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126 Nutrição e Reprodução disso. Clinicamente, animais com hipotireoidismo, desenvolvem crinas grandes e firmes (no pescoço) e têm depósitos de gorduras sobre as espáduas e dorso. Esses animais têm tendência a aguamento - especialmente no capim da prima- vera - e as éguas são diticeis de emprenhar. "Aguamento de pasto" parece ocorrer apenas em animais em hipotireoidismo. Uma ração de boa qualidade de aveia, capim-rabo-de-rato, ou outro feno similar que seja volumoso, porém, mais baixo em TND, é indicado. Dê 4,5 a 6,8 kg por dia, dependendo dos resultados. Quatrocentos e cinqüenta gramas de grão podem ser dados, pois, nessa quantidade nunca é mais que um petisco, e é um meio de se acrescentar vitaminas necessárias à dieta. O veterinário pode dar recomendações específicas. o Cavalo Idoso o cavalo idoso geralmente não requer um tipo especial de alimentação, a não ser que esteja apresentando dificuldade em manter seu peso. Isso normal- mente é resultado de problemas dentários. Depois que um cavalo tem 20 anos de idade, é especialmente importante que seus dentes sejam examinados freqüentem ente, e tratados. Muitos desses animais precisam ter seus dentes nivelados a intervalos de 6 meses, o que pode também ser o caso de animais muito mais jovens. Quando o animal perde os dentes ou desenvolve superficies mastigadoras muito irregulares, a mastigação se toma diticil. Como resultado, muito do valor nutritivo dos alimentos é perdido porque depende da mastigação completa para uma digestão eficiente dos nutrientes. Duas indicações comuns que os dentes de um cavalo não vão bem são: excesso de comida caindo da boca enquanto o cavalo come e a história de um cavalo que fica muito gordo que fica no pasto verde, mas emagrece muito quando alimentadQ com comida seca. Lentidão para comer é outro sintoma, com ou sem salivação excessiva. Para compensar esses problemas, damos uma dieta composta, na sua maioria, por fenos moídos (de 6,8 a 8,1 kg por dia) juntamente com a quantidade necessária de grão bem balanceado para manter seu peso (normalmente de 3,6 a 4,5 kg por dia). Farelo de alfafa e melaço é uma forragem conveniente e pode constituir a maior parte da dieta do cavalo idoso. Se o animal está abaixo do peso desejado, é melhor seguir as sugestões gerais para um cavalo magro, mas dar uma quantidade maior de farelo de alfafa e melaço, ao invés do feno (de 4,5 a 6,8kg por dia). Com a idade, os cavalos geralmente perdem a elasticidade no trato intestinal. Isso, juntamente com dentes ruins, predispõe o animal à prisão de ventre ou fecalomas. Um mingau de farelo de trigo, uma ou duas vezes por semana, é benéfico para esses animais. Sem dúvida, um dos atos mais desumanos que as pessoas comumente fazem aos cavalos idosos é "soltá-Ios no pasto". Isso normalmente significa que são soltos em 40 acres de terra com quase nenhum dente de sobra em suas bocas e espera-se que eles "se virem"; esses cavalos são somente soltos para morrer, e normalmente morrem de fome. Cavalos idosos, assim como as pessoas idosas, normalmente necessitam atenção extra; a menos que esses cavalos sejam aposen- tados num pasto verde e viçoso, esses atos de "boa vontade" devem ser reava- liados. Nutrição EqüJna 127 ALIMENTAÇÃO E CUIDADOS COM OS CAVALOSNO INVERNO A alimentação e manutenção apropriada dos cavalos no inverno requer uma compreensão completa das condições especiais verificadas nessa época do ano. Essas condições afetam consideravelmente o bem estar geral dos cavalos e, dessa forma, o procedimento necessário deve ser instituído para preencher suas necessidades especiais e mantê-Ios em boa saúde. Esses fatores incluem: 1.Durante o tempo frio, as necessidades de alimento para a manutenção do cavalo aumentam para manter sua temperatura corporal. 2. Parasitas externos (carrapatos e piolhos) atingem seu pico populacional anual intlingindo, assim, estresse grave em animais parasitados, causando perda de sangue acentuada, fraqueza e queda-da resistência. 3. Pastos de inverno de restolhos de capim seco e capim muito novo têm pouco, se é que algum, valor nutricional. Conforme o capim das pastagens amadurece e seca, perde quase todo seu valor protéico e vitamínico. Repre- senta apenas uma fonte de carboidratos. Ao contrário do gado, que possui uma "cuba" de bactérias ativas (o rumio), na qual comida de baixa quali- dade pode ser transformada em comida de boa qualidade, os cavalos preci- sam receber um suprimento contínuo de alimento bom para suprir suas necessidades basais. Os primeiros brotos de capim do inverno são mais para ganhar "força". No norte da Califórnia, os pastos são consideravelmente deficientes em nutrientes básicos para as necessidades dos cavalos, de aproximadamente do meio de agosto ao meio de fevereiro. Se os cavalos forem soltos nesses pastos, estão literalmente num regime de fome. Gran- des quantidades de restolho seco permitem que muitos cavalos mante- nham seu peso, mas esses animais estão num estado de subnutrição. Os cavalos devem ser suplementados no inverno (alimentados como se esti- vessem no curral), e desculpas como "são cavalos de pasto" para explicar porque não são alimentados, não são aceitáveis. Proprietários de cavalos que os "soltam durante o iÍlVerno" estão, na realidade, abandonando suas responsabilidades para com o cuidado apropriado de seus animais e devem ser sujeitados às leis que proibem tratamento desumano dos animais. Apesar de ser verdade que muitos animais selvagens precisam sobreviver nessas condições, isso não justifica que o homem inflinja essa situação aos animais domésticos. . 4. Cavalos idosos especialmente com dentes ruins, precisam ter dietas espe- ciais de alimentos facilmente digeríveis, por todo o ano. Esses animais são os especialmente notados por emagrecer muito quando forçados a ter os pastos de inverno como única fonte de nutrientes. 5.Éguas prenhes precisam ser alimentadas apropriadamente com uma ração balanceada e suplemento vitamínico para garantir o nascimento de um potro saudável e bem desenvolvido. 6. Os cascos dos cavalos continuam a crescer ao longo do inverno como eles fazem ao longo do resto do ano, e continuam a precisar de cuidados de rotina (aparação, pelo menos, a cada 8 semanas, e alguns tão freqüen- temente quanto a cada 6 semanas). Mesmo que as ferraduras de um cavalo sejam retiradas e que se deixe o animal desferrado por todo o inverno, a aparação de rotina dos cascos ainda é necessária para evitar que os 128 Nutrição e Reprodução cascos arachem, adquiriram infecções profundas ou que forcem muito os tendões. Cavalos que são forçados a ficar em lama profunda por longos períodos de tempo (geralmente por semanas) são muito suscetíveis às infecções nos cascos, a um problema na parte posterior dos cascos, que se afina e descama, e a uma dermatite infecciosa da pele da parte inferior dos membros. Esses problemas devem ser prevenidos providenciando-se para todos os cavalos uma área bem drenada ou fora da lama onde possam ficar para que suas patas se sequem. Se um cavalo tiver que ser mantido num pasto ou curral sem abrigo, uma área grande (que permita um espaço de, pelo menos, 4,5 x 4,5 m para cada cavalo) ou plataforma deve ser construída para esse propósito. Esta plataforma pode ser feita construindo-se uma "moldura" com postes de 10 x 10 cm e enchendo-se a mesma com seixos ou cascalho. Deixe bastante espaço entre os cochos dos cavalos para evitar brigas e ferimentos. 7.Um abrigo de algum tipo é muito recomendado para os cavalos, especial- mente no inverno. Apesar de um estábÍ1lo ou celeiro fechado serem reco- mendados, até um abrigo com apenas três paredes pode oferecer conforto e proteção do vento e da chuva. Apesar do fato de muitos cavalos poderem sobreviver expostos ao tempo, isso não nega o valor de se providenciar um abrigo. Ele deve ter um espaço mínimo de 3,6 x 3,6 m e, preferivel- mente, 4,2 x 4,2 m. Um celeiro ou estábulo pode ser uma necessidade para os cavalos doentes ou que estão se recuperando de um ferimento. Aquecedores ou capas podem oferecermuito conforto para os cavalos durante o inverno. Sempre limpe o estábulo diariamente e mantenha-o com boa cama. 8. Tremores (veja página 251 ). 9. Os cavalos estão mais suscetíveis às infecções respiratórias e aos efeitos dos parasitas internos e externos. Dar cuidados apropriados aos cavalos durante esses meses é imperativo para mantê-Ios em boa saúde. Como pode ser visto nessa discussão sobre as condições especiais que ocor- rem durante o inverno, os cavalos devem receber muita atenção para seus problemas e necessidades para que possam ser mantidos em boa saúde e aprovei- tados por todo o ano. NOTAS GERAIS SOBRE ALIMENTAÇÃO 1. Os cavalos têm apenas um estômago, e fazem melhor uso de refeições fteqüentes. Aração diária deve ser dividida em, pelo menos, duas refeições. 2. Os cavalos dependem em parte das bactérias do trato digestivo para auxiliá-Io na digestão. Essas bactérias têm que se adaptar às mudanças na alimentação. Mudanças súbitas na ração podem causar indigestão e cólica. Sempre introduza mudanças na dieta gradualmente, levando um período de 4 a 7 dias. 3. Seja capaz de reconhecer um cavalo em más condições fisicas pela perda de musculatura nos lados da cernelha e sobre a garupa. Esses cavalos normalmente têm costelas proeminentes, mas uma pelagem longa e áspera pode tomá-Ias menos evidentes. Não confunda um cavalo com uma "bar- riga de feno", com um cavalo gordo. Nutrição Eqüina 129 4. Uma dieta de grandes quantidades de feno de baixa qualidade pode ser pesada no trato digestivo e pressionar o diafragma. Isso reduz a eficiência respiratória do cavalo, causando respiração dificil e cansaço rápido. 5. As causas comuns de uma "barriga grande" ou "costelas saltadas" são: a) grande ingestão de fenos ou pastos de boa qualidade; b) proteína insuficiente na ração; c) parasitismo; e d) uma combinação desses fatores. 6. Falta de volume no alimento ou muito grão podem causar cólicas de indigestão e retenção de fezes, levando o animal a mascar madeira. 7. Excesso de alimentação de grão predispõe ao aguamento. Feno ou farelo de alfafacom melaço à vontade não causam problemas. 8. Feno de alfafa não ataca os rins, apesar de estimular a micção. Não é um alimento muito "quente" nem irá "esgotar" o cavalo. Não causa especificamente sudorese excessiva, a menos que o cavalo tenha se toma- do muito gordo por comê-Io demais e esteja fora de forma. Se for cortado muito cedo, pode causar diarréia. Alguns cavalqs em particular são alérgi- cos a feno de alfafae devem ser alimentados com outra boa forragem. 9. Alimentos estragados (embolorados, poeirentos, úmidos, cheios de ca- pim-rabo-de-raposa ou cevada farpada e com ervas daninhas) não devem ser dados aos cavalos, pois, podem causar cólica grave ou ferimentos na boca. Se um punhado de feno não pode ser esmagado sem causar dor ou ferir a mão, é muito duro e áspero para ser usado. Quando se está considerando a possibilidade de um alimento estar estragado, é sábio seguir a regra: "Se há dúvida, jogue fora". 10. Armazenar alimentos com muita umidade pode causar uma oxidação prematura dos ingredientes, baixando, assim, seu valor nutricional, e nor- malmente criando bolor. Os fenos podem passar por um emboloramento muito rápido e esses fardos podem gerar muito calor e, ocasionalmente, causar um incêndio. Se esses fardos quentes forem imediatamente abertos e jogar-se sal grosso nos mesmos, o feno talvez seja salvo. Fardos que passaram por esse emboloramento são normalmente muito pesados, não pulam quando caem, são de um marrom desbotado, muito poeirentos e úmidos devido a esporos de bolor. A qualidade geral do feno é julgada pela sua cor, espessura das hastes, quaotidade de folhas ou grãos que contém, quantidade de material estranho e ausência de pó. MÁXIMAS DE ALIMENTAÇÃO 1.Alimente os cavalos de acordo com suas necessidades, que dependem do seu crescimento, produção ou performance no trabalho. Reduza as rações quando o trabalho. Reduza as rações quando o trabalho for redu- zido. 2. Nunca deixe de observar a condição fisica do animal. Se um cavalo está muito magro, corrija as causas e alimente-o mais. Se um animal está muito gordo, reduza sua alimentação de acordo com a orientação do veterinário. 3. Alimente-o, pelo menos, duas vezes ao dia. Isso aumenta a utilização do alimento pelo cavalo. 4. Mantenha horários regulares de alimentação. 130 Nutrição e Reprodução 5. Providencie água boa e fresca à vontade, a não ser que o animal esteja muito quente. 6. Providencie condições higiênicas de alimentação e água. 7. Água, feno e grão podem ser dados em qualquer ordem. Água, antes ou após a comida, não interfere com a digestão de grão ou feno. 8. Evite mudanças súbitas no programa de alimentação. Adote as mudanças na dieta gradualmente, ao longo de um período de 4 a 7 dias. 9. Espere uma hora ou mais após a alimentação para exigir trabalho forte do cavalo. 10. Não dê grão a cavalos quentes ou cansados, ou permita que beba à vontade. Feno, por outro lado, não lhes fará mal. 11. Não permità que outros cavalos impeçam um, em particular, de receber sua ração completa. 12. Nunca dê a um cavalo alimento embolorado, estragado ou questionável. TABELA5.1 - Comparando concentrados (menos de 12% de fibra bruta) AlImento Mistura comercial n?1 Mistura comercial n?2 Aveia amassada Mistura n? 1 Custa $18,50/saco de 45kg, que contém 14% ou 6,3kg de proteína bruta.portanto, $18,50 7 6,3 = $2,93Ikg de proteína bruta. Custa $17,50/saco de 45kg, que contém 12% ou 5,4kg de proteína bruta. Portanto, $17,50 7 5,4 = $3,20Ikg de proteína bruta. Custa $14,66/saco de 45kg, que contém 8,7% ou 3,95kg de proteína bruta. Portanto, $14,66 73,95 = $3,70Ikg de proteína bruta. A mistura n? 1 é a melhor compra baseada na proteína bruta, apesar de custar mais por 45kg é a diferença entre custo e valor. Apesar do custo da proteína ser importante, mais importante é que a mistura possua uma razão cálcio-fósforo balanceach. Se não possuir, pode causar problemas ósseos e musculares. Também, se a mistura contiver um suplemento vitamínico-míneral, isso aumenta substan- cialmente seu valor. Mistura n? 2 Aveia amassada Resultado: Nota: . N.doT.. Custo em dólares. Proteína Custolkg de btUta, % Custo/saco. Custo/4SKg. proteína btUta 14 $9,25/22,7kg $18,50 $2,93 12 8,75/22kg 17,50 3,20 8,7 11,0/34,Okg 14,66 3,70 Nutrição Eqülmi 131 TABELA5.2 - Comparando forragens (mais de 25% de fibra bruta) Mistura comercial: Custa SI4,50/45kg com 5,44kg (12% ) proteína bruta. SI4,50 """5,44 = $2,66lkg de proteína bruta. Feno de alfafa: Custa $7,95/45kg com 7,94kg (17,5%) de proteína bruta. $7,95 """7,94 = SI,oolkg de proteína bruta. Feno de alfafa em cubos: Custa $11,36 com 7,94kg (17,5%) de proteína bruta. $11,36 """7,94 = SI,431kg de proteína bruta. Feno de aveia: Custa $ 6,00/45kg com 3,40kg (7,5%) de proteína bruta, $6,00 """3,40 = 1,76lkg de proteína bruta. Fardo de alIàfa com melaço: Custa SI 3,90 com 6,8kg (15%) de proteína bruta. SI3,90 """6,8 = 2,041kg de proteína bruta. Baseando-se na proteína bruta, o feno de alfafa é, de longe, a melhor compra. O custo de proteína bruta do feno de aveia é quase o dobro do custo de proteína bruta do feno de alfafa, apesar do custo por tonelada de feno de aveia ser menor. Resultado: Nota: " N. do T. -Custos em dólares. TABELA5.3 - Comparando o conteúdo de vitamina A dos preparados vitaminicos comerciais Preparado n? 1 Preparado n? 2 Preparado n? 3 Preparado n? 4 Preparado n? 1 Preparado n? 2 Preparado n? 3 Preparado n? 4 Resultado: Vitamina A Ulkg Custo/U " Custolkg " 48502 $43,95/10kg $4,39 88 185 35,95/23kg 1,58 242 509 25,85/11,3kg 2,28 1 322780 27,95/11,3kg 2,46 custa $4,39 por 22oo0U. Portanto: 1O0000U custam S4,39 """0,22 = S20,00. custa SI,58 por 40OO0U.Portanto: loooo0U custam SI,58 """0,4 = $3,95. custa $2,28 por llOOoou. Portanto: 100000 custam 2,28 """1,1 = S2,07. custa $2,46 por 6Ooooou.Portanto: 1O0000U custam S2,46 """6,0 = SO,41. Como pode-se notar, há uma grande variação no custo. Para merecer essa diferençade custo, um produto deve ter amplas evidências clínicas da sua superioridade sobre os outros produtos disponíveis, e não só uma boa campanha publicitária. Custo 100000 U " S20,00 3,95 2,07 0,41 " N. do T. -Custos em dólares. Proteína Custolkg de Alimento bruta,% Custo Unidade" Custo/4Skg" Proteína bruta " Mistura comercial: 12 SI4,50/45kg SI4,50 $2,66 Feno e granulado juntos Feno de alfafa: 17,5 159,00/ton 7,95 1,00 Feno de alfafa em cubos: 17,5 7,95/31,75kg 11,36 1,43 Feno de aveia: 7,5 120,00/ton 6,00 1,76 Feno de alfafa com melaço: 15,0 6,9512,27kg 13,90 2,04 132 Nutrição e Reprodução .Poneis e cavalos de trabalho devem ser alimentados de acordo com seu peso corporal relativo, usando as recomendações desta tabela como linbas gerais. TABELA5,6 - Comparação dos Valores Alimentares dos Fenos Comuns TND Prot. Dig DM Ca P Ca:P Concentrados: % % % % % (aprox.) Aveia 72,2 7,0 91,2 0,09 0,34 1:3,5 Cevada 78,7 6,9 89,8 0,06 0,37 1:6 Milho 80,1 6,6 85,2 0,02 0,27 1:11 Farelo de linhaça 77,2 30,8 91,0 0,33 0,86 1:2,5 Fardo de caroço de algodão 78,4 36,4 92,7 0,23 1,12 1:5 Farelo de soja 78,6 37,5 90,9 0,30 0,67 1:2 Trigo 67,2 13,7 90,1 0,14 1,29 1:9 Melaço 54,0 O 74,0 0,74 0,08 9:1 Forragens: Feno de alfafa 50,3 10,6 90,5 1,43 0,21, 7:1 Feno de aveia 46,3 4,5 88,1 0,22 0,17 1:1 Feno de capim rabo-de-rato 46,9 2,9 89,0 0,27 0,16 2:1 Feno de cevada 51,9 4,0 90,8 0,26 0,23 1:1 Feno de trigo 46,5 3,2 90,4 0,18 0,21 1:1 Feno de capim sudanês 48,5 4,3 89,3 0,446 0,036 10:1 Feno mesclado maduro 49,2 2,6 90,0 0,40 0,10 4:1 Pasto de capim maduro 41,0 0,2 90,0 0,30 0,08 4:1 Farelo de alfaIa 53,6 11,8 92,7 1,32 0,19 6:1 Palha de aveia 44,1 0,9 89,7 0,36 0,13 3:1 . N.doT.-Asinformações contidas foram obtidas principalmente de Morríson's Feed and Feedíng, The Morríson Publíshíng Co, (Ithaca, New York, 1957). TABELA 5.5 -Necessidades Alimentares do Cavalo' TND, kg Prot, Dig, kg DM,kg Ca P Ca:P Inativo 3-4 0,27-0,36 6-8 0,015 0,015 1:1 Trabalho leve 4-5 0,36-0,45 7-8 0,015 0,015 1:1 Trabalho médio 5-6 0.45-0,54 7-8 0,015 0,015 1:1 Trabalho pesado 6-8 0,54-0,63 8-10 0,015 0,015 1:1 Último quarto da prenhez 3-4 0,54-0,63 7-8 0,016 0,015 1:1 Égua em lactação 6-8 0,54-0,68 8.10 0,034 0,029 1:1 Potro de 230kg 3-3,6 0,41-0,45 4,5-6 0,040 0,029 1:1 Quantidade/kg Feno TND Prot. Dig. DM Ca P Ca:P 6,8 Alfafa 3,4 0,72 6,17 0,10 0,016 6:1 6,8 Aveia 3,2 0,31 6,00 0,015 0,012 1:1 6,8 Capim rabo-de-rato 3,2 0,19 6,00 0,018 0,011 2:1 6,8 Mesclado maduro 3,4 0,18 6,12 0,027 0,007 4:1 Nutrição Eqüína 133 TABELA5.7 - Misturas de Grão Tipicas com Desequilíbrio Ca:P Mistura de grão n~ 1 Ração total.não balanceada Quantldade/1cg TND, Prot. Dig, Alimento Kg Kg Ca P Ca:P 18 Aveia 13,06 1,27 0,016 0,062 1:3,5 18 Cevada 14,24 1,27 0,010 0,067 1:6 9 Milho 7,44 0,60 0,002 0,0024 1:11 45 Mistura 34,74 3,14 0,028 0,153 1:53 Mistura de grão n 2 Quantldadelkg TND, Prot. Dig, Alimento Kg Kg Ca P Ca:P 18 Aveia 13,06 1,27 0,016 0,062 1:3,5 18 Cevada 14,24 1,27 0,010 0,067 1:6 9 Trigo 6,12 1,22 0,012 0,117 1:9 45 Mistura 33,42 3,76 0,038 0,246 1:62 Mistura de grão n 3 Quantldade/1cg TND, Prot. Dig, Alimento Kg Kg Ca P Ca:P 15,9 Aveia 11,38 1,13 0,014 0,054 1:3,5 15,9 Cevada 12,34 1,13 0,009 0,059 1:6 9 Trigo 6,12 1,31 0,013 0,117 1:9 4,5 Fare10de linhaça 3,49 1,40 0,015 0,039 1:25 45 Mistura 33,33 4,97 0,051 0,269 1:6 6,8 Feno de aveia 3,17 0,31 0,015 0,012 1:1 2,3 Grão Mistura n? 3 1,68 0,25 0,003 0,014 1:6 9,1 Ração 4,85 0,56 0,018 0,026 1:1,43 6,8 Feno de capim rabo- de-rato 3,17 0,19 0,016 0,011 2:1 2,7 Grão Mistura n? 2 1,99 0,23 0,024 0,015 1:6,2 9,5 Ração 5,16 0,42 0,040 0,026 1:1,63 134 Nutrição e Reprodução TABELA5.8 - Ração de Grão Balanceada para Cavalos de Trabalho no Verão -9,4% de Proteína Bruta. TABELA5.9 - Ração de Grão Balanceada para Cavalos de Trabalho no Inverno -9,4% de Proteína Bruta. TABELA5.10 - Ração de Grão Balanceada para Potros em Crescimento, Éguas em Amamentação e Cavalos de Shows - 15% de Proteína Bruta. Proteína bruta = 15% Proteína digerível = 12% Ca:P = 1:1,3 Uma xícara/dia de leite em pó na ração de grão dos potros em crescimento é aconselhável para prover a lisina necessária. QuantidadeJkg AUmento TND, Prot. Dig. kg kg kg Ca P 22,7 Aveia 16,4 1,58 20,68 0,020 0,077 1l,3 Cevada 8,9 0,77 10,16 0,007 0,042 4,5 Milho 3,6 0,32 3,85 0,009 0,009 6,8 Farelo de alfafa com melaço 3,6 0,72 6,17 0,086 0,012 45,3 Mistura 32,5 3,39 40,86 0,122 0,140 Proteína bruta =9,4% Proteína digerível = 7,5% Ca:P = 1:1,2 Uma mistura de grão geralmente adequada, exceto para cavalos que necessitam de uma ração rica em proteína. Quan tidadelkg AUmento TND, Prot. Dig. kg kg kg Ca P 20,4 Aveia 14,7 1,45 18,50 0,018 0,069 9 Cevada 7,1 0,63 8,16 0,005 0,034 9 Milho 7,3 0,63 7,71 0,002 0,024 6,8 Farelo de alfafa com melaço 3,6 0,73 6,17 0,086 0,012 45,2 Mistura 32,7 3,44 40,64 0,111 0,139 Proteína bruta =9,5% Proteína digerível = 7,6% Ca:P = 1:1,2. Quantidadelkg AUmento TND, Prot. Dig. kg kg kg Ca P 18,1 Aveia 13,1 1,27 16,56 0,016 0,062 9,1 Cevada 7,1 0,63 8,16 0,005 0,034 4,5 Milho 0,32 3,85 0,001 0,012 0,024 3,6 Farelo de soja 2,9 1,36 3,31 0,012 0,031 3,6 Farelo de linhaça 2,8 1,13 3,31 0,012 0,031 6,3 Farelo de alfafa com melaço 3,6 0,73 6,17 0,086 0,012 45,2 Mistura 33,2 5,44 41,36 0,132 0,182 Nutrição Eqüína 135 TABELA5.11 - Linhas Gerais para Alimentar Cavalos (Quantidade Diária Recomendada para um Cavalo de 450Kg*) Potro de 2 semanas a 5 meses: Da desmama aos 2 anos: Cavalo adulto inativo: (trabalhando menos que lhldia) Cavalo em trabalho leve: (1 a 3h1dia) Cavalo em trabalho médio: (3 a 5h1dia) Cavalo em trabalho pesado: (5 a 8h1dia) Feno: Feno de alfufa e fareIo de alfafa à vontade com ofertas de bom feno de aveia Grão: de 0,9 a 2,3kg (18% de proteína bruta) Feno: de alfafa 4,5 - 6,8kg, com ofertas de fareIo de alfafa com melaço e feno bom de aveia Grãos: 1,8 a 3,6kg (18% de proteína bruta) Feno: Feno de alfufa com metade aveia, para dar variedade, total 6,8kg Grão: Não é necessário, mas dar de 450 a 900 gramas (10 a 12% de proteína bruta) é um petisco que proporciona uma maneira de dar um suplemento vitamínico Feno: meio alfafa meio aveia. Total de 6,8 a 8,2kg Grão: 1,8 a 2,7kg. (10-12% de proteína bruta) Feno: meio alfufa meio aveia. Total de 6,8 a 8,2kg Grão: 2,7 a 4,lkg(12% de proteína bruta) Feno: meio alfaia meio aveia. Total de 8,2, a 9,lkg Grão: 4,1 a 5,4kg (12% de proteína bruta) Égua no último quarto da prenhez: Feno: meio alfufa meio aveia. Total de 6,8 a 8,2kg. Tudo de alfufa Grão: 0,9 a 1,8kg (12 a 14% de proteína bruta) Égua em lactação: Garanhão reprodutor: Feno: meio alfafa meio aveia. Total de 8,2 a 9,lkg. Tudo alfafa Grão: 3,6 a 5,4kg (12 a 14% de proteína bruta) Feno: meio alfufa meio aveia. Total de 6,8 a 8,2kg Grão: 2,7 a 4,5kg (12 a 14% de proteína bruta) * 1. Uma suplementação geral de vitaminas é recomendada para todos os cavalos. A vitamina A é especialmente importante para éguas prenhes e potros em crescimento. A vitamina E é recomendada para todos os cavalos de trabalho e reprodução, mas ainda causa controvérsia; 2. Farelo de alfafa e melaço é um bom suplemento para engorda; 3. Todos os programas de alimentação devem ser ajustados para um cavalo e suas necessidades individuais. Se o animal está abaixo do peso, aumente sua comida, providencie cuidados dentários e controle parasitário. Se o animal está acima do peso, alimente-o de acordo, com atenção apropriada às necessidades corpóreas mínimas. Peça ao seu veterinário recomendações específicas para programas de controle de peso. 136 Nutrição e Reprodução TABELA5.12 - Ingestão Diária Sugerida de Vitamina A, D e para Cavalos (Cunha, 1966). TABELA5.13 - Grão Necessário para Suprir as Necessidades de Energia.' Classificação do trabalho Quantidade de Energia necessária grãolh Kg,Mca1.. além da usada para andar Muito leve (andar) Leve (trote lento, pouco meio galope) Médio (trote rápido, meio galope, um pouco de salto) Pesado (meio galope, galope, salto) Vigoroso (corridas,jogo de pólo) 0,33 3,31 7,16 16,53 27,01 10 25 47 77 .As quantidades sugeridas de mistura de grão balanceadas são acima de qualquer necessidade para manutenção normal. .. 1 Mcal (Megacalotia) = 1.000 Kcal: I Kcal = 1.000 cal. TABELA5.14- Quadro Trabalho- Grão- Quantidadede Grão (em kg) Necessária para Várias Quantidades de Trabalho' TABELA5.15 - Programa de Condicionamento. Semana Tempo Quantidade de grão, kg 0,91~ 2~ 3~ 4~ 5~ 6~ 7~ até 3~minutos 30-60 minutos 0,9 a 1,4 60-90 minutos 1,4 a 2,3 2a3horas 8~ 10'. ll~ 12~ 3a5horas 2,3 a 3,6 3,6 a 4,5 5 a8horas 4,5 a 6,3 Vitamina A Vitamina D Vitamina E Potros: até 2 meses 5.000 750 10 2 a 5 meses 10.000 1.500 20 5 a 18 meses 20.000 3.000 40 18 meses a adulto 40.000 6.000 80 Cavalo adulto 40.000 6.000 80 Égua vazia 60.000 9.000 120 Garanhão reprodutor 60.000 9.000 120 Tempo, Trabalho mio Leve Médio Pesado Vigoroso 15 0,151 0,454 0,907 1,361 30 0,340 0,680 1,814 2,721 45 0,454 0,907 2,721 4,082 60 0,680 1,361 3,402 5,443 . O grão deve ser consideravelmente reduzido durante os dias de descanso. 6 Reprodução dos Cavalos FISIOLOGIA BÁSICA As éguas são "poliéstricas estacionais". Isso significa que as éguas têm "ciclos" normais apenas durante parte do ano, normalmente do começo da primavera ao fim do outono. Em climas quentes, as éguas podem ter ciclos relativamente normais durante a maior parte do ano. A cada 21 ou 22 dias a égua desenvolve e libera (ovula) um óvulo em um dos seus dois ovários. O óvulo desce pelo contorno do útero até o corpo do mesmo. Se a fecundação não ocorrer, com o encontro do esperma do garanhão com o óvulo no como, o óvulo morre e a égua vai produzir outro óvulo em 21 dias. Isso é chamado de "ciclo estral". Externamente o ciclo estral é caracterizado por duas fases. Uma fase é o período do "cio" ou "estro", durante o qual a égua vai aceitar o garanhão para a cobertura. A égua vai indicar sua receptividade ao garanhão urinando com freqüência e "piscando" a vulva quando está próxima dele. Esse período normalmente dura de 5 a 6 dias. A segunda fase do ciclo estral é quando a égua não está no cio e não é receptiva ao garanhão. Nessa época, a égua normalmente vai "murchar" as orelhas, relinchar e escoicear o garanhão. Esse período normalmente dura 16 dias e representa o tempo entre os períodos de cio. Na maioria das vezes, a égua não vai mostrar o seu período de cio, a menos que esteja próxima de um garanhão ou rufião que a "excite" se mostrando interessado. Se ocorrer a fertilização após a égua ser coberta pelo garanhão, não deve haver mais cios evidentes até após o nascimento do potro. Após cada ovulação, o "buraco" que é deixado no ovário é preenchido por um tecido especial produtor de hormônio formando o corpo lúteo. Esse tecido produz um hormônio chamado progesterona, que impede o desenvol- vimento de outro óvulo nos ovários, e diminui as contrações uterinas normais, em preparação para a prenhez. Se a égua não for coberta, ou não ficar prenhe, o tecido do corpo lúteo toma-se inativo e desaparece. Isso permite, então, a produção de estrógeno (o principal hormônio feminino), pelos ovários, para 138 Nutrição e Reprodução Tabela 6.1 - Quadro de Notas sobre Reprodução * Fisiologia da Égua Início da maturidade sexual (puberdade) Idade média recomendada para primeira cobertura Duração média do ciclo estral Duração média do cio Duração do intervalo entre os cios Época da ovulação Época mais fértil para cobertura Época aconselhável para nova cobertura após o parto Período de vida do óvulo após deixar o ovário Estação de monta Fisiologiado Garanhão Início da maturidade sexual Idade média recomendada para primeira cobertura Período de vida do espermatozóide no trato reprodutivo feminino 10 a 24 meses (18 meses) 2 a 3 anos, dependendo do desenvolvimento 19 a 23 dias (21 dias) 4,5 a 6,5 dias (5,5 dias) 13 a 18 dias (15 dias) 1 a 2 dias antes do fim do cio 2?ou 3?dia do cio ou 3 dias antes do fim do cio 2?cio (25 a.35 dias) 2 a 6 horas Fevereiro a agosto ( dependendo da latitude) 10 a 24 meses (18 meses) 2 a 3 anos, dependendo do desenvolvimento; machos jovens devem ser usados moderadamente 2 a 4 dias. Número de éguas Por estação (Stud bookings) 2 anos de idade 10 a 15 (2 a 3 semana se tanto) 3 anos de idade 15 a 20 (espaçadas, com períodos de descanso) 4 anos de idade 20 a 30 (evite duas por dia,"duplas") Adulto 30 a 40 (2 ou 3 "duplas" por semana são possíveis) 18 a 25 10 a 20 (" Tabela cortesia do Dr. S. J. Roberts, Ithaca, NY). Alguns garanhões já cobriram 100 éguas em uma estação de monta. produzir outro óvulo para o próximo ciclo estrato Se a égua ficar prenhe, a produção de progesterona, primeiro pelo corpo lúteo e, mais tarde, pela placenta, evita que a égua tenha outro "cio" até aproximadamente de 7 a 10 dias após o parto. Esse é chamado de "cio do potro". A duração média da prenhez (período de gestação) é de 345 dias. Algumas éguas (aproxima- damente 17%) vão apresentar cios falsos durante a prenhez. Quando isso ocorre, Reprodução dos Cavalos 139 durá normalmente apenas 24 horas e raramente a égua permite que o garanhão realmente a cubra nesse período. Uma cobertura forçada nessa situação pode induzir um aborto. Fisicamente, esses cios falsos não se distinguem dos verda- deiros. POSSUIR UM GARANHÃO NO HARAS Manter um garanhão para cobertura não é uma atividade recomendada para os cavaleiros novatos. Isso é devido às seguintes razões: a) a maioria dos gara- nhões é imprevisível e sempre potencialmente perigosa (há muitas exceções a essa generalização); b) os garanhões devem ter uma infra-estrutura especial, um abrigo adequado, uma cerca forte (um arame eletrificado no interior da cerca é freqüentemente desejável., uma área de exercícios de 9 x 15m deve ser considerada o minimo, com uma área muito maior, de um quarto de acre ou mais, sendo melhor); c) infra-estrutura adequada é essencial para as éguas que chegam, e cuidar delas é uma responsabilidade considerável; d) uma com- preensão completa da fisiologia e higiene da cobertura, rufiação e problemas comuns é essencial para uma atividade bem-sucedida e produtiva. Émelhor para todos os envolvidos - os cavalos e as pessoas - que possuírem um garanhão no haras, seja uma atividade para cavaleiros experientes. Procedimento de Cobertura RUFIAÇÃO Para determinar em que fase do ciclo estral está uma égua, ela é "rufiada" permitindo-se que um garanhão se aproxime dela. Nesse momento ela indicará sua receptividade ou rejeição. Como é necessário cobrir a égua na época correta do seu ciclo estral, o sucesso de um programa de cobertura pode depender de um programa de rufiação realizado cuidadosamente. 1. Éguas virgens e "vazias" (as que não estão p'renhes) devem ser rufiadas, pelo menos, 30 dias antes da estação de monta; o ciclo individual de cada égua deve ser anotado. Essas éguas devem ser rufiadas dia sim, dia não, até que os sinais de cio sejam detectados. Nesse momento, deve ser feita rufiação diária e continuada por 2 ou 3 dias após o fim do cio. Novamente é feita a rufiação dia sim, dia não, até o próximo cio, quando deve ser coberta. Essas anotações de rufiação podem ser de grande valia para determinar o momento apropriado para a cobertura ou para ajudar a reconhecer os problemas, quando ocorrem. 2. As éguas que foram cobertas são rufiadas novamente para se notar se a égua mostra qualquer sinal de volta ao cio. Essas éguas são geralmente rufiadas a cada 2 ou 3 dias após o ciclo estral que foram cobertas, mas são cuidadosamente rufiadas todos os dias durante um período de 7 dias, que começa no décimo- . N.do R. - Como os cavalos são animais muito sensíveis a choques elétricos, a utilização de cercas eletrificadas deve ser feita com muito cuidado. 140 Nutrição e Reprodução sexto dia após a égua ter saído do cio. Se a égua não emprenhar deve entrar no cio no décimo-oitavo dia após ter saído do cio (veja Quadro 6.1). 3. Após o parto, as éguas devem ser rufiadas diariamente, começando-se no quarto dia, se a cobertura no nono diafor desejada. As éguas nunca devem ser cruzadas antes do nono dia e não devem ser absolutamente cruzadas nesse cio, a menos que a égua esteja normal em todos os aspectos - sem machucaduras internas, sem corrimento e com exame bacteriológico negativo, realizado por um veterinário. É melhor esperar o próximo ciclo para cobri-Ia novamente. A égua deve ser rufiada dia sim, dia não, a partir do vigésimo dia, e diariamentt: a partir do vigésimo-quinto dia até o trigésimo-quinto. A maioria das éguas vai entrar em cio no trigésimo dia. PADRÃo DE COBERTURA Se uma égua é normal e saudável, e seu ciclo estral foi bem estabelecido por um programa de rufiação cuidadoso, cobri-Ia três dias antes do que ela deve sair do cio é provável que resulte em prenhez. Esse é normalmente o terceiro dia de cio. Os estudos indicaram que cobrir uma égua 2 vezes ou mais durante o cio só aumenta em 3% a taxa de prenhez, e aumenta a oportunidade de uma infecção se instalar. Muitas vezes não é possível ter o ciclo de uma égua preestabelecido, portanto, é prática comum cobri-Ia no segundo e no quarto dia do cio e novamente 3 dias depois, se ela ainda estiver em cio forte. Sea égua está num cio prolongado, de 10 dias ou mais, é melhor parar as coberturas até que ela tenha voltado aos ciclos normais, o que normalmente ocorre no fim de março*. A cobertura diária não é um procedimento recomendado. Isso geralmente desgasta muito o garanhão e aumenta as chances de se estabelecer uma infecção na égua. HIGIENE DA COBERTIJRA Para ajudar a evitar a possibilidade de se estabelecerem infecções no trato reprodutivo da égua, boas técnicas de higiene da cobertura devem ser usadas. Isso inclui os seguintes procedimentos: 1. Enfaixe a cauda da égua - pelo menos, os 30 a 45cm superiores, para manter os pêlos longe da vulva. Isso também evita a possibilidade desses pêlos cortarem o pênis do garanhão na hora da cobertura. 2. Lave a vulva e os quartos traseiros da égua, que podem entrar em contato com o pênis do garanhão. Use um sabão suave (Amway's Loe ou um sabão neutro) e enxagüe bem. 3. Lave o pênis do garanhão antes e depois da cobertura. *N. do R. . A estação de monta nos Estados Unidos vai aproximadamente de fevereiro a agosto (primavera-verão ). Reprodução dos Cavalos 141 QUADRO 6.1 - Quadro de rufiação e cobertura. REGISTRO DE RUFIAÇÃO E COBERTURA DOS EQÜINOS CRIADOR: RODAm -J. RANCH- PLEASANTRIU, CA. MÊS: ABRIL PROPRYJTÁRIO: RODABI -J. RANCH Legenda: O -Fora o cio; i Entrando no cio; 1- No ciO; ! Saindo do cio; B - Cobertura; T . Tratada Égua "Rena" 1234 O O O i O O T O i 1 8 1 5 6 7 8 9 1011121314151617181920212223242526272829130131 118181!000 O O O O O 000010 00000001118181181!000 10 O 811!000 O O O O 000111181811 "Calie" "Suesy" PROGRAMA DE RUFlAÇÃO E COBERTURA ÉGUASVAZIASNÃOCOBERTAS (a) Rufiar dia sim, dia não, não até os sintomas de cio serem detectados. (b) Rufiar diariamente durante o cio e continuar por 2 a 3 dias após os últimos sinais de ter saído do cio. ( c) Cobrir no 2? e 4? dias do cio e novamente apenas no 6? dia, se a égua ainda mostrar sinais de cio forte. Nota: Se estiver num cio prolongado de 10 dias ou mais, suspenda as coberturas até que ela volte aos períodos de cio com duração normal ( 5-7 dias), ou seja examinada por um veterinário. ÉGUAS COBERTAS QUESERÃO "RUFlADASNOVAMENTE" (a) Rufiar a cada 2 ou 3 dias por um período de 14 dias após a última cobertura; rufiar, então, diariamente nos próximos 10 dias. Se não for detectado nenhum cio durante esse período, é uma boa indicação de que a égua emprenhou. (b) Após terem se passado 22 dias, rufiar a cada 3 ou 4 dias até terem se passado 38 dias após última cobertura; rufie, então, por 7 a 10 dias, diariamente. ( c) Se a égua voltar ao cio, comece o programa de coberturas no seu 3? dia de cio, para evitar cobertura forçada durante um "cio falso". CONTENÇÃO É sempre uma boa prática usar contenção apropriada na égua durante a cobertura. Apesar da cobertura no pasto resultar numa taxa de prenhez muito 142 Nutrição e Reprodução mais alta, a "cobertura controlada" é uma prática comum para evitar ferimento no garanhão. Para assegurar essa proteção, a égua deve ser contida para evitar que escoiceie o garanhão durante a cobertura. Um "cachimbo" e um pé-de- amigo são normalmente suficientes para essa contenção (Fig. 6.1). Alguns cria- dores preferem usar peias de cobertura ao invés do pé-de-3.\lligo. O cachimbo deve ser usado rotineiramente, a menos que uma égua, em particular, não o tolere e cruze bem sem cachimbo. Esse procedimento é um perigo potencial para o garanhão. O cachimbo (uma corda ou corrente paSsada ao redor do focinho e apertada) deve ser sempre aplicado primeiro, antes que qualquer corda ou peia seja colocada. O cachimbo deve ser a última coisa removida após a coberturà ter-se completado. Isso é uma preocupação importante para evitar que as éguas que não toleram cordas, se machuquem. Um pé-de-amigo consiste de uma corda que vai de uma outra corda circular em tomo do pescoço até logo abaixo do machinho esquerdo, circulando-o, e de volta ao pescoço. É ajustado de forma que a égua não possa escoicear, mas permite que se mantenha em pé sem perder o equilíbrio. O pé-de-amigo é amarrado com um nó fácil de desatar. Muitas peias de cobertura diferentes estão disponí- veis. A menos complicada é a melhor. PROCEDIMENTO DE COBERTURA CONTROLADA 1.Traga a égua para fora ou coloque-a numa rampa de cobertura segura e bem construída, se uma for usada. 2. Enfaixe sua cauda e lave-a preparando-a para a cobertura. Figura 6.1 - "Pé-de-amigo" e cachimbo usados na contenção da égua para cobertura, para evitar ferimentos no garanhão (pat Schwarz). Reprodução dos Cavalos 143 3. Traga o garanhão e permita que se aproxime da égua o suficiente para ficar interessado e expor seu pênis. Nesse momento, o garanhão é levado para o lado - contra uma parede ou cerca segura, para lavar seu pênis. 4. Coloque o cachimbo e, então, o pé-de-amigo ou as peias de cobertura na égua. (Prender ou amarrar uma das patas dianteiras para cima é, geralmente, um procedimento muito perigoso e não recomendado.) 5. Pode-se, então, permitir que o garanhão se aproxime da parte traseira da égua, pela esquerda, mantido sob controle por um peão competente. É uma prática aconselhável ter uma corrente passando pelo lado esquerdo do cabresto, sobre o focinho do garanhão, até o outro lado do cabresto, para controlá-Io melhor. Também é aconselhável ter à mão um chicote de aproxima- damente 1 m de comprimento para o caso de se tornar necessário usá-Io para controlar o procedimento de cobertura. 6. Se a égua e o garanhão estão sob controle e o garanhão apresenta uma ereção, permite-se que ele monte a égua e complete a cobertura. Se o garanhão tem tendência a morder a égua na hora da cobertUra, deve ser colocada uma proteção sobre o pescoço e a cernelha da égua. O abanar da cauda (em movi- mento para cima e para baixo) do garanhão, indica que houve uma ejaculação normal. 7. Quando o garanhão deseja desmontar (normalmente após aproximada- mente um minuto), permite-se que o faça, e uma tentativa de lavar seu pênis deve ser feita. Isso é geralmente muito dificil de se fazer, mas não é tão impor- tante quanto a preparação anterior à cobertura. O garanhão é colocado, então, de volta à sua cocheira ou piquete. 8. As cordas são, então, removidas da égua e o cachimbo é finalmente retirado. Nesse momento faz-se com que ela ande calmamente por alguns minutos, a bandagem da cauda é removida e ela é, também, levada de volta à sua cocheira ou piquete. A prática de se jogar água fria na égua após a cobertura, numa tentativa de impedi-Ia de "devolver" um pouco do sêmen, não é eficaz, não sendo um procedimento recomendado. COBERTURA NO CIO DO POTRO É a cobertura da égua no primeiro cio após o parto, normalmente em torno do nono dia. Os prós e contras dessa prática são o seguinte: Vantagens 1.Se uma égua é coberta nessa época, há uma chance de prenhez. 2. Se uma égua emprenhar com essa cobertura,ela vai parir três semanas mais cedo no ano seguinte. Isso pode ser importante para os interessados em corridas ou exposições que querem ter potros maiores para a competição. 3. Uma pequena porcentagem das éguas vai apresentar um cio do potro forte, mas não entrará novamente em cio durante a estação de monta. 144 Nutrição e Reprodução Desvantagens 1.Os estudos têm indicado que a taxa de prenhez normal dessas coberturas no nono dia é de apenas 25 a 43% contra os 56 a 65% conseguidos quando as éguas são cobertas no seu segundo cio, aproximadamente 30 dias após o parto. 2. As taxas de aborto são de aproximadamente 13% contra os 4% conside- rados normais. 3. A taxa de potros mortos ou doentes é de 7% contra menos de 1% que é o normal. 4. As éguas estão mais suscetíveis às infecções uterinas nas 2 primeiras sema- nas após o parto do que em qualquer outra época. 5. Há uma incidência maior de retenção de placenta e infecções uterinas após o parto. Devido às várias desvantagens associadas à cobertura no cio do potro, ela não deve ser prática de rotina e deve ser considerada somente se a égua foi examinada e não apresenta machucaduras na cérvix e na vagina, e sua cultura cervical é considerada "negativa" pelo veterinário. Muitos criadores exigem um exame veterinário pré-cobertura e uma cultura de muco cervical em todas as éguas trazidas para cobertura. Isso geralmente evita muitos pro- blemas. INFERTILIDADE NA ÉGUA Quando revemos a fisiologia básica da égua, notamos que durante o ciclo estral ocorrem muitas mudanças fisiológicas e fisicas. Para os propósitos de cobertura, quatro atividades principais precisam acontecer, todas no tempo apropriado para assegurar a prenhez. Elas incluem: 1.A égua precisa mostrar um cio aparente, de modo que esteja aceitando o garanhão para cobertura. 2. Deve produzir um óvulo e desenvolvê-Io completamente. 3. Deve ovular no momento apropriado durante o cio. 4. Sua cérvix precisa estar relaxada e aberta na época do cio para permitir a passagem do sêmen no momento da cobertura. Infertilidade Fisiológica Há muitas variações ou desvios do padrão fisiológico normal que resultam na infertilidade da égua. Esses problemas parecem ser as causas predominantes de infertilidade nas éguas de todas as idades, mas especialmente em éguas mais velhas e nas que estão reprodutivamente inativas por 2 anos ou mais. 1.Cios irregulares podem variar do anestro completo (ausência de cio) a um período de cio excessivamente prolongado. Freqüentemente, as éguas que não apresentam cios aparentes estão, na realidade, tendo "cios silenciosos". Reprodução dos Cavalos 145 Esses podem ser detectados por um exame veterinário da cérvix. Cios prolon- gados, na maioria das vezes, ocorrem no início da estação de monta (de janeiro a março.) e normalmente se corrigem sozinhos. Isso, às vezes, é devido a doenças nos ovários. 2. Ovulação irregular pode ocorrer, podendo resultar na liberação dos óvulos alguns dias após o cio e após a morte de qualquer esperma que possa ter sido introduzido. Às vezes, não haverá ovulação, e isso é resultado de um desenvolvimento e amadurecimento incompleto do folículo. Isso, e também um tumor no ovário podem causar um cio prolongado. Esses dois últimos problemas são mais comuns em éguas idosas. 3.Abertura incompleta da cérvix é, na maioria das vezes, resultado de uma atividade homonal reduzida ou de cicatrizes cervicais pós-parto. 4. Abortos crônicos ocorrem em éguas que habitualmente abortam suas crias com aproximadamente 60 dias. Essa é a época que o ovário passa sua responsa- bilidade de produzir progesterona (um hormônio necessário à manutenção da prenhez) para a placenta. Quando essa transferência não é feita com sucesso, ocorre o aborto. Como o feto é muito pequeno nessa época, não há evidência que ocorreu um aborto, exceto que a égua entra novamente em cio. Se uma égua foi diagnosticada prenhe, pelo menos, 3 vezes aos 40 dias, e volta a apresentar cio após 60 a 90 dias, pode-se presumir que ela tem abortos crônicos. O tratamento hormonal desse problema deve começar logo que a prenhez for detectada, e continuar até o último mês de prenhez. 5. lnfertilidade temporária enquanto em lactação ocorre com algumas éguas, assim como muitas mulheres. Quando essa condição é detectada em uma égua em particular, tratamento de rotina deve ser administrado antes do seu cio de 30 dias após o parto, para assegurar que esse cio será forte e normal. Isso envolve o uso de uma injeção de prostaglandina ou infusão uterina. 6. Falsaprenhez ou prenhez psicológica é resultado de um problema hormo- nal, e faz com que a égua aja e pareça, em todos os aspectos, prenhe. Os cios param, tanto fisica quanto fisiologicamente. Isso é normalmente devido a corpo lúteo que não desapareceu como é normal. Se a égua mantiver essa prenhez pelo tempo certo, pode apresentar um grande abdome e produzir leite. Essa condição é muito mais comum na cadela do que na égua. Ocasional- mente, a égua pode passar pelos movimentos do trabalho de parto, mas, é claro, não produz um potro. Na maioria das vezes, essas éguas começam a ter, novamente, ciclos normais. O melhor é perceber essa condição logo, e trazer a égua de volta aos ciclos normais através de um tratamento, para evitar a perda de todo um ano de criação. Felizmente, muitas dessas causas fisiológicas de infertilidade na égua repon- dem razoavelmente bem ao tratamento. Muitas éguas com atividade hormonal insuficiente podem ser estimuladas com o uso de prostaglandinas ou infusões uterinas. Prostaglandina é uma substância que dissolve o corpo lúteo, normal- mente fazendo com que a égua volte ao cio em 10 dias; também faz com que a égua prenhe aborte. As prostaglandinas são comumente usadas para encur- tar o período entre os cios das éguas. A gonadotrofina coriônica é comumente usada para ajudar no desenvolvimento dos folículos, assim como para auxiliar na ovulação. Cada caso em particular deve ser avaliado por um exame veteri- .N.do R. . No Brasil, o início é em agosto/setembro. 146 Nutrição e Reprodução nário. É importante que todas as éguas estejam em boas condições fisicas para reprodução. 7.Hipotireoidismo no cavalo não é incomum, sendo causado por baixa ativi- dade da glândula tireóide. É uma condição que em geral não é diagnosticada clinicamente. As éguas afetadas vão ter, tipicamente, excesso de peso, uma crina grande e pesada, e vão engordar com facilidade. Essas éguas têm tendência ao aguamento, mesmo se alimentando de capim. A administração de tiroxina é freqüentemente necessária para melhorar suas chances de emprenhar. Infertilidade Física 1.Infecções que se estabelecem no útero da égua quase sempre a deixam incapaz de emprenhar ou produzir um potro normal e saudável. Essas infecções em geral são causadas por bactérias normalmente encontradas no ambiente externo, mas se associam com o trato reprodutivo por contaminação. Essas infecções não são doenças venéreas propriamente ditas, pois as bactérias que as causam são apenas "oportunistas" e não necessitam dos tecidos do trato genital para sobreviver. Os estudos mostram que quase 100% das éguas pegam uma infecção no trato genital após o parto. Bactérias do meio ambiente são freqüentemente sugadas para o interior da vagina e útero pela pressão negativa criada no momen- to da expulsão do potro. A maioria das éguas livra-se dessa infecção em 7 a 14 dias. A resistência natural do tecido é surpreendentemente eficaz em evitar o estabelecimento da infecção, se o dano ao tecido não foi extenso, e os processos de cura normais ocorrem sem interferência. 2.Metrite contagiosa eqüina (MCE) é uma doença vent:rea dos cavalos alta- mente contagiosa, que causa uma infecção purulenta (que causa pus) aguda no útero da égua. É uma doença relativamente nova, identificada pela primeira vez na Inglaterra em 1977. A doença já foi encontrada na Irlanda, Austrália, França e Estados Unidos (Kentucky) e tem restringido o movimento dos cavalos entre esses países. Essa é uma das únicas doenças dos cavalos quesão conside- radas doenças venéreas. A outra é o exantema coital dos eqüinos, uma doença esporádica causada por um herpes vírus que provoca o aparecimento de peque- nas vesículas (bolhaS') que saram em 7 a 10 dias sem complicações. A bactéria que causa MCE é, na maioria das vezes, introduzida na égua no momento da cobertura, mas pode ser propagada pelos humanos. Apesar do garanhão tornar-se infectado, não apresenta sintomas clínicos, porém fre- qüentemente age como transmissor da doença. Algumas éguas, sem sintomas, podem tomar-se transmissoras crônicas. Quando a bactéria infecta o revestimento do útero, um corrimento denso e, às vezes, profuso é observado, vindo do útero. Algumas infecções podem se limitar à volva, e não se notará corrimento. A duração da doença é, normal- mente, de 10 a 14 dias em éguas tratadas e não tratadas, mas as não tratadas freqüentemente se tomam transmissoras. Apesar da bactéria ser sensível a vários antibióticos diferentes e, apesar da doença ser facilmente tratada no garanhão, o tratamento das éguas é menos confiável. Testes laboratoriais são usados para confirmar o diagnóstico. Os casos de MCE devem ser comunicados às autoridades estaduais e federais apropriadas. ReprodUção dos Cavalos 147 3. Uma retenção de placenta e cobrir a égua no cio do potro são os dois fatores que mais predispõe o estabelecimento de uma infecção uterina após o parto. A retenção de placenta é geralmente devido a uma infecção pequena, anterior ao parto. Nutrição imprópria pode também ser um fator. O potro pode ou não estar doente ao nascer. Quando a placenta é retida por mais de 8 horas, deve-se procurar o veterinário. Ela deve ser removida em 24 horas e tratamento apropriado é essencial para prevenir o estabelecimento de uma infecção e até a possível morte da égua. Mortes após complicações de retenção de placenta são acontecimentos freqüentes todos os anos. 4. Pneumovagina nas éguas é outro fator que predispõe a infecções. A condi- ção resulta de um afundamento do ânus que faz com que a vulva seja protegida, permitindo que o ar seja sugado pela vagina. Isso pode ser devido à má confor- mação ou às más condições. É muito comum no Puro-Sangue Inglês. A irritação constante que ocorre supera a resistência dos tecidos e abre caminho para as infecções. Essa irritação pode também produzir uma reação química desfavo- rável com os fluidos do trato genital, encurtando, assim, a vida dos esperma- tozóides. A inseminação artificial é benéfica em algumas dessas éguas, pois, permite ultrapassar o local do distúrbio químico, se uma infecção ainda não se instalou no útero. Isso é especialmente verdadeiro para as éguas que sugam ar somente quando estão no cio. Uma cirurgia razoavelmente simples vai, normalmente, evitar a pneumovagina e pode acrescentar anos de produtividade às éguas afetadas. Essa cirurgia é a "operação de Caslick", que consiste em fechar o terço superior da vulva com suturas. 5. O garanhão também pode ser um fator na passagem de infecções de uma égua para outra. Isso acontece normalmente apenas por meios mecânicos. Para ocorrer esse contágio, geralmente é necessário que o garanhão cubra primeiro uma égua infectada, e então dentro de 24 horas, cubra outra égua, introduzindo nela essa infecção. O garanhão raramente desenvolve a infecção, apesar de ser possível. Garanhões adultos (com mais de 5 anos de idade) parecem bem resistentes a infecções, mas os jovens, de 2 anos de idade, parecem mais suscetíveis. Se um garanhão possui uma infecção ativa, freqüentemente não a passa para as éguas, mas isso também é possível. Quando ele tem uma infecção, raramente consegue emprenhar uma égua. Algumas das outras fontes comuns de contaminação mecãoica que levam a infecção são: pouca higiene na cobertura, técnicas de coleta de material anti-higiênicas, o uso de instrumentos vaginais contaminados, e procedimento ultrapassado de alguns "cavaleiros" de "abrir" uma égua. Deve-se ter em mente que nem todas as infecções são óbvias, e o corrimento vaginal nem sempre acompanha uma infecção. O ciclo estral de uma égua infectada é geralmente bem regular, mas ela não emprenha após repetidas coberturas. Abortos precoces (60 a 120 dias) podem ocorrer numa égua que subitamente volta ao cio, após 2 ou 4 meses de anestro (ausência de cio). Freqüentemente a cria abortada não é encontrada e nenhum corrimento é notado. Apesar das infecções geralmente impedirem a prenhez, em alguns casos, ela é levada a termo, apenas para dar a luz um potro morto ou gravemente" doente. A cobertura é raramente, se é que alguma vez o é, recomendada no caso de uma infecção conhecida. Uma cultura cervical ou uterina é a única técnica para se diagnosticar uma infecção. Algumas éguas podem apresentar um corrimento acentuado que pode 148 Nutrição e Reprodução ser apenas inflamatório, sem bactérias presentes. Por outro lado, éguas que podem parecer "limpas" podem apresentar uma infecção extensa. O procedi- mento da cultura envolve tirar uma amostra estéril da cérvix ou útero da égua quando está em pleno cio, e semear num meio de cultura. Se houver bactérias presentes, o diagnóstico pode ser confirmado, e os antibióticos mais eficazes podem ser selecionados por um antibiograma. Atualmente, os veteri- nários estão revendo a importância desses achados de cultura. MINIMIZANDO INFECÇÕES UTERINAS 1.Utilize boa higiene de cobertura. 2. Evite a cobertura no cio do potro. Em nenhuma outra época a resistência da égua está tão baixa quanto nessa. Freqüentemente leva de 10 a 14 dias para uma égua se livrar de sua infecção leve pós-parto. O útero realiza muitas contrações nessa época. Se a cobertura no cio do potro for necessária por causa do fator tempo, peça a um veterinário de eqüinos um exame pré-cobertura e uma cultura. 3. Antes da cobertura, faça cultura de todas as éguas que retiveram a placenta por mais de 8 horas, tiveram qualquer corrimento vaginal, foram cobertas em um ou mais cios normais, mas não emprenharam (mesmo éguas virgens podem estar infectadas) que são estranhas ou de outro estábulo. Faça cultura de todas as éguas de fora. Deve-se frisar que as infecções são dificeis de eliminar, mesmo com trata- mento extensivo e persistente, e tornam-se mais dificeis quanto mais se demorar a tratá-Ias.O criador deve estar ciente desse problema e fazer todos os esforços para prevenir sua ocorrência, através de um manejo apropriado, boa higiene de cobertura, e assistência veterinária de rotina. Útero in/àntil é o resultado de uma insuficiência glandular. Os ovários são geralmente pequenos e o útero tem apenas uma fração do seu tamanho normal. Esses animais ocasionalmente vão ter desenvolvimento ovariano suficiente para terem ciclos estrais, mas não vão conceber. Essa é uma causa de esterilidade permanente, com poucas exceções. O problema é diagnosticado em um exame fisico realizado pelo veterinário. Restrição cervical pode ser resultado de cicatrizes e adesões que, na maioria das vezes, ocorrem após um parto dificil. Essa condição é dificil de tratar efetivamente e, com freqüência, resulta em esterilidade permanente. INFERTILIDADE NO GARANHÃo Como regra geral, a infertilidade no garanhão torna-se um problema evidente quando todas ou a maioria das éguas cobertas voltam ao cio e não estão prenhas. Isso não é tão evidente quando o garanhão está cobrindo apenas poucas éguas. Causas 1.Más condições gerais devido à nutrição inadequada, parasitismo e doenças podem prejudicar a fertilidade. Também exaustio f\S\c<le me\\u\, devido ~ Reprodução dos Cavalos 149 preocupação com cobertura e uso excessivo como rufião podem resultar em baixa qualidade de esperma. 2. Falta de desenvolvimento testicular é geralmente um problema congênito, mas pode ser o resultado de deficiências nutricionais precoces ou doenças com febre alta. Ocasionalmente, o tratamento hormonal é eficaz. 3. Degeneração testicular pode resultar de injúrias diretas ou infecções locais. Tratamento para infecções pode ser eficaz se o dano nos testículos não é extenso. 4. Masturbaçãoé um hábito que o garanhão pode desenvolver, sendo uma causa comum para a diminuição da fertilidade. Ele faz isso esfregando o pênis contra o abdome, resultando numa ejaculação. Freqüentemente, essa atividade é praticada à noite e não é observada pelo proprietário. Exercício insuficiente pode predispor à masturbação. Essa condição é melhor tratada usando um anel de plástico no pênis do garanhão. O anel é colocado no pênis relaxado, ajustando-se bem, mas não muito apertado. O exame e cuidados freqüentes com o anel são necessários para evitar causar danos ao pênis. 5. Ejaculação inadequada é uma causa comum de infertilidade. É um problema que ocorre quando o garanhão faz uma cobertura normal, mas não ejacula, e geralmente não é observada a cauda "abanando". A melhor maneira de se determinar se isso está ocorrendo é examinar microscopicamente um pouco dos fluidos que são coletados do pênis do garanhão, após a cobertura, quando ele desmonta. Se não houver espermatozóides presentes nesse fluido, é impro- vável que o garanhão tenha uma ejaculação normal. Se isso for verdade,' o animal estará pronto para realizar outra cobertura em apenas poucos minutos. Ocasionalmente, um garanhão, em particular, pode fazer três coberturas antes que ocorra uma ejaculação normal. Quando essa condição é reconhecida, um exame do fluido após a cobertura deve ser realizado rotineiramente, e as éguas cobertas novamente, se necessário. Isso normalmente melhora a taxa de concep- ção do garanhão imediatamente. O estudo do sêmen pode indicar a fertilidade do garanhão, sendo usado para determinar as causas da baixa fertilidade e esterilidade. As características notadas no sêmen são a cor, densidade, motilidade, número e a forma dos espermatozóides, e contagem vivos/mortos. O fluido também é examinado em busca de células de pus. Pode-se, ainda, fazer uma cultura com o sêmen para determinar se há uma infecção bacteriana. Muitos haras fazem estudos de sêmen, rotineiros, nos seus garanhões, no início da estação de monta, e checagens rápidas, periódicas durante a estação. Os estudos mostram que a contagem de espermatozóides normal dos garanhões, no inverno, é aproxima- damente a metade da contagem durante os meses de primavera e verão. 7 " A Egua Prenhe PRENHEZ o período médio de gestação da égua é de 345 dias. Um método fácil e razoavelmente preciso para se estimar a data de nascimento do potro, é subtrair um mês da data de cobertura e somar 10 dias (por exemplo, se a data da cobertura é 15 de maio, a data do nascimento será 15 de abril mais 10 dias, o que será 25 de abril). Um potro nascido 3 semanas da data prevista, normalmente mostrará sinais de prematurid:Jde. Não é incomum que éguas esperem potros normais por 13 meses. Montando a Égua Prenhe Urna égua normal e saudável pode ser usada para a maioria das atividades eqüinas regulares até por volta das últimas 8 a 10 semanas. Passadas esta época, a maioria das éguas se cansam facilmente. Muita atividade pode causar um estresse significante. Saltar, correr e cavalgadas vigorosas devem ser suspensas quando a égua ainda tem 4 meses pela frente. O potro está bem protegido dentro da égua, sendo muito dificil causar um aborto por alguma força externa, corno um chute. Isso é especialmente verdadeiro durante os primeiros meses. Éguas que têm repentinamente perdido seus potros durante a prenhez, não devem ser submetidas a atividades que exigem força, especialmente entre SOe 70 dias. Esse é, geralmente, um período crítico porque a responsabilidade hormonal de manter a prenhez é transferida do ovário para a placenta, no útero. Não exercitar demais ou estressar uma égua prenhe é somente urna questão de bom senso. Sintomas de Prenhez Éguas prenhes geralmente não entram novamente no cio, embora estudos tenham descoberto que cerca de 17% das éguas prenhes mostram sinais de A Égua Prenhe 151 cio. Isso é mais comum em éguas esperando seu primeiro potro. Geralmente, esse "falso cio" será um período anormal, não durando mais que 24 horas. Seuma cobertura for tentada, a égua, na maioria das vezes, se mostrará receptiva até o último momento, e então, resistirá vigorosamente. Se a cobertura for forçada nessa época, é possível causar um aborto. É aconselhável ter certeza de que a égua está tendo um cio aparentemente normal, esperando por, pelo menos, 3 dias de cio antes de cobri-Ia novamente. * Testes de Prenhez Embora existam testes laboratoriais para ajudar a diagnosticar a prenhez da égua, um exame retal realizado por um veterinário de eqüinos, experiente, não é somente mais seguro, mas também pode ser feito mais cedo e, em geral, com mais precisão, além de ser mais barato. Isso pode ser feito qualquer época passados 35 dias da cobertura. ULTRA-SOM A prenhez pode ser detectada na égua, por volta de 18 a 20 dias, usando-se ultra-som. Gêmeos podem ser detectados e abortados, usando-se prostaglandina. A incidência normal de gêmeos é de cerca de 8%. Esse equipamento é muito caro e limitado principalmente à prática de grandes haras. TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO Em gado é possível fazer com que uma vaca produza vários ovos férteis que podem ser implantados em outros animais, possibilitando, assim, conse- guir-se várias crias de touros e vacas muito desejáveis em dado ano. Atualmente, os registros de criação permitem apenas um registro por égua, cada ano; dessa forma, o interesse atual em transferência de embrião está limitado. Apesar disso, temos o nascimento de um potro Puro-Sangue Inglês, saudável, de uma mula que substituiu a mãe, registrado. Sintomas do Meio da Gravidez Quando a égua está aproximadamente no 7? mês de prenhez, O potro pode começar a "descer", fazendo com que o baixo ventre tome uma aparência .O primeiro "cio falso" ocorre no tempo normal, previsto para o próximo cio - aproximadamente 16 ou 18 dias depois. É impossível determinar fisicamente que é um cio falso no curto período que a égua está "entrando no cio". Quando examinada por um veterinário, ela pode mostrar todas as evidências de estar em um cio verdadeiro, com a cérvix relaxada e até um folículo se desenvolvendo no ovário, e ainda assim, estar prenhe. Como é necessário que a égua esteja aproximadamente no 35? dia da prenhez antes que um exame reta! por um veterinário possa determinar prenhez positiva, é sensato não ficar ansioso demais para cruzá-lo novamente no início desse período. Novas técnicas de determinar prenhez, mais cedo, na égua podem mudar essa situação.
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