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Ultrassonografia Abdominal Fígado Encontra-se logo abaixo do diafrágma e está protegido pelas ultimas vértebras. Órgão formado por seis lobos: medial esquerdo, lateral esquerdo, medial direito, lateral direito, quadrado e caudado. Do ponto de vista topográfico, o fígado está em contato com outras estruturas. Indicação da ultrassom hepática: icterícia, suspeita de ruptura do diafragma, hepatomegalia, ascite, pesquisa de metástase, evolução de doenças hepáticas crônicas. Técnica do exame: Tricotomia ampla – preferencialmente a partir do 10º espaço intercostal Decúbitos dorsal, laterais e em estação podem ser necessários objetivando dominuir a interferência do gás Administrar líquidos pode ajudar (janela gástrica) Necessários transdutores de 3,5 – 5,0 e 7,5 MHz – ajustável Transdutor convexo – 45º no xifóide acompanhando os arcos costais e fazendo movimentos de “pincel” Anatomia sonográfica: Normalmente é levemente hiperecogênico em relação ao córtex renal e hipoecogênica em relação ao baço. Gás no estômago pode prejudicar o exame O tecido hepático é discretamente granular e uniforme Os ramos portais são identificados por suas partes hiperecogênicas (devido à gordura e tecido fibroso que às circunda) As veias hepáticas são vistas como áreas anecogênicas circulares. As artérias hepáticas e ductos biliares não são identificados. Dimensões – não há padrão numérico, portanto, a avaliação é subjetiva. Sinais de hepatomegalia; aumento da distância entre diafragma e estômago, aumento do fígado sob o estômago ou rim direito, bordas rombas ultrapassando o gradil costal. Causas de hepatomegalia: falencia cardíaca (congestão passiva), síndrome de Cushing (hiperadrenocorticismo), Diabestes melittus, neoplasia primária ou metástases, inflamação, abscessos ou formação císticas, hiperplasia, doenças infiltrativas com lipidose ou amiloidose. Avaliar e adicionar no laudo: Tamanho, contorno, parênquima hepático, ecogenicidade, ecotextura, vasos hepáticos. Doenças hepáticas focais: São mais facilmente reconhecidas que as alterações difusas – cistos, hematomas, abscessos, hiperplasia nodular benigna, neoplasia hepática Doenças hepáticas difusas: O ultra-som não é um bom método para reconhecer e diferenciar as doenças difusas do parênquima hepático, sendo frequentemente necessária a realização de biópsia. Na comparação das ecogenicidades é preciso considerar a possibilidade de alterações de ecogenicidade também em rim direito e baço. o Diminuição da ecogenicidade do parênquima: Menos ecogênico que a córtex renal e paredes das veias portais mais evidentes. Normalmente associada à hepatite inflamatória, linfoma, leucemia, amiloidose, toxemia e congestão passiva crônica com dilatação da vasculatura hepática por insuficiência cardíaca congestiva direita (ICCD). o Aumento de ecogenicidade do parênquima: Ecogenicidade bem maior que a da córtex renal e similar ou maior que a do baço – aumento de gordura. Dificuldade de visibilização dos ramos portais, evidente atenuação do som diminuindo a visibilização das porções mais profundas. Pode estar associada com hepatomegalia nos casos de infiltração gordurosa, hepatopatia esteroidal e linfossarcoma (menos frequente), e à diminuição do tamanho hepático na hepatite crônica e cirrose. Vesícula biliar Estrutura anecogênica piriforme, com parede fina e às vezes pouco evidente, arredondada ou oval (piriforme), localizada à direita da linha média. Protegida pelo lobo quadrado do fígado. As paredes são finas e às vezes pouco evidentes. Sedimento ecogênico é comum e decorre de grandes períodos de jejum, polifagia ou obesidade. Nos felinos é comum encontrar septada ou bilobada. Um pouco de sedmento dentro da vesícula é considerado natural. Indicação do exame: obstruções extra-hepáticas em animais ictéricos, cálculos biliares, espessamento de parede da vesícula biliar, massas abdominais associadas a doenças inflamatórias ou neoplásicas. Doenças do trato biliar: sedmento biliar, cálculo biliar, colelitíase, colecistite aguda e crônica, obstrução biliar, mucocele Baço Localizado no abdômen cranial esquerdo, acompanha a parede abdominal e a grande curvatura do estõmago. A cabeça está ligada ao estômago pelo ligamento gastro-esplênico. Possui 2 superficies: uma parietal (em contato com a parte interna da cavidade abdominal) e uma superfície visceral (entra em contato com os órgãos da cavidade abdominal). É envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo. É um órgão linfóide que possui muitas funções; capaz de realizar hematopoiese extramedular, serve como reserva de sangue (é rico em circulaçaõ venosa e arterial), remove hemácias antigas, danificadas e doentes – reciclagem sanguínea. Por ser um órgão alongado é dividido em 3 regiões; a porção cranial (cabeça) entra em contato com a curvatura maior do estômago, a porção intermediária (corpo) e a porção inferior (caudal) está próxima ao polo cranial do rim esquerdo. Em gatos o baço é bem menor e mais hiporecogênico (escuro) em relação ao cão. Indicação do exame: esplenomegalia, massas esplênicas, suspeita de metástase, trauma abdominal, hemoperitôneo, hipotensão, anemia aguda (não esclarecida). Anatomia sonográfica: Forma de meia lua ou triangular Cápsula hiperecogênica lisa e fina (quando o som incide perpendicularmente). Parênquima denso, homogêneo, granular e com ecogenicidade de média a alta (maior que a do fígado e da córtex renal). A artéria lienal é o ramo da artéria celíaca, só pode ser identificada com o uso do Doppler. A veia lienal drena para a veia porta, é facilmente visualizada, principalmente próximo ao hilo. Alterações do baço - tamanho: Esplenomegalia: O tamanho do baço é determinado de forma subjetiva, pela sua topografia e pela experiência do ultra-sonografista. – Um baço aumentado é aquele que ultrapassa seus limites topográficos. A esplenomegalia difusa pode ter causas variadas: infecção parasitária (Haemobartonella, Babesia e Ehrlichia), anestésicos/ tranquilizantes, infecções, linfoma e outras neoplasias, anemia hemolítica crônica, torção, doenças imunomediadas, estase vascular e toxemia. A determinação da causa não é possível pelo ultra-som. Torção esplênica: Produz marcante esplenomegalia, com áreas anecogênicas difusas (sinusóides dilatados devido à congestão) e múltiplos ecos lineares paralelos (paredes das veias dilatadas). Veias lienias também estarão dilatadas pela obstrução do fluxo venoso. Fluido abdominal livre Alterações focais: O ultrassom permite a fácil identificação, mas não fornece o diagnóstico definitivo. Produzem alterações semelhantes: nódulos hiperplásicos, hematomas, abscessos, neoplasias primárias ou secundárias, necrose por comprometimento vascular, intoxicações e doenças inflamatórias. - A hiperplasia nodular pode ser um achado de exame em cães idosos. Hiperplasia nodular: A aparência ultrassonográfica da hiperplasia nodular varia de nódulos hipoecóicos a isoecóicos que geralmente são bem marcados e não apresentam outras anormalidades parenquimatosas. Distribuição multifocal ou um único nódulo. Linfoma esplênico: O linfoma é tipicamente uma doença difusa do baço, mas às vezes pode formar massas focais que podem distorcer o contorno esplênico ou cavitar se as massas forem grandes. Derrame abdominal hemorrágico também pode estar presente. Em cães, os linfonodos abdominais (por exemplo, ilíacos mediais, hepáticos e mesentéricos) costumam estar acentuadamente aumentados. Estômago Localizado no quadrante superior esquerdo (sua maior parte). No cão, a sua porção final ultrapassa a linha média do abdomen indo para o quadrante superior direito.A sua primeira porção é o fundo localizado logo abaixo da cúpula diafragmática, o corpo é a parte mais desenvolvida e o antro pilórico que é a parte mais estreita. Possui a curvatura menor, ligada parcialmente ao fígado pelo ligamento gastro-hepático, e a maior que está parcialmente ligada ao baço pelo ligamento gastro- esplênico. A ultrassom do trato digestório Presença de muitos artefatos – presença de gás. Jejum prolongado – avaliar a necessidade Avaliação da espessura da parede, padrão de camadas e conteúdo. A topografia do estômago está muito associada ao seu grau de repleção quanto mais cheio o estômago mais ele se desloca caudalmente. Alterações do estômago: Gastrites: O espessamento de parede difuso ou localizado (mais de 7mm) pode ser identificado. Espessamento genrealizado da parede, pregas gástricas sem definição das camadas murais, tem sido associada à gastrite crônica (acima de 1,5cm). Gatos s: até 0,3cm / Cães: 0,5cm espessamento normal Corpo estranho: a ultrassom é útil na identificação, dependendo de sua forma e propriedades ecogÊnicas. Frequentemente produzem sombra acústica. Intestinos Vantagens do exame: avaliação da estratificação das camadas, avaliação do lúmen (conteúdo), avaliação do movimento peristáltico. Desvantagens do exame: avaliação somente de alguns segmentos, o gás gera muitos artefatos, não dá para avaliar o trânsito intestinal. Paredes medindo cerca de 2-3mm, com padrão das camadas murais semelhante ao do estômago. Espessura normal das alças intestinais: 0,3 a 0,5cm no cão e até 0,2cm no gato. Alterações do intestino: Obstruções - corpos estranhos: Dependendo da causa, dilatação segmentar ou generalizada pode ser vista, a motilidade pode estar reduzida ou ausente e nos segmentos anteriores aumento da frequencia dos movimentos peristáltios, porém, não progressivos. Pode ocorrer acúmulo de fluido. Corpos estranhos normalmente são hiperecogênicos e formam sombra acústica. Corpo estranho linear causa um padrão “pregueado” da mucosa formando ondulações. Obstruções – intussuscepção: O padrão sonográfico depende do plano de corte, do comprimento do segmento envolvido e do tempo de evolução. A aparência típica no corte transversal são anéis concêntricos hiperecpgênicos e hipoecogênicos alternados que representam as camadas murais do intussusceptum e intussuscepiens. Enterites e doença inflamatória intestinal: A aparência sonográfica varia com o tipo de processo patológico, a extensão do envolvimento e a ocorrência de complicações (perfuração e peritonite). Espessamento extenso e simétrico da parede intestinal é o achado mais comum, mais identificação das camadas murais. No caso de neoplasia normalmente o espessamento é localizado e assimétrico, com perda de identificação das camadas murais, mas existem exceções a esta regra (p.e. linfossarcoma pode causar espessamento simétrico).
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