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Parasitoses (ascaridíase + esquistossomose)

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TUTORIA 6 - UC 12 Karolina Cabral Machado - P4 2021.1
fonte:https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/infec%C3%A7%C
3%B5es-parasit%C3%A1rias-nemat%C3%B3deos-nematelmintos/ascarid%C3%ADase
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/tremat%C3%B
3deos-vermes/esquistossomose
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigilancia_esquistossome_mansoni_diretrizes_te
cnicas.pdf
TEMA: PARASITOSES II
1- CONHECER OS QUADROS CLÍNICOS, A EPIDEMIOLOGIA, A FISIOPATOLOGIA, O
DIAGNÓSTICO, O CICLO DE VIDA DOS PARASITAS, O TRATAMENTO E AS
COMPLICAÇÕES DA ASCARIDÍASE E ESQUISTOSSOMOSE:
● Ascaridíase (Ascaris lumbricoides):
A ascaridíase tem distribuição universal, se concentra nas regiões tropicais e
subtropicais com condições sanitárias precárias. Ascaridíase é a infecção intestinal
mais comum por helminto no mundo. A prevalência é mais alta em crianças de 2 a 10 anos
e diminui nas faixas etárias mais altas. As estimativas atuais sugerem que 800 milhões a
1,2 bilhão de pessoas estão infectadas em todo o mundo, e a ascaridíase contribui para a
desnutrição em muitas delas.
Quadro clínico: Habitualmente, não causa sintomatologia, mas pode manifestar-se
por dor abdominal, diarreia, náuseas e anorexia. Em virtude do ciclo pulmonar da larva,
alguns pacientes apresentam manifestações pulmonares, com broncoespasmo,
hemoptise e pneumonite (Síndrome de Löefler), que cursa com eosinofilia importante.
Quando há grande número de parasitas, pode ocorrer quadro de obstrução intestinal.
Ingestão dos ovos infectantes do parasita, procedentes do solo, água ou
alimentos contaminados com fezes humanas. A infecção também pode ocorrer quando
se coloca na boca mãos ou dedos com sujeira
contaminada.
1. Os vermes adultos vivem na luz do intestino delgado.
2. Uma fêmea pode produzir cerca de 200.000 ovos por
dia que são excretados nas fezes. Os ovos não
fertilizados podem ser ingeridos, mas não são
infecciosos.
3. No meio ambiente, os ovos fertilizados, dependendo
das condições, se tornam embrionários e infecciosos
entre 18 dias e algumas semanas; as condições ideais
são solo úmido, quente e sombreado.
4. Ovos infecciosos são deglutidos.
5. No intestino delgado, os ovos eclodem em larvas.
6. As larvas penetram a parede do intestino delgado e
migram via circulação porta até o fígado, a seguir via
circulação sistêmica até os pulmões (ciclo de Loss),
onde amadurecem ainda mais (em 10 a 14 dias).
7. As larvas penetram as paredes alveolares,
ascendem a árvore brônquica até a garganta e são deglutidas. Retornam ao intestino
delgado, onde se transformam em vermes adultos.
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/infec%C3%A7%C3%B5es-parasit%C3%A1rias-nemat%C3%B3deos-nematelmintos/ascarid%C3%ADase
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/infec%C3%A7%C3%B5es-parasit%C3%A1rias-nemat%C3%B3deos-nematelmintos/ascarid%C3%ADase
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/tremat%C3%B3deos-vermes/esquistossomose
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/tremat%C3%B3deos-vermes/esquistossomose
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigilancia_esquistossome_mansoni_diretrizes_tecnicas.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigilancia_esquistossome_mansoni_diretrizes_tecnicas.pdf
TUTORIA 6 - UC 12 Karolina Cabral Machado - P4 2021.1
O período de incubação dos ovos férteis até o desenvolvimento da larva
infectante (L3), no meio exterior e em condições favoráveis, é de aproximadamente 20
dias. O período desde a infecção com ovos embrionados até a presença de ovos nas fezes
do hospedeiro é de 60 a 75 dias. O diagnóstico é feito por confirmação do achado de ovos
nos exames parasitológicos de fezes. A eosinofilia pode ser intensa quando as larvas
migram para os pulmões, mas geralmente cede quando os vermes adultos se fixam no
intestino. Radiografia de tórax durante a fase pulmonar pode mostrar infiltrados que, na
presença de eosinofilia, leva ao diagnóstico da síndrome de Löffler.
Tratamento: Albendazol (ovocida, larvicida e vermicida) 400mg VO, em dose única
para adultos; em crianças, 10mg/kg, dose única. Mebendazol 100mg, 2 vezes ao dia,
durante 3 dias consecutivos. Não é recomendado seu uso em gestantes! Essa dose
independe do peso corporal e da idade. Levamizol, 150mg, VO, em dose única para
adultos; crianças abaixo de 8 anos, 40mg; acima de 8 anos, 80mg, também em dose única.
Dados recentes sugerem que a nitazoxanida também é eficaz para infecções leves por
Ascaris, mas menos eficaz para infecções intensas.
Complicações: Obstrução intestinal, volvo, perfuração intestinal, colecistite,
colelitíase, pancreatite aguda e abcesso hepático. Uma massa emaranhada de vermes na
infecção grave pode produzir obstrução de intestino, em particular em crianças. Vermes
adultos individuais com migração aberrante ocasionalmente obstruem os ductos biliares
ou pancreáticos, provocando colecistite ou pancreatite; colangite, abscesso no fígado e
peritonite são menos comuns. Febre causada por outras doenças ou certos fármacos
(antimicrobianos) pode provocar migração anômala. Pode haver desnutrição,
principalmente em crianças, por competição por nutrientes, prejuízo de absorção e
redução de apetite.
● Esquistossomose mansônica (Schistosoma mansoni):
É uma doença parasitária, causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni. É um
helminto pertencente à classe dos Trematoda, família Schistosomatidae e gênero
Schistosoma.
Quadro clínico: A fase aguda pode ser assintomática ou apresentar-se como
dermatite cercariana (micropápulas eritematosas e pruriginosas) até cinco dias após a
infecção. Com cerca de 3 a 7 semanas após a exposição, pode ocorrer a febre de
Katayama, caracterizada por linfodenopatia, febre, anorexia, dor abdominal e cefaléia. É
causada por uma reação do sistema imune à migração e à produção de ovos do parasita no
organismo (pneumonite eosinofílica, tosse, broncoespasmo). Esses sintomas podem
ser acompanhados de diarreia, náuseas, vômitos ou tosse seca, ocorrendo hepatomegalia.
Após seis meses de infecção, há risco do quadro clínico evoluir para a fase crônica:
- HEPATOINTESTINAL: Caracteriza-se pela presença de diarreias e epigastralgia.
Ao exame físico, o paciente apresenta fígado palpável, com nodulações que, nas
fases mais avançadas dessa forma clínica, correspondem a áreas de fibrose
decorrentes de granulomatose periportal ou fibrose de Symmers. Os ovos infectam
o espaço perisinusoidal e provocam hepatomegalia, principalmente do lado
esquerdo.
- HEPÁTICA: A apresentação clínica dos pacientes pode ser assintomática ou com
sintomas da forma hepatointestinal. Ao exame físico, o fígado é palpável e
endurecido, à semelhança do que acontece na forma hepatoesplênica. Na
ultrassonografia, verifica-se a presença de fibrose hepática moderada ou intensa.
TUTORIA 6 - UC 12 Karolina Cabral Machado - P4 2021.1
- HEPATOESPLÊNICA COMPENSADA: A característica fundamental desta forma é a
presença de hipertensão portal, levando à esplenomegalia e ao aparecimento de
varizes no esôfago. Os pacientes costumam apresentar sinais e sintomas gerais
inespecíficos, como dores abdominais atípicas, alterações das funções
intestinais e sensação de peso ou desconforto no hipocôndrio esquerdo,
devido ao crescimento do baço. Às vezes, o primeiro sinal de descompensação da
doença é a hemorragia digestiva com a presença de hematêmese e/ou melena.
O exame físico detecta hepatoesplenomegalia.
- HEPATOESPLÊNICA DESCOMPENSADA: Considerada uma das formas mais
graves. Caracteriza-se por diminuição acentuada do estado funcional do fígado.
Essa descompensação relaciona-se à ação de vários fatores, tais como os surtos
de hemorragia digestiva e consequente isquemia hepática e fatores associados
(hepatite viral, alcoolismo).
O homem é o principal hospedeiro definitivo e nele o parasita apresenta a forma
adulta, reproduzindo-se sexuadamente, possibilitando a eliminação dos ovos do S.
mansoni, no ambiente, pelas fezes, ocasionando a contaminação das coleçõeshídricas.
No Brasil, os hospedeiros intermediários são os caramujos do gênero Biomphalaria: B.
glabrata, B. tenagophila, B. straminea.
Na água os ovos eclodem liberando uma larva ciliada (miracídio), que infecta o
caramujo. Após 4 a 6 semanas, a larva abandona o caramujo, na forma de cercária,
ficando livre nas águas naturais e é capaz de romper a membrana da pele. O homem
pode eliminar ovos viáveis de S. mansoni nas fezes a partir de 5 semanas após a infecção,
e por um período de 6 a
10 anos, podendo chegar
até mais de 20 anos. Os
hospedeiros
intermediários, começam
a eliminar cercárias após
4 a 7 semanas da
infecção pelos miracídios.
Os caramujos
infectados eliminam
cercárias durante toda a
sua vida, que é de,
aproximadamente, 1 ano.
Diagnóstico:
Além do quadro
clínico-epidemiológico,
deve ser realizado exame
parasitológico de fezes
sequenciado (3 ou 6
amostras),
preferencialmente com uso de técnicas quantitativas de sedimentação, destacando-se a
técnica de Kato-Katz.
Complicações: Fibrose hepática, hipertensão portal, insuficiência hepática severa,
hemorragia digestiva (devido à hipertensão portal que provoca varizes esofágicas),
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hipertensão pulmonar, cor pulmonale, glomerulonefrite. Podem ocorrer associações com
infecções bacterianas (salmonelas, estafilococos) e virais (hepatites B e C). Pode haver
comprometimento do SNC e de outros órgãos secundários ao depósito ectópico de ovos.
O Brasil é considerado uma área endêmica, atinge 18 estados e DF. Os estados
das regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste são os mais afetados. Atualmente, a doença
é detectada em todas as regiões do país. A área endêmica corresponde a um conjunto de
localidades contínuas ou contíguas em que a transmissão da esquistossomose está
estabelecida. Nessa área, a ocorrência da doença obedece a um padrão epidemiológico
decorrente da combinação de características ambientais relacionadas ao agente
etiológico e aos hospedeiros (intermediário e definitivo). As áreas endêmicas e focais
abrangem: DF, AL, BA, PE, RN (faixa litorânea), PB, SE, ES e MG. É uma doença de
notificação compulsória em áreas não-endêmicas. Entretanto, recomenda-se que todas
as formas graves na área endêmica sejam notificadas.
A classificação das áreas de acordo com o risco de transmissão é pré-requisito
para o estabelecimento de objetivos, prioridades e a adequada implementação das ações
de vigilância e controle feita pelo Programa de Vigilância e Controle da
Esquistossomose. A área de foco é uma endêmica circunscrita dentro de uma área até
então indene, em geral, como consequência de alterações ambientais ou
sócio-econômicas que tornaram possível o estabelecimento da transmissão da
doença. Pode ser classificado em ativo (com transmissão) ou inativo (transmissão
interrompida). Áreas endêmicas podem ser reduzidas a áreas de focos, como resultado de
medidas adequadas.
A área indene é aquela em que não há registro de transmissão da
esquistossomose. O objetivo do programa na área indene é manter a vigilância
epidemiológica (notificação, investigação e tratamento de casos), eficiente e eficaz,
impedindo o estabelecimento da transmissão da esquistossomose.
Já a área vulnerável é uma originalmente indene, com presença de hospedeiro
intermediário, na qual modificações ambientais produzidas natural ou artificialmente
possibilitam o assentamento de populações e indivíduos infectados, tornando provável o
estabelecimento da transmissão. O objetivo do programa na área vulnerável é prevenir o
estabelecimento da transmissão. A estratégia do controle da esquistossomose nessa área
inclui a identificação e monitoramento de fluxos migratórios e de projetos de
desenvolvimento, em especial aqueles que envolvem a exploração de recursos hídricos,
como hidroelétricas e projetos de irrigação.
Os casos notificados deverão ser investigados utilizando-se a ficha específica de
investigação de caso de esquistossomose do SINAN. Nas áreas endêmicas, é
empregado o Sistema de Informações do Programa de Vigilância e Controle da
Esquistossomose (SISPCE), para os registros de dados operacionais e epidemiológicos dos
inquéritos coproscópicos. Os registros das atividades desenvolvidas na rotina do PCE são
realizados por localidade e consolidados nos municípios e repassados para as instâncias
regionais e centrais das Secretarias Estaduais de Saúde. No nível estadual os dados
consolidados são enviados para a Secretaria de Vigilância em Saúde. A análise e
divulgação dos dados devem ser realizadas em todas as instâncias.
Tratamento: Praziquantel (causa menos resistência à falha terapêutica) na
apresentação de comprimidos de 600mg é administrado por VO, em dose única de
50mg/kg de peso para adultos e 60mg/kg de peso para crianças. Praziquantel é eficaz
contra os esquistossomos adultos, mas não contra o esquistossômulo em desenvolvimento,
que ocorrem no início da infecção. Para tratamento da forma aguda: Fazer o tratamento
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preventivo de estrongiloidíase com ivermectina, iniciar prednisona até ficar assintomático,
administrar praziquantel.
Oxamniquina (não é efetivo contra todos os tipos de schistosomas, mas ativo
ao mansoni) apresentada em cápsulas com 250mg e solução de 50mg/ml, para uso
pediátrico. Para adultos, recomenda-se 15mg/kg e crianças, 20mg/kg VO, em dose única,
uma hora após uma refeição, apresenta menores efeitos colaterais. Recomenda-se evitar
esses medicamentos em: gestantes, amamentação, crianças menores de 2 anos,
insuficiência hepática ou renal grave. Fazer exame de fezes de controle após
tratamento!
2- ENTENDER A PROFILAXIA, AS MEDIDAS EDUCATIVAS E A FUNÇÃO DOS ÓRGÃOS
DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA:
- Medidas de educação em saúde e de saneamento;
- Ingerir vegetais cozidos e lavar bem e desinfetar verduras cruas, higiene pessoal e
na manipulação de alimentos;
- Controle dos portadores a partir da identificação e tratamento dos portadores de S.
mansoni, por meio de inquéritos coproscópicos a cada dois anos, deve fazer
parte da programação de trabalho das secretarias municipais de saúde das áreas
endêmicas. É necessário o trabalho conjunto das equipes de Saúde da Família
(ESF), com os agentes de combate de endemias que atuam no Programa de
Vigilância e Controle da Esquistossomose (PCE);
- Controle dos hospedeiros intermediários (caramujo Biomphalaria) determinação
do seu potencial de transmissão para dificultar a proliferação e o desenvolvimento
dos hospedeiros intermediários, bem como impedir que o homem infectado
contamine as coleções de águas com ovos de S. mansoni, quando indicado,
tratamento químico de criadouros de importância epidemiológica;
- Estudos do comportamento das populações em risco;

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