Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Processos Celulares e Moleculares Lucas Celes Dominguez @lucas.celes 1 Lucas Dominguez – Primeiro Semestre - Medfacs PROTEÍNA G RECEPTORES ASSOCIADOS À PROTEÍNA G - São moléculas que atuam ativando outras moléculas ao longo da membrana plasmática -> São moléculas efetoras. - Os diferentes tipos de proteínas que os receptores podem se associar são: PROTEÍNAS DE CANAL - São proteínas capazes de atuar como receptoras nos processos de sinalização -> Atuam na primeira etapa, a de recepção. - Elas podem selecionar os íons de forma diferente -> Tanto por tamanho, como por cargas, etc. - Quando se estuda proteína de canal, normalmente, baseia-se no íon que essa proteína transporta e em como ela seleciona esse íon. - Nas proteínas de canal, existem domínios ou sítios de ligação para moléculas sinalizadoras, como é o caso da acetilcolina. - Entre a sua subunidade alfa e alguma outra subunidade qualquer, sempre existirá um domínio de ligação para uma molécula sinalizadora extracelular hidrofílica e que não consegue atravessar livremente a membrana da célula. - Existe um sítio, um poro, para a passagem do íon e outros sítios específicos para a ligação com determinadas moléculas sinalizadoras -> A partir daí, a capacidade de, além de ser uma proteína transportadora, ser também uma proteína receptora que pode desencadear um processo de sinalização. - Exemplo de proteína receptora de canal da perspectiva da sinalização celular: • É possível ver que existem domínios ou sítios de ligação para moléculas sinalizadoras -> Nesse exemplo, uma proteína que se liga ao GABA. • Nessa proteína receptora é possível ver, inclusive, que existem domínios diferentes para o GABA -> Tem-se o sítio de ligação para o agonista de GABA e outro para o antagonista de GABA -> Importante para a criação de fármacos. - Cada proteína possui sítios de ligação específicos para alguma molécula-sinal!!! 2 Lucas Dominguez – Primeiro Semestre - Medfacs - Existe um processo de sinalização que é mediado pela troca ou intercâmbio de GDP por GTP e vice-versa. • Não existe uma atividade de proteínas específicas para fazer a fosforilação ou desfosforilação (como as cinases ou fosfatases fazem). • Nesse caso, as próprias proteínas são enzimas capazes de hidrolisar o GDP em GTP -> Ela quebra um fosfato, liberando- o no meio. Ou pode, através da ligação deum fosfato com o GTP (nucleosídeo menos energético), transformando-o em GTP e tornar a molécula ativada normalmente. o Ou seja, essas moléculas têm a capacidade intrínseca de quebrar m GTP em GDP, e depois dessa troca, fazer com que exista um novo estado de energização, de ativação da molécula. o Esse é o caso da proteína G. • Esses nucleosídeos se encontram no cerne da proteína enzimática (faz parte dela), o que ela faz é hidrolisar a molécula constantemente ou adicionar fosfato. • Diferença entre as cinases e a proteína G: A cinase é uma proteína que fosforila outra, coo em uma cascata. No caso da proteína G, ela não fosforila outra proteína ou a ela mesma, ela fosforila um nucleosídeo (transforma GDP em GTP e vice- versa). PROTEÍNA G - Foi descoberta enquanto se trabalhava com GDP e GTP -> Por isso é proteína G. - Curiosidade: 1/3 os fármacos que são desenhados hoje são fármacos direcionados para a proteína G, que a utilizam como alvo. - A proteína G não é uma proteína receptora e também não é uma proteína integral, ela se associa à um receptor! • Ela vai ser uma proteína periférica interna. - A proteína receptora, que a proteína G vai se associar, é integral (transmembrana) e possui 7 passagens pela membrana. - Na face extracelular existe o sítio de ligação da molécula-sinal e na face intracelular existe o sítio de ligação com a proteína G. - A proteína G é uma proteína heterotrimérica que fica ancorada na membrana citoplasmática e possui três subunidades diferentes (α, β e γ). - Uma das suas subunidades se liga ao nucleosídeo, que pode ser difosfato (desligada) ou trifosfato (ligada). OBS: Lembrando que é a subunidade alfa que vai se ligar ao nucleosídeo. - Quando ela está em repouso/desligada/inativa, a subunidade alfa estará ligada a uma molécula de GDP (nucleosídeo difosfato - > Lembrando que o nucleosídeo é basicamente a ligação do açúcar com a pentose e pode se ligar a dois ou a três fosfatos). - Quando o ligante se liga ao receptor (que não é a proteína G), a proteína G troca a molécula de GDP por GTP e a subunidade alfa vai deslizar pela membrana (em todas as direções), se dissociando das duas outras subunidades para encontrar a molécula efetora, que possa induzir uma resposta à essa proteína. - Quando acontece a transformação de GDP em GTP, a subunidade alfa modifica a sua forma (através da geração de uma estrutura proeminente/saliente), por isso ela se desconecta das subunidades beta e gama (que, na verdade, são regulatórias da alfa, fazendo com que ela esteja inativa normalmente, quando a célula não precisa dela, evitando, assim, um gasto energético desnecessário). 3 Lucas Dominguez – Primeiro Semestre - Medfacs - Quando a subunidade alfa finalmente encontra uma proteína que possa induzir uma resposta, ela se conecta a ela -> A proteína- alvo será ativada pela subunidade alfa! - Quando a subunidade alfa consegue o seu objetivo, de ativar a proteína, ela hidrolisa o GTP que estava ligado ao seu cerne, retirando o fosfato do GTP (o fosfato não é dela, é do nucleosídeo!), tornando-o um nucleosídeo difosfato (GDP) -> Isso faz com que ela se volte a sua conformação de repouso e, consequentemente, se ligue novamente às suas outras duas subunidades, se tornando novamente um complexo heterotrimérico inativo. - Lembrando que: • A proteína G é uma proteína periférica da membrana -> Ela não sai da membrana. • A proteína G estará ligada quando conectada à um GTP e desligada, em repouso, quando conectada à um GDP. • A subunidade que se liga ao nucleosídeo é a alfa. Beta e gama são subunidades regulatórias. - Lembrando também que existem muitas proteínas G diferentes e cada uma vai ter uma atividade ou perfil de atividade diferente das outras. - Cada proteína G atua com um sistema efetor diferente, ou até o mesmo sistema efetor, mas com atuação diferente (por exemplo, as proteínas Gs e Gi atuam na adenilato-ciclase (mesmo sistema efetor) porém a Gs possui perfil estimulador, enquanto a Gi perfil inibitório). - As proteínas G mais conhecidas são as Gs, Gi = Gk, G0, Gp = Gq e a Gt. 2º Mensageiros: - São moléculas que tem a capacidade de amplificar o sinal para dentro da célula e fazer com que ela responda de maneira mais rápida, mais eficaz, àquele processo de sinalização. - Servem para ativar proteínas da cascata de transdução da mensagem até o local onde deve ser gerada uma resposta. - Os segundos mensageiros não são proteínas. - Existem muitas formas de segundos mensageiros. As formas cíclicas do AMP e do GMP são alguns dos principais, além do cálcio. - Quando se tem um receptor de superfície, a molécula-sinal que se liga a esse receptor não entra na célula. - Por exemplo: Quando uma molécula-sinal chega para alterar ou modular a expressão gênica, que acontece no núcleo, mas essa molécula-sinal não tem como entrar, ela fica presa ao receptor. O receptor também não tem como sair da membrana -> O sinal chega ao núcleo através de transdução (segunda etapa da sinalização), que é feito por proteínas que participam da cascata de 4 Lucas Dominguez – Primeiro Semestre - Medfacs fosforilação e ativação de moléculas -> As proteínas vão levando o sinal em diante até chegar ao compartimento ou nas proteínas especificas onde se quer alterar as atividades. • Para que as proteínas da cascata de fosforilação se ativem, é necessário que existam outras moléculas, os segundos mensageiros. - O primeiro mensageiro ativou o receptor, que é imóvel na membrana. As proteínas que estão no citosol e participam da cascata de transdução são proteínas móveis,são proteínas que podem amplificar a mensagem para dentro da célula (em todo o ambiente celular) e isso faz com que se obtenha uma resposta mais rápida e eficaz. • Tanto a molécula-sinal quanto o receptor ficam ancorados na membrana, por conta disso é que precisam de segundos mensageiros para transduzirem o sinal recebido!!! - Para ativar essas proteínas, eu preciso de outras moléculas-sinal intracelulares, que podem se difundir para o citosol ou podem atuar na membrana plasmática ativando proteínas específicas. - Alguns dos principais segundos mensageiros intracelulares, que participam dos processos de sinalização celular, são o AMP- cíclico, derivado do ATP, e o GMP-cíclico, derivado do GTP -> Estarão livres no citosol da célula. • Para atuarem como segundos mensageiros, essas moléculas devem ser cíclicas -> Se houver quebra dessa ligação e a molécula desciclizar, elas não serão mais capazes de atuar no processo de sinalização celular -> Inclusive essa é uma das formas que se utiliza para cessar respostas à determinada sinalização (por exemplo cessar o relaxamento - viagra). - Temos ainda o 1,2-diaglicerol (DAG) e o inositol-1,4,5-trifosfato (Ip3), que possuem um precursor comum, o fosfatidil-inusitol (é um lipídio de membrana), que quando é quebrado por uma fosfolipase gera esses dois segundos mensageiros: O primeiro, hidrofóbico e fica na membrana ajudando a ativar proteínas da membrana da célula, enquanto o segundo, hidrofílico, se difunde para o citosol para atuar como segundo mensageiro lá. -> Lembrando que os dois mensageiros não estarão soltos no citosol da célula! • Fosfatidil-inusitol = DAG (que atua na membrana) + Ip3 (que atua no citosol) -> São segundos mensageiros!!! Que vantagens há em usar segundos mensageiros? - São moléculas que vão amplificar aquele sinal químico que ficou lá preso na membra, que não pode entrar na célula. Se é necessária uma resposta rápida e eficaz é importante que se tenha a capacidade de amplificar os sinais químicos que foram recebidos fora da célula. - No exemplo ao lado, existe um neurotransmissor que se liga à uma proteína receptora, mas ele não irá conseguir entrar na célula, estando preso à membrana. • Esse receptor ativa a proteína G e ela vai começar a produzir AMP-cíclico (AMPc), através da ativação de moléculas efetoras, como a adenilato- ciclase -> A partir do ATP. • O AMPc é capaz de ativar várias proteínas específicas dentro da célula, se tiver a ampliação do sinal. • Imaginando que esse neurotransmissor tenha sido para que a célula abra canais de cálcio da membrana do retículo sarcoplasmático -> São muitos canais de cálcio que existem na membrana do retículo, e se ele tivesse que abrir todos os canais, essa resposta seria extremamente lenta. Logo, dentro da célula, ele induz, a partir de uma molécula-sinal que foi 5 Lucas Dominguez – Primeiro Semestre - Medfacs recebida lá em cima, a formação de vários segundos mensageiros (vários AMPc), que são capazes de ativar várias proteínas cinases ao mesmo tempo, que vão fosforilar esses canais, abrindo-os. o Ou seja, a ideia de se usar o segundo mensageiro é a possibilidade de amplificar um sinal que, externamente, era um só. Ativação Hormonal da Adenilil/Adenilato Ciclase: - A adenilil/adenilato ciclase é uma das enzimas-chaves, que uma vez ativada pela proteína G produz o segundo mensageiro conhecido como AMPc. - A adenilato-ciclase converte ATP em AMPc, um segundo mensageiro. - Quem modula a resposta é o receptor-alvo -> A resposta a uma mesma molécula sinalizadora (primeiro mensageiro) nem sempre será a mesma. Exemplo disso é a adrenalina, que provocará vasoconstrição ou vasodilatação, dependendo do receptor encontrado no vaso sanguíneo. - A noradrenalina, quando se liga ao receptor do tipo beta adrenérgico (coração), ativa o sítio Gs da proteína G. Essa ativa a enzima- chave adenil-ciclase, que a partir do ATP produzirá o segundo mensageiro, o AMPc. • O AMPc tem a função de ativar uma enzima cinase A (PKA), cuja função é a de fosforilar canais de Ca++. - Um outro tipo de receptor da mesma noradrenalina é um tipo alfa-2 adrenérgico, que tem um efeito antagônico, ou seja, inibe a adenil-ciclase. Com a inibição, a enzima deixará de produzir AMPc e como consequência, os canais de K+ que estavam abetos se fecham. - De modo geral, a proteína G, além de ativar enzimas, pode, em alguns casos, regular canais iônicos de membrana (menor parte dos casos). • Os canais iônicos têm sítios de ligação para moléculas que são sinalizadoras e podem permitir a regulação deles -> Alguns canais, entretanto, são regulados também por proteína G (podem ser abertos ou fechados por ativação da proteína G). 6 Lucas Dominguez – Primeiro Semestre - Medfacs Ativação da PKA (Proteína Cinase dependente de AMPc): - É uma das enzimas que a proteína G ativa. • O AMPc é um segundo mensageiro que serve para ativar enzimas cinases dependentes. - APKA é uma proteína cinase dependente do AMPc. - PKA apresenta quatro subunidades: Duas dessas subunidades são regulatórias, que mantém as outras duas subunidades catalíticas inativas quando ligadas a elas. - O AMPc, ao se ligar com as subunidades regulatórias da PKA, muda a conformação delas e faz com que elas se dissociem nas subunidades catalíticas, ativando, portanto, a enzima PKA. - A partir do momento que se soltam das subunidades regulatórias, essas cinases estão aptas a realizar seu papel: fosforilar. - A PKA pode entrar no núcleo e induzir uma resposta baseada na alteração da expressão gênica (induzindo uma nova transcrição e tradução), como também pode ativar outras enzimas, alterando o metabolismo, a forma e o movimento celular, gerando uma resposta baseada no citoesqueleto. • Atenção: Enquanto a proteína G estiver ligada à adenilil-ciclase, ela vai continuar produzindo AMPc -> Só irá parar de produzir AMPc quando a proteína G realizar a hidrólise do seu nucleosídeo trifosfato, transformando-o em GDP, que é quando ela modifica sua conformação e se dissocia da molécula receptora, voltando a se ligar às subunidades beta e gama -> Proteína G fica inativa! Ação da Toxina da Cólera: - Na microvilosidade, superfície apical, das células intestinais existe uma proteína que transporta sódio e glicose ao mesmo tempo (transporte secundário). - O agente da cólera (bactéria) produz uma toxina que é uma proteína que possui duas subunidades (alfa e beta) -> Essa toxina será recebida pelos enterócitos (células intestinais) atuando diretamente na proteína G, ribosliando (adicionando uma ribose – açúcar ribose) a proteína Gs (que tem perfil estimulatório). • Isso faz com que a proteína G não seja mais capaz de fazer aquilo que ela faz para se inativar, que é a hidrólise do GTP – • > Ela não consegue mais trocar GTP por GDP, fazendo com que ela fique sempre ativa. 7 Lucas Dominguez – Primeiro Semestre - Medfacs • Isso faz com que se aumente o nível de AMPc na célula. Lembrando que nessas células em específico, o AMPc vai atuar ativando os canais e condutância de cloreto, logo esse aumento no nível de AMPc faz com que os canais de condutância de cloreto sejam ativados, provocando, assim, um efluxo de cloreto da célula para o lúmen intestinal, levando junto a glicose e a água, consequentemente. Isso faz com que as células fiquem desidratadas! • Lembrando que as proteínas transportadoras de sódio não são atingidas por esse mecanismo, ou seja, elas vão continuar expulsando-o normalmente -> Ou seja, o sódio vai ser mandado para fora em quantidades normais por essa bomba não atingida. - Em casos de cólera, o indivíduo fica desidratado e por isso indica-se o consumo de “soros” -> Quando se consome muito sódio ou glicose, causa um desequilíbrio de osmolaridade na célula, puxando a água também para dentro dela, provocando a reidratação -> Por isso não se dá apenas água, mas também elementos que farão com que a água seja transportada para dentro das células.Coqueluche ou Pertússis: - O individuo tosse o tempo inteiro (não para, praticamente), por conta da produção excessiva de muco em resposta à presença da bactéria que causa essa doença. - A bactéria produz uma toxina pentamérica, que vai ser endocitada pela célula-alvo em vesículas endossômicas. - A subunidade alfa dessa toxina provoca uma ribosilação na proteína Gi, que bloqueia a produção de AMPc -> Ou seja, a enzima que deveria inibir o bloqueio de AMPc está sendo bloqueada por ribosilação. Logo, acontecerá um aumento de AMPc -> Esse aumento de AMPc nessas células (do sistema respiratório) provoca a produção excessiva de muco, secreção e muita tosse. Proteínas G podem agir em conjunto com a Fosfolipase C: - A fosfolipase c é uma enzima que quebra fosfolipídios, nesse caso, o fosfatidil-inusitol, dando origem a dois segundos mensageiros. - O fosfatidil-inusitol quando é quebrado por uma fosfolipase gera o 1,2-diacilglicerol (DAG), hidrofóbico e que fica na membrana ajudando a ativar proteínas da membrana celular e o inositol-1,4,5-trifosfato (Ip3), hidrofílico e que se difunde para o citosol para lá atuar como segundo mensageiro. - Essas duas moléculas são segundos mensageiros oriundos de um fosfolipídio da face citosólica da bicamada lipídica, o fosfatidil- inusitol, que foi quebrado pela fosfolipase c, que havia sido ativada por uma proteína Gq. - O DAG se liga a proteínas cinases C na membrana. - O iP3 se difunde para o citosol e se liga aos canais de cálcio do retículo sarcoplasmático e provocar a saída desse íon para o citosol. O cálcio que saiu desse compartimento vai participar da ativação, também, de proteínas cinase C dependente de cálcio. 8 Lucas Dominguez – Primeiro Semestre - Medfacs • DAG se liga diretamente a PKC e o iP3 se liga indiretamente a PKC -> O DAG se liga na PKC, enquanto o iP3 ativa a abertura dos canais de cálcio e esse cálcio vai se ligar a PKC, ativando ela. • PKA: Proteína cinase dependente de AMPc; PKC: Proteína dependente de cálcio. O Ca²+ na Sinalização: - O cálcio também pode ser considerado um segundo mensageiro. - Normalmente ele não está livre na célula e é justamente por isso que se pensa que ele é um segundo mensageiro, pois se ele estiver livre irá provocar ativação celular. - Normalmente ele estará em compartimentos (retículo sarcoplasmático, mitocôndria, etc) ou, se estiver no citosol ou numa célula em repouso, ele estará sempre ligado com proteínas. - Cálcio é importante para a contração, para tornar a célula despolarizada, etc. Observações Importantes: - A sinalização pode acontecer entre células diferentes na mesma estrutura, como é o caso dos vasos. - Caso de uma resposta rápida de um vaso, para gerar vasoconstricção e vasodilatação, como isso acontece? • Eu posso ter uma molécula sinal inicial (primeiro mensageiro), que no caso é a acetilcolina, que vai ser liberada do neurônio e será recebida por receptores específicos na célula endotelial. • Essa célula vai ser estimulada, em resposta à acetilcolina, a produzir óxido nítrico (NO), a partir da arginina (aminoácido). Ou seja, a célula endotelial, mediante a estimulação da acetilcolina, vai transformar arginina em NO, que é um gás. • Por ser um gás, o NO se difunde pela membrana da célula endotelial e atinge a célula muscular do vaso (Lembrando que o vaso vai possuir várias camadas/túnicas, com diferentes tipos de célula) -> Ou seja, na mesma estrutura eu tenho células diferentes, com características diferentes e que responde de maneiras diferentes a diferentes processos de sinalização. • Ele vai ser recebido por receptores intracelulares. Esse receptor vai fazer com que se tenha a transformação de GTP em GMP cíclico, que é um segundo mensageiro, e a produção desse GMPc ativa uma proteína cinase dependente de GMP, 9 Lucas Dominguez – Primeiro Semestre - Medfacs PKG, e o PKG faz com que as células que estavam contraídas se tornem células relaxadas, fazendo com que se aumente o diâmetro do vaso e provoque a diminuição da pressão arterial (vasodilatação). o Ou seja, se houver um aumento de GMPc, vai haver uma dilatação no vaso, fazendo com que se diminua a pressão arterial -> Esse é o mecanismo de ação de vários fármacos. - A sinalização ainda pode acontecer numa mesma membrana de uma célula e por proteínas G diferentes: • A célula acima é uma célula beta-pancreática, que possui proteína Gq em sua membrana, além de Gs, etc. • São responsáveis pela secreção de insulina. • Existem várias vias de sinalização convergindo para o mesmo propósito/resposta celular, que é a secreção da insulina. • Um exemplo disso é a incretina, que é produzida quando mastigamos. Ela vai ser sinal na proteína Gs, que é estimulatória de adenilato-ciclase, que vai converter ATP em AMPc, que vai ativar PKA e vai fazer com que se tenha a secreção de grânulos de insulina -> Tudo isso porque o organismo entende que você está se alimentando, quando está mastigando.
Compartilhar