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Andressa – P3B FMO – 2021.1 C e f a l e i a s A cefaleia é um sintoma comum a muitas condições benignas – como as cefaleias primárias e diversas secundárias – e a outras potencialmente graves. ‼O diagnóstico da maioria das cefaleias pode ser realizado com base na anamnese e utilizando-se os critérios diagnósticos da Classificação das Cefaleias da Sociedade Internacional de Cefaleia (ICHD3 beta). ♦O exame físico/neurológico deve ser realizado sempre e oferece pouca ou nenhuma informação nas cefaleias primárias, com exceção das cefaleias trigeminoautonômicas, modalidades em que manifestações parassimpática e simpática mais ou menos proeminentes estão presentes nos momentos de dor e, algumas vezes, no período entre as crises. ‼A investigação com exames complementares é desnecessária para a maioria dos pacientes que preencham os critérios diagnósticos relacionados na Classificação Internacional das Cefaleias para alguma modalidade primária e que não apresentem qualquer sintoma ou sinal de alerta. Por outro lado, está indicada para o esclarecimento etiológico e o consequente tratamento apropriado na suspeita clínica de cefaleias secundárias, algumas das quais podem estar relacionadas com causas potencialmente graves. ►Nas cefaleias agudas, o índice de suspeição deve ser elevado e os sintomas e sinais de alerta devem ser perseguidos, através de anamnese e exame físico cuidadosos, para se evitar a falta de diagnóstico de uma enfermidade neurológica ou sistêmica grave. Dados da anamnese que alertam para uma possível cefaleia secundária à causa grave: ►Cefaleia de início recente. Cefaleia recorrente, com início há vários anos, raramente tem como causa condições graves. As dores de cabeça de início recente, por outro lado têm risco aumentado de se relacionar com causas potencialmente graves, se não tratadas. Quanto mais recente o início da cefaleia, maior a probabilidade de ser secundária e secundária a causa grave. Dessa forma, o primeiro episódio de uma dor de cabeça é sempre motivo para alerta. ►A pior cefaleia já sentida. Quando alguém é sujeito a uma cefaleia recorrente e apresenta um episódio com intensidade mais forte, muito diferente da dor habitual, há que se supor estar diante de uma nova forma de cefaleia e, dessa forma, será motivo para investigação. ►Sintomas focais que não uma aura típica de migrânea (enxaqueca). As auras de migrânea mais comuns são a visual, a parestésica e a afásica. As auras típicas de migrânea duram de 5 a 60 minutos. Caracterizam-se por apresentar marcha, ou seja, o fenômeno se desenvolve gradualmente, em minutos. No caso de aura visual, costuma iniciar-se por um ponto e aumentar gradualmente, até ocupar toda uma metade direita ou esquerda do campo visual; em se tratando de aura parestésica, as manifestações sensitivas costumam iniciar na extremidade de um dos membros superiores, e simultaneamente no canto da boca (síndrome quiro-oral) e ascender gradualmente. Além disso, as formas típicas caracterizam-se por concomitância de fenômenos positivos e negativos. Isso corresponde, nas auras visuais, à percepção simultânea de brilho, que persiste mesmo com os olhos fechados, e um escotoma negativo. ‼Sempre que os sintomas sugestivos de aura não apresentem essas características, deve-se suspeitar de um sintoma focal outro que não aura, induzindo a investigação complementar. Isso inclui fenômenos visuais monoculares, sintomas que persistam por mais de 1 hora ou menos que 5 minutos, paresia ou qualquer outra queixa motora. ►Cefaleia desencadeada por tosse ou exercício ou relacionada com a atividade sexual. Embora existam modalidades primárias de cefaleias relacionadas com esses desencadeadores, o surgimento de uma nova dor de cabeça com essas características requer investigação. A cefaleia provocada pela tosse, espirro e esforço de evacuação, mesmo quando recorrente, pode ser manifestação de malformação de Chiari. ►Cefaleia de forte intensidade de início recente durante a gravidez ou o puerpério. Essas pacientes são sujeitas a múltiplas formas de doença vascular que podem cursar com dor de cabeça. Deve-se atentar para o fato de que a gravidez ou o puerpério não devem ser motivo por si sós para não utilizar os meios apropriados de investigação, quando há suspeita de uma enfermidade potencialmente grave. ►Cefaleia de instalação rápida durante exercícios intensos. Existem formas primárias de cefaleia recorrente desencadeadas pelo exercício, Andressa – P3B FMO – 2021.1 no entanto, em se tratando de um primeiro episódio, essa pode ser a manifestação de hemorragia intracraniana ou de dissecção carotídea, requerendo investigação. ►Cefaleia que se inicia após os 50 anos de idade. A prevalência das cefaleias primárias diminui com o envelhecimento. Por outro lado, aumenta o risco de desenvolvimento de cefaleias secundárias e secundárias a causas potencialmente graves. ►Cefaleia em trovoada: cefaleias de forte intensidade e de início abrupto (atingindo a intensidade máxima em segundos até um minuto). É a forma característica de instalação de dores de cabeça secundárias a múltiplas causas potencialmente graves, como hemorragia subaracnóidea por ruptura de aneurisma sacular, hemorragias intraparenquimatosas e outras causas menos comuns, como a síndrome da vasoconstrição cerebral reversível e a apoplexia hipofisária. ►Manifestações sistêmicas ou neurológicas acompanhadas de cefaleia. Múltiplas enfermidades sistêmicas como doenças do colágeno, vasculites e infecções, bem como doenças neurológicas, podem cursar com cefaleia. Particular atenção deve-se ter à concomitância de cefaleia, febre, rash cutâneo, vômitos, alterações da personalidade, alteração do nível de consciência, crises epilépticas focais ou generalizadas. ►Cefaleia progressiva. Cefaleia aguda ou subaguda nas quais frequência e intensidade aumentam gradativamente pode ser manifestação de neoplasias, arterite de células gigantes, hematoma subdural ou uso excessivo de medicação analgésica. ►História de uso de substâncias ilícitas, anticoagulantes, antiagregantes plaquetários. Drogas ilícitas como a cocaína e a metanfetamina e algumas medicações aumentam o risco de sangramentos intracranianos. ►Cefaleia nova em pacientes com imunodeficiência ou câncer. Deve-se ter elevado índice de suspeição com relação a neoplasias, tanto primárias quanto secundárias, e infecções oportunistas. Cabe lembrar que a resposta satisfatória da cefaleia aos analgésicos não afasta a possibilidade de cefaleia secundária a causa grave. Achados ao exame físico que a l e r t a m p a r a u m a p o s s í v e l cefaleia secundária a causa grave ♦ Rigidez de nuca, meningismo, papiledema, hemorragia subhialóidea (à fundoscopia), sinais neurológicos focais (mesmo os mais sutis, como resposta extensora do reflexo cutaneoplantar ou alteração/desvio pronador unilateral), alteração da consciência (vigília, cognição, comportamento), delirium, níveis tensionais elevados (sistólica > 180 ou diastólica > 120), sinais de trauma craniano ou facial, dor à palpação da artéria temporal superficial, doença dos seios paranasais ou dos pulmões – todas essas alterações ao exame físico sugerem possíveis doenças graves, requerendo pronta investigação. EXAMES COMPLEMENTARES ♦Exames de neuroimagem: indicados em todos os casos em que se suspeite de causa potencialmente grave: neoplásica, vascular, infecciosa, traumática, inflamatória, hipertensão intracraniana. Mesmo um resultado negativo pode ser útil, indicando a continuidade da investigação com outros métodos. ♦Exame do líquido cefalorraquiano (LCR): Na investigação da cefaleia está indicado quando há suspeita de infecção, presença de sangue ou células neoplásicas. Se, na suspeita de hemorragiasubaracnóidea, a TC do crânio revelar-se negativa, o exame do LCR deverá ser feito, em busca de hemácias ou xantocromia. ‼‼A TC deve sempre preceder a raquicentese, para afastar lesões com efeito de massa, capazes de causar herniação de estruturas intracranianas durante a punção liquórica. ♦Outros exames: Hemograma, velocidade de sedimentação das hemácias, biopsia da artéria temporal superficial, testes para doenças do colágeno, pesquisa sorológica de infecções específicas, exames de imagem do tórax, seios nasais, mastoide, articulação temporomandibular, exame otológico e muitos outros poderão ser úteis em situações especiais, diante da suspeita de cefaleias secundárias. ♦Eletroencefalograma (EEG): o EEG não tem qualquer utilidade na investigação rotineira das cefaleias, sendo recomendado apenas na investigação de auras atípicas. ( ) ►Cefaleia é um sintoma muito frequente na população, podendo estar relacionada com causas primárias, quando a dor em si é a própria doença, e com causas secundárias, quando a dor é consequência de outra doença. Estima-se que 5% a 10% das pessoas procuram um médico durante a vida por cefaleia. ‼As principais cefaleias primárias são a cefaleia do tipo tensional e a migrânea. ♦A migrânea é um tipo de cefaleia primária cuja dor frequentemente é incapacitante, e que causa Andressa – P3B FMO – 2021.1 enormes prejuízos socioeconômicos e pessoais, atinge de 10% a 15% da população, sendo mais frequente no sexo feminino. De acordo com o Global Burden of Disease Survey e dados da Organização Mundial de Saúde, está entre as principais causas de incapacidade no mundo. ♦Epidemiologia: 17% das mulheres, 6% dos homens e 4% da população infantil têm migrânea. O pico de prevalência situa-se em torno de 30 a 50 anos de idade e o predomínio é no sexo feminino com proporção de 2,2:1. Sabe-se que mais de 70% dos pacientes têm, pelo menos, um familiar direto acometido. A herança genética desta patologia é basicamente poligênica. Pode haver quatro fases detectáveis numa crise típica de migrânea: pródromo ou sintomas premonitórios, aura, cefaleia e sintomas associados (náuseas, fotofobia, fonofobia) e resolução (fadiga, exaustão). ►Os sintomas premonitórios incluem bocejos, fadiga, depressão, desejo por certos alimentos, tensão cervical e hipoatividade, podendo iniciar até 48 horas antes do início da crise de cefaleia. ► A aura corresponde a um conjunto de sintomas neurológicos reversíveis que precedem, acompanham e, menos frequentemente, surgem independentemente da crise dolorosa. Estes sintomas instalam-se gradualmente em ao menos 5 minutos e duram até 60 minutos cada (sintomas mais prolongados devem ser investigados quanto a outras etiologias ou complicações da migrânea. Os sintomas mais comumente descritos são alterações visuais, as quais correspondem a 90% das auras e podem manifestar-se como escotomas cintilantes, escotomas escuros, ou espectro de fortificação (uma figura em ziguezague que surge perto do ponto de fixação visual, podendo alastrar- se em forma de convexidade com bordos brilhantes para os campos laterais da visão, direita ou esquerda). Outros sintomas típicos, menos frequentes, seriam sintomas sensitivos e a afasia. A presença de déficits motores (hemiparesia ou hemiplegia) implica no diagnóstico da subforma migrânea hemiplégica. ‼Sintomas como vertigem, hipoacusia, tinito, diplopia, disartria, ataxia, rebaixamento da consciência, fazem parte do quadro de migrânea com aura relacionada com o tronco encefálico (previamente denominada migrânea basilar). ‼A dor da migrânea caracteriza-se por ser de forte intensidade, do tipo pulsátil, piora com atividades rotineiras, dura entre 4 e 72 horas, é unilateral na maior parte dos casos e pode ser acompanhada de sintomas como náusea, vômitos, fotofobia e fonofobia. Além disso, o paciente migranoso tem uma sensibilidade excessiva a certos estímulos tais como luzes, sons, movimentos e cheiros, os quais podem, inclusive, deflagrar crises de migrânea. ♦Migrânea crônica (MC): corresponde a um estágio da doença no qual a frequência das crises é igual ou superior a 15 dias por mês, ao longo de, pelo menos, 3 meses. A cronificação da migrânea diz respeito não só a um aumento da frequência das crises, por período de tempo específico, mas também, à alterações progressivas na modulação da dor no nível do tronco cerebral e do encéfalo, desenvolvidas pelos pacientes com esta doença. Acredita-se que a cronificação possa resultar em prejuízos aos pacientes que vão além da dor em si. Estudos envolvendo ressonância magnética convencional demonstraram que pacientes com migrânea têm risco aumentado de lesões isquêmicas em substância branca, chamadas algumas vezes de “substrato de migrânea”. ♦Uso excessivo de medicações abortivas da crise e de analgésicos. Considera-se o uso excessivo de medicações abortivas da crise o uso regular por mais de 10 dias no mês de triptanas, ergotamínicos ou opioides, ou uso por mais de 15 dias no mês de analgésicos do tipo dipirona, paracetamol ou anti-inflamatórios não esteroidais. A Classificação Internacional das Cefaleias, da Sociedade Internacional de Cefaleia, define a migrânea sem aura como sendo uma cefaleia recorrente manifestando-se em crises que duram de 4 a 72 horas. As características típicas da cefaleia são: localização unilateral; caráter pulsátil; intensidade moderada ou forte; exacerbação por atividade física rotineira e associação com náusea e/ou fotofobia e fonofobia. ♦Critérios diagnósticos da migrânea sem aura A. Pelo menos cinco crises preenchendo os critérios de B a D. B. Cefaleia durando de 4 a 72 horas (sem tratamento ou com tratamento ineficaz). C. A cefaleia preenche ao menos duas das seguintes características: 1. localização unilateral; 2. caráter pulsátil; 3. intensidade moderada ou forte; 4. exacerbada por ou levando o indivíduo a evitar atividades físicas rotineiras (p. ex., caminhar ou subir escada). D. Durante a cefaleia, pelo menos um dos seguintes: 1. náusea e/ou vômitos; 2. fotofobia e fonofobia. E. Não atribuída a outro transtorno. Andressa – P3B FMO – 2021.1 ♦Critérios diagnósticos da migrânea com aura A. Pelo menos dois episódios preenchem os critérios B e C: B. Um ou mais dos seguintes sintomas de aura, totalmente reversíveis: 1. visual; 2. sensitivo; 3. fala ou linguagem; 4. motor; 5. tronco cerebral; 6. retiniano. C. Pelo menos 2 de 4 características: 1. pelo menos um sintoma de aura alastra gradualmente em 5 ou mais minutos e/ou dois ou mais sintomas aparecem sucessivamente; 2. cada sintoma de aura dura de 5 a 60 minutos; 3. pelo menos um sintoma de aura é unilateral; 4. a aura é acompanhada ou seguida, em 60 minutos, por cefaleia. D. Não atribuída a outro transtorno e foi excluído um acidente isquêmico transitório T r a t a m e n t o d a c r i s e No tratamento farmacológico das crises de migrânea, deve-se levar em consideração a eficácia, os potenciais efeitos adversos e as contraindicações dos medicamentos. Também se observa a intensidade habitual das crises, o grau de incapacidade que elas provocam, a presença de náusea e vômitos, a frequência, o quão rapidamente atingem o seu ápice e o padrão prévio de resposta ao tratamento. Os seguintes princípios devem ser adotados para o tratamento da crise de migrânea: 1) tratar precocemente; essa medida melhora o início e a consistência da reposta, reduz a necessidade de medicação de resgate e reduz o risco de alodinia; 2) usar dose terapêutica adequada e ajustá-la quando a reposta for insuficiente; 3) modificar a via de administração quando houver gastroparesia; 4) trocar por drogas de início de ação mais rápida ou, quando houver recorrência das crises, de meia-vida mais longa; 5) associar substâncias com o objetivo de obter um efeito mais rápido e menor índice de recorrência, por exemplo uma triptana e um antiinflamatório. Nas crises de fraca intensidade podem-se tentar medidas não farmacológicas, como o repouso em um quarto escuro e silencioso. Conciliar o sono, se possível, e utilizar compressas frias na região dolorosa também pode ser útil. Caso a dor persista, podem ser utilizados analgésicos comuns tais como ácido acetilsalicílico, paracetamol e dipirona ou antiinflamatórios não esteroidais (AINEs) tais como naproxeno, ibuprofeno, diclofenaco, nimesulida etc. Nas crises de moderada intensidade, além dos analgésicos comuns e dos AINEs, podem ser utilizadas drogas específicas para o tratamento da crise migranosa, as triptanas, que também estão indicadas nas crises incapacitantes. Como essas crises habitualmente estão associadas a náusea e vômitos, o uso de medicações injetáveis pode ser uma opção mais eficaz, assim como a utilização concomitante de antieméticos. C e f a l e i a d o T i p o T e n s i o n a l A cefaleia do tipo tensional (CTT) é a cefaleia mais prevalente entre as cefaleias primárias, com impacto socioeconômico significativo, bem como sobre a qualidade de vida. O diagnóstico deve ser fundamentado na anamnese detalhada dos eventos clínicos, na ausência de sinais neurológicos e na exclusão de causas subjacentes. ♦DIAGNÓSTICO: A dificuldade diagnóstica encontrada mais frequentemente em relação às cefaleias primárias é discriminar CTT e migrânea sem aura de intensidade leve, pois pacientes com cefaleias frequentes podem apresentar compartilhamento de sintomas ou padecer de ambos os distúrbios. Episódios pouco frequentes de CTT, normalmente bilaterais, de caráter em peso ou aperto, de leve a moderada intensidade, podem durar de 30 minutos a 7 dias. A dor não piora com atividade física rotineira e não está associada a náuseas, mas fotofobia, fonofobia ou mesmo osmofobia podem estar presentes, de forma isolada. A frequência das crises determina os subtipos de CTT: infrequente: < 1 crise/mês; frequente: 1 a 14 crises/mês (por ao menos 3 meses) e crônica, ≥ crises/mês (por ao menos 3 meses). Cefaleia por Uso Excessivo e Medicamentos A cefaleia por uso excessivo de medicamentos (CEM) é uma doença neurológica comum, incapacitante e altamente prevalente em populações de pacientes atendidos em clínicas especializadas. Embora tenha prevalência de 1%- 2% na população geral, pode chegar, respectivamente, a 70% e a 90% dos pacientes que procuram clínicas neurológicas e centros terciários de cefaleia. ‼Para que seja classificado como uso excessivo, é preciso haver uso de analgésicos simples em 15 ou mais dias por mês ou de medicamentos mais específicos para a cefaleia primária, como ergóticos, triptanos ou analgésicos combinados com cafeína, em 10 ou mais dias por mês por pelo menos 3 meses. Como o desenvolvimento da CEM pode ser causa ou consequência do uso excessivo de medicamentos sintomáticos, os pacientes devem receber ambos os diagnósticos, da cefaleia primária preexistente e da CEM, no momento da avaliação inicial, se ambos os critérios diagnósticos estiverem presentes. Andressa – P3B FMO – 2021.1 Para o diagnóstico de CEM o paciente deve apresentar: • cefaleia em 15 ou mais dias por mês; • cefaleia por pelo menos 4 horas se não tratada ou tratada de forma ineficiente; • evolução por pelo menos 3 meses. ♦TRATAMENTOS: O tratamento para a cefaleia por uso excessivo de medicamentos é composto por três pilares principais: • educação e modificação do estilo de vida do paciente; • tratamento preventivo da cefaleia primária preexistente; • tratamento das crises de cefaleia. Q u e s t õ e s - C e f a l é i a s 1. Sobre enxaqueca A) A enxaqueca é uma cefaléia primária que apresenta herança genética B) A enxaqueca caracteriza-se por crise dolorosa de moderada e forte intensidade, com duração de 4- 72hs C) Pacientes com enxaqueca apresentam cefaléia unilateral, com náuseas, vômitos, foto e fonofobia D) A aura da enxaqueca dura habitualmente de 5 a 60 min e pode ser representada por sintomas visuais, de linguagem, sensitivos e motores 2. Sobre enxaqueca A) A cronificação da dor está relacionada ao uso abusivo de analgésicos B) O infarto migranoso é uma complicação da enxaqueca C) A classificação de dor crônica está relacionada à frequência de cefaléia , com número de crises > 15 dias ao mês por 3 meses D) Para proposta de tratamento preventivo medicamentoso, considera-se a intensidade e frequência da dor. 3. Sobre cefaléias A) Na cefaléia tensional o paciente apresenta náuseas leve . B) A cefaléia tensional é o tipo de cefaléia mais frequente, com crises de dor geralmente de intensidade leve a moderada, de duração de 30 min a 7 dias C) A dor na cefaléia tensional é também acompanhada por osmofobia e sintomas cognitivos D) Para o adequado tratamento do paciente é importante a consideração de intervenção farmacológica e não farmacológica. 4. Sobre cefaléias A) As cefaleias trigemino autonômicas caracterizam- se por dor unilateral e lacrimejamento ocular ipisilateral . B) A hemicrania paroxística apresenta resposta dramática ao uso de indometacina C) A cefaléia em Salvas é mais comum no sexo masculino e dura comumente de minutos a horas. D) A cefaléia em Salvas pode ter como gatilho a ingestão de álcool
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