pelo acúmulo de estruturas celulares sanguíneos, gerando obstrução que pode causar até ruptura dos vasos e processo hemorrágicos. Pode ocorrer processos inflamatórios, aumenta a rigidez, perda de elasticidade, o que facilita o rompimento. Domínio citosólico é alterado, o de revestimento da vesícula. Doenças relacionadas a lipídeos: excesso- hiperlipidemias: há expressão distintas, e, portanto, diferenciadas pelas classificações fenotípicas. Júlia Furtado Brandão Hiperlipidemias fisiopatologia causada pelo descontrole na quantidade de lipídeos presentes na circulação. 1) Tipo 1: excesso de quilomícrons, devido a deficiência da lipoproteína lipase e Apo CII- hiperquilomicronemia. 2) Tipo 2: deficiência do receptor de LDL, problema genético o que causa acumulo de colesterol plasmático- hipercolesterolemia familiar. 3) Tipo 3: anormalidade do ApoE (internaliza lipoproteínas) 4) Tipo 4: VLDL aumentado por aumento de percentual de triglicérides devido ao estilo de vida. 5) Tipo 5: altos níveis de triglicérides, pode causar pancreatite. Hipercolesterêmia familiar (HF): Mutação no receptor de LDL no sítio ativo onde se liga a clatrina para a formação de vesícula, proteína de superfície, produzido a partir do processo transacional, se o gene do receptor sofre uma mutação, gera dificuldade para o receptor internalizar o LDL. Até é possível internalizá-lo, mas o sítio que se liga às proteínas que formam vesículas está mudado, e, portanto, o LDL está preso no receptor do lado extracelular, mas não é metabolizado pois não é possível sua internalização, e acaba por se acumular, mesmo se não houver ingestão em excesso. Ex de fármacos: sinvastatina- redução de LDL e aumento de HDL. Herança autossômica (não ligada ao sexo) dominante, tem aumento de colesterol ligado à LDL, em indivíduos homozigotos é ainda maior o problema, no heterozigoto o nível é um Júlia Furtado Brandão pouco menor mas ainda precisa de intervenção por fármacos. Podem apresentar problemas cardiovasculares imaturos. Xantomas e xantelasmas- colesterol está tão acumulado que é expresso na pele, devido ao extravasamento do colesterol para o tecido epitelial. Júlia Furtado Brandão
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