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CONTROLE DE VETORES Ingrid Marciano Alvarenga Mestranda em Ciências Veterinárias – Docente Voluntária Conceitos ■ Animais sinantrópicos – São aqueles que se adaptaram a viver com os seres humanos; – Animais que podem transmitir doenças, causar agravos à saúde humana ou de outros animais. ■ Pragas urbanas – Animais que infestam ambientes urbanos e podem causar agravos à saúde e/ou prejuízos econômicos Roedores ■ São mamíferos da ordem Rodentia, que possuem como característica a existência de dois pares de dentes incisivos que crescem continuamente e a presença do diastema, espaço desprovido de dente entre os incisivos e molares. Roedores ■ Aproximadamente 2 mil espécies, sendo 125 delas pragas ■ Taxonomia: – Classe: Mamiphera – Ordem: Rodentia – Família: Muridae – Gênero: Mus ou Rattus – Espécie: Mus musculus, Rattus novergicus e Rattus rattus Roedores ■ 3 espécies principais – Rattus novergicus – ratazana ■ Possui hábito extradomiciliar, raio de ação curto, onívoros – Rattus rattus – rato de telhado ■ Possui hábito intra e extradomiliar, vive em superfícies altas de construções, raio de ação menor que a ratazana – Mus musculus – camundongo ■ Possui hábito intradomiciliar, raio de ação curto e é onívoro Fatores de favorecem a proliferação de Roedores ■ Crescimento desordenado de cidades; ■ Crescimento populacional não acompanhado de planejamento; ■ Falta de saneamento e recolhimento de lixo. Impactos negativos social e ambientalmente ■ Zoonoses Características Tabela 1. Características das principais espécies de roedores sinantrópicos comensais Corpo: Robusto e troncudo Comprimento: 18 a 25 cm Peso 150 a 600 g Pelos ásperos Cauda: 16 a 25 cm Orelhas: pequenas, arredondadas, peludas e pouco salientes Olhos: pequenos comparados a cabeça Ratazana Calda: fina, em chicote, 19 a 25 cm Orelhas: grandes, salientes, de pouca espessura e desprovidas de pelos Olhos grandes Comprimento: 16 a 21 cm Peso: 100 a 350 g Rato de telhado Comprimento: 8 a 9 cm Peso: 10 a 21 g Cauda: sem pelos, 8 a 11 cm Orelha grande para o tamanho do animal Camundongo Tabela 2. Características das principais espécies de roedores sinantrópicos comensais Ratazana Rattus norvergicus Rato de telhado Rattus rattus Camundongo Mus musculus Características Tabela 3. Características reprodutoras das principais espécies de roedores sinantrópicos comensais Ratazana Rattus norvergicus Rato de telhado Rattus rattus Camundongo Mus musculus Características reprodutoras Roedores ■ Todos podem ser vetores de doenças ■ As três espécies citadas são causadoras de diarreias e intoxicações alimentares, em sua maioria ■ Roedores aparecem onde tem: – Abrigo – Alimento – Água – Acesso ■ Ex: rações de animais e resíduos alimentares Roedores ■ Leptospirose ■ Fasciolose ■ Peste bubônica ■ Tifo ■ Salmonelose ■ Hantavirose ■ Sarnas e micoses ■ Disseminação mecânica Importância sanitária e econômica: ■ Prejuízos de 4-8% na produção nacional de raízes, sementes e cereais ■ Estragos em farelos, cereais, grãos e rações ■ Acidentes por danos em estruturas, maquinário, materiais ■ Prejuízos à saúde humana em diversos graus ■ Transmitem doenças para os humanos, entre humanos e animais e para os animais ■ Participam da cadeia epidemiológica de, ao menos, 30 zoonoses Avaliação nos níveis de infestação Indicadores Baixa Média Alta Trilhas ausentes algumas várias Manchas de gordura por atrito corporal ausentes pouco perceptível evidências em vários locais Roeduras ausentes algumas visíveis em diversos locais Fezes algumas vários locais numerosas e frescas Tocas ou ninhos 1 a 3 / 300 m² área ext 4 a 10 / 300 m² área ext + de 10 / 300 m² área ext Ratos vistos não constatado alguns em ambiente escuro vários em ambiente escuro e alguns a luz do dia Controle de roedores ■ Controle de população ■ Instituições governamentais ■ Instituições particulares ■ Centros de atuação na área de zoonoses ■ Secretarias de saúde ■ Meios de comunicação Controle ■ Identificação de fezes, trilhas, manchas de gordura, roeduras e/ou tocas; ■ Identificar a espécie para que as medidas de controle tenham sucesso ■ Manejo integrado de pragas – Controle múltiplo baseado na ecologia e nos fatores de mortalidade naturais – Mantém o número de animais sempre inferior aos que causam dano – Usa todas as técnicas de combate possíveis ■ Conhecimento de biologia, comportamento animal, habilidades e capacidades físicas do roedor ■ Práticas de controle executadas de forma correta evitam efeito boomerang Controle Integrado de Pragas ■ É um sistema que incorpora ações preventivas, corretivas e de eliminação ■ Impede vetores e pragas ambientais de gerar problemas significativos ■ Minimiza o uso abusivo e indiscriminado de praguicidas ■ Seleciona os melhores métodos de controle abrangendo seres humanos, animais e ambiente ■ Desenvolve critérios que garantem o resultado favorável ■ Higiênico, ecológico e econômico Manejo integrado Medidas preventivas ■ Vedar brechas e rachaduras em pisos e paredes ■ Chumbar ralos ■ Vedar soleira de portas com folhas de lata ■ Manter terrenos capinados ■ Manter depósitos organizados Medidas corretivas ■ Armazenar sacaria elevada ■ Remover fontes de água ■ Recolher restos da alimentação animal à noite ■ Não deixar alimentos expostos e desprotegidos ■ Armadilhas ■ Ratoeiras ■ Papeis colantes As ações, as atividades e as estratégias de controle da população de roedores sinantrópicos e vetores biológicos ■ Podem ser temporária ou permanente, em área-alvo, a fim de reduzir ou eliminar o risco de transmissão de doenças). ■ Podem ser realizadas tanto como medida de controle como de prevenção de doenças aos seres humanos, e considerando o contexto epidemiológico, a maior parte da população de roedor sinantrópico e vetores serem, potencialmente, fonte de infecção de doenças. ■ De forma coordenada, visando manter a população-alvo sob determinadas restrições para sua diminuição, sua contenção e/ou seu equilíbrio, propiciando a eliminação ou a redução efetiva da transmissão de doenças para os seres humanos. Mapear áreas de risco e associar à educação em saúde PROGRAMA 4A Abrigo, Alimento, Água, Acesso Eliminação de fontes de Alimentos ■ Lavar periodicamente a lixeira e mantê-la seca e fechada; ■ Acondicionar lixo em sacos plásticos em recipientes tampados; ■ Conservar alimentos e ração em geladeira ou bem fechados; ■ Limpar caixa de gordura e mantê-la fechada; ■ Retirar a ração dos animais domésticos no período noturno. – Ratos tem maior atividade no período da noite Eliminação das fontes de Água ■ Eliminar ou proteger as fontes de água: – Fossos, valas, poços estagnados, caixas d’água e outros ■ Retirar a água dos animais domésticos no período noturno ■ Manutenção da bancada da pia seca e limpa durante a noite Eliminação de Abrigo ■ Manter a área externa limpa – Sem entulhos, materiais empilhados, mato; – Manter a grama aparada e os galhos das árvores podados. ■ Limpar diariamente o fogão e a gaveta atrás da geladeira ■ Limpar armários com frequência – Principalmente os de pouco uso e muito cheios ■ Descartar embalagens – Principalmente as de papelão ou madeira utilizadas para transporte de alimentos Eliminação do Acesso ■ Ralos devem ser do tipo “abre e fecha” ■ Vedar orifícios e frestas em paredes e instalações hidráulicas ■ Proteger os vãos sob portas e janelas – Telas ou borrachas ■ Manter as tampas bem ajustadas – Instalações elétricas e hidráulicas – Interruptores, saídas de telefone – No caso de uso de telas, elas devem ser milimétricas ANTI-RATIZAÇÃO Anti-ratização ■ Agilizar coleta de lixo ■ Aprimorar o uso de aterros sanitários ■ Melhorar as condições de moradia da população ■ Participação ativa da comunidade nos programas de controle e erradicação de pragasElaborando um programa de controle ■ Caracterizar a área – Dados demográficos, geográficos, pluviométricos – Dados socioeconômicos, de saneamento, de habitação – Levantamento de dados de agravos transmitidos pelos roedores ■ Recursos humanos – Gerencial – Operacional ■ Recursos materiais: – Locomoção, uniforme, equipamento, utensílios, raticidas Desratização ■ Anti-ratização: Programa 4 A- Abrigo, Água, Alimento e Acesso ■ Desratização: eliminar ou reduzir a população de roedores em um determinado local pelo uso de substâncias químicas ou raticidas de ação lenta. Desratização ■ Deve acompanhar medidas de saneamento, evitando a disseminação da população de roedores ■ Existem três maneiras: – Mecânica: ratoeiras e gaiolas – Biológica: gatos*, outros predadores, bactérias letais – Química: raticidas Métodos químicos ■ Raticidas crônicos – Morte em mais de 24 horas – Anticoagulantes – Derivados da cumarina ou indandiona – ANTÍDOTO NO CASO DE INTOXICAÇÃO HUMANA: VITAMINA K! ■ Podem ser usados em dose única ou doses múltiplas ■ Perigo: cães, gatos e suínos são mais sensíveis Dose múltipla – 1ª geração ■ Efeito cumulativo ■ Ingestão por 2-5 dias consecutivos ■ Roedores não percebem que está causando a morte ■ Prossegue a ingestão ■ Eficazes mesmo em doses baixas ■ Não intervalar em mais de 2 dias entre as doses ■ Renovar as iscas por duas semanas ou até cessar a infestação ■ Ex: Clorofacinona, cumacloro, cumatetralil Dose única – 2ª geração ■ Hidroxicumarínicos – Bromodifacum e bromadiolone ■ Efeito letal em dose única ■ Morte em 3-5 dias ■ ALTA TOXICIDADE ■ Aves são extremamente sensíveis Iscas e pós de contato Iscas ■ Atrativas ■ Apetitosas/palatáveis – Induzir a ingestão contínua ■ Deve ser interessante e bonita, de forma que ele desista de alimentar-se como o habitual ■ Cor ■ Consistência ■ Tamanho ■ Teor proteico (maior que 5%) Avaliar a efetividade das iscas ■ Estão sendo ingeridas? – Há sobras? – Estão sendo bem aceitas? ■ Está havendo controle de roedores? – Foram encontrados roedores mortos? – Não foram encontrados mais roedores? Elaborando um programa de controle ■ Metodologia ■ Monitoramento e avaliação – Avaliação por contagem de tocas – Levantamento do índice de infestação em áreas controladas Operação “Rato, Fora!” – SP 2015 ■ Objetivo: – Reduzir as condições que estimulam a reprodução e permanência dos roedores em pontos estratégicos da cidade. – Reduzir a incidência dos casos de leptospirose e mordeduras ■ Ações: – Reduzir a população de ratos pela ação em áreas de maior risco – 170 agentes de controle de zoonoses – Controle intra e extradomiciliar Operação “Rato, Fora!” – SP 2015 ■ Resultados obtidos: – Redução do índice de infestação predial por roedores: 11,39% – Redução do índice de infestação peridomiciliar por roedores: 20,82% – Havia grave infestação na cidade de São Paulo – O programa tornou-se prioridade governamental Efeito boomerang ■ Cada processo de eliminação parcial de ratos gera reposição e consequente criação de novos nichos Destinação de ratos mortos CONTROLE DE VETORES Ingrid Marciano Alvarenga Mestranda em Ciências Veterinárias – Docente Voluntária dizi_alvarenga@hotmail.com 2018
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