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CELULITE- FEG PROF.BRUNA TERRA HISTÓRICO O termo Celulite surgiu em 1920, na França, quando de Alquier e Paviot observaram e descreveram esta doença como uma distrofia celular, de complexo não inflamatório, do tecido mesenquimal causada por uma desordem no metabolismo da água, que produziu saturação dos tecidos adjacentes por líquidos intersticiais. Acreditava-se que a distrofia era uma reação a estímulo traumático, tópico, infeccioso ou glanular. (Kede ; Sabatovich, 2004) Celulite “Celulite”é uma palavra de origem latina que quer dizer inflamação do tecido celular, derivada do adjetivo celulae, que significa células, mais o sufixo ite, indicativo de inflamação, o que não define o verdadeiro significado do FEG. (Parienti ,2001) Definição..... “Desordem localizada que afeta o tecido dérmico e subcutâneo com alterações musculares e lipodistróficos com resposta esclerosante, que resulta no inestético aspecto macroscópico.” (Guirro e Guirro,2002) “trata-se de um tecido mal oxigenado, subnutrido, desorganizado e sem elasticidade, resultante de um mau funcionamento do sistema circulatório e das consecutivas transformações no tecido conjuntivo” (Guiro,Guirro;2002) Epiderme Tec. Muscular Adipócito Trabécula Reserva Tec. Adiposo Tec. Muscular Reserva Tec. Adiposo Trabécula Adipócito Epiderme Circulação local Circulação local Etiologia Multifatorial: efeitos hormonais, predisposição genética, inatividade física, dietas inadequadas, obesidade, distúrbios posturais, tabagismo. (TOGNI, 2006) Afeta quase que exclusivamente mulheres!!! Etiologia da L D G Multifatorial Coadjuvantes Predisponente Desencadeante genético Hiperestrogenismo Endógenos Exógenos As fibras do tecido conjuntivo das mulheres são mais separadas que as dos homens, mas não é entrelaçado em forma reticular, o que favorece a insuflação das células gordurosas depositadas. Alterações Histo /Morfológicas Localização da LDG Tecido Conjuntivo da DERME ( 3mm) Fisiopatologia da LDG Ocorre colagenização (polimerização= viscoso) dos mucopolissacarídeos e dos proteoglicanos: ácido hialurônico e condroilsulfato. O líquido intersticial torna-se GEL Matriz intersticial Capilar Linfático Arteríola Vênula Células Derme –Tecido Conjuntivo Matriz intersticial Ação do ESTROGÊNIO Resumo Edema: Estase venosa e permeabilidade capilar anormal. mucopolissacarídeos e dos proteoglicanos: ácido hialurônico e condroilsulfato colagenização + ação do Estrógeno 2-O líquido intersticial torna-se GEL 3- Dissociação das fibras de colágeno= PERDA DA ELASTICIDADE Micronódulo Fibrócito produz elementos inelástico 4- Formação das Trabéculas Aderem superficialmente à pele Até as aponeurose musculares Epiderme Tec. Muscular Adipócito Trabécula Reserva Tec. Adiposo Tec. Muscular Reserva Tec. Adiposo Trabécula Adipócito Epiderme Circulação local Circulação local Consequências Edema: O líquido intersticial gelificado comprime a circulação linfática dificultando a escoagem. Déficit Circulatório: Ocorre compressão das arteríolas dificultando a difusão de O2 e de nutrientes do vaso para as células, assim como o retorno dos exudatos. Lipogênese e hipertrofia do adipócito: Devido a dificuldade de trocas metabólicas o adipócito acumula reservas no seu interior e aumenta a resistência de sua membrana (encarcerando as reservas) tornando-se um micronódulo. Acúmulo de líquido: A matriz intersticial gelificada, com acúmulo de exudatos aumenta a pressão oncótica e retém mais líquido no seu interior. Proliferação desordenada de fibras de elastina: Ocorre um agrupamento dos micronódulos tornando-os macronódulos adipocitários. Primeira Segunda Terceira Quarta Quinta (Kede ; Sabatovich, 2004) Consequências Histológicas Consequencias Estéticas Hormônios envolvidos Estrógenos- estimulam a lipogênese Insulina e catecolaminas- estimulam os receptores adrenérgicos e os receptores neuropeptídeo Y (NPY) Receptores: β-adrenérgicos- estimula a lipólise (maior quantidade no abdômen) Quando estimulados ativam a enzima adenilciclase: na lipólise transforma ATP em AMPc. Com o aumento de AMPc, ocorre ativação de enzimas que fazem a lipólise. α₂-adrenérgicos, NPY: quando estimulados inibem a adenilciclase, inibem a lipólise (maior quantidade na região glútea e coxas) Fosfodiesterase é uma enzima que degrada o AMPc (adenosina monofosfato cíclico) que é um tipo de "mensageiro" da célula. A fosfodiesterase diminui o nível de AMPc (devido a essa degradação) e esses níveis baixos impedem a lipólise nas células adiposas, ou seja, impedem a quebra de gordura das células que armazenam essa gordura para reserva. Um inibidor da fosfodiesterase faz com que o AMPc aumente e a lipólise seja mais eficaz. Um exemplo de inibidor da fosfodiesterase é a cafeína. Alterações na microcirculação sanguínea Com o aumento do volume dos adipócitos, começa a ocorrer compressão de vênulas e dos vasos linfáticos. Dificulta o retorno venoso, aumento do edema Diminui fluxo sanguíneo Altera metabolismo do tecido conjuntivo: ocorre proliferação de fibras colágenas entre os adipócitos formando micronódulos Degeneração de fibras elásticas, flacidez, diminui renovação celular RESUMO Cuidados Cosméticos na Celulite Diminuição da formação de triglicerídeos, ou seja, a lipogênese Aumento da lipólise- estimulando os receptores β, bloqueando os receptores α₂, bloqueando os receptores NPY, , inibindo a fosfodiesterase Restabelecimento da microcirculação sanguínea Diminuição do edema Metilxantinas - Efeito lipolítico Inibem as fosfodiesterase Estimulam receptores β adrenérgicos - Ex: Cafeína até 8%, teofilina, aminofilina até 4% Extratos vegetais ricos em cafeína Amarashape®, Cafeisilane® , Theophyllisilane C ® Xantagosil C® (acefilina) Coenzima A e a L-Carnitina Excesso de ácidos graxos dentro dos adipócitos tende a diminuir a lipólise, devido a compressão dos vasos sanguíneos e formação das trabéculas. - Aumentam a transferência de ácidos graxos para o interior das mitocôndrias Ex: Coaxel (coenzima A + L-carnitina+ cafeína) ; Regu-slim (ext. de guaraná + carnitina + cafeína) ; Liporeductyl: cafeína+carnitina+ruscus+compostos iodados 38 Triglicerídeo Ácido graxo + Glicerol Lipase Inibidores de receptores α₂ - ioimbina Extrato de Chrysanthelium indicam (Lanachrys® ) Extrato de Laminaria digitata (Phyco R75® ) : Inibem também receptores NPY Substâncias vasoativas e modificadoras da permeabilidade venular Ativos vasoprotetores podem aumentar a resistência capilar e modificar a permeabilidade venular - ajudam na reabsorção de edemas locais, além de ativar a circulação local. Ex: saponinas (escina); flavonóides (castanha da Índia; Hera; Ruscus, quercetina, rutina); iodo orgânico (Iodotrat); Slimbuster H(além de bloquear receptores α₂); Bioex antilipêmico-extratos de centella asiatica, castanha da Índia, arnica, algas,erva-mate (além de inibir fosfodiesterase) Nicotinato de metila mecanismo de ação: ação vasodilatadora, aumentando circulação sanguínea (5 min após a aplicação, atingindo valor máximo entre 15 e 30 min, mantendo-se por pelo menos 60 min e diminuindo em até 2 horas). Efeito rápido e de curta duração-Cuidado com olhos e mucosas.Irritante, alérgeno e causa hiperalgesia.Classificação Grau I ou brando: Ainda não é visível à inspeção somente pela compressão do tecido entre os dedos ou contração voluntária, não há alteração de sensibilidade à dor, sendo sempre curável. 46 Grau II ou moderado: As depressões são visíveis mesmo sem a compressão dos tecidos, com a luz incidindo lateralmente, as margens são especialmente fáceis de serem delimitadas. Já existe alteração de sensibilidade, sendo freqüentemente curável. Grau III ou grave: O acometimento já é percebido com o indivíduo em qualquer posição, ortostática ou em decúbito. A pele fica enrugada e flácida. Há aparência por apresentar-se cheia de relevos, assemelha-se a um “saco de nozes”. A sensibilidade à dor está aumentada e as fibras do conjuntivo estão quase totalmente danificadas. Este estágio grave é considerado como incurável ainda que passível de melhora. (Guirro,Guirro;2004) 48 Grau IV ou muito grave: Possui as mesmas características do FEG grau III, porém acrescido de dor à palpação e a presenças de nódulos ou depressões claramente visíveis a olho nu. A drenagem linfática pode melhorar a tonicidade tissular e aumentar o transporte de metabólitos, promovendo um maior turgor da pele, e também pode ajudar no transporte de microestruturas, retornando ao seu estado inicial ou otimizando este estado. (BORGES, 2006) Endermologia Técnica de tratamento que engloba equipamentos específicos, baseados na aspiração (sucção), acrescidos de uma mobilização profunda da pele e tela subcutânea, permitindo um incremento na circulação sanguínea e superficial. (Guirro; Guirro,2004) A endermologia visa, através de ação puramente mecânica, reverter o processo patológico do fibro edema gelóide instalado no tecido conjuntivo hipodérmico. (SILVA, 2002) Ação da endermologia no FEG melhora a maleabilidade do tecido, com ação inclusive nas etapas mais avançadas do distúrbio, suavizando o aspecto acolchoado da pele; estimula a dissolução dos nódulos e libera as aderências teciduais; favorece na diminuição dos transtornos circulatórios. Massagem Modeladora Consiste em movimentos rítmicos, vigorosos e com maior pressão do que outras técnicas de massagem Utiliza de movimentos de amassamento, pinçamento, deslizamento e torcedura. Tem objetivo de aumentar a circulação sanguínea, e o provocar o esvaziamento das células adiposas onde os movimentos empregados produzem calor dando maior mobilidade ao conteúdo do adipócito fazendo com que ela seja eliminada pelas vias excretoras corporais Modeladora - Resultados Modeladora – “variações” Massagem 3D Desenvolvida na França; Melhora a circulação sanguínea e linfática, contribuindo para as trocas metabólicas, oxigenação e nutrição tecidual. Manobras manuais: Deslocamento, Descompactação, Drenagem. No entanto,vale ressaltar que a massagem não representa mais que um coadjuvante no tratamento do fibro edema gelóide, não devendo ser utilizada como recurso terapêutico único e completo, devido à etiologia multifatorial. A massagem promove analgesia, incremento na circulação sanguínea e linfática, auxilia na penetração de produtos com princípios ativos específicos e aumenta a maleabilidade tecidual. (Guirro; Guirro ,2002) Princípios ativos Diminuição da lipogênese Aumento da lipólise Restabelecimento da circulação Diminuição de edema Principais ativos utilizados no tratamento do FEG Ginko biloba; Nicotinato de metila; Mentol; Cânfora; Centelha asiática; Silício; atuam, basicamente, melhorando a circulação sanguínea. Procedimentos médicos Intradermoterapia enzimas, vasodilatadores, substâncias que estimulam o metabolismo Subcissão pode ocorrer fibroses como sequelas Lipoaspiração procedimento cirúrgico Eletrolipoforese com agulhas direto no tecido adiposo Procedimentos médicos Subcisão: cortar as traves fibrosas que repuxam o tecido e causam as alterações da celulite Procedimentos médicos Lipoaspiração
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