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Histologia - Introdução a Histologia

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Medicina – UFCG 
Aula 1 – Histologia (26/02/2021) 
Yahanna Estrela 
 
Introdução à histologia e 
Tecido epitelial 
 
INTRODUÇÃO À HISTOLOGIA 
 
 Estuda os tecidos do corpo, que são resultado da 
diferenciação celular. 
 O tecido epitelial se origina dos três folhetos 
embrionários. 
 Cada tecido tem forma e função diferente. 
 
 
TIPOS BÁSICOS DE TECIDO 
 
 O corpo é constituído por quatros tipos básicos de 
tecido. Dependendo do órgão, pode-se ter tecidos 
adicionais, mas esses quatro sempre estarão 
presentes, são eles: 
 
 Epitelial: possui células poliédricas e 
justapostas. Primeira barreira do corpo. 
Pequena quantidade de matriz extracelular 
(para que as células fiquem juntinhas). Função 
principal de revestimento de superfície ou de 
cavidades do corpo e de secreção. 
 Conjuntivo: possui vários tipos de células fixas e 
migratórias. Matriz extracelular abundante. 
Função principal de apoio e de proteção. Único 
que possui vasos sanguíneos. Único que inflama 
e único que cicatriza. 
 Muscular: possui células alongadas contráteis. 
Quantidade moderada de matriz extracelular 
para não atrapalhar a contração. Função 
principal de movimento. 
 Nervoso: possui células com longos 
prolongamentos. Não possui matriz 
extracelular (formado exclusivamente por 
células). Função principal de transmissão dos 
impulsos nervosos. 
 
 
Nem todos os tecidos possuem matriz extracelular, mas 
todos os tecidos possuem o líquido extracelular, do qual 
as células se nutrem. No tecido nervoso, esse líquido 
possui composição típica desse tecido. 
 
 
 As células, em geral, não possuem cor. Para que 
sejam vistas no microscópio elas precisam ser 
coradas. Os dois corantes essenciais utilizados para 
essa coloração trabalham por afinidade, sendo: 
 Núcleo: ácido  atrai corantes básicos. 
Hematoxilina  núcleo fica corado de roxo. 
 Citoplasma: proteínas básicas  atraem 
corantes ácidos. Eosina  citoplasma fica 
corado de rosa. 
 Na maioria das vezes a matriz extracelular 
também está corada de rosa, porque ela é 
corada pela eosina. 
 
 
A forma do núcleo acompanha a forma da célula. 
Ao identificar o núcleo, dá para identificar a célula. 
A forma sempre está associada à função. 
 
 
TECIDOS CONJUNTIVOS ESPECIALIZADOS 
 
 Sustentação: cartilaginoso e ósseo. 
 Reserva de energia: adiposo. 
 Transporte de células, nutrientes e 
metabólitos: sanguíneo. 
 Elástico: presente na parede de artérias 
elásticas, por exemplo. 
 Reticular: tem predomínio de fibras reticulares 
na matriz extracelular. Está presente em órgãos 
do sistema linfoide e algumas glândulas, como 
o fígado. 
 
 Formas de estudo de tecido ósseo: 
 Desgaste do osso: visualiza-se as cavidades do 
tecido ósseo. Vê a organização da matriz, para 
entender porque o osso é daquela forma. 
 Descalcificação do osso: visualiza-se as células 
do tecido ósseo, como osteoclastos e 
osteoblastos. 
 
 
TECIDO EPITELIAL 
 
 Características gerais do tecido epitelial 
 É formado por células fortemente aderidas 
entre si entra as quais há escassez (quase 
ausência) de material extracelular (o pouco que 
tem é o glicocálice). 
 Células se organizam como folhetos que 
revestem a superfície externa (secas ou 
 
úmidas) e as cavidades do corpo ou que se 
organizem em unidades secretoras. 
 O glicocálice reforça a adesão celular, que 
ocorre devido a junções intercelulares. 
 Possui duas funções gerais: revestimento e 
função glandular. 
 
 
Recordar é viver: A membrana celular é uma bicamada 
lipídica com proteínas inseridas total ou parcialmente. 
Em sua superfície externa, possui hidratos de carbono 
ligados as suas moléculas: quando há lipídios são 
glicolipídeos, quando há proteínas são glicoproteínas. 
Esses hidratos de carbono formam na superfície externa 
o glicocálice, que tem funções muito importantes para a 
célula: comunicação, reconhecimento celular, inibição 
do crescimento por contato (para que os órgãos saibam 
quando parar), adesão celular (reforça a adesão 
existente). 
 
 
 Função do tecido epitelial: 
 Revestimento e proteção; 
 Transporte transcelular de moléculas; 
 Secreção; 
 Absorção; 
 Permeabilidade seletiva; 
 Detecção de sensações (neuroepitélio). 
 
 Características das células epiteliais 
 Forma variada (podem ser 
prismáticas/colunares, cúbicas ou 
pavimentosas) 
 Núcleo das células epiteliais: acompanham a 
forma da célula, podem ser alongados 
(prismáticas/colunares), esféricos (cúbicas) ou 
achatados (pavimentosas) 
 Apoiado sobre um tecido conjuntivo e separado 
deste pela lâmina basal (função de separar o 
tecido epitelial do tec. conjuntivo e fixar esses 
dois tecidos um no outro e permitir a passagem 
de substância, funcionando também como 
barreira seletiva). 
 A lâmina basal possui três camadas, a primeira 
é produzida por células epiteliais (lâmina lúcida, 
mais rara e mais interna), a segunda é a lâmina 
densa (intermediária) e a última camada é a 
lâmina reticular (mais externa, também é rara, 
produzida pelas células do tecido conjuntivo, 
apresenta fibras reticulares: colágeno tipo 3 e 4 
associado a fibras de ancoragem). 
 Células apresentam porções: basal, apical, 
lateral e superfície livre. Cada uma tem 
estruturas próprias dependendo da sua 
especialização, características da 
região/porção. 
 A lâmina basal é acelular e SEMPRE está 
presente na camada basal do tecido epitelial. 
 As células do tecido epitelial são proliferativas 
 
 
Como o tecido epitelial é avascular a sua nutrição 
ocorre por meio da lâmina basal. Quando as células 
perdem o contato com a lâmina basal, elas morrem: 
sofrem apoptose. 
 
 
LÂMINA BASAL 
 
 
 
 
 A lâmina basal é produzida por células epiteliais e a 
última camada por tecido conjuntivo. 
 O epitélio que tem muita permeabilidade 
apresenta uma lâmina basal mais delgada. O que se 
localiza numa região que tem mais atrito tem uma 
lâmina basal mais espessa. Ou seja, regiões 
delicadas não precisam espessura grande de 
lâmina. Regiões de atrito pedem uma membrana 
basal. 
 Essa rede representa a lâmina basal. Ela é uma 
camada de moléculas: proteínas, glicoproteínas, 
glicosaminoglicanos, que possuem a potência de 
atrair a água (água em forma de gel). 
 A vermelha com cabeça redonda é o colágeno tipo 
4: uma molécula estrutural, oferece resistência a 
lâmina. A azul é uma glicoproteína, com função 
adesiva (unem as moléculas da matriz), que recebe 
nome em diferentes tecidos, sendo na lâmina basal 
nomeada de laminina. A verde é a perlecam, que é 
uma proteoglicana, na qual se ligam 
glicosaminoglicanos (heparansulfato, atrai água). A 
outra glicoproteína é a entactina. 
 Membrana basal é uma camada situada abaixo de 
epitélios, é mais espessa que a lâmina, pois inclui 
algumas proteínas do tecido conjuntivo (é visível). 
 
 
FUNÇÕES DA LÂMINA BASAL 
 
1. Conecta e fixa os tecidos 
2. Permite a nutrição dos tecidos 
3. Define a capacidade proliferativa do tecido 
4. Auxilia na regeneração dos tecidos, servindo 
como suporte para migração de células. 
5. Permite a diferenciação celular por se ligar a 
fatores de crescimento. 
6. Induz a polaridade, por meio da diferenciação 
dos polos apical (superfície) e basal (lâmina 
basal). 
 
 
POLARIDADE E ESPECIALIZAÇÕES DA 
SUPERFÍCIE CELULAR EPITELIAL 
 
 A célula prismática/colunar é usada como modelo 
didático. 
 Polo apical ou membrana livre/apical (mais 
presente em prismática/colunar): 
 Microvilos: intensidade de absorção e/ou 
reabsorção (menos intensa). Pode ser 
chamada de borda em escova. Ex.: intestino 
delgado e túbulos proximais dos rins. 
 Cílios: movimento/transporte. Exercem 
movimento coordenado. Ex.: Epitélio 
respiratório, revestimento da tuba uterina 
(não tão desenvolvido). 
 Estereocílios: se assemelham na forma aos 
cílios, mas tem função de microvilos. Não 
transporta nada e pouca absorção. Ex.: 
epidídimo, ouvido interno (função 
sensorial). 
 Flagelos: são estruturasmóveis, com o gasto 
de energia por consumo de ATP. Os flagelos 
possibilitam a locomoção das células, como 
no caso dos espermatozoides. 
 
 Parede basolateral: junções intercelulares. 
 Zônulas de oclusão: veda o espaço entre 
uma célula e outra. Impede a entrada de 
microbiota. 
 Zônulas de adesão: circunda a célula, 
contribuindo para a adesão/junção entre as 
células, são dependentes de cálcio. 
 Junções comunicantes (GAP): comunicação 
entre as células. Troca de aminoácidos, 
minerais. 
 Desmossomo: estrutura complexa em forma 
de disco. Devido ao seu formato, não forma 
zônulas. 
 Interdigitações de membrana: são 
invaginações das superfície basal e laterais 
da célula. Aumentam a superfície para a 
inserção de proteínas transportadoras. 
 Hemidesmossomos: estão na base. 
Promovem a adesão da célula à outra célula 
ou à lâmina basal. Possui a estrutura de 
metade de um desmossomo. 
 
 
LÂMINAS - INTRODUÇÃO 
 
 
Lâmina que mostra a diferença entre o tecido 
epitelial e o tecido conjuntivo 
 
 
 
Lâmina de um rim, que mostra as membranas 
basais em torno do epitélio dos túbulos renais. 
 
 
 
 
A seta BE aponta para microvilos 
 
 
 
 
Observa-se na lâmina a presença de estereocílios. 
 
 
 
 
A seta aponta para os cílios. 
 
 
 
 
Pode-se observar o flagelo de espermatozoides. 
 
 
 
 
As setas apontam para microvilos. 
 
 
 
As setas apontam para estereocílios. 
 
 
 
 
 
 
 
As setas apontam para cílios. 
 
 
 
 
As setas apontam para flagelos.

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