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TUTORIA 2 - UC 7 Karolina Cabral Machado - P3 2020.2 Tema: Aleitamento materno fonte: Tratado de pediatria, vol.2 (Seção 16 - Cap.4, 8) e vol.1 (seção 6) Caderno de aleitamento materno e dieta no primeiro ano de vida, MS. https://www.taofeminino.com.br/filhos/por-que-nao-dar-leite-artificial-e-formula-infantil-para-s eu-bebe-s2093166.html Termos desconhecidos: 1.Leite artificial → As fórmulas infantis são desenvolvidas a partir do leite de vaca, tendo como referência o leite humano. Algumas são adicionadas de soro de leite, resultando em melhoria na relação proteína do soro: caseína e melhor digestibilidade. Também tem acréscimo de carboidratos, visando à adequação energética. Elas são parcialmente desnatadas, desmineralizadas e adicionadas de óleo vegetal, vitaminas e ferro. 2.Coombs direto → Um possível resultado de exame sanguíneo que significa que houve presença de anticorpos nas hemácias contra o antígeno testado. 3.Zona de Krammer → Hipóteses: 1.Icterícia é a mudança na coloração (pele mais amarelada); Fisiológica → 2º ou 4º dia, após as 24h de vida Patológica → Antes das primeiras 24h de vida 2.A realização do exame Coombs é importante para a eritroblastose fetal; Teste de Coombs: Exame sanguíneo que avalia a presença de anticorpos Direto → avalia a presença de anticorpos nas hemácias, geralmente feito no RN. Indireto → avalia a presença de anticorpos no plasma e soro sanguíneo, geralmente feito na mãe. https://www.taofeminino.com.br/filhos/por-que-nao-dar-leite-artificial-e-formula-infantil-para-seu-bebe-s2093166.html https://www.taofeminino.com.br/filhos/por-que-nao-dar-leite-artificial-e-formula-infantil-para-seu-bebe-s2093166.html 3.O leite materno possui todos os nutrientes necessários para a criança até os 6 meses de vida; 4.Existe uma perda de peso fisiológica nos primeiros dias de vida do RN; Sim, é normal que o bebê perca até 10% do seu peso ao nascer, isso porque há uma necessidade de adaptação do RN ao novo meio de vida e do seu TGI, que ainda não está completamente pronto ao nascimento, há também a excreção de grande quantidade de xixi e do mecônio que contribuem para a diminuição do peso do RN. E, ainda, há o fato do colostro naturalmente ter menos quantidade de calorias, o que pode ser associado a um “leite fraco”, mas que não é verdade. 5.A introdução alimentar é realizada gradualmente: inicia com a água, frutas, papinhas; 6.Secreções maternas em períodos fora da gravidez. Como são chamados?, - Galactorreia → produção de leite fora do período pós-parto ou de lactação, pode acontecer em homens ou mulheres. Normalmente causada por um aumento na disponibilidade de prolactina. 7.A alimentação materna influencia na composição do leite materno; Objetivos: 1.Entender a fisiopatologia da icterícia fisiológica e do aleitamento materno, pontuando o tratamento necessário. Conceito de icterícia: Designa a coloração amarelada da pele e/ou conjuntivas, sendo definida como a concentração sérica de bilirrubina indireta (BI) > 1,5 mg/ dL ou de bilirrubina direta (BD) > 1,5 mg/dL, desde que esta represente mais do que 10% do valor de bilirrubina total (BT). É visível na avaliação clínica quando o nível de BT sérica excede 5 mg/ dL. Exames de Marília → Bilirrubina Total=12 mg/dL; Bilirrubina Direta (BD)=1,2 mg/dL, Bilirrubina Indireta (BI)=10,8 mg/dL. Mas o que é bilirrubina? É uma pigmentação produzida a partir da hemólise de hemácias, tem maior concentração em RN pois eles possuem hemácias com tempo de vida mais curto.Esse pigmento normalmente é maior no sangue e posteriormente segue para o fígado. Para ser expulsa do corpo precisa se associar um a açúcar, ácido glicurônico, presente na bile e, por isso, tem relação com disfunções hepáticas. Fração direta ou não conjugada = BD → é a substância que se forma no momento da destruição dos glóbulos vermelhos no sangue e que depois é transportada para o fígado. Característica hidrossolúvel. Fração indireta ou conjugada = BI → corresponde à conjugação entre a bilirrubina e o ácido glicurônico, um açúcar, no fígado. A bilirrubina direta sofre ação da bile no intestino, sendo eliminada na forma de urobilinogênio ou estercobilinogênio. Característica lipossolúvel,no feto é eliminada através da placenta. Essa pode se aumentada, se instalar e causar encefalopatia-bilirrubínica. ● Icterícia fisiológica: Acontece em praticamente 98% dos RN (BI acima de 1mg/dL), pois faz parte da adaptação desses ao metabolismo da bilirrubina. ● Fisiopatologia da icterícia: A origem da bilirrubina está na degradação de hemácias, fisiologicamente normal nos RN. A sobrecarga de bilirrubina ao hepatócito decorre da produção aumentada de BI: o RN produz 2 a 3 vezes mais bilirrubina do que o adulto, por causa da maior quantidade proporcional de hemoglobina e menor vida média das hemácias, que é de 70 a 90 dias. No período fetal há a produção de BI que é excretada através da placenta. Já no neonato passa a produzir BD que será excretada pelo sistema biliar e TGI. obs:As enzimas glucororonidases, presentes no leite materno, retransformam a BD em BI, o que faz que seja necessário que a BI volte ao hepatócito para ser reconjugada (circulação entero-hepática). HIPERBILIRRUBINEMIA INDIRETA: O que é? É o aumento da BI em valores maiores que 1,5 mg/dL Causas não fisiológicas: - IG entre 35 e 36 semanas, independentemente do peso ao nascer, é considerada um dos fatores de risco mais importantes para hiperbilirrubinemia significativa em razão da capacidade diminuída da conjugação hepática da bilirrubina e da dificuldade na sucção e deglutição para manter oferta adequada de leite materno. O risco de RN com 36 semanas desenvolver BT > 20 mg/dL é 8 vezes maior quando comparado a RN de 41 semanas de idade gestacional. O baixo aporte é fator associado importante nesses RN, normalmente com poder de sucção ainda diminuído, por favorecer o aumento da circulação êntero-hepática da bilirrubina. - A perda exagerada de peso nos primeiros dias de vida, em RN sob aleitamento exclusivo, sem evidências de hemólise ou outra causa de icterícia, pode sugerir esse diagnóstico. - O jejum prolongado, que favorece a absorção da bilirrubina no nível intestinal e seu maior aporte para a circulação sanguínea. Fatores de risco para o desenvolvimento de icterícia: ● Icterícia do aleitamento materno A chamada “icterícia por leite materno” tipicamente se inicia entre 3 e 5 dias de vida, atingindo o pico após 2 semanas, quando começa a declinar lentamente, desaparecendo entre 3 e 12 semanas após o nascimento. Ocorre em bebês saudáveis, com bom ganho de peso, sob aleitamento natural, e constitui diagnóstico de exclusão. O aumento de bilirrubinas se deve exclusivamente à fração indireta. A causa não está totalmente esclarecida, podendo decorrer de algum fator presente no leite materno que favoreça a absorção intestinal de bilirrubinas. Entre 20 e 40% das mulheres apresentam níveis elevados de beta-glucuronidase no seu leite, o que explicaria a icterícia. Outro mecanismo proposto seria uma mutação polimórfica do gene UGT1A1 do leite de algumas mulheres. De qualquer forma, não há necessidade de tratamentoda icterícia por leite materno, não se indicando a descontinuidade do aleitamento. O aleitamento materno com dificuldade pode gerar uma perda de peso >7%, o que gera desidratação e aumento da quantidade de bilirrubina circulante, o que explica o desenvolvimento de icterícia em RN em AME. Além disso, o leite materno ainda possui uma maior disponibilidade de beta-glucoronidases, o que aumenta a transformação de BD em BI. Qual o manejo? Fototerapia ou exsanguineotransfusão que dependem de fatores como IG e tempo de vida. A fototerapia com proteção ocular é o método mais utilizado nas últimas décadas. Visa a reduzir os níveis de bilirrubinas que poderiam indicar EST. A eficácia desse tratamento depende do comprimento de onda da luz, da irradiância espectral e da superfície corpórea exposta à luz. Quando a bilirrubinemia é superior ao percentil 95 no nomograma de Bhutani et al., é preferível indicar fototerapia de alta intensidade, de preferência com lâmpadas azuis especiais, para aumentar a irradiância e a superfície corpórea exposta à luz. Nesses casos, não deve haver interrupção de exposição do RN ao aparelho sequer para mamar. HIPERBILIRRUBINEMIA DIRETA A elevação do nível de BD resulta de distúrbios hepáticos ou doenças sistêmicas potencialmente graves. A icterícia causada pela BD elevada confere à pele um tom esverdeado ou amarelo-acastanhado opaco. As causas a serem consideradas envolvem obstrução, sepse, doença do trato biliar, toxinas, inflamação e doenças metabólicas ou genéticas. A colestase é causada por uma obstrução extra ou intra-hepática ao fluxo biliar e resulta em retenção no soro de substâncias que normalmente são excretadas na bile, e o marcador mais comum é a hiperbilirrubinemia conjugada. Apesar de não ser neurotóxica, seu acúmulo é sempre patológico e deve ser feito o diagnóstico de forma precoce em razão do potencial de gravidade da atresia biliar, uma das causas mais comuns de colestase. A atresia biliar é definida como ausência ou obliteração dos ductos biliares extra-hepáticos, sendo a principal indicação de transplante hepático em crianças. Os recém-nascidos desenvolvem icterícia progressiva nas primeiras 8 semanas de vida e podem apresentar acolia fecal, entretanto, muitas vezes no início do quadro aparentam bom estado geral e adequado ganho de peso. 2.Pontuar os benefícios do aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida e discorrer a superioridade existente entre o leite materno e os demais (quais seriam os componentes responsáveis por isso). A primeira escolha para alimentação do RN pré-termo é o leite da sua mãe, seguido do leite de doadoras e da fórmula própria para RN pré-termo. Sabe-se que há diferenças entre o leite produzido pelas mães de bebês pré-termo e de termo. O leite materno é soberano em relação aos outros tipos de leite, como o leite de vaca ou as fórmulas preparadas, pois somente o materno possui fatores imunológicos e os outros são mais propícios ao desenvolvimento de alergias e possuem maiores quantidades de proteínas do que o necessário para a alimentação da criança. Além de alimentar a criança, o aleitamento materno (AM) protege mãe e criança contra algumas doenças e promove o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança e o bem-estar físico e psíquico da díade mãe-filho. - AM exclusivo (AME): Aleitamento materno exclusivo, indicado até o 6º mês de vida. - AM predominante: Complemento com água ou bebidas à base de águas, mas predomina o leite materno. - AM complementado: Presença de alimentos semissólidos ou sólidos para complementar com leite materno. - AM misto ou parcial: Recebe, além do leite materno, outros tipos de leite. Recomenda-se amamentação por 2 anos ou mais, sendo os 6 primeiros meses AME, por ser vantajosa em razão do valor nutritivo do leite materno e da proteção contra doenças infecciosas, que se mantém enquanto a criança for amamentada, independentemente da idade. Com relação à duração do AME, existem evidências de que não há vantagens em oferecer alimentos complementares a crianças menores de 6 meses, podendo, inclusive, haver prejuízos à saúde da criança, como maior chance de adoecer por infecção intestinal e hospitalização por doença respiratória. Além disso, a introdução precoce dos alimentos complementares diminui a duração do AM, interfere na absorção de nutrientes importantes nele existentes, como o ferro e o zinco, e reduz a eficácia da lactação na prevenção de novas gestações Vantagens do AM: → a amamentação confere proteção contra diarreia; → a proteção da amamentação contra infecções respiratórias; → redução de alergias (a exposição a pequenas doses de leite de vaca nos primeiros dias de vida parece aumentar o risco de alergia ao leite de vaca); → redução de doenças crônicas: há relatos bem consistentes da associação entre AM e menor chance de desenvolver obesidade e diabete tipo 2, pressões sistólica e diastólica mais baixas e níveis menores de colesterol total; → melhor desenvolvimento da cavidade bucal (a interrupção precoce pode diminuir/retardar o desenvolvimento da cavidade bucal); → melhor desenvolvimento cognitivo e inteligência; → proteção contra doenças na mulher que amamenta: há evidências de proteção do AM contra câncer de mama e de ovário, e o desenvolvimento de diabete tipo 2, além do efeito anticoncepcional (prolactina gera inibição de GNRh (hipotálamo) que inibe a liberação de FSH e LH (hipófise), o que gera a mesma consequência da pílula anticoncepcional) ; → melhor nutrição; → promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho; 3.Descrever como deve ser realizada a introdução alimentar, a partir do 6º mês, de forma adequada. A eficiência da nutrição enteral está relacionada à competência do trato gastrointestinal em coordenar sucção e deglutição e propiciar esvaziamento gástrico completo e motilidade intestinal adequada. Após os seis meses, a criança amamentada deve receber três refeições ao dia (duas papas de fruta e uma papa salgada 1/comida de panela). Após completar sete meses de vida, respeitando-se a evolução da criança, a segunda papa salgada/comida de panela pode ser introduzida (arroz, feijão, carne, legumes e verduras). A consistência dos alimentos deve aumentar gradativamente e a textura deve ser apropriada à idade. A primeira papa salgada deve ser oferecida no sexto mês, no horário de almoço. Tal refeição deve conter alimentos dos seguintes grupos: cereais e tubérculos, leguminosas, carnes e hortaliças (verduras e legumes). O ovo cozido e as carnes devem fazer parte das refeições desde os seis meses de idade. O óleo vegetal deve ser usado em pequena quantidade.Os alimentos devem ser cozidos em pouca água e amassados com o garfo, nunca liquidificados ou peneirados. Na idade de oito a dez meses, a criança já pode receber os alimentos da família, desde que não muito condimentados ou com grandes quantidades de sal. As frutas devem ser oferecidas após os seis meses de idade, preferencialmente sob a forma de papas, sempre em colheradas. O tipo de fruta a ser oferecido deve respeitar as características regionais, custo,estação do ano e a presença de fibras, lembrando que nenhuma fruta é contra-indicada. Os sucos naturais podem ser usados preferencialmente após as refeições principais, e não em substituição a elas, em uma dose pequena. Nos intervalos é preciso oferecer água tratada, filtrada ou fervida para a criança. Importante: - Estimular o consumo de alimentação básica e alimentos regionais (arroz, feijão, batata, mandioca/macaxeira/aipim, legumes, frutas, carnes); - A carne/ovo deve fazer parte das refeições desde os seis meses de idade; - O profissional deve insistir na utilização de miúdos uma vez por semana, especialmente fígado de boi, pois são fontes importantes de ferro; - Crianças que recebem outro leite que não o materno devem consumir no máximo 500ml por dia; Tubérculos, cereais e pães: Alimentos ricos em carboidratos devem aparecer em quantidades maiores nas refeições, principalmente nas papas, pois aumentam a densidade energética, além de fornecer proteínas. Verduras e legumes: Alimentos ricos em vitaminas, minerais e fibras. Devem ser variados, pois existem diferentes fontes de vitaminas nesse mesmo grupo. Os alimentos de coloração alaranjada são fonte de betacaroteno (pró-vitamina A). As folhas verde-escuras possuem, além de betacaroteno, ferro não heme, que é mais absorvido quando oferecido junto com alimentos com fonte de vitamina C. Frutas: Alimentos ricos em vitaminas, minerais e fibras. São também importante fonte de energia. Após o sexto mês, a criança deve receber duas frutas por dia e nenhuma fruta é contra-indicada. Leites e produtos lácteos: Para crianças menores de dois anos, o leite materno pode ser o único alimento desse grupo. Para crianças maiores de quatro meses totalmente desmamadas, não se recomenda a oferta de leite de vaca (ou outro) na forma pura, e sim adicionado a cereais, tubérculos e frutas. Esse grupo é básico para crianças menores de um ano e complementar para crianças maiores de um ano. Fornece cálcio e proteína. O cálcio é fundamental para o desenvolvimento ósseo da criança. Carnes, miúdos e ovos: Esse grupo é fonte de proteína de origem animal (carne e ovos). As carnes possuem ferro de alta biodisponibilidade e, portanto, previnem a anemia. A oferta desses alimentos deve fazer parte da papa oferecida para a criança. As carnes são oferecidas trituradas, desfiadas ou cortadas em pedaços pequenos. Os miúdos contêm grande quantidade de ferro e devem ser recomendados para consumo no mínimo uma vez por semana. Não existem restrições para carnes e ovos a partir dos seis meses de idade. Leguminosas:Esses alimentos são fonte de proteína, além de oferecerem quantidades importantes de ferro não heme e de carboidratos. Quando combinados com o cereal, como por exemplo o arroz, e um alimento rico em vitamina C, podem ser comparáveis ao valor protéico das carnes. Óleos e gorduras: A gordura está presente naturalmente nas carnes e no preparo das refeições salgadas, devendo ser evitado o excesso e as frituras antes de dois anos de idade. Açúcares e doces: Antes do primeiro ano de vida não é recomendado o oferecimento de açúcar, pois a criança está formando seus hábitos alimentares, que perpetuarão para a vida toda. Sabe-se que os alimentos oferecidos nos primeiros anos de vida, com freqüência, passam a fazer parte do hábito alimentar. 4.Compreender o processo fisiológico da lactação, os hormônios envolvidos, a composição do leite materno e as alterações sofridas por esse leite durante o tempo; ● Como o leite é produzido? O leite é secretado nos alvéolos por uma cadeia única de células epiteliais altamente diferenciadas e conduzido até o exterior por uma rede de ductos. Durante as mamadas, enquanto o reflexo de ejeção do leite está ativo, os ductos sob a aréola enchem-se de leite e dilatam-se, formando o que antes se chamava, equivocadamente, de seios lactíferos. Na gravidez, a mama é preparada para a lactação sob a ação de diferentes hormônios. Os mais importantes são o estrogênio, responsável pela ramificação dos ductos lactíferos, e o progestogênio, pela formação dos lóbulos. Outros hormônios também estão envolvidos na aceleração do crescimento mamário, como lactogênio placentário, prolactina e gonadotrofina coriônica. Apesar de a secreção de prolactina estar muito aumentada na gestação, a mama não secreta leite durante a gravidez, graças à inibição pelo lactogênio placentário. Essa é a fase I da lactogênese (mamogênese). obs:Na gestação a placenta é responsável pela liberação de um hormônio chamado de Hormônio Lactogênio Placentário (HLP) que “bloqueia” a ação da insulina, fazendo com que o pâncreas tenha que aumentar a secreção de insulina. Os níveis do hormônio lactogênio placentário começam a se tornar significativos a partir da 20a semana de gestação, por isso essa doença é mais comum no fim da gravidez. Os alvéolos mamários são rodeados por células mioepiteliais, que têm função contrátil, e se reúnem em grupos que formam os lóbulos mamários. Cada alvéolo drena o seu conteúdo para um pequeno dueto; os ductos de vários alvéolos confluem em ductos maiores que se abrem nas ampolas, pequenos reservatórios de leite de onde saem os ductos lactíferos, pelos quais o leite é ejetado. O início da secreção do leite,caracterizando o começo da fase II da lactogênese (lactogênese), ocorre graças à queda acentuada nos níveis sanguíneos maternos de progestogênio após o nascimento da criança e a expulsão da placenta, com consequente liberação de prolactina pela pituitária anterior (adenohipófise). Apojadura: liberação do leite. Em seguida, inicia-se a fase III da lactogênese, também denominada galactopoese (ejeção do leite). Essa fase, que persiste por toda a lactação, é de controle autócrino e depende primordialmente da sucção do bebê e do esvaziamento da mama. A remoção contínua de peptídios supressores da lactação (feedback inibitor of lactation – FIL) do leite garante a reposição total do leite removido. Ainda há outro mecanismo não bem elucidado, envolve os receptores de prolactina na membrana basal do alvéolo. À medida que o leite se acumula nos alvéolos, a forma das células alveolares fica distorcida e a prolactina não consegue se ligar aos seus receptores, criando assim um efeito inibidor da síntese de leite. Grande parte do leite de uma mamada é produzido enquanto a criança mama, sob o estímulo da prolactina, que é liberada graças à inibição da liberação de dopamina, que é um fator inibidor da prolactina. A liberação de prolactina e ocitocina é regulada pelos reflexos da produção e ejeção do leite, respectivamente, ativados pela estimulação dos mamilos, sobretudo pela sucção da criança. A liberação da ocitocina também ocorre em resposta a estímulos condicionados. ● Quais os hormônios envolvidos? Prolactina → Aumento da quantidade de alvéolos durante a gestação e consequentemente a produção do leite materno. Se colocada junto da progesterona aumenta ainda mais a quantidade de alvéolos. Produzida pela adeno-hipófise. Ocitocina → Contração de células mioepiteliais ao redor das célulasalveolares e ejeção do leite. Produzida pela neuro-hipófise. Progesterona + Estrógenos → Quando se iniciam os ciclos menstruais, a exposição contínua da mama aos estrogênios e à progesterona promove aumento adicional da arborização e do comprimento dos duetos, além de acelerar o desenvolvimento dos alvéolos. ● Qual a composição do leite materno? O leite materno é surpreendentemente homogêneo quanto à sua composição. O leite maduro só é secretado por volta do 10º dia pós-parto. A cor e o aspecto do leite humano variam ao longo da mamada como decorrência das variações na sua composição e também de acordo com a dieta da mãe. Nos primeiros dias, a secreção láctea é chamada de colostro, que contém mais proteínas e menos lipídios do que o leite maduro, e é rico em imunoglobulinas, em especial a IgA. A IgA secretória é a principal imunoglobulina, que atua contra microrganismos que colonizam ou invadem superfícies mucosas. A especificidade dos anticorpos IgA no leite humano é um reflexo dos antígenos entéricos e respiratórios da mãe, o que proporciona proteção à criança contra os agentes infecciosos prevalentes no meio em que ela está inserida. A concentração de IgA no leite materno diminui ao longo do primeiro mês, permanecendo relativamente constante a partir de então. O principal carboidrato do leite materno é a lactose, e a principal proteína é a lactoalbumina. As gorduras são o componente mais variável do leite materno e são responsáveis por suprir até 50% das necessidades energéticas da criança pequena. Os ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa (ômega 3, 6 e 9) são essenciais no desenvolvimento cognitivo e visual, e na mielinização dos neurônios. A concentração de gordura no leite (e consequentemente o teor energético) aumenta no decorrer de uma mamada. Assim, o leite do final da mamada (leite posterior) é mais rico em energia e sacia melhor a criança; daí a importância de a criança esvaziar bem a mama. Outros fatores de proteção que se encontram no leite materno são: leucócitos, que matam microrganismos; lisozima e lactoferrina, que atuam sobre bactérias, vírus e fungos; oligossacarídeos (mais de 130 compostos), que previnem ligação da bactéria na superfície mucosa e protegem contra enterotoxinas no intestino, ligando-se à bactéria; fator bífido, que favorece o crescimento do Lactobacilus bifidus na criança, uma bactéria saprófita que acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam diarreia, como Shigella, Salmonella e Escherichia coli. E o leite maduro? 5.Conhecer quais são as orientações necessárias no processo de aleitamento materno (pega, higienização, contra indicação das mamadeiras e bicos em relação ao aleitamento, ordenho..); Muitas vezes, o bebê com pega inadequada é capaz de obter o leite anterior, mas tem dificuldade de retirar o leite posterior, mais nutritivo e rico em gorduras. Além disso, a má pega favorece traumas mamilares. - Quando iniciar amamentação? A OMS e o MS recomendam contato pele a pele na primeira hora de vida, sempre que as condições de saúde da mãe e do bebê permitirem. A sucção precoce da mama reduz o risco de hemorragia pós-parto, ao liberar ocitocina, e de icterícia no recém-nascido, por aumentar a motilidade gastrointestinal. - Qual a frequência de mamadas? É comum um bebê em AME sob livre demanda mamar de 8 a 12 vezes ao dia. O tamanho das mamas da mãe pode exercer alguma influência na frequência das mamadas, em relação ao volume de leite armazenado em cada mamada, no entanto, o tamanho não tem relação com a produção do leite.Toda criança experimenta períodos de aceleração do crescimento, o que se manifesta por um aumento da demanda por leite. Em geral, ocorrem três episódios de aceleração do crescimento antes dos 4 meses: o primeiro entre 10 e 14 dias de vida, outro entre 4 e 6 semanas e um terceiro em torno dos 3 meses. - Qual o tempo de duração de cada mamada? Não existe um tempo específico, pois tudo depende. Independentemente do tempo necessário, é importante que a criança esvazie a mama, pois o leite do final da mamada – leite posterior – contém mais calorias e sacia a criança. - Mamadeiras? Chupetas? Suplementos? O uso de mamadeiras deve se evitado, visto que a criança quando experimenta o bico mais “fácil” da mamadeira, tende a desistir e achar o bico da mama mais difícil para obtenção de alimento, além de ser uma fonte de contaminação de infecções. As chupetas devem ser evitadas devido à possíveis malformações do palato. Água, chás e, sobretudo, outros leites devem ser evitados, pois há evidências de que o seu uso está associado com desmame precoce e aumento da morbimortalidade infantil. - Desmame? O ideal seria que ele ocorresse naturalmente (desmame natural), na medida em que a criança, sob a liderança da mãe, vai adquirindo competência para isso. O desmame abrupto deve ser desencorajado, pois, se a criança não está pronta, ela pode se sentir rejeitada pela mãe, gerando insegurança e, muitas vezes, rebeldia. Na mãe, o desmame abrupto pode precipitar ingurgitamento mamário, estase do leite e mastite, além de tristeza ou depressão, por luto pela perda da amamentação ou por mudanças hormonais. No desmame natural, a criança autodesmama-se gradualmente, o que pode ocorrer em diferentes idades, em média entre 2 e 4 anos, e, raramente, antes de 1 ano. Há vários indicativos de que a criança pode estar pronta para iniciar o desmame: idade maior que 1 ano, menos interesse nas mamadas, aceita bem outros alimentos, é segura na sua relação com a mãe, aceita outras formas de consolo, aceita não ser amamentada em certas ocasiões e locais, às vezes dorme sem mamar no peito, mostra pouca ansiedade quando encorajada a não mamar e às vezes, prefere brincar ou fazer outra atividade com a mãe em vez de mamar. - Armazenamento? Até 12h na geladeira. Até 2h em temperatura em torno de 23º graus. Após pasteurização pode ser armazenado por 6 meses. ● Ordenha do leite materno: Quando a criança não tem condições de sugar a mama ou tem sucção fraca, a mãe deve ser orientada a realizar ordenha com freqüência e oferecer o leite ordenhado, além de estimular a região perioral da criança e incentivar a sucção introduzindo o dedo mínimo na sua cavidade oral. Se a criança estabelecer coordenação entre sucção, deglutição e respiração, a mãe pode oferecer cuidadosamente o seio, com supervisão profissional. 6. Analisar as complicações do aleitamento materno. ● Dor/trauma mamilar: A causa mais comum de dor persistente nos mamilos é o trauma mamilar, que se manifesta por fissuras, bolhas, equimoses e/ou crostas. Acredita-se que a causa mais comum de dor e trauma mamilar seja técnica inadequada de amamentação. O quadro clínico caracteriza-se por dor intensa e desconforto para amamentar. Manejo: - iniciar a mamada pela mama menos afetada; - amamentar em diferentes posições para reduzir as pressões nos pontos dolorosos; - passar o próprio leite nos mamilos após as mamadas. As propriedades anti-infecciosase anti-inflamatórias do leite materno ajudam na cicatrização; ● Candidíase mamilar: Essa é uma infecção mamilar comum causada por Candida albicans e geralmente transmitida pela criança, mesmo sendo assintomática. Mulheres com infecções por Candida apresentam dor no mamilo, prurido, sensação de queimadura (ardor) e “fisgadas”, que se irradiam para o interior da mama. A pele dos mamilos e da aréola pode apresentar-se avermelhada, brilhante ou apenas irritada ou com aspecto friável e com fina descamação. Uso de mamadeiras e chupetas, fissura de mamilos e consumo de antibióticos pela mãe ou criança são fatores de risco para candidíase mamilar. Manejo: - manter os mamilos ventilado e expostos à luz solar por alguns minutos; - evitar uso de chupetas e mamadeiras, já que são fonte de infecção; O tratamento medicamentoso consiste na aplicação local de nistatina, clotrimazol, miconazol ou cetoconazol, durante aproximadamente 14 dias. Deve-se tratar, simultaneamente, a mãe e a criança, mesmo que uma delas não apresente sintomas clínicos evidentes. Entre as medidas não farmacológicas, está manter os mamilos ventilados e secos. ● Fenômeno de Raynaud: Um desequilíbrio entre vasoconstrição e vasodilatação, comandado pelo sistema nervoso autônomo e, em parte, por fatores metabólicos locais e interações celulares, com predominância da vasoconstrição, é o evento central na fisiopatologia do fenômeno de Raynaud. Essa isquemia intermitente pode acometer os mamilos provocando palidez, dor intensa característica (pode durar segundos, minutos ou até horas) e sensação de fisgadas ou queimação. Geralmente, ocorre em resposta à compressão anormal do mamilo na mamada, trauma mamilar ou exposição ao frio, mas com frequência não se identifica a causa. Manejo: - Compressas mornas ajudam a aliviar a dor na maioria das vezes; - alguns autores recomendam nifedipina (5 mg, 3 vezes/dia, por 1 a 2 semanas),7 vitamina B6 (200 mg/dia, 1 vez/dia, por 4 a 5 dias, e depois 50 mg/dia por mais 1 a 2 semanas), suplementação com cálcio (2.000 mg/dia) suplementação com magnésio (1.000mg/dia) e ibuprofeno; ● Ingurgitamento mamário: O ingurgitamento fisiológico (peito cheio) é comum na apojadura (descida do leite), entre o 3º e o 5º dia após o parto, como resultado do aumento do volume de leite e da circulação linfática. A mama fica cheia, pesada, com discreto aumento de temperatura, porém sem sinais de hiperemia ou edema. O leite flui facilmente, não necessitando de intervenção, pois a condição resolve-se em poucos dias, assim que ocorrer o ajuste da produção do leite ao consumo da criança. A doença ingurgitamento mamário, em geral, começa por volta do 3º ao 7º dia após o parto e envolve dois componentes: a remoção ineficiente do leite e o aumento do fluxo de sangue para as mamas, com consequente congestão e edema. A remoção ineficiente de leite pode ocorrer por separação entre mãe e bebê, mamadas muito espaçadas, técnica inadequada de amamentação, sucção ineficiente e atraso da primeira mamada. O ingurgitamento é uma condição que pode ser prevenida mediante técnica adequada de amamentação exclusiva e em livre demanda, mamadas frequentes e, sobretudo, remoção efetiva do leite. Manejo: - manter a amamentação; - amamentar com mais frequência e em livre demanda; - ordenhar o excesso de leite por meio de ordenha manual ou mecânica; - massagear, com movimentos circulares, toda a mama e particularmente as regiões com ingurgitamento mais intenso, em que o leite está “empedrado”; - ordenhar um pouco de leite antes da mamada, se a aréola estiver tensa; - manter medidas de suporte, como repouso, sutiãs confortáveis, com alças firmes e largas para manter as mamas elevadas e aliviar a dor; - utilizar compressas frias nas mamas, nos intervalos das mamadas. A hipotermia diminui a produção do leite, pela vasoconstrição provocada e consequente diminuição de oferta de substratos necessários à produção do leite. (o tempo de aplicação das compressas frias não deve ultrapassar 15 minutos, em razão do efeito rebote, ou seja, um aumento de fluxo sanguíneo para compensar a redução da temperatura local); - tomar banho morno acompanhado de massagens na mama, o que ajuda na liberação do leite; ● Ductos lactíferos bloqueados: O bloqueio de ductos lactíferos ocorre quando o leite produzido em uma determinada área da mama não é drenado adequadamente em virtude de mamadas infrequentes, pega inadequada, roupas apertadas, trauma na mama ou espessamento do leite. Essa condição manifesta-se por nódulos localizados, sensíveis e dolorosos, acompanhados de dor, vermelhidão e calor na área envolvida. Habitualmente, a febre não faz parte do quadro clínico. As medidas preventivas dos ductos bloqueados são as mesmas do ingurgitamento mamário, assim como o tratamento, o qual deve ser instituído precoce e energicamente, para que o processo não evolua para mastite. ● Mastite: É um processo inflamatório da mama, podendo acompanhar-se ou não de infecção; quando ocorre durante a lactação, denomina-se mastite lactacional ou puerperal. Qualquer condição que leve à estase do leite favorece o desenvolvimento da mastite, como bloqueio de ductos, produção excessiva de leite, pega inadequada, sucção ineficiente, esvaziamento incompleto da mama, restrição da frequência e duração das mamadas, horários regulares de mamadas e longos períodos de sono do bebê, entre outras. A mastite lactacional geralmente tem início na 2a ou 3a semana pós-parto, podendo, no entanto, ocorrer em qualquer estágio da lactação. Acontece, na maioria das vezes, unilateralmente, em área localizada ou em vários pontos da mama. As manifestações clínicas podem variar desde uma simples inflamação focal, com repercussões sistêmicas mínimas, até sinais e sintomas de abscesso e septicemia. A mama apresenta-se vermelha, quente, edemaciada e dolorida, e a mulher refere febre e sintomas semelhantes à síndrome gripal, acompanhados, algumas vezes, de náuseas e vômitos. O hemograma revela leucocitose com desvio à esquerda. Os principais componentes do tratamento da mastite incluem:esvaziamento adequado da mama, tratamento farmacológico e medidas de suporte. ● Abscesso mamário: Uma complicação grave da mastite é o abscesso mamário, definido como coleção de pus localizada dentro da mama e protegida por uma cápsula. Ocorre com maior frequência nas 6 primeiras semanas após o parto. O diagnóstico é feito com base em parâmetros clínicos, que incluem dor intensa, febre, mal-estar, calafrios e presença de áreas de flutuação à palpação no local do abscesso. Geralmente, só uma das mamas é acometida. O aspecto mais importante para a prevenção do abscesso mamário é a instituição precoce do tratamento da mastite. O abscesso exige intervenção rápida, com drenagem cirúrgica, de preferência sob anestesia, com coleta de secreção purulenta para cultura e antibiograma. Quando possível, devem - se fazer pequenas incisões ou aspirações com agulha guiada por ultrassonografia para preservar o tecido mamário. São recomendadas antibioticoterapia e demais condutas indicadas no tratamento da mastite. A amamentação pode ser mantida dependendo dalocalização do abscesso. ● Galactocele: É um tumor cístico contendo leite ou uma substância leitosa que geralmente está localizado nas glândulas mamárias. Pode ser causada por uma infecção ou ocorrer no período pós-parto. 7. Pontuar as contra indicações do aleitamento materno; ● Relativas: Fármacos: A excreção de fármacos para o leite materno é maior durante os primeiros dias de lactação (colostro), quando as células alveolares são pequenas e o espaço intercelular é maior, o que facilita a transferência de substâncias maternas, incluindo fármacos, linfócitos, imunoglobulinas e proteínas para o leite materno. A barreira hematoencefálica é imatura em RN e lactentes jovens, havendo aumento da passagem de fármacos lipossolúveis que atuam no sistema nervoso central. De forma semelhante, os sistemas orgânicos responsáveis pelo metabolismo e excreção dos fármacos não estão completamente desenvolvidos nessa população. - baixo risco (6 a 18 meses); - risco moderado (2 a 6 meses); - alto risco (prematuros, recém-nascidos, lactentes clinicamente instáveis ou com função renal debilitada). Muitos fármacos administrados topicamente ou inalados não atingem níveis plasmáticos significativos, possuindo níveis lácteos não mensuráveis. Vários antibióticos, corticosteróides e retinóides aplicados em áreas pequenas não são bem absorvidos por via transcutânea e são praticamente indetectáveis no plasma. Características importantes dos fármacos: - peso molecular: fármacos com baixo peso molecular atingem mais facilmente o leite materno que aqueles com peso molecular > 10 daltons. Os poros das membranas permitem o movimento de moléculas com pesos moleculares < 200 daltons; - grau de ionização: fármacos que são bases fracas tendem a estar menos ionizados no plasma (pH = 7,4) e a permanecer na forma ionizada no compartimento lácteo (pH = 7,1), favorecendo sua concentração no leite materno. - ligação a proteínas: fármacos com baixa afinidade a proteínas plasmáticas apresentam maior facilidade para atingir o compartimento lácteo, uma vez que os fármacos passam para o leite materno sob a forma livre, ou seja, não ligados às proteínas plasmáticas. Exemplo: diazepam; - fármacos lipossolúveis atravessam mais facilmente a barreira celular lipoproteica, atingindo mais facilmente o compartimento lácteo. Concentram-se mais no leite maduro em razão de seu maior coeficiente de solubilidade em lipídios.Exemplo: sulfonamidas e cloranfenicol; - meia-vida: fármacos de ação longa mantêm níveis circulantes por maior tempo no sangue materno e, consequentemente, no leite materno. - biodisponibilidade oral: fármacos com baixa biodisponibilidade são ideais para uso durante a lactação porque, mesmo quando presentes no leite, são pouco ou nada absorvidos pelo lactente. NÃO ENTENDI????? As medidas mais utilizadas para esse fim são a razão leite/plasma e a dose relativa no lactente.Um baixo valor indica baixa concentração do fármaco no leite. É importante ressaltar que nem sempre valores elevados constituem preocupação, a exemplo de fármacos com baixa biodisponibilidade para o lactente. A dose relativa no lactente estima a porcentagem da dose materna transferida para o lactente. Estabeleceu-se, de forma arbitrária, que o valor deve ser menor que 10% para que o fármaco seja considerado seguro para uso durante a lactação. - contraindicados: quando existem evidências de danos significativos à saúde do lactente. Nesse caso, o risco do uso do medicamento pela nutriz claramente é maior que os benefícios do aleitamento materno. Esses fármacos exigem a interrupção da amamentação. - usar com cautela: quando existe risco teórico ou concreto de dano à saúde do lactente ou à produção láctea. Esses medicamentos devem ser utilizados levando-se em conta a relação risco/benefício, quando fármacos mais seguros não estão disponíveis ou são ineficazes - seguros: quando não apresentam efeitos adversos descritos sobre o lactente ou sobre o suprimento lácteo; A amamentação ao seio somente deve ser interrompida ou desencorajada se existir evidência substancial de que o fármaco usado pela nutriz é nocivo para o lactente ou quando não houver informações a respeito e o fármaco não puder ser substituído por outro sabidamente mais seguro. Recomenda-se a interrupção temporária da amamentação: - Infecção herpética, quando há vesículas localizadas na pele da mama. A amamentação deve ser mantida na mama sadia; - Varicela: se a mãe apresentar vesículas na pele cinco dias antes do parto ou até dois dias após o parto, recomenda-se o isolamento da mãe até que as lesões adquiram a forma de crosta; - Doença de Chagas, na fase aguda da doença ou quando houver sangramento mamilar evidente; - Abscesso mamário, até que o abscesso tenha sido drenado e a antibioticoterapia iniciada. A amamentação deve ser mantida na mama sadia; - Consumo de drogas de abuso: recomenda-se interrupção temporária do aleitamento materno, com ordenha do leite, que deve ser desprezado. ● Absolutas: - Mães infectadas pelo HIV (obs: Em países como a África Subsaariana, onde a transmissão do HIV é muito presente, a infecção por HIV não impede a amamentação, visto que as consequências da falta do AM são piores que a amamentação da mãe infectada); - Mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2; - Criança portadora de galactosemia, doença rara em que ela não pode ingerir leite humano ou qualquer outro que contenha lactose;
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