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Exercício 1 - Penal IV 1) Antônio Manso, ao conversar com Cibele Sol, menor de 14 anos e já iniciada no mundo da devassidão e luxúria, convence a adolescente a ter conjunção carnal com Cavalo Antônio. O encontro libidinoso ocorre conforme o combinado. Dias após, Dona Eliza, mãe de Cibele Sol, notou marcas arroxeadas nos braços e pescoço da filha, vulgarmente conhecidas como “chupões”, além do fato da filha apresentar uma postura “estranha. Dona Eliza, então, “pressionou” Cibele Sol e acabou descobrindo as relações sexuais consentidas com Cavalo Antônio. Pergunta-se: Qual a tipificação correta das condutas de Antônio Manso e Cavalo Antônio? Justifique a sua resposta. 2) Na data de 25/10/2017, no interior de um transporte coletivo, o nacional JOÃO foi preso em flagrante delito, após se masturbar e ejacular contra o corpo de uma passageira, que estava sentada no banco colado à sua frente. Na Delegacia o conduzido foi autuado pela contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor, descrita no art.61 da Lei de Contravenções penais, considerando a impossibilidade de imputação de estupro, ante a ausência de violência ou grave a ameaça na conduta. Ocorre que, durante o processo criminal entrou em vigor a Lei 13.718/18, que positivou o crime de importunação sexual, descrito no art.215-A, que seria específico para os casos de ofensas sexuais praticadas sem violência ou grave ameaça. O magistrado, então, determinou o aditamento da denúncia pelo Ministério Público, para responsabilizar o autor pelo novo crime, considerando o extremo desvalor da conduta e a personalidade sexual desequilibrada do acusado, considerando que à sua responsabilização por uma mera contravenção penal não teria eficácia preventiva e representaria uma proteção deficiente do Estado. Pergunta-se: o magistrado agiu corretamente? Explique. 3) O tipo penal descrito no art. 229, CP admite a sua imputação na modalidade tentada? Explique fundamentadamente. 4) JOAO e LUANA, ambos maiores de idade, são adeptos de prática consistente em exibicionismo sexual. Extraem prazer em serem vistos por terceiros enquanto praticam sexo. Em certa oportunidade, obrigam a vizinha MARISA, de 16 anos de idade, mediante grave ameaça verbal, mas sem encostarem na adolescente, a observá-los enquanto praticam sexo. A conduta de JOAO e LUANA encontra adequação típica: A) No art. 146 do Código Penal, crime de constrangimento ilegal. B) No art. 147 do Código Penal, crime de ameaça. C) No art. 218-A do Código Penal, crime de satisfação da lascívia mediante presença de criança ou adolescente. D) No art. 215-A do Código Penal, crime de importunação sexual. E) No art.241-D do Estatuto da Criança e do Adolescente. GABARITO 1 – Antônio Manso responderá como partícipe no crime de estupro de vulnerável (Art. 217-A) conforme a regra contida no artigo 29 do CP. Cavalo Antônio responderá pelo crime de estupro de vulnerável por ter tido conjunção carnal com a menor de 14 anos, independentemente do consentimento. Conforme art. 217-A do CP. 2 – Não, a lei de contravenção penal é mais favorável ao agente em confronto com a nova lei, por isso ela será aplicada e continuará a reger os fatos ocorridos em seu tempo. Trata-se do princípio da ultratividade da lei penal anterior mais benéfica. É garantido na CF no art. 5, XL, que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; como ela é mais prejudicial, não pode ser aplicada. 3 – Não, pois trata de crime habitual, ou seja, implica em habitualidade. Logo, não há que se admitir a modalidade tentada. Segundo Nucci Bitencourt e Regis Prado, o rumo do crime é formado por um conjunto de ações, que são atípicas, mas se vistas no geral, configuram um contexto juridicamente proibido. Desse modo, ocorrendo uma só vez exploração sexual em certo estabelecimento, mesmo com a ciência do dono, inexiste fato típico referente ao art. 229. Inexiste o caráter habitual. 4 – A
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