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Clínica de Grandes Animais 2 Camilla Teotonio Pereira AFECÇÕES DO SISTEMA NERVOSO POLIOENCEFALOMALÁCEA (PEM) Polio (substância cinzenta) e Malacia (amolecimento). Edema cerebral e necrose da substância cinzenta. Afecção do sistema nervoso central não infecciosa. Acomete ovinos, caprinos, bubalinos e bovinos. ETIOLOGIA Distúrbio da tiamina (vit.B1) tem comprometimento da glicólise e da produção de ATP. Tiamina está normalmente presente nas forragens de boa qualidade. Ação no processo de síntese de enzimas e metabolismo de carboidratos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Associados a lesões primárias do telencéfalo e também, secundárias no cerebelo e no tronco encefálico. DIAGNÓSTICO Dados epidemiológicos e clínico e terapêutico. Necropsia do córtex cerebral com tumefação, descoloração amarela da matéria cinzentada, edema e necrose da junção matéria cinzenta-branca. Histopatológico cromatólise e picnose nuclear (neurônios vermelhos). Autofluorescência das áreas afetadas devido ao acúmulo de derivados mitocôndrias oriundos das células em degeneração. Diagnóstico diferencial BoHV. TRATAMENTO A cada 4 a 6 horas por três dias consecutivos (IM ou IV). Vitamina B1 (Monovin®) 10 a 20mg/Kg de tiamina lenta. Corticoterapia dexametasona 0,2mg/Kg para diminuir o edema cerebral. Manitol 0,5 a 2mg/Kg diluído em solução a 20% ringer simples ou soro fisiológico em casos de edemas graves. Resposta rápida 12 a 48 horas. PROGNÓSTICO Bom quando diagnóstica precocemente. LISTERIOSE AGENTE ETIOLÓGICO Listeria monocytogenes (Gram +). ETIOLOGIA Silagem de milho contaminada (pH>5,5), pastagem, feno, cama de frango e concentrado a base de grãos. Mais comum contaminação no inverno, pois alimentação é a base de silagem de milho para animais confinados. Não é comum no verão, pois os animais confinados se alimentam a base de pasto. Geralmente acomete mais de um animal em graus diferentes de sintomatologia. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Manifestações inicias como prostação, anorexia e febre e após 2 a 3 dias aparece sintomas nervosos. Contrações musculares superficiais ou paralisia regional dos membros, torcicolo, incoordenação motora e ataxia. Alterações vestibulares tendência a andar em círculos na mesma direção. Alterações cerebral e cerebelar estrabismo, cegueira, Nistagmo, tremores da cabeça e movimentos de pedalagem. Lesões nos nervos trigeminal, facial, vestibulococlear e glossofaríngeo. Paralisia dos músculos faciais DIAGNÓSTICO Sintomatologia clínica associado a tratamento terapêutico. Necropsia + histopatológico áreas de necrose com intenso infiltrado de macrófagos e neutrófilos formando microabscessos. Diagnóstico diferencial TRATAMENTO Antibioticoterapia parenteral (precoce) por 2 a 4 semanas. Penicilina 22.000 a 44.000 UI/Kg, IM, 4x ao dia. OU Oxitetraciclina 20mg/Kg, IV, SID. Anti-inflamatório Flunixina Meglumina na dose de bula. Fluidoterapia quando apresenta anorexia, desidratação com ringer simples ou solução glicofisiológica. Transfaunação de suco de rúmen em animais com anorexia. Vitaminas do complexo B para melhorar a recuperação do animal. PREVENÇÃO Redução da exposição ao agente no meio ambiente, nos alimentos e dos fatores estressantes. LENTIVIROSES Importantes para pequenos ruminantes constituem-se por duas enfermidades distintas – causam imunodeficiência. CAE associação com mastite. Ambas são doenças de caráter persistente e curso progressivo, com período de incubação variando de meses a anos. Os animais infectados podem permanecer assintomáticos ou apresentarem síndromes multissistêmicas. AGENTE ETIOLÓGICO Família Retroviridae e gênero Lentivirus (HIV, AIE, FIV). Sensíveis ao calor, detergentes e solventes lipídicos. No leite de animais infectados, o vírus é inativado a 56°C por 1h. TRANSMISSÃO Não existe transmissão transplacentária. Ingestão de colostro como principal via de eliminação viral. Contato direto e prolongado entre animais com clínica respiratória. Fômites contaminados com fluidos corporais ou sangue, incluindo ordenhadeira mecânica, marcadores, tatuadores. Contato sexual demostrado vírus no sêmen. Há transmissão cruzada de CAEV e MV entre ovinos e caprinos comum na criação mista. PATOGENIA Tropismo viral por monócitos e macrófagos (ativação da transcrição). Produção de DNA a partir do RNA e integração do material genético viral no DNA da célula hospedeira para replicação. Lesões por infiltração e proliferação das células mononucleares em diferentes tecidos como SNC, pulmões. Membrana sinovial, glândula mamaria e nódulos linfáticos. Período de incubação e evolução longos com manifestações clínicas tardias e progressivas. Presença de portadores inaparentes como fontes de infecção importantes. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DIAGNÓSTICO Diagnóstico clínico animais com sintomatologia, porém a maioria são assintomáticos. Diagnóstico laboratorial animais assintomáticos. Detecção de anticorpos específicos ELISA, IDGA (rotina). Em casos positivos necessita de alta titulação de Acs que só detectado na forma clínica da doença. Soronegativos demora para soroconversão, portanto, repetir exame trimestralmente durante 1 ano. Detecção viral PRC e Western blot (processo de certificação) e necessário para exportação. Controle praticamente 0% no rebanho. PREVENÇÃO Não há tratamento nem vacinas disponíveis. Controle de material plástico individual e uso marcadores e tatuadores desinfetados, realização periódica de testes sorodiagnósticos e eliminação dos animais positivos (isolar e abater). Medidas preventivas aquisição de animais soronegativos (quarentena), controlar fluxo de reprodutores e evitar aleitamento de “pool” de leite. Rebanhos de alta prevalência segregação do neonato no pós parto imediato ou aleitamento artificial dos recém- nascidos.
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