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Direito Penal I | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 1 Lei Penal A lei penal é a fonte formal imediata do Direito Penal. Tem o papel de criar infrações penais e cominar penas. ® Apresenta em sua estrutura: Preceito primário: descrição da conduta criminosa. Preceito Secundário: apresenta a pena em abstrato. A lei penal não é proibitiva, mas sim descritiva. Isto é, não está escrito que é proibido tais condutas, mas sim que caso seja praticado determinados atos, deverá receber as respectivas consequências. ¨ Proibição indireta ® Características da lei penal: Exclusividade: somente a lei pode criar delitos e penas. Imperatividade: o seu descumprimento acarreta a imposição de pena ou de medida de segurança, tornando obrigatório o seu respeito. Generalidade: dirige-se a todas as pessoas, inclusive aos inimputáveis. Todas as pessoas que vivem sob jurisdição no Brasil. Impessoalidade: projeta os seus efeitos abstratamente a fatos futuros. Exceto em relação às leis que preveem a anistia e abolitio criminis. Anterioridade: as leis penais incriminadoras apenas podem ser aplicadas se estavam vigor quando da pratica do ilícito penal, salvo no caso de retroatividade da lei benéfica. Podem ser classificadas em: ® Incriminadoras ® Não incriminadoras: ¨ Permissivas; ¨ Exculpantes; ¨ Interpretativas; ¨ De aplicação, finais ou complementares; ¨ Diretivas ¨ Integrativas ou de extensão ® Completas ou perfeitas ® Incompletas ou imperfeitas ¨ Lei Penal em Branco A lei penal em Branco pode ser denominada de cega ou aberta. ® Espécie de lei penal cuja definição de conduta criminosa precisa de complementação. Aqui, o tipo penal, para ter aplicação necessita de complemento em seu preceito primário. Este complemento pode ser de lei ou de ato infralegal. A norma penal em branco possui duas formas: heterogênea e homogênea Direito Penal I | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 2 1. Heterogênea, própria ou em sentido estrito: O complemento vem de ato infralegal. Ou seja, o complemento tem natureza jurídica diversa e emana de órgão distinto daquele que elaborou a lei penal. Exemplo: crime envoltos a leis de drogas, utiliza-se a portaria da Anvisa para definição do que é droga. 2. Homogênea, impropria ou em sentido amplo: O complemento vem de lei, provém do mesmo órgão que elaborou a lei penal. 2.1 Homogênea homovitelina: da mesma lei ou do mesmo ramo do direito. Exemplo: art. 312 do CP, a definição de funcionário publico para fins penais é descrita no art. 327 do CP. 2.2 Homogênea heterovitelina: Ramo do direito diferente. Exemplo: art. 236 do CP, os impedimentos de casamento advêm do Código Civil. ¨ Analogia na Lei Penal Primeiro, analogia não se confunde com interpretação da lei penal. Interpretação é a tarefa mental que procura entender a vontade da lei. Busca entender o seu conteúdo e significado. A analogia cuida-se de integração ou colmotação do ordenamento jurídico. ® Integração analógica, é a aplicação, no caso não previsto em lei, de lei reguladora de caso semelhante. A analogia se apresenta em duas espécies: 1. Analogia in malam partem É aquela pela qual aplica-se ao caso omisso uma lei maléfica ao réu, disciplinadora de caso semelhante. ® Não é admitida no Direito Penal 2. Analogia in bonam partem É aquela pela qual se aplica ao caso omisso uma lei favorável ao réu, reguladora de caso semelhante. ® É possível no Direito Penal.
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