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Letícia T. Santos - Medicina Metodologia científica – tabelas e gráficos APRESENTAÇÃO DE DADOS EM TABELAS Como organizar as informações coletadas na pesquisa? Atenção: Os dados são do mesmo tipo que o das variáveis! APURAÇÃO DE DADOS Apuração: Feita para obter apenas os dados (registrados em fichas/cadernos/computador) de interesse para a pesquisa. Se a variável for quantitativa, a apuração se resume a simples contagem. Ex.: Para estudar a razão de sexos dos recém-nascidos em uma maternidade e seus pesos ao nascer, um pesquisador obteve uma amostra sistemática (200) de 1.000 prontuários de recém-nascidos e escreveu em uma folha de papel: Variável quantitativa: É preciso anotar na apuração cada valor observado. TABELAS Devem ser construídas de acordo com as normas técnicas ditadas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - Normas de apresentação tabular - ou ABNT. Colocadas perto do ponto do texto em que são mencionadas pela primeira vez. Inseridas na ordem em que aparecerem no texto. COMPONENTES DA TABELA TIPOS DE TABELA Apresentação de dados qualitativos: Cada unidade da amostra estará classificada em uma categoria. A ideia seguinte é resumir as informações na forma de uma tabela que mostre as contagens (frequências) em casa categoria. São chamadas de: Tabela de distribuições de frequências. Ex.: Foram entrevistados 2.500 brasileiros, com 16 anos ou mais, para saber a opinião deles sobre determinado técnico de futebol. Veja que eles responderam: 1.300 achavam que o técnico era bom, 450 achavam regular e 125 achavam ruim; Letícia T. Santos - Medicina 625 não tinham opinião ou não quiseram opinar. Como organizar estes dados em uma tabela de distribuição de frequências? Respostas: bom, regular, ruim ou não sabe → Variáveis qualitativas ordinais. Frequência: Dado numérico discreto Solução: Na tabela 2.3 estão as respostar dadas pelos entrevistados (primeira coluna) e as frequências dessas respostas (segunda coluna). A soma das frequências é 2.500 (número de entrevistados) Na tabela de distribuição de frequências, é usual fornecer a proporção (frequência relativa) de unidades que caem em cada categoria. Para obter a frequência relativa de uma dada categoria, calcule: Ex.: Uma tabela e distribuição de frequências e frequências relativas. Calcule as frequências relativas dos dados apresentados na tabela 2.3. Solução: Na tabela 2.4 estão as respostas dadas pelos entrevistados (primeira coluna), as frequências dessas respostas (segunda coluna) e as frequências relativas (terceira coluna). Note que as frequências relativas somam 1,0. Apresentação de dados quantitativos (numéricos): Geralmente são obtidos dados relativos a diversas variáveis em cada paciente. Os pacientes são identificados nas pesquisas por números. Ex.: Uma tabela com dados numéricos Para estudar o desempenho cardíaco de pacientes suetidos à diálise renal, foram obtidos valores de diversas variáveis de interesse da Cardiologia. Na tabela 2.7 são representadas apenas algumas informações, para mostrar como se apresentam dados numéricos. Se os dados são discretos, para organizar a tabela de distribuição de frequências: Escreva os dados em ordem crescente Conte quantas vezes cada valor se repete Organize a tabela como já foi feito para dados qualitativos, colocando no lugar das categorias, os valores numéricos em ordem natural. Dados numéricos também podem ser apresentados em tabelas de distribuição de frequências. Ex.: Uma tabela de distribuição de frequências para dados discretos. As faltas ao trabalho de 30 empregados de uma clínica em determinado semestre estão na tabela 2.8. A partir dela, faça uma tabela de distribuição de frequências. Letícia T. Santos - Medicina Tabela com dados contínuos: Segundo essa tabela é difícil dizer como os valores se distribuem. Para construir uma tabela de distribuição de frequências com dados contínuos: Ache o valor máximo e mínimo do conjunto de dados Descubra a amplitude dos dados Divida a amplitude dos dados pelo número de faixas que pretende organizar – classes. O resultado da divisão é o intervalo de classe (arredondar para o valor mais alto). Organize as classes da maneira que a primeira contenha o menor valor observado. Ex.: Uma tabela de distribuição de frequências para dados contínuos. Para dar ideia geral sobre peso ao nascer de nascidos vivos, o pesquisador quer apresentar não os pesos observados, mas o número de nascidos vivos por faixas de peso. A tabela 2.11 apresenta a distribuição de frequências. GRÁFICOS Gráficos ajudam a visualizar a distribuição das variáveis. Letícia T. Santos - Medicina Apresentação dos dados em gráficos: Normas estabelecidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Os gráficos sempre possuem dois eixos Normalmente o eixo X traz as variáveis do estudo Na nova atualização o título vem em cima e as legendas abaixo. Apresentação de dados qualitativos: Gráfico de barras: É usado para apresentar variáveis qualitativas, sejam elas nominais ou ordinais. Ex.: Um gráfico em barras. Foram entrevistadas 100 pessoas que haviam se submetido a uma cirurgia estética reparadora. Perguntadas se consideravam que a cirurgia havia melhorado a aparência delas, responderam como segue: 66 disseram que sim, 20 disseram em parte, 8 disseram que não e 6 não quiseram responder. Organize os dados em uma tabela de distribuição de frequências e desenhe o gráfico de barras. Como construir um gráfico de barras? Desenhe o sistema de eixos cartesianos Escreva as categorias da variável estudada no eixo das abscissas (eixo horizontal) Escreva as frequências ou as frequências relativas (porcentagens) no eixo das ordenadas (eixo vertical), obedecendo a uma escala. Coloque legendas nos dois eixos e título na figura. A altura de cada barra deve ser dada pela frequência ou pela frequência relativa (geralmente em porcentagem) da categoria. Ex.: Gráfico de barras (horizontais)/ Gráfico em coluna Os dados sobre etiologia de fraturas e corpos estranhos encontrados na face de 46 pacientes, por meio de radiografias panorâmicas feitas em um centro de radiologia, estão na tabela 3.2. Desenho um gráfico de barras, mas com as barras em posição horizontal. Gráfico de barras horizontais é indicado quando as categorias tiverem nomes extensos, isso facilita a leitura. Gráfico em setores (de pizza): É especialmente indicado para apresentar variáveis nominais, desde que o número de categorias seja pequeno. Ex.: Gráfico de setores. Por meio de radiografias panorâmicas feitas em um centro de radiologia, foram constatados fraturas e corpos estranhos na face de 46 pacientes, 29 homens e 17 mulheres. Faça um Letícia T. Santos - Medicina gráfico de setores para mostrar a distribuição por sexo desses pacientes. Como construir um gráfico de setores? Trace uma circunferência (360º) – 100% Divida a circunferência em tantos setores quantas sejam as categorias da variável de estudo, mas o ângulo de cada setor precisa ser calculado. Marque, na circunferência, os ângulos calculados; separe com o traçado dos raios. Escreva a legenda e coloque título na figura. O gráfico de setores é o mais indicado para representar o coeficiente de incidência, prevalência, etc., e o número de categorias interfere na análise das informações. Apresentação de dados quantitativos (numéricos): Dados numéricos são, muitas vezes, apresentados em tabelas de distribuição de frequência. Se os dados são discretos, as tabelas de distribuição de frequências apresentam os valores numéricos na ordem natural. Diagrama de linhas: É parecidocom o gráfico de barras Ex.: Diagrama de linhas Gráfico de pontos: Quando em pequeno número, os dados contínuos podem ser apresentados por meio de um gráfico de pontos. Os dados contínuos – ao contrário dos discretos – são, na maioria das vezes, uns diferentes dos outros. Ex.: Tempo de sobrevivência após transplante renal. O número de dias que sete pacientes submetidos a um transplante renal sobreviveram, após a cirurgia em determinado hospital, foi: 17, 5, 48, 120, 651, 64, 150. Apresente esses dados em um gráfico de pontos. Letícia T. Santos - Medicina O gráfico de linhas e pontos é muito utilizado para controlar alterações ao longo do tempo e para facilitar a identificação de tendências. O diagrama de pontos a seguir mostra a altura de cada criança na creche da Sra. Carminda. Cada ponto representa uma criança diferente. Quando os dados são contínuos e a amostra é grande não se pode fazer um gráfico de pontos. É mais conveniente condensar os dados, isto é, organizar uma tabela de distribuição de frequências. Histograma: É um gráfico que representa dados quantitativos contínuos. No eixo da horizontal colocam-se as classes que foram calculadas. No histograma as barras são coladas, justamente para dar ideia de continuidade, ou seja, de dados contínuos. Como construir um histograma? Trace, primeiro, o sistema de eixos cartesianos. Apresente as classes no eixo das abscissas. Se os intervalos de classe forem iguais, trace barras retangulares com bases iguais, que correspondam aos intervalos de classe. Desenhe as barras com alturas iguais às frequências (ou as frequências relativas) das respectivas classes. Coloque legendas nos dois eixos e título na figura.
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