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Gestão Tributária e 
Inteligência Fiscal 
A Prática da Gestão Tributária em Relação aos Impostos 
Incidentes sobre Operações com Mercadorias e Serviços
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Esp. José Carlos Pereira de Almeida
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Os Impostos Incidentes sobre as Operações com Mercadorias 
e Serviços (ICMS, PIS, COFINS, IPI, ISS).
Fonte: Getty Im
ages
Objetivos
• Conhecer o mecanismo de débito e crédito dos impostos cumulativos e não cumulativos 
incidentes sobre operações com mercadorias;
• Conhecer o mecanismo de cobrança do ICMS na modalidade de Substituição Tributária.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material 
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você 
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns 
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de 
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de 
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de 
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
A Prática da Gestão Tributária em Relação 
aos Impostos Incidentes sobre Operações 
com Mercadorias e Serviços
UNIDADE 
A Prática da Gestão Tributária em Relação aos Impostos
Incidentes sobre Operações com Mercadorias e Serviços
Contextualização
Caro(a) aluno(a),
A Gestão Tributária, infelizmente e com raras exceções, não é levada muito a sério 
pelo empresariado no Brasil. Muitas vezes, pela dificuldade do entendimento da com-
plexa legislação fiscal, ele abre mão de um controle mais rígido e efetivo sobre a tribu-
tação das suas operações, o que é uma decisão muito errada. Às vezes, o empresário 
reclama da alta carga tributária, mas na sua grande parte não se preocupa em conhecer 
mecanismos legais de redução dessa carga. 
A Gestão Tributária é e deve ser vista como forma de Planejamento Tributário que 
visa à redução de tributos de forma legal, a chamada elisão fiscal, que é quando o empre-
sário recolhe o menor imposto de forma legal e com base na legislação. A elisão fiscal 
deve acontecer antes do surgimento do fato gerador, seja ele comercial, industrial ou de 
serviços. Quando o empresário usa meios não planejados para pagar menos impostos, 
provavelmente estará praticando a evasão fiscal, que é prejudicial para o estado e é um 
crime previsto na legislação. 
Estamos em um país que tem uma das maiores cargas tributárias do mundo e qual-
quer esforço que possa ser empreendido para a redução de custos, redução de desem-
bolso com tributos e maximização dos resultados deve ser implantado, executado e 
acompanhado com muito interesse, pois é nele que está o sucesso do empreendimento.
Nesse sentido, e para reforçar o nosso ponto de vista, vamos reproduzir a seguir o comen-
tário dos profissionais da Treasy Planejamento e Controladoria.
Planejamento Tributário: quanto mais amigo do leão, menor a mordida!
E o motivo disso é simples: em um país tão sobrecarregado de impostos e tributos como 
o Brasil, por meio de estudos e análises comparativas Planejamento Tributário de tribu-
tação cumulativa ou não cumulativa, custos versus despesas, operações fiscais e variação 
da carga tributária máxima ou mínima, é possível entender o recolhimento de todos os 
impostos e, associado a isto, identificar oportunidades de redução de custos tributários 
para sua empresa. 
Para ler mais, faça o download do e-book. Disponível em: http://bit.ly/2Q62RqR
A partir de agora, você vai ter contato com os aspectos práticos da tributação das 
operações com mercadorias nas empresas. Esse é o primeiro passo para a implantação 
de uma Gestão Tributária eficiente, vamos lá?
6
7
Os Impostos Incidentes sobre as Operações 
com Mercadorias e Serviços (ICMS, PIS, 
COFINS, IPI, ISS)
Toda vez em que uma empresa, seja comercial, industrial ou prestadora de serviços, 
efetua uma venda de mercadorias, de produtos ou de serviços, ela está sujeita ao reco-
lhimento de impostos sobre essa venda. Note que dissemos que “[...] ela está sujeita ao 
recolhimento de impostos [...]”, isso porque quem paga os impostos é quem adquire a 
mercadoria ou o serviço, pois no preço contratado já estão embutidos os impostos inci-
dentes na operação. 
Por outro lado, quando essas mesmas empresas adquirem mercadorias ou matérias-
-primas, elas se creditam dos impostos e contribuições incidentes na operação. Ao final 
de cada período, normalmente no final do mês, temos que fazer um encontro de contas 
para determinar o quanto será recolhido de cada imposto ou contribuição.
A seguir, apresentaremos de forma resumida esses impostos que já foram vistos com 
mais detalhes na unidade anterior.
• ICMS: Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de 
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações é um imposto de 
competência estadual e, conforme o próprio nome indica, ele incide sobre a circu-
lação de mercadorias, suas alíquotas variam de acordo com categoria ou essencia-
lidade da mercadoria.
• PIS: Programa de Integração Social é uma contribuição de competência da União 
que utiliza os recursos arrecadados para aplicação em seus Programas Sociais, tais 
como: seguro desemprego, abono salarial e outros previstos em lei. Essa contribui-
ção tem duas modalidades de tributação, a cumulativa e a não cumulativa, e está 
sujeita às alíquotas de 0,65% e 1,65% respectivamente. Mais adiante, explicaremos 
melhor as expressões “cumulativa” e “não cumulativa”.
• COFINS: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social também é uma 
Contribuição de Competência da União, que utiliza seus recursos para o financia-
mento da Previdência Social, da Saúde e também para a Assistência Social. Essa 
Contribuição também é cobrada em duas modalidades de tributação, a cumulativa 
e a não cumulativa, e está sujeita às alíquotas de 3,0% e 7,6% respectivamente.
• IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados é um imposto de competência Federal 
e incide sobre a fabricação de produtos, assim, é devido basicamente pelas indús-
trias, e, por ser um imposto, não tem destinação específica, ou seja, o governo uti-
liza os recursos dessa arrecadação para cumprir as determinações do orçamento da 
União, e suas alíquotas também variam de acordo com a necessidade do produto.
• ISS: Legalmente conhecido como ISSQN, é um imposto de competência Municipal 
e incide sobre a prestação de serviços, suas alíquotas variam de 0 a 5%.
7
UNIDADE 
A Prática da Gestão Tributária em Relação aos Impostos
Incidentes sobre Operações com Mercadorias e Serviços
Feita a revisão dos principais impostos e contribuições incidentes sobre as operações 
com mercadorias, produtos e serviços, é muito importante que você entenda que, quan-
do a empresa adquire uma mercadoria para revenda ou matéria-prima para industria-
lização, junto com preço acertado com o fornecedor estão embutidos os impostos que 
devem ser recuperados dependendo da forma de tributação da empresa, para facilitar. 
Antes de mostrar as diferença entre os impostos cumulativos e não cumulativos, vamos 
a um exemplo sobre os impostos embutidos no preço da mercadoria ou matéria-prima, 
mas, antes, cabe um esclarecimento:
Você leu na unidade anterior e nesta unidade os termos “cumulativo” e “não cumula-
tivo” para o cálculo do PIS e da Cofins, e que a formade cálculo está vinculada à forma 
de tributação do Imposto de Renda das Empresas. Vamos de forma muito resumida – até 
porque será tema de outras unidades desta disciplina – explicar as formas de tributação 
do Imposto de Renda das empresas:
Além do ICMS, PIS, Cofins, IPI, ISS sobre as operações, as empresas recolhem 
também o Imposto de Renda e a Contribuição Social com base no lucro apurado em 
determinado período. Esse lucro pode ser apurado, entre outras formas, de acordo com 
as regras do Lucro Real ou do Lucro Presumido.
O cálculo com base no Lucro Real exige escrituração contábil feita de acordo com os 
rigores da legislação, pois tem como base o lucro que a empresa apresenta em determi-
nado período. As empresas que optam ou são obrigadas a essa forma de apuração do 
lucro recolhem o PIS e a Cofins na modalidade não cumulativa, salvo exceções.
O cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social com base no Lucro Pre-
sumido é mais simplificado, pois leva em consideração um percentual sobre as receitas 
da empresa, as empresas que optam por essa forma de tributação recolhem o PIS e a 
Cofins na modalidade cumulativa. Não se preocupe com isso agora, como dissemos, 
esse assunto será tratado adequadamente nas próximas unidades, essa explicação foi 
somente para você não ficar perdido ao ler os termos “cumulativo” e “não cumulativo”. 
Exemplo: A Empresa Comercial São Jorge, adquiriu à vista um lote de mercadorias 
para revenda por R$ 100.000,00. Nesse valor estão embutidos ICMS de 18%, PIS de 
1,65%, Cofins de 7,6%. Assim, graficamente, a situação dessa nota fiscal de aquisição 
de mercadorias é a seguinte:
Mercadorias = 72,75%
ICMS = 18%
PIS = 1,65%
COFINS = 7,6%
Figura 1
8
9
Analisando o gráfico acima, concluímos que o custo da mercadoria adquirida equi-
vale a 72,75%, ou seja, R$ 72.750,00, esse é o valor que será registrado como entrada 
no estoque, e, para o controle dos impostos que serão pagos pela empresa, devemos 
“guardar”, para compensar futuramente o PIS, a Cofins e o ICMS.
Antes de nos aprofundarmos mais nessas questões de controle de impostos, vamos 
tratar de entender as formas cumulativas e não cumulativas dos impostos incidentes so-
bre as operações com mercadorias ou matérias-primas.
• Impostos Cumulativos: São os impostos e contribuições que incidem em todas as 
fases da produção ou comercialização, é uma forma de tributação que onera em 
muito o preço final do produto, porque os tributos são cobrados em cascata. Vamos 
ver um exemplo de um produto com essa forma de tributação em relação ao PIS e 
à COFINS:
Exemplo: O Produto XYZ é fabricado pela Cia. “A” e tem a seguinte cadeia de co-
mercialização:
1. A Cia. “A” vende esse produto para a Cia. “B” que é uma distribuidora por 
R$ 1.000,00.
2. A Cia. “B” revende o produto para a Cia. “C” que é uma comercial atacadista 
por R$ 1.800,00.
3. A Cia. “C” revende o produto para a Cia. “D” que é um supermercado por 
R$ 2.200,00.
4. A Cia. “D” vende o produto para o consumidor final por R$ 2.800,00.
A soma das alíquotas do PIS e da Cofins para esse produto é de 3,65% (0,65% para 
o PIS e 3,0% para a Cofins, veja como fica a arrecadação dessas contribuições por parte 
do Governo Federal: 
Tabela 1
Fases da Comercialização
Produto XYZ CIA “A” CIA “B” CIA “C” CIA “D”
Venda R$ 1.000,00 R$ 1.800,00 R$ 2.200,00 R$ 2.800,00
PIS + COFINS a recolher R$ 36,50 R$ 65,70 R$ 80,30 R$ 102,20
Observe que cada um dos envolvidos na comercialização do produto XYZ, ao vendê-lo 
recolheu 3,65% sobre o valor da transação, assim, do fabricante até o consumidor final o 
Governo Federal arrecadou R$ 284,70 (R$ 36,50 + R$ 65,70 + R$ 80,30 + R$ 102,20), 
você entendeu por que dissemos acima que essa forma de tributação onera o preço final 
do produto? Veja que no exemplo acima, a alíquota nominal desses tributos é 3,65%, po-
rém, por incidirem em cascata, se compararmos o valor arrecadado pelo Governo Federal 
com o preço final do produto, encontraremos uma alíquota efetiva de 10,17%.
• Impostos não Cumulativos: Os impostos e contribuições cobrados de forma não 
cumulativa também incidem em todas as fases da produção ou comercialização, po-
rém, ao comerciante é permitido descontar o imposto pago na fase anterior, é uma 
forma de tributação mais justa e menos onerosa porque o tributo passa a incidir 
9
UNIDADE 
A Prática da Gestão Tributária em Relação aos Impostos
Incidentes sobre Operações com Mercadorias e Serviços
somente sobre o valor agregado. Para que fique bem clara para você a diferença 
entre as duas formas de tributação, vamos aproveitar o mesmo exemplo acima e 
mostrar quanto seria arrecadado pelo Governo Federal a título de PIS e Cofins, 
lembrando que nessa modalidade de tributação as alíquotas do PIS e da Cofins são 
respectivamente 1,65% e 7,60%:
Exemplo: O Produto XYZ é fabricado pela Cia. “A” e tem a seguinte cadeia de 
comercialização:
1. A Cia. “A” vende esse produto para a Cia. “B” que é uma distribuidora por 
R$ 1.000,00.
2. A Cia. “B” revende o produto para a Cia. “C” que é uma comercial atacadista 
por R$ 1.800,00.
3. A Cia. “C” revende o produto para a Cia. “D” que é um supermercado por 
R$ 2.200,00.
4. A Cia. “D” vende o produto para o consumidor final por R$ 2.800,00.
A soma das alíquotas do PIS e da Cofins para esse produto é de 9,25% (1,65% para 
o PIS e 7,6% para a Cofins, veja como fica a arrecadação dessas contribuições por parte 
do Governo Federal: 
Tabela 2
Fases da Comercialização
Produto XYZ CIA “A” CIA “B” CIA “C” CIA “D”
Venda R$ 1.000,00 R$ 1.800,00 R$ 2.200,00 R$ 2.800,00
PIS + COFINS a recolher R$ 92,50 R$ 166,50 R$ 203,50 R$ 259,00
(-) Crédito da Fase Anterior R$ - -R$ 92,50 -R$ 166,50 -R$ 203,50
Total a Recolher R$ 92,50 R$ 74,00 R$ 37,00 R$ 55,50
Observe agora que cada um dos envolvidos na cadeia de comercialização desse pro-
duto recolheu a título de PIS e Cofins somente a diferença entre o valor devido pela ven-
da e o valor pago na aquisição do produto. Dessa forma, o Governo Federal arrecadou 
R$ 259,00 (R$ 92,50 + R$ 74,00 + R$ 37,00 + R$ 55,50), permanecendo a alíquota 
efetiva em 9,25%. 
A modalidade de cobrança do ICMS é a não cumulativa para todas as empresas 
comerciais ou industriais, independente da forma de tributação do Imposto de Renda, 
exceto para as microempresas e empresas de pequeno porte que veremos em outras 
unidades da disciplina.
Já com relação ao PIS e à Cofins, podem ser cobrados em qualquer uma das mo-
dalidades dependendo da forma de tributação das empresas. Regra geral, as empresas 
tributadas com base no Lucro Real recolhem essas contribuições na modalidade não 
cumulativa e as empresas tributadas com base no Lucro Presumido as recolhem na mo-
dalidade cumulativa, salvo algumas exceções previstas na legislação. 
10
11
Veja que a não cumulatividade do ICMS é válida para qualquer que seja a forma de 
tributação do Imposto de Renda da empresa. Para demonstrar, vamos utilizar o mesmo 
exemplo dado para o cálculo do PIS e Cofins, tomando por base o ICMS. Veja:
Exemplo: O Produto XYZ é fabricado pela Cia. “A” e tem a seguinte cadeia de comer-
cialização:
1. A Cia. “A” vende esse produto para a Cia. “B” que é uma distribuidora por 
R$ 1.000,00.
2. A Cia. “B” revende o produto para a Cia. “C” que é uma comercial atacadista 
por R$ 1.800,00.
3. A Cia. “C” revende o produto para a Cia. “D” que é um supermercado por 
R$ 2.200,00.
4. A Cia. “D” vende o produto para o consumidor final por R$ 2.800,00.
Esse produto sofre a incidência do ICMS à alíquota de 18% em todas as fases de co-
mercialização. Veja como fica a arrecadação por parte do Governo Estadual: 
Tabela 3
Fases da Comercialização
Produto XYZ CIA “A” CIA “B” CIA “C” CIA “D”
Venda R$ 1.000,00 R$ 1.800,00 R$ 2.200,00 R$ 2.800,00
ICMS a recolher R$ 180,00 R$ 324,00 R$ 396,00 R$ 504,00
(-) Crédito da Fase Anterior R$ - -R$ 180,00 -R$ 324,00 -R$ 396,00
Total a Recolher R$ 180,00 R$ 144,00 R$ 72,00 R$ 108,00
Observe que cada um dos envolvidos na cadeiade comercialização desse produto 
recolheu a título de ICMS somente a diferença entre o valor devido pela venda e o valor 
pago na aquisição do produto, ou seja, o imposto incidiu sobre o valor agregado entre 
uma fase e outra. Dessa forma, o Governo Estadual arrecadou R$ 504,00 (R$ 180,00 
+ R$ 144,00 + R$ 72,00 + R$ 108,00), permanecendo a alíquota efetiva em 18%. 
Como dissemos anteriormente, quem paga o tributo é quem consome a mercadoria, 
compete ao empresário somente recolher o imposto que ele embutiu ao formar o preço 
de venda. O ICMS tem a característica de ser cobrado por dentro do preço, ou seja, ao 
adquirir a mercadoria, você está também adquirindo o imposto. Veja um exemplo de 
como embutir o ICMS no preço de venda:
Exemplo: Determinado comerciante adquiriu um lote de mercadorias por R$ 10.000,00. 
Nesse valor está embutido o ICMS de 18%, ou seja, R$ 1.800,00, o comerciante pretende 
vender essas mercadorias com um lucro de 20% sobre o preço de venda e também 
embutindo o ICMS de 18%. Uma vez que a operação será dentro do estado, vamos ajudá-
-lo a formar o preço de venda? 
11
UNIDADE 
A Prática da Gestão Tributária em Relação aos Impostos
Incidentes sobre Operações com Mercadorias e Serviços
1ª Etapa – Determinação Do Custo Da Mercadoria
Valor Pago pela Mercadoria R$ 10.000,00
(-) ICMS Creditado 18% -R$ 1.800,00
Custo da Mercadoria R$ 8.200,00
Observe a diferença entre valor pago e custo: o custo das mercadorias é o valor pago 
pela mesma menos os tributos recuperáveis, conforme determina o Regulamento do 
Imposto de Renda – Decreto 9.580/2018, em seu artigo 301, que nos ensina o seguinte:
Art. 301. O custo das mercadorias revendidas e das matérias-primas 
utilizadas será determinado com base em registro permanente de es-
toques ou no valor dos estoques existentes, de acordo com o livro de 
inventário, no fim do período de apuração (Decreto-Lei nº 1.598, de 
1977, art. 14). 
§ 1º O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda 
compreenderá os de transporte e seguro até o estabelecimento do 
contribuinte e os tributos devidos na aquisição ou na importação 
(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 13).
§ 2º Os gastos com desembaraço aduaneiro integram o custo de 
aquisição. 
§ 3º Os impostos recuperáveis por meio de créditos na escrita fiscal 
não integram o custo de aquisição.
Observe que, no parágrafo terceiro do referido artigo, o legislador determina expres-
samente que não faz parte do custo da mercadoria os tributos recuperáveis, como é o 
caso do ICMS, entre outros.
Vamos ajudar o comerciante?
Fórmula para determinação do preço de venda com o lucro sobre o preço de venda:
PV CUSTO
ICMS LUCRO
�
� �1 100( ) /
Onde:
• PV = Preço de venda
• CUSTO = Valor da mercadoria sem os impostos recuperáveis
• ICMS = Alíquota do ICMS
• LUCRO = Percentual do lucro desejado
12
13
Assim, temos:
PV R
PV R
PV R
�
� �
�
�
�
$ . ,
( ) /
$ . ,
( ) /
$ .
8 200 00
1 18 20 100
8 200 00
1 38 100
8 2000 00
1 0 38
8 200 00
0 62
13 225 81
,
,
$ . ,
,
$ . ,
�
�
�
PV R
PV R
Vamos ver agora se nós conseguimos ajudar o comerciante, e se ele vai obter o re-
sultado esperado:
Preço de Venda R$ 13.225,81
(-) ICMS 18% -R$ 2.380,65
(=) Receita Líquida R$ 10.845,16
(-) Custo -R$ 8.200,00
(=) Lucro Obtido R$ 2.645,16
Observe que alcançamos o objetivo que era incluir o ICMS no preço de venda e ainda 
sobrar um lucro de 20%, o valor do lucro obtido R$ 2.645,16 é o equivalente a 20% 
sobre o preço de venda.
Vamos agora demonstrar o impacto que essa operação trouxe ao caixa da empresa:
Entrada no Caixa pela Venda R$ 13.225,81
(-) Recolhimento do ICMS (R$ 2.380,65-R$ 1.800,00) -R$ 580,65
(-) Pagamento ao Fornecedor -R$ 10.000,00
(=) Caixa gerado pela Operação R$ 2.645,16
Veja que, depois da entrada no caixa do valor da venda e pagos o fornecedor e o 
imposto, restou exatamente o lucro desejado pelo comerciante. Isso vem a comprovar o 
que já dissemos aqui, que o comerciante recolhe o imposto, quem o paga é o consumi-
dor em cada uma das fases da comercialização do produto.
Observe que, caso o comerciante quisesse o lucro sobre o preço de custo, a fórmula 
seria a seguinte:
PV CUSTO LUCRO
ICMS
�
�
�1 100( ) /
13
UNIDADE 
A Prática da Gestão Tributária em Relação aos Impostos
Incidentes sobre Operações com Mercadorias e Serviços
Experimente desenvolver o mesmo exemplo com essa fórmula e veja a que resultado 
você chegará.
Para fixar melhor o entendimento de custo e preço, vamos a um exemplo mais com-
pleto, envolvendo além do ICMS, o PIS, a Cofins e o IPI.
Exemplo: A Cia. São João exerce a atividade de Comércio Varejista de Calçados, 
está estabelecida em São Paulo, e recolhe o Imposto de Renda de acordo com as regras 
do Lucro Real. Adquiriu recentemente 400 pares de calçados da Indústria Calçadista Pé 
de Pano Ltda., estabelecida no estado do Rio de Janeiro, ao valor unitário de R$ 60,00 
cada um com IPI de 10%, mais frete e seguro da ordem de 1.200,00. O Sr. João, pro-
prietário da empresa, determinou que os calçados fossem vendidos com um lucro de 
15% sobre o preço de venda, incluindo também nesse preço a comissão dos vendedores 
que é de 7%. Cabe a você fazer os cálculos e determinar o preço de venda de cada par 
de calçado.
Importante citar que a Cia. São João é varejista, assim, não terá direito ao crédito 
do IPI sobre a compra dos calçados. Nesse caso, esse tributo não é recuperável, ele fará 
parte do custo das mercadorias.
Resolução:
Vamos assumir que a nota fiscal tenha as seguintes informações:
Tabela 4
DESCRIÇÃO R$ UNITÁRIO TOTAL ALÍQ. ICMS ALÍQ. IPI
400 Pares de sapato modelo abc R$ 60,00 R$ 24.000,00 12 % 10 %
DESPESAS ACESSÓRIAS FRETE+SEGURO R$ 1.200,00
BASE DE CÁLCULO DO ICMS R$ 25.200,00 VALOR DO ICMS R$ 3.024,00
BASE DE CÁLCULO DO IPI R$ 25.200,00 VALOR DO IPI R$ 2.520,00
TOTAL DA NOTA FISCAL R$ 27,720,00
(*) o valor total da nota compreende as mercadorias mais o IPI e as despesas
acessórias, o ICMS já está embutido no preço.
1. Determinação do Custo dos Calçados
Tabela 5
TOTAL POR UNIDADE
TOTAL DA NOTA FISCAL R$ 27.720,00 R$ 69,30
(-) ICMS -R$ 3.024,00 -R$ 7,56
(-) PIS -R$ 415,80 -R$ 1,04
(-) COFINS -R$ 1.915,20 -R$ 4,79
(=) CUSTO R$ 22.365,00 R$ 55,91
(*) observe que o ICMS, PIS e Cofins foram calculados sobre R$ 25.200,00 nesse caso,
o IPI faz parte do custo do calçado em razão de o adquirente ser uma empresa comercial.
14
15
2. Determinação do Preço de Venda
Já conhecemos a fórmula do preço de venda, que nesse exemplo será a seguinte:
PV CUSTO
ICMS PIS COFINS COMISSÃO LUCRO
PV R
�
� � � � �
�
�
1 100
55 91
1
( ) /
$ ,
(( , , ) /
$ ,
( , ) /
$ ,
18 1 65 7 60 7 15 100
55 91
1 49 25 100
55 91
1
� � � �
�
�
�
PV R
PV R
��
�
�
( , )
$ ,
,
$ ,
0 4925
55 91
0 5075
110 17
PV R
PV R
Agora, vamos mostrar para o comerciante como ficará o seu lucro e o seu caixa após 
a venda de todos os calçados adquiridos:
a) Demonstração do lucro alcançado:
Tabela 6
VENDA (400 X R$ 11,17) R$ 44.068,00
(-) ICMS 18% -R$ 7.932,24
(-) PIS 1,65% -R$ 727,12
(-) COFINS 7,6% -R$ 3.349,17
(=) RECEITA LÍQUIDA R$ 32.059,47
(-) CUSTO -R$ 22.365,00
(=) LUCRO BRUTO R$ 9.694,47
(-) COMISSÕES -R$ 3.084,76
(=) LUCRO LÍQUIDO R$ 6.609,71
b) Situação do caixa após a venda de todos os pares de calçados:
Tabela 7
ENTRADA NO CAIXA PELA VENDA R$ 44.068,00
(-) PG. ICMS (R$ 7.932,24 - R$ 3.024,00) -R$ 4.908,24
(-) PG PIS (R$ 727,12 - R$ 415,80) -R$ 311,32
(-) PG. COFINS (R$ 3.349,17 - R$1.915,20) -R$ 1.433,97
(-) PG. AO FORNECEDOR -R$ 27.720,00
(-) PG. COMISSÕES -R$ 3.084,76
(=) SALDO FINAL DE CAIXA R$ 6.609,71
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UNIDADE 
A Prática da Gestão Tributária em Relação aos Impostos
Incidentes sobre Operações com Mercadorias e Serviços
O saldo final em caixa é o mesmo valor do lucro apresentado na DRE. Isso confirma 
que, quando a gestão da empresa é bem acompanhada, quando os custos e os impostos 
recebem o tratamento correto, o resultado esperado sempre acontece.
Vamos agora demonstrarum exemplo mais completo com várias operações de com-
pras e vendas finalizando com o controle dos saldos dos tributos envolvidos:
A Loja de Departamentos ABC Ltda. é tributada pelo Lucro Real, está estabelecida 
no estado de São Paulo, e efetuou durante o mês de Janeiro as seguintes operações 
com mercadorias:
• 02/01: Aquisição de mercadorias da Indústria Alfa Ltda. no valor de R$ 15.000,00 
embutido o ICMS de 18%, mais IPI de 5%;
• 03/01: Aquisição de mercadorias da Comercial Beta Ltda. no valor de R$ 10.000,00 
embutido o ICMS de 12%;
• 04/01: Venda de mercadoria para o estado do Ceará por R$ 20.000,00 com 
ICMS de 7%;
• 07/01: Aquisição de mercadorias da Comercial Avenida Ltda. no valor de 
R$ 30.000,00 com ICMS de 12%;
• 08/01: Aquisição de mercadorias da Indústrias Delta Ltda. no valor de R$ 20.000,00 
com ICMS de 18%; IPI 15%;
• 15/01: Venda de mercadorias por R$ 36.500,00 com ICMS de 18%;
• 22/01: Venda de mercadorias por R$ 45.000,00 com ICMS de 7%;
• 25/01: Aquisição de mercadorias da CIA. Alfa Ltda. por R$ 19.300,00 isentas 
do ICMS;
• 28/01: Venda de mercadorias por R$ 28.300,00 isentas do ICMS;
• 30/01: Aquisição de mercadorias da Comercial Beta Ltda. por R$ 11.800,00 
isentas de PIS e COFINS, com ICMS de 7%;
• 31/01: Venda de Mercadorias por R$ 32.780,00 isentas de PIS e COFINS, ICMS 18%.
Na prática, o registro dessas operações é feito em Livros Fiscais de Registro de entra-
das e de saídas que automaticamente apuram os saldos dos tributos. Vamos demonstrar 
a seguir como é feita a gestão desses tributos.
a) Controle dos Créditos de ICMS PIS e Cofins: (Valores em R$)
Tabela 8
DATA
TOTAL DA 
NOTA FISCAL
BASE DE CÁLCULO 
ICMS
ICMS
CREDITADO
BASE DE CÁLCULO 
PIS E COFINS
PIS 
CREDITADO
COFINS 
CREDITADO
02/JAN 15.750,00 15.000,00 2.700,00 15.000,00 247,50 1.140,00
03/JAN 10.000,00 10.000,00 1.200,00 10.000,00 165,00 760,00
07/JAN 30.000,00 30.000,00 3.600,00 30.000,00 495,00 2.280,00
08/JAN 23.000,00 20.000,00 3.600,00 20.000,00 330,00 1.520,00
16
17
DATA
TOTAL DA 
NOTA FISCAL
BASE DE CÁLCULO 
ICMS
ICMS
CREDITADO
BASE DE CÁLCULO 
PIS E COFINS
PIS 
CREDITADO
COFINS 
CREDITADO
25/JAN 19.300,00 - - 19.300,00 318,45 1.466,80
30/JAN 11.800,00 11.800,00 826,00 - - -
TOTAIS 109.850,00 86.800,00 11.926,00 94.300,00 1.555,95 7.166,80
b) Controle dos Débitos do ICMS PIS e Cofins: (Valores em R$)
Tabela 9
DATA
TOTAL DA 
NOTA FISCAL
BASE DE CÁLCULO 
ICMS
ICMS
DEBITADO
BASE DE CÁLCULO 
PIS E COFINS
PIS DEBITADO
COFINS 
DEBITADO
04/JAN 20.000,00 20.000,00 1.400,00 20.000,00 330,00 1.520,00
15/JAN 36.500,00 36.500,00 6.570,00 36.500,00 602,25 2.774,00
22/JAN 45.000,00 45.000,00 3.150,00 45.000,00 742,50 3.420,00
28/JAN 28.300,00 - - 28.300,00 466,95 2.150,80
31/JAN 32.780,00 32.780,00 5.900,40 - - -
TOTAIS 162.580,00 134.280,00 17.020,40 129.800,00 2.141,70 9.864,80
Finalizado o mês, apuramos os seguintes valores referentes aos impostos incidentes 
nas operações de compras e vendas da Loja de Departamentos ABC Ltda:
Tabela 10
ICMS PIS COFINS
Total Saldos Credores R$ 11.926,00 R$ 1.555,95 R$ 7.166,80
(-) Total Saldos Devedores -R$ 17.020,40 -R$ 2.141,70 -R$ 9.864,80
(=) Saldo a Recolher -R$ 5.094,40 -R$ 585,75 -R$ 2.698,00
O resumo acima nos aponta que a empresa apurou saldos a recolher nos três 
tributos incidentes sobre suas operações. Uma vez que o total dos créditos refe-
rentes a esses tributos pelas entradas de mercadorias foi menor do que os débitos 
pelas respectivas saídas, esses saldos deverão ser recolhidos aos cofres Estaduais 
(ICMS) e Federais (PIS e COFIS), através de guias de recolhimento próprias no 
mês seguinte ao da apuração, ou seja, fevereiro, conforme calendários de recolhi-
mentos estabelecidos pelos entes federativos.
Caso a Loja de Departamentos ABC Ltda. fosse tributada pelo Lucro Presumido, 
iria recolher os mesmos tributos, porém, com formas de apuração diferentes, o ICMS 
continuaria na modalidade não cumulativa porque esse imposto é sempre cobrado nessa 
modalidade. Já com relação ao PIS e à Cofins, os valores seriam diferentes porque se-
riam cobrados na modalidade cumulativa, cujas alíquotas sobre o valor do faturamento 
tributável seria respectivamente de 0,65% e 3,0%.
17
UNIDADE 
A Prática da Gestão Tributária em Relação aos Impostos
Incidentes sobre Operações com Mercadorias e Serviços
Considerando que o ICMS teria o mesmo valor, o PIS e a Cofins seriam calculados 
da seguinte forma:
Tabela 11
BASE DE CÁLCULO PIS 0,65% COFINS 3,0%
R$ 129.800,00 R$ 843,70 R$ 3.894,00
Observe que a base de cálculo é a somas de todas as notas fiscais de vendas 
tributadas para essas contribuições.
Podemos concluir que a diferença a recolher referente ao PIS e à Cofins é rela-
tivamente grande entre uma modalidade e outra de tributação. Assim, sugerimos 
uma análise mais detalhada para apurar se não seria melhor e mais econômico que 
a Loja de Departamentos ABC Ltda. fosse tributada pelo Lucro Presumido, a partir do 
mês de janeiro do ano seguinte, considerando nessa análise os seguintes quesitos:
1. Os valores de compras e vendas serão constantes durante todo o ano, ou o mês 
de janeiro foi um mês atípico?
2. A empresa reúne as condições necessárias para a tributação com base no 
lucro presumido? Que, entre outras, são:
a) Ter registrado receita bruta no ano imediatamente anterior de até
R$ 81.000.000,00;
b) Não ter recebido lucros ou dividendos do exterior;
c) Não gozar de benefícios de incentivos fiscais.
1. A empresa dispõe de controles internos rigorosos quanto às suas despesas 
e receitas?
2. A empresa conta com um profissional de contabilidade atuante e atualiza-
do quanto às regras de tributação das operações e do lucro para manter 
um acompanhamento constante?
3. A rentabilidade final da empresa justifica a mudança de tributação?
Perceba que a decisão de mudar de forma de tributação deve ser muito bem 
analisada uma vez que, depois de tomada, só poderá ser alterada no ano seguin-
te, ou seja, ela vale para todo o ano em curso.
Outra possibilidade de tributação para a empresa em questão seria a opção 
pelo regime do “Simples Nacional” (Regime Especial Unificado de Arrecadação de 
Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), 
estabelecido pela Lei Complementar 126/2006. Nesse caso, teríamos que fazer uma 
análise muito mais detalhada, conforme veremos nas próximas unidades. 
Vamos ver agora um exemplo de Gestão Tributária de uma indústria que ven-
de produtos sujeitos à substituição tributária do ICMS.
18
19
Exemplo: A Indústria de Equipamentos Musicais Dó Menor Ltda., estabelecida 
em São Paulo fabrica equipamentos musicais e os revende para todo o Brasil, a 
empresa optou pela tributação do Imposto de Renda com base no Lucro Real e, 
durante o mês de janeiro, efetuou as seguintes operações:
• Aquisição de matérias-primas para industrialização no valor de R$ 220.000,00. 
Nesse valor, está incluído o IPI de 10% e o ICMS de 18%.
• Aquisição de materiais intermediários de produção no valor de R$ 55.000,00. Nes-
se valor, está incluído o IPI de 10% e o ICMS de 12%.
• Pagamento de aluguel à pessoa jurídica no valor de R$ 100.000,00 mediante recibo.
• Venda de produtos para o estado de São Paulo, no valor de R$ 190.000,00 (só os 
produtos): essa venda foi tributada pelo ICMS em 18%, IPI, 10%, além do ICMS 
Substituição Tributária cujo índice de valor agregado é de 55%. 
• Venda de produtos para o Estado de São Paulo, no valor de R$ 70.000,00 (só os 
produtos): essa venda foi tributada pelo ICMS em 18%, IPI, 10%, além do ICMS 
Substituição Tributária, cujo índice de valor agregado é de 82%.
• Venda de um equipamento musical para pessoa física situada em São Paulo, pelo 
valor de R$ 5.000,00 com ICMS de 18% e IPI de 10%.
• Prestação de serviços de manutenção de equipamentos musicais para clientes es-
tabelecidos na capital de São Paulo, no valor de R$ 20.000,00, operação sujeita 
também ao ISS de 5%.
Com base nessas informações, efetue os cálculos necessáriose apure os saldos dos 
tributos a recolher.
Resolução: Vamos, em primeiro lugar, apurar os créditos de tributos das operações 
1 a 3. (Valores em R$)
Tabela 12
OPERAÇÃO
TOTAL DA 
NOTA FISCAL/
RECIBO
BASE DE 
CÁLCULO 
ICMS
BASE DE 
CÁLCULO 
DO IPI
ICMS 
CREDITADO
IPI 
CREDITADO
BASE DE 
CÁLCULO PIS 
E COFINS
PIS 
CREDITADO
COFINS 
CREDITADO
1 220.000,00 200.000,00 200.000,00 36.000,00 20.000,00 200.000,00 3.300,00 15.200,00
2 55.000,00 50.000,00 50.000,00 6.000,00 5.000,00 50.000,00 825,00 3.800,00
3 100.000,00 - - - - 100.000,00 1.650,00 7.600,00
TOTAIS 375.000,00 250.000,00 250.000,00 42.000,00 350.000,00 5.775,00 26.600,00
Obs: o Pagamento do aluguel feito à pessoa jurídica dá direito ao crédito de PIS e Cofins.
Agora, vamos calcular os tributos originados pelas vendas, faremos isso individual-
mente dada a característica de cada operação, e apresentaremos um resumo no final:
19
UNIDADE 
A Prática da Gestão Tributária em Relação aos Impostos
Incidentes sobre Operações com Mercadorias e Serviços
Operação Número 4:
Venda de produtos para o estado de São Paulo, no valor de R$ 190.000,00 (só os 
produtos): essa venda foi tributada pelo ICMS em 18%, IPI, 10%, além do ICMS Substi-
tuição Tributária, cujo índice de valor agregado é de 55%.
Tabela 13
PRODUTOS R$ 190.000,00
(+) IPI 10% R$ 19.000,00
Base de Cálculo do ICMS da Operação Própria R$ 190.000,00
ICMS da Operação Própria 18% R$ 34.200,00
Base de Cálculo do ICMS de
Substituição Tributária R$ 323.950,00
ICMS sobre a base de Cálculo da Subst. Tributária R$ 58.311,00
ICMS subst. Trib. (R$ 58.311,00 - 34.200,00) R$ 24.111,00
Base de Cálculo PIS e COFINS R$ 190.000,00
PIS 1,65% R$ 3.135,00
COFINS 7,6% R$ 14.440,00
Valor Total da Nota Fiscal (*) 233.111,00
(*) R$ 190.000,00 + R$ 19.000,00+R$ 24.111,00
Operação Número 5:
Venda de produtos para o Estado de São Paulo, no valor de R$ 70.000,00, (só os 
produtos): essa venda foi tributada pelo ICMS em 18%, IPI, 10%, além do ICMS Substi-
tuição Tributária, cujo índice de valor agregado é de 82%.
Tabela 14
PRODUTOS R$ 70.000,00
(+) IPI 10% R$ 7.000,00
Base de Cálculo do ICMS da Operação Própria R$ 70.000,00
ICMS da Operação Própria 18% R$ 12.600,00
Base de Cálculo do ICMS de
Substituição Tributária R$ 140.140,00
ICMS sobre a base de Cálculo da Subst. Tributária R$ 25.225,20
ICMS subst. Trib. (R$ 25.225,20 - 12.600,00) R$ 12.625,20
Base de Cálculo PIS e COFINS R$ 70.000,00
PIS 1,65% R$ 1.155,00
COFINS 7,6% R$ 5.320,00
Valor Total da Nota Fiscal (*) 89.625,20
(*) R$ 70.000,00 + R$ 7.000,00+R$ 12.625,20
20
21
Operação Número 6:
Venda de um equipamento musical para pessoa física situada em São Paulo, pelo 
valor de R$ 5.000,00 com ICMS de 18% e IPI de 10%.
Tabela 15
PRODUTOS R$ 5.000,00
(+) IPI 10% R$ 500,00
Base de Cálculo do ICMS (*) R$ 5.500,00
ICMS 18% R$ 990,00
Base de Cálculo PIS e COFINS R$ 5.000,00
PIS 1,65% R$ 82,50
COFINS 7,6% R$ 380,00
(*) Nas vendas da Indústria para pessoas fisicas,
o IPI integra a Base de Cálculo do ICMS
Operação Número 7:
Prestação de serviços de manutenção de equipamentos musicais para clientes esta-
belecidos na capital de São Paulo, no valor de R$ 20.000,00, operação sujeita também 
ao ISS de 5%.
Tabela 16
Prestação de Serviços R$ 20.000,00
ISS 5% R$ 1.000,00
Base de Cálculo PIS e COFINS R$ 20.000,00
PIS 1,65% R$ 330,00
COFINS 7,6% R$ 1.520,00
Resumo dos Tributos Devidos Sobre as Operações de Vendas
Tabela 17
OPERAÇÃO
TRIBUTOS DEVIDOS
ICMS 
OPERAÇÃO 
PRÓPRIA
ICMS SUBST. 
TRIBUTÁRIA
IPI PIS COFINS ISS
4 R$ 34.200,00 R$ 24.111,00 R$ 19.000,00 R$ 3.135,00 R$ 14.440,00 0
5 R$ 12.600,00 R$ 12.625,20 R$ 7.000,00 R$ 1.155,00 R$ 5.320,00 0
6 R$ 990,00 R$ - R$ 500,00 R$ 82,50 R$ 380,00 0
7 R$ - R$ - 0 R$ 330,00 R$ 1.520,00 R$ 1.000,00
TOTAIS R$ 47.790,00 R$ 36.736,20 R$ 26.500,00 R$ 4.702,50 R$ 21.660,00 R$ 1.000,00
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UNIDADE 
A Prática da Gestão Tributária em Relação aos Impostos
Incidentes sobre Operações com Mercadorias e Serviços
Feitos os cálculos dos tributos recuperáveis nas entradas e devidos nas saídas de 
produtos e serviços, agora vamos ao resumo mensal de apuração dos saldos a recolher 
ou recuperar.
Tabela 18
APURAÇÃO DOS SALDOS DOS TRIBUTOS A RECOLHER
ICMS 
OPERAÇÃO 
PRÓPRIA
ICMS SUBST. 
TRIBUTÁRIA
IPI PIS COFINS ISS
TOTAL DOS CRÉDITOS
PELAS ENTRADAS R$42.000,00 R$ - R$ 25.000,00 R$ 5.775,00 R$ 26.600,00 R$ -
(-) TOTAL DOS DÉBITOS
PELAS SAÍDAS -R$ 47.790,00 -R$ 36.736,00 -R$ 26.000,00 -R$ 4.702,50 -R$ 21.660,00 -R$ 1.000,00
(=) SALDO A 
RECOLHER/ RECUPERAR -R$ 5.790,00 -R$ 36.736,00 -R$ 1.500,00 R$ 1.072,50 R$ 4.940,00 -R$ 1.000,00
De acordo com as operações realizadas pela empresa, no mês de janeiro, foram 
apurados saldos a recolher do ICMS, ICMS Substituição Tributária, IPI e ISS. Verifique 
que, no que diz respeito ao PIS e à Cofins, a empresa apurou saldo credor dessas contri-
buições, assim, ficou com um saldo a recuperar que será utilizado no mês seguinte. Isso 
é comum, na apuração de impostos nas empresas, quando os créditos pelas compras 
de mercadorias, matérias-primas ou serviços são maiores do que o valor a débito pelas 
saídas de produtos, mercadorias ou serviços.
Caro(a) aluno(a), mostramos para você através dos exemplos acima como fazer a ges-
tão tributária das operações de compras e vendas das empresas, porém, é importante 
saber que o processo de gestão tributária não se resume somente a isso. Vários outros 
aspectos referentes a tributos precisam ser analisados para que a decisão de diminuir a 
carga tributária da empresa seja a mais correta possível. Existem possibilidades de que 
isso aconteça, com base nas diversas legislações que regem os tributos, nesse processo, 
podem aparecer soluções milagrosas oferecidas por profissionais inescrupulosos. Essas 
devem ser evitadas a qualquer custo, pois não ajudam, e trazem muitos problemas para a 
empresa. Hoje, o fisco de maneira geral conta com muitos instrumentos de fiscalização 
que não dependem mais da presença do agente fiscal na empresa para efetuar levanta-
mentos. Nas próximas unidades, vamos mostrar o que chamamos de inteligência fiscal, 
que nada mais é do que o fisco utilizando as tecnologias para detectar sonegações e 
irregularidades nas apurações de impostos.
O fisco no Brasil é muito atuante, toda vez em que ele percebe que há uma brecha 
na legislação que permita à empresa economizar com tributos, ele altera a legislação 
para impedir essa manobra legal. Por isso nós profissionais dessa área precisamos 
sempre estar à frente do fisco, para que possamos ter vantagens, nem que sejam por 
tempo limitado.
22
23
A Gestão Tributária não está só nas operações com compras e vendas de merca-
dorias, está em todas as áreas da empresa, como, por exemplo, na área de pessoal, 
que deve levar o empresário a pesquisar se, para fins de redução de encargos sociais 
e trabalhistas, é melhor manter um quadro de pessoal ou contratar terceiros para de-
senvolver as atividades.
Ainda no que diz respeito às operações com mercadorias, é importante conhecer as 
legislações de outros estados, pois sempre há a possibilidade de obter um benefício fiscal 
que reduzirá o custo dos tributos. Nesse sentido, é importante citar um caso específico 
no estado do Espírito Santo, que concede benefícios a diversos tipos de empresas que se 
estabelecerem lá com a promessa de trazer empregos e desenvolvimento. Essas empre-
sas gozam de reduções muito significativas no ICMS, nas vendas para outros estados e, 
em casos específicos, desembolsam somente 1% de ICMS sobre suas operações, o que 
justifica, muitas vezes, a abertura de uma filial da empresa naquele estado para usufruir 
desse benefício.
As questões mais comuns que nos levam a pensar em termos de redução de custos e 
impostos são as seguintes:
• Produzir ou importar o produto pronto?
• Produzir ou adquirir o produto pronto no mercado nacional?
• Comprar insumos e mercadorias do estado “A” ou estado“B”?
• Ter a empresa nesse estado ou levá-la para outro?
• Manter um quadro de pessoal próprio ou terceirizar a produção?
• Manter os estoques de mercadorias ou insumos na empresa ou nos fornecedores 
para recebê-los somente quando necessário?
• Ter loja física ou praticar somente o comércio eletrônico?
• Ter as atividades centralizadas ou criar outras empresas para dividir as atividades?
Além desses, inúmeros outros questionamentos podem ser levantados quando se fala 
em gestão de tributos, seria impossível tratarmos cada um deles nesta unidade. Assim, 
o que fizemos aqui foi passar para você uma noção geral daquilo que é mais praticado 
nas empresas, que é a gestão dos tributos relativos às suas operações.
Continue seus estudos, aprofunde-se cada vez mais nesse universo tributário, assim 
terá bom desempenho.
23
UNIDADE 
A Prática da Gestão Tributária em Relação aos Impostos
Incidentes sobre Operações com Mercadorias e Serviços
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Regulamento do ICMS Decreto 45.490/2000
http://bit.ly/2Q7VVtt
Lei Complementar 116/2003
Lei Complementar 116/2003 – o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de 
competência dos Municípios e do Distrito Federal e outras providências.
http://bit.ly/2Q4fDpV
Lei 10.637/2002
A não cumulatividade na cobrança da contribuição para os Programas de Integração 
Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), nos casos que 
especifica; sobre o pagamento e o parcelamento de débitos tributários federais, a com-
pensação de créditos fiscais, a declaração de inaptidão de inscrição de pessoas jurídicas, 
a legislação aduaneira e outras providências, 
http://bit.ly/2Q4fN0v
Lei 10.833/2003 
Altera a Legislação Tributária Federal e dá outras providências. 
http://bit.ly/2Q5Mzyi
 Livros
Manual de Contabilidade Tributária 
Manual de Contabilidade Tributária / Paulo Henrique Pêgas – 9 ed. – São Paulo: Atlas,2018.
24
25
Referências
BORGES, Humberto Bonavides. Planejamento Tributário: IPI, ICMS, ISS e IR: eco-
nomia de impostos, racionalização de procedimentos fiscais, relevantes questões tri-
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