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Ordem do exame físico: 1º) Inspeção 2º) Palpação 3º) Ausculta 4º) Pulsos Anatomia e focos de ausculta O coração se encontra atrás do esterno e um pouco mais lateralizado para a porção esquerda do tórax ➜ possui alguns focos importantes, são eles: Os átrios se enchem de sangue ➜ quando há muito sangue nos átrios as válvulas atrioventriculares (tricúspide e mitral) se abrem e contraem, jogando o sangue para os ventrículos ➜ essas válvulas atrioventriculares se fecham e os ventrículos que estão cheios se contraem ➜ o sangue é jogado para a circulação sistêmica pela artéria pulmonar e pela aorta (pelas válvulas semilunares) Inspeção OBS: O examinador deve SEMPRE estar à direita do paciente. 1º etapa ➜ o paciente deve estar em decúbito dorsal (preferencialmente entre 10 a 30º) ➜ o paciente não pode estar em pé ou sentado 2º etapa ➜ é observado se há: • Varizes ou circulação colateral ➜ indicam problemas quanto a circulação normal • Cicatrizes, máculas (“manchas”), abaulamentos (convexidade para dentro) ou retrações (encurtamento) • Ingurgitamento/estase jugular ➜ é o acúmulo de sangue venoso nas veias jugulares ➜ é analisado em uma relação da permanência da estase de acordo com a angulação ➜ paciente em decúbito dorsal completo pode não necessariamente indicar patologia ➜ deve-se atentar, principalmente, para a presença de estase em 30, 45 e 90º • Refluxo hepatojugular ➜ é uma distensão na veia jugular quando uma compressão é aplicada no abdome • Ictus cordis ➜ é o ápice do coração (“ponta”) ➜ geralmente se localiza na linha hemiclavicular à esquerda no 5º espaço intercostal (abaixo do mamilo) ➜ no ictus avalia-se se ele é visível ou não. OBS: O ictus, apesar de geralmente se localizar no foco mitral, é diferente do foco ➜ o ictus ser visível é uma condição normal. Palpação 1º etapa ➜ é realizada a palpação superficial daquela região, procurando: • Sopro cardíaco (frêmito) ➜ pode ser palpável a partir de 4 cruzes em 6 (de sopro) ➜ a palpação dos sopros se caracteriza pela palpação de todos os 4 focos cardíacos ➜ é realizada com a palma dos dedos da mão. 2º etapa ➜ palpa-se o ictus cordis, busca-se identificar: • Se o ictus é palpável ou não • A localização do ictus ➜ se não estiver sendo possível palpar o ictus pedir o paciente para deitar mais lateralmente para a esquerda ➜ facilita a palpação pela aproximação do coração em relação a caixa torácica • Amplitude ➜ se o ictus está batendo forte (hipercinético) ou não (normal). • Duração ➜ se ocorre uma duração normal ou persistente (na sístole). • Extensão ➜ se é 1 ou 2 polpas digitais ➜ se a extensão for muito grande pode-se pensar em patologias Ausculta OBS: Sons mais graves devem ser auscultados pela campânula do estetoscópio ➜ a campânula deve ser posicionada de forma leve, sem pressionar contra a caixa torácica. - Na ausculta é utilizado o diafragma para ouvir B1 e B2 (são os batimentos normais do coração) ➜ fechamento das válvulas atrioventriculares e semilunares ➜ e para ouvir regurgitações. - Utiliza-se a campânula para auscultar B3 e B4 (possuem complacência reduzida) ➜ usado também para auscultar ruídos de estenose (diminuição do espaço para a passagem de sangue) OBS: Pedir o paciente para lateralizar seu corpo pode ajudar também na ausculta cardíaca do foco mitral, de B3 e de B4 OBS: O paciente inclinado e expirando são momentos que auxiliam na ausculta de sopros aórticos Ausculta normal do coração É auscultado nitidamente o B1 (“TUM”) e o B2 (“TA”) ➜ o B1 é o fechamento de válvulas atrioventriculares ➜ o B2 é o fechamento das válvulas semilunares A sístole é entre B1 e B2 e a diástole é depois de B2 ➜ após a diástole o ciclo recomeça. Desdobramentos B2 - No desdobramento de B2 a válvula aórtica geralmente fecha um pouco antes da pulmonar (ausculta-se normalmente só a aórtica) ➜ mas devido a alguns fatores, como na inspiração profunda, pode haver um retardo do fechamento da pulmonar, ou até mesmo se o foco de ausculta for o pulmonar consegue-se ouvir a pulmonar melhor do que a aórtica ➜ nesses casos é possível perceber o desdobramento ➜ ao invés de ser “TUM” e “TA” vira “TUM” e “TRA” ➜ no “TRA” é como se tivesse 2 componentes sendo auscultados ➜ esse desdobramento pode ser fisiológico ou possuir alguns achados patológicos OBS: Esse desdobramento na inspiração é fisiológico, mas é patológico se for muito amplo (se a válvula pulmonar fechar muito depois da aórtica), se for fixo (se a todo momento há esse desdobramento e não só com a inspiração) e se for paradoxal (quando acontece na expiração). B1 - No desdobramento de B1 o fechamento da tricúspide não ocorre ao mesmo tempo do fechamento da válvula mitral (a mitral se sobressai a tricúspide) ➜ ausculta-se primeiro uma válvula atrioventricular e depois a outra (não significa que está associado a patologias mas pode também ser patológico) ➜ o melhor local para auscultar o desdobramento de B1 é no foco tricúspide ➜ o som será “TRUM” OBS: Esse desdobramento é patológico quando há um bloqueio de ramo direito ou com extrassístoles ventriculares B3 É o enchimento do ventrículo ➜ acontece depois de B2 ➜ ocorre quando o ventrículo está com pouca complacência (+ duro) e o sangue na hora da passagem pelas atrioventriculares em direção ao ventrículo bate em sua parede, emitindo um barulho (B3) ➜ barulho sonoro: “TUM” e “TA” “TA” B4 O sangue ejetado do átrio para o ventrículo na sístole em um coração com baixa complacência (+ duro) pode resultar em um barulho (B4) ➜ então pode ser auscultado B3 quando o sangue cai no ventrículo com baixa complacência e faz o ruído e B4 logo em seguida quando o átrio de baixa complacência termina de ejetar esse sangue até o ventrículo e produz mais um ruído ➜ B4 é no final da diástole praticamente iniciando uma nova sístole ➜ o som será “TUM” “TUM” e “TA” OBS: Realiza-se a manobra de valsava para distinguir se é B4 ou o desdobramento de B1 (na manobra é possível perceber se há mudança no desdobramento, se não alterar significa que é B4) Sopros - Os sopros se caracterizam pela ideia de uma bulha se “arrastando” até outra (o som fica mais abafado) ➜ se for na sístole e nas semilunares ocorre devido a uma estenose (diminuição do diâmetro de uma válvula), o que dificulta a passagem de sangue por essa válvula e produz esse ruído (sopro) e se ocorrer na sístole e nas atrioventriculares ocorre devido a regurgitação (as válvulas estão frouxas e não conseguem fechar para segurar esse sangue ➜ condição característica de insuficiência cardíaca) ➜ se o sopro for na diástole nas atrioventriculares é estenose (produz ruídos para passar pelas válvulas que estão com menor diâmetro) e se for na diástole e nas semilunares indica regurgitamento/insuficiência (afrouxamento das válvulas permitindo o retorno do sangue e produzindo os ruídos = sopro) - O sopro pode ser B1 se “arrastando” até B2 (sopro sistólico) ou B2 se “arrastando” até B1 (sopro diastólico): DICA: Para conseguir saber se o sopro é sistólico ou diastólico basta palpar o pulso juntamente à ausculta ➜ se o sopro for auscultado simultâneo a hora da pulsação arterial significa que é um sopro de B1 até B2 (sistólico) Ao avaliar os sopros deve ser descrito: • A sua cronologia (se aparece no início, meio ou fim do ciclo cardíaco Pode ser: - Sístólico ➜ pansistólico (dura a sístole toda), protosistólico (início da sístole), meio da sístole (mesosistólico) e no fim (telesistólico) - Diastólico ➜ pandiastólico (dura a diástole toda), protodiastólico (início da diástole), meio da diástole (mesodiastólico)e no fim (telediastólico) • Local de intensidade máxima ➜ qual foco de ausculta cardíaca o sopro está mais evidente • Irradiação ➜ caracterizar para onde irradia • Qualidade ➜ se o sopro é mais regurgitado ou de estenose OBS: Grau 4 inicia-se a percepção de frêmito palpável Pulsos - A palpação de pulsos busca avaliar se são cheios, rítmicos e simétricos (comparando os 2 lados). - Palpa-se os seguintes pulsos: • Carotídeo ➜ a palpação deste é feita de forma unilateral, não é simultânea dos dois lados. • Braquiais ➜ palpação simultânea. • Radiais ➜ palpação simultânea. • Poplíteos (atrás do joelho e realizado com as 2 mãos) ➜ a palpação não é simultânea aos 2 joelhos. • Tibiais posteriores ➜ palpação simultânea ➜ encontrar o maléolo medial e palpar abaixo dele. • Pediosos (dorso do pé) ➜ palpação simultânea. OBS: A palpação ausente dos pulsos pediosos tibiais posteriores são fatores de risco para doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) ➜ se não tratado pode evoluir para a amputação • Femoral ➜ é o mais palpável mas o menos utilizado, palpa-se a região da inguinal (virilha). Descrição comum/normal Inspeção: Ausência de abaulamentos, retrações, máculas, cicatrizes ou circulação colateral. Reflexo hepatojugular ausente e ingurgitamento jugular ausente. Íctus não visível. Palpação: Ausência de frêmito. Ictus não palpável (se for palpável colocar o espaço intercostal, a linha, as polpas digitais e mobilidade). Ausculta: Bulhas normorrítmicas e normofonéticas, em 2 tempos, sem sopro, estalido ou atrito pericárdico (BRNF, 2T, SS) Pulsos: pulsos carotídeo, braquiais, radiais, poplíteos, tibiais posteriores e pediosos cheios, rítmicos e simétricos. OBS: A descrição de 2 tempos se refere a B1 e B2, 3 tempos de houvesse uma B3 ou um desdobramento, 4 tempos se houvesse B4 ou 2 desdobramentos... - Fonese se refere à intensidade do som ➜ normofonética, hipofonética e hiperfonética
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