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CLASSIFICAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO As jornadas de trabalhos a que estão submetidos os trabalhadores nas diferentes empresas não são, evidentemente, uniformes em suas características. Variações há no que respeita ao número de horas trabalhadas, ao horário em que é prestado o serviço, à constância ou variabilidade desse horário, aos limites, ao pagamento ou não de adicionais etc. A doutrina costuma apresentar diversas classificações para as jornadas de trabalho, tomando por base esses critérios, separadamente considerados, e apontando o conseqüente regramento legal a cada uma das espécies aplicável. As mais importantes classificações propostas seguem expendidas. Quanto à duração, a jornada de trabalho pode ser: ordinária ou normal, quando se desenvolve dentro dos limites legais; • extraordinária ou suplementar, sempre que ultrapassa os limites normais fixados pelas normas jurídicas; • contínua, quando é corrida, sem intervalos, como no caso dos vigias; • descontínua, quando tem intervalos, que é a regra geral; • intermitente, quando há sucessivas paralisações, como a dos motoristas rodoviários. Quanto ao período do dia em que é prestada, a jornada será: • diurna, quando entre 5 e 22 horas, nos centros urbanos; • noturna, quando entre 22 e 5 horas do dia seguinte, e suas prorrogações, nos centros urbanos; • mista, quando transcorre tanto no período diurno quanto no noturno (uma jornada das 18 h às 24 h, por exemplo); • em revezamento, quando num período há trabalho durante o dia, em outro o trabalho é prestado à noite, sendo mais encontrado o revezamento semanal. O trabalhador rural tem critério diferente quanto ao período da jornada: é considerado noturno o trabalho realizado entre as 21 h de um dia e as 5 h do outro, na lavoura, e entre as 20 h de um dia e as 4 h do outro, na pecuária. As prorrogações do horário noturno também são consideradas jornada noturna. Se o empregado trabalha após as 5 h, em seqüência ao horário noturno, esse período será considerado jornada noturna, para fins de remuneração. Não se deve confundir essa hipótese, de prorrogação, com a situação da jornada mista. Na jornada mista, o trabalho se inicia no período diurno e é concluído no noturno, como, por exemplo, de 18 h às 24 h. A hipótese de prorrogação diz respeito à jornada que se inicia no período noturno e ultrapassa o horário limite desse período, como uma jornada de 24 h às 7 h. Nesse caso, o tempo trabalhado após as 5 h será considerado hora noturna para efeito de incidência das vantagens asseguradas pela lei ao trabalho noturno. No que concerne à condição pessoal do trabalhador, a jornada será de mulheres, de homens, de menores e de adultos. Essa definição repercute nas prorrogações e na totaiização de horas de trabalho dos menores, uma vez que estes, na hipótese de laborarem em mais de um emprego, terão as horas de ambos somadas para fins de limitação diária da jornada normal (CLT, art. 414). Quanto à profissão, temos: • jornada geral, aplicável aos empregados em geral; • jornadas especiais, destinadas a determinadas classes de empregados, como os ferroviários, os professores, os médicos etc. Quanto à remuneração, a jornada pode ser com acréscimo salarial ou sem acréscimo salarial. A jornada noturna é remunerada com adicional noturno; as extraordiná rias, em regra, são recompensadas com adicional de horas extras (há, porém, horas extras sem acréscimo salarial, como as prestadas em decorrência de acordos de compensação de horas). Quanto à rigidez do horário, temos: jornadas inflexíveis, em que há um horário fixo a ser cumprido pelo empregado; jornadas flexíveis, nas quais os empregados não têm horário fixo para iniciar ou terminar o trabalho. Tais jornadas não são previstas nas leis trabalhistas brasileiras.