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Feito por Maria Paula Moura Vilela – Profª Stephanie Branco – Newton Paiva – BH, MG Doenças bacterianas e viróticas-@mpaula.vet Enterotoxemia Causada pela bactéria Clostridium perfrigens, na enterite ocorre a inflamação no intestino e na enterotoxemia ocorre a produção de toxinas no intestino e que são absorvidas e atingem outros órgãos, elas podem acontecer em animais domésticos ou selvagens, porém herbívoros são os mais atingidos. Tem manifestação aguda e são associadas a fatores predisponentes, muitas vezes associados com manejo. São bastonetes, gram-positivos, anaeróbios, sem flagelos (não são moveis), são comensais do TGI, ou seja, são naturais do mesmo. Possuem esporos, dificilmente essa esporulação ocorre no tecido, tem capacidade de produzir as exotoxinas, fermentam a glicose com grande produção de gás e liquefazem a gelatina. As enterotoxinas são letais, citotóxicas e enterotóxicas, ocorre diarreias em suínos, ovinos, bovinos, equinos, caninos e aves, produz quatro toxinas letais (alfa, beta, épsilon e iota) que são classificadas em grupos A, B, C, D e E, elas não apresentam muitas enzimas para a produção de aminoácidos, acabam usando do hospedeiro. OBS: se consigo identificar o tipo de toxina produzida, identifico o tipo de Clostridium São levemente termoestáveis e antigênicas (muitas vezes utilizada na produção de vacinas), consegue hidrolisar fosfolipídios, altera e desorganiza a membrana celular, é hemolítica, dermonecrótica, letal (associada com gangrena), todos os Clostridium perfrigens produzem Produzidos pelo tipo B e C, causam necrose hemorrágica na mucosa intestinal, tem atividade citotóxica, pode agir como neurotixina, facilmente degradada por proteases (principalmente pela tripsina), é termolábil, associada a recém nascidos e com deficiência nutricional. É a mais potente dentre elas, formada como uma pró toxinas (ativada por proteases, atua mais nos adultos pois ela é ativada por essas enzimas), tem ação na membrana celular, causa edema, vacuolização, fragmentação e lise celular, ocorre desequilíbrio de eletrólitos, perda Feito por Maria Paula Moura Vilela – Profª Stephanie Branco – Newton Paiva – BH, MG de ATP, ativação de proteinoquinase, hipertensão, aumento da permeabilidade vascular (pré-disposição a causar edemas) e intestinal, lesão renal, pode ultrapassar a barreira hematoencefálica e se alojar no encéfalo (liberação excessiva de glutamato – neurotransmissor excitatório), lesão e edema no pulmão, coração, rim e encéfalo. São ativadas por proteases no intestino, formam poros na membrana (causando saída de Na e K), penetram a célula e causam destruição celular, são dermonecrótica, citotóxica e enterotóxica As bactérias são expostas ao TGI, proliferam excessivamente e produzem a toxina, há uma adesão ao epitélio intestinal, começam a destruir as camadas do intestino, lesões nas microvilosidades, ocorre degeneração e necrose de enterócitos, corre necrose da submucosa trombose de vasos sanguíneos da mesma, as toxinas são absorvidas levando a toxemia, choque e óbito. As toxinas podem resultam em lesões apenas locais também, como petéquias e sufusões em pulmão, endocárdio, mesentério. As enterotoxinas liberadas pelo tipo A, C e D são produzidas durante a esporulação, causando aumento da permeabilidade celular, as Alfas destrói células locais, com inflamação e liberação de substancias químicas ativas, no sistema nervoso central causa edema e degeneração. Há uma susceptibilidade dos animais, associadas a condições de manejo, principalmente associados com a alimentação Os animais jovens normalmente são associados ao tipo C, possuem baixa morbidade, mas alta mortalidade pois desenvolvem enterite hemorrágica aguda. Já os animais adultos são relacionados com o tipo D, A e B. O tipo E é mais difícil de encontrar, as manifestações são divididas em enteretoxomia dos recém nascidos e enteretoxomia enzoóticas. Acontecem leitões, bezerros e potros, quando o animal nasce ele tem ausência da microbiota completamente formada, ele se expõe ao ambiente e vão adquirindo essa flora, as vezes podendo adquirir uma flora toxigenica . O QUE PRÉDISPOE A PRODUÇÃO EXCESSIVA? Pode ser uma modificação fisiológica do intestino (acontece mais na amamentação), excesso de leite, desinteria ou mudanças bruscas na alimentação (desmame). As primeiras bactérias a colonizar o TGI são outros tipos de Clostridium, o Clostridium perfrigens produz toxinas (alfa e beta). OBS: O beta é altamente sensível a proteases, em especial a tripsinas, porém animais jovens possuem menos tripsinas porque o colostro há um fator anti tripsina senão as proteases Feito por Maria Paula Moura Vilela – Profª Stephanie Branco – Newton Paiva – BH, MG destruiriam parte do colostro, portanto animais jovens ficam mais expostos a beta causando enterite necrótica. Os suínos sadios possuem pequenas quantidades do tipo A e C no intestino, mas quando há condições predisponentes ocorre a produção excessiva do Clostridium perfrigens. Há principal fonte de infecção para os leitões são as porcas, são portadoras e expõe os leitões nos 3 primeiros dias de vida, eles podem ir a óbito em até 12 horas. Quando ocorre surtos em rebanhos não vacinados pode haver letalidade de até 100% dos leitões de fêmeas não vacinadas. Nos leitões a progressão pode ser dividida em: AGUDA: o óbito é de 1 a 3 dias após o nascimento, ocorre diarreia e rápida desidratação, fezes liquidas vermelho- escura e com restos necróticos. SUBAGUDA: óbito em 5 a 7 dias, ocorre diarreia persistente, não hemorrágica, líquida e com restos necróticos. CRÔNICA: o óbito pode ser em 10 dias, a diarreia intermitente por 1 semana ou mais fezes escurecidas com sangue e/ou muco, os que sobrevivem possuem atraso no crescimento e desidratação. Acontece em adultos, possuem dieta pobre em celulose, rica em proteínas e glicose (concentrados), superalimentação, mudanças bruscas na dieta, alta contaminação ambiental e vacinação eficiente como fatores predisponentes para a doença. As associações metabólicas como, uma lenta adaptação na flora ruminal e dos intestinos causa uma fermentação inadequada, acumulando proteínas e carboidratos não digeridos no intestino, alcalose (causando anaerobiose) também podem ser possíveis causas para a multiplicação dos clostrídios Também chamada doença do rim polposo, é uma doença hiperaguda, pode acometer caprinos, suínos e bovinos, com destaque para os ovinos, frequentemente acontece em animais de 3 a 10 semanas (não acontece em recém-nascido), a morbidade é baixa, mas mortalidade é alta, é comensal nos ruminantes. O Clostridium encontrado nessa doença da superalimentação é o tipo D (que produzem a toxina épsilon), quando ocorre mudanças bruscas na alimentação frequentemente ou excesso de grãos ocorre a predisposição da proliferação do tipo D. Os Clostridium utilizam os substratos, precisam da tripsina para ser ativado e acumular no intestino. Essa toxina aumenta a permeabilidade dos vasos, aumentando a absorção e disseminação para outros órgãos (rins, fígado, pulmões, coração e encéfalo), edema renal (necrose), hiperglicemia, glicosúria, aumento da pressão intracraniana e óbito NA NECROPSIA: ocorre enterite hemorrágica segmentar, rins amolecidos e autolisados, líquido nas cavidades, hemorragias no pericárdio e endocárdio, nos animais que tem alterações no encéfalo é possível observar edema perivascular proteináceo cosinofílico (é característico, mas não ocorre em todos os casos), hemorragias e congestão, estímulo a liberação do glutamato. As principais manifestações são incoordenação, dificuldade de locomoção, opistótono,movimentos de pedalagem, dispneia e edema. Feito por Maria Paula Moura Vilela – Profª Stephanie Branco – Newton Paiva – BH, MG Os ovinos, principalmente os não vacinados, tendem a ter a doença com manifestação aguda, a maioria vai a óbito em até 12 horas, podendo ter ausência de sinais clínicos. Os que possuem sinais incluem na forma aguda a diarreia, ptialismo, hiperexcitabilidade, opistótono, hiperestesia, crises epiléticas e coma, e na forma crônica (5-14 dias) também tem diarreia e manifestação neurológica. Os bovinos possuem dispneia, letargia, redução dos movimentos ruminais, ataxia progressiva, decúbito, opistótono, hiperestesia, hipersalivação, crises epiléticas e cegueiras. Os caprinos possuem diarreia. A forma aguda ocorre o óbito em 1 a 3 dias, em neonatos e animais submetidos a desmame ocorre a morte súbita, os que possuem manifestação possuem diarreia, com ou sem sangue, intensa dor abdominal, desidratação, febre, apatia, alterações neurológicas e óbito. Os adultos possuem apatia, contração muscular involuntária, incoordenação motora progressiva evolutiva, paralisia, tremores, transtornos, prostração e óbito. Os surtos causam principalmente quando ocorre mudanças bruscas na alimentação. Os ovinos tipo C possuem manifestações superagudo, causando dor abdominal, redução de ingestão de colostro, fezes amolecidas e avermelhadas, os que sobrevivem por mais de 2 dias tem encefalomalacia focal simétrica, pode acontecer também nos infectados pelo tipo D. Os casos superagudos ocorre discreta irritação, congestão do jejuno e íleo, edema mesentérico, liquido na cavidade, edema pulmonar, os casos mais graves ocorre intensa congestão de mesentério e enterite hemorrágica, enterite fibrinonecrótica, os linfonodos mesentéricos congestos, fibrina na serosa intestinal, aderências nas alças intestinais, petéquias nas serosas e órgãos e líquidos na cavidade. É importante ter os dados epidemiológicos do animal e é preciso identificar os fatores predisponentes, entender o manejo do animal e associas com a manifestação clínica, achados laboratoriais e anatomopatológicos para ter como sugestão a doença. Deve ter como diagnóstico diferencial doenças como raiva, botulismo e poliencefalomalácia. O diagnóstico feito por isolamento do trato intestinal não confirma pois ele é comensal ao animal, precisamos identificar as toxinas Detectar as toxinas: forma específica, mas de baixa sensibilidade, se der negativo não quer dizer que o animal não tenha, mas se der positivo provavelmente o animal tem. É feita por neutralização em camundongos ou ELISA. PCR: padrão ouro, ele não identifica o Clostridium em si, identifica o gene codificador de toxina e caracteriza o tipo dela, utiliza o conteúdo gástrico (refrigerado e congelado) e também conteúdo intestinal delgado (cultivo, identificação) O tipo D é preciso fazer a histopatologia do encéfalo + a toxina épsilon. Feito por Maria Paula Moura Vilela – Profª Stephanie Branco – Newton Paiva – BH, MG Ele é massal, ou seja, tratamos todos de uma vez e ao mesmo tempo, utiliza a adição de antibióticos na água ou na ração durante 3 a 7 dias Tetraciclina a 100 g/tonelada de ração, Bacitracina a 250g/tonelada ou Virginamicina a 50 g/tonelada Em porcas o tratamento é profilático, 2 semanas antes do parto. Quando tem um animal doente individualmente o tratamento é oral com tetraciclina. Quando ocorre encefalomalacia precisam de suporte, com soluções hidroeletrolíticas, vitaminas B1, dexametasona e alimentação por sonda. Medidas inespecíficas: associadas ao manejo, fazer a mudança gradual da alimentação, deve sempre reduzir qualquer condição que favorece multiplicação do Clostridium. Medidas específicas: vacinação anual (ruminantes), a vacina é polivalente, as fêmeas prenhes devem ser vacinadas 1 mês antes do parto (passar a imunidade para os filhotes), as gestantes nunca vacinadas o ideal é dar 2 vacinas (4 e 2 semanas antes do parto). Os filhotes de mães vacinadas mantem a imunidade até 3 e 4 meses, a partir disso é recomendado a vacinação.
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