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TEORIA GERAL DO CRIME - AULA atualizado1

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TEORIA DO CRIME
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO PENAL.
1- NOÇÕES GERAIS DE DIREITO PENAL.
- O termo?
	- Direito Criminal x Direito Penal
Conceito Penal – 3 aspectos
-Sob o Aspecto formal ou estático: Dir Penal é um conjunto de normas, que qualifica comportamentos como infrações (crimes ou contravenções) define o agente e aplica leis.
-Sob o aspecto material: Direito Penal refere-se a comportamentos considerados altamente reprováveis ou danosos ao organismo social 
- sob aspecto sociológico ou dinâmico: Dir Penal é um controle Social de comportamentos desviados ao lado de outros ramos do direito (const, adm, tibut, comercial, etc.)
Sua aplicação a nível lato.
- Quando violadas as regras de condutas surge para o Estado o poder (dever) de aplicar as sanções civis ou penais.
- O que diferencia uma norma penal das demais impostas pelo Estado é a consequência jurídica – (Cominação das Penas e Medidas de segurança)
- Direito Penal aplicação subsidiária e racional: é a ultima esfera para a tutela de determinado bem jurídico. (principio da intervenção mínima).
1.1- RELAÇÕES ENTRE CRIMINOLOGIA, DIREITO PENAL E POLITICA CRIMINAL.
Criminologia : Ciência (do Ser), Como método experimental e indutivo, de forma empírica, que estuda o crime, a pessoa do criminoso, da vitima e o comportamento social. 
Direito Penal: Ciência dogmática, que utiliza o método lógico, abstrato e dedutivo com objetivo de estudo da lei penal.
Politica Criminal: É a ciência com índole critica e reflexiva, que a partir da informações empíricas, busca traçar estratégias e criar opções para utilização dos instrumentos penais como forma de redução da violência. Serve como ponte entre a criminologia e o direito penal. 
	Ciências Penais	Ciências Penais	Ciências Penais	Ciências Penais
	 	Direito Penal	Criminologia	Politica Criminal
	finalidade	Analisa fatos humanos indesejados, definem quais são infrações penais	estuda o crime, a pessoa do criminoso, da vitima e o comportamento social.	traçar estratégias e criar opções para utilização dos instrumentos penais como forma de redução da violência
	objeto	Crime quanto Norma	Crime quanto fato	Crime quanto valor
	exemplo	Direito Penal define o crime de Homicídio	A criminologia estuda o fenômeno do homicídio, o agente, a vitima e o comportamento da sociedade	Estuda as formas de diminuir o homicídio
1.2 DIREITO PENAL OBJETIVO E SUBJETIVO 
 - Direito Penal Objetivo ou (ius poenale)- Traduz o conjunto de leis penais em vigor, no País, devendo observar a legalidade.
- Direito Penal Subjetivo (ius puniendi) refere-se ao direito de punir do Estado (produzir e fazer cumprir suas normas)
	-subjetivo Positivo: Conferida ao Estado a capacidade de criar e executar normas penais
	- subjetivo negativo: faculdade de derrogar preceitos penais, ou alcance das figuras delitivas (STF- ADI)
Poder do Estado Não é condicional: encontra limites: Modo, Espaço e Tempo
Modo: Observação dos limites aos princípios constitucionais e garantias fundamentais.
Espaço: Aplica-se a lei penal somente a fatos praticados no território brasileiro, prova da nossa soberania.
Tempo: O direito de punir não é eterno, sendo limitado pelo instituto da prescrição.
 
FONTES DO DIREITO PENAL
1 - FONTES DO DIREITO PENAL
Fontes do Direito, portanto, designam tanto os modos de elaboração quanto os de revelação da norma jurídica. A palavra fonte remete à ideia de origem, de gênese, de nascedouro, de surgimento. Daí podemos extrair o conceito de fonte utilizado no Direito: Fonte é o órgão de onde provém o Direito e a origem das normas jurídicas.
1.1 Fonte Material: É a fonte de produção da norma, é o órgão encarregado da criação do direito Penal.
Previsão constitucional: fonte material é a UNIÃO (art.22, I, CF/88)
Exceção: Estados-membros através de lei complementar(art22, § único, CF/88).
1.2 Fonte Formal do Direito Penal: Trata-se do instrumento de exteriorização do Direito Penal, É a fonte de conhecimento:
	Classificadas em: imediatas (direta) e mediatas (indiretas)
Formal Imediatas: Lei – única forma do direito penal
Formal Mediata: Abrange os costumes e os princípios gerais de direito.
A LUZ DA DOUTRINA MODERNA:
Fonte formais Imediatas: Leis, CF (crime de racismo, crimes hediondos), Tratados e convenções, jurisprudência, princípios, complementos da norma penal em branco.
Fonte formais Mediatas: A doutrina
1.3 FONTE INFORMAL (COTUMES): São comportamentos uniformes (elemento objetivo) e constantes pela convicção de sua obrigatoriedade (elemento subjetivo)
- é vedado o costume incriminador, só lei pode incriminalizar.
- na ausência da lei os costumes não podem dar vida a novas figuras incriminadoras
- Costumes não revogam infrações penais.
	Ex: jogo do bicho, contravenção decreto-lei 3688/41, art 50. Só pode ser revogado por outra lei
-Finalidade dos Costumes: importante vetor de interpretação das normas penais, atuando dentro dos limites do tipo penal incriminador. Ex 155,§1º, CP. (repouso noturno)
CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO DA LEI PENAL
Exclusividade: Somente a Lei define infrações e cominações penais;
Imperatividade: Imposta a todos, independente da vontade de cada um;
Generalidade: Todos devem acatar a lei penal, mesmos os inimputáveis
Impessoalidade: dirige-se a fatos futuros e não a pessoas, imposta a todos.
Classificação:
Lei Penal incriminadora: Define as infrações penais e cominam as sanções que são inerentes. (preceito primário: tipo penal; preceito secundário: sanção aplicável)
Lei Penal não incriminadora: Denominada de lei penal em sentido amplo:
- não tem finalidade de criar condutas puníveis e nem cominar sanções.
SUBDIVIDI-SE EM :
Permissivas (justificante ou exculpante)
Permissiva justificante: Quando excluem a antijuricidade (legitima defesa, art. 25, CP)
Permissiva Exculpante: quando excluem a culpabilidade (Embriaguez acidental completa (art.28§1º, CP)
Explicativa ou Interpretativa: se destina esclarecer o conteúdo da norma ( art. 327,CP, traz conceito de funcionário publico)
Complementar: Função de Delimitar a aplicação das leis incriminadoras ( art. 5, CP – que dispões da aplicação da lei penal no território brasileiro.
Leis de extensão ou integrativas: Utilizada para viabilizar a tipicidade de alguns fatos ( art. 14, II e o art. 29 do CP) Tentativa e a participação. Seriam condutas atípicas não fosse tais normas.
 
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
1 . CONCEITO: Tem por finalidade buscar o alcance e exato significado da norma penal.
- feita por um sujeito empregando determinado modo para chegar a um resultado.
A) QUANTO AO SUJEITO: 
Autêntica ou legislativa – feita pelo próprio órgão encarregado da elaboração do texto.
	- Contextual: quando feita dentro de um dos seus dispositivos esclarecendo determinado assunto - ex.: conceito de funcionário público existente no art. 327.
	- Posterior: quando a lei interpretadora entra em vigor depois do objeto a ser interpretado.
	 - A lei interpretativa tem efeito ex tunc uma vez que apenas esclarece o sentido da lei.
Doutrinária ou científica – é feita pelos estudiosos, professores e autores de obras de direito, através de seus livros, artigos, conferências, palestras etc. (não observância obrigatória).
	Jurisprudencial ou Judicial – é feita pelos tribunais e juízes em seus julgamentos de acordo com os casos concretos 	- podendo adquirir caráter vinculante
B) QUANTO AO MODO:
Gramatical, filológica ou literal: leva em conta o sentido literal das palavras contidas na lei.
Teleológica:– se refere à intenção objetivada pela lei (exemplo: proibir a entrada de acessórios de celular, mesmo que a lei se refira apenas ao aparelho);
 histórica – indaga a origem da lei; fundamentos da sua criação.
 sistemática –  interpretação em conjunto com a legislação em vigor e com os princípios gerais do direito;
progressiva ou evolutiva- busca o significado legal de acordo com o progresso da ciência. Ex: lei, maria da penha ( transexuais)
Lógica: Se baseia na razão para encontrar o sentindo da lei.
C) QUANTO AO RESULTADO:
 declarativa– quando se conclui que a letra da lei corresponde exatamente àquilo que o legislador quis dizer.
restritiva – quando se conclui que o texto legal abrangeu mais do que queria o legislador (por isso a interpretação irá restringir seu alcance).
Por exemplo, o artigo 28, I e II, determina que a emoção, a paixão ou a embriaguez voluntária ou culposa não excluem a imputabilidade, respondendo o sujeito pelo crime praticado.
Esse artigo deve ser interpretado restritivamente, somente persistindo a imputabilidade, caso esses estados não sejam considerados patológicos. Afinal, se forem patológicos, aplicar-se-á o artigo 26 e não o 28.
extensiva – quando se conclui que o texto da lei ficou aquém da intenção do legislador (por isso a interpretação irá ampliar sua aplicação).
Um exemplo é o artigo 235 do CP, que incrimina a bigamia. Seria ridículo que fosse proibido casar-se duas vezes, mas fosse permitido casar-se três. Assim, entende-se, através da interpretação extensiva, que o artigo abrange também a poligamia.
2 INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA
- Se da Quando o interprete amplia o significado de uma palavra, para alcançar o real significado da norma.
É possível aplicar a interpretação extensiva em relação ao réu?
1ª corrente prevalece (Guilherme Nucci e Luiz Regis Prado)- é possível, não importando se irá beneficiar ou prejudicar o réu, pois sua utilização tem por finalidade evitar a injustiça. Sustentam, ainda, que a interpretação extensiva não está vedada pela Constituição Federal;
2º corrente (Luiz Flávio Gomes e Defensoria Pública)- em respeito ao princípio do in dubio pro reo, o juiz não pode se utilizar da interpretação extensiva em hipótese que prejudica o réu. Esse argumento é baseado no que prevê o art. 22, § 2ª, do Estatuto de Roma: "A previsão de um crime será estabelecida de forma precisa e não será permitido o recurso à analogia. Em caso de ambiguidade, será interpretada a favor da pessoa objeto de inquérito, acusada ou condenada");
Conclusão: Por se tratar de matéria controversa na doutrina, não é habitual a sua cobrança em questões objetivas. Pode ser abordada, entretanto, em questões discursivas, para que se exponham as posições e suas respectivas fundamentações e argumentos jurídicos.
3 INTERPRETAÇÃO ANALOGICA: 
O legislador utiliza a técnica de, após a enumeração de hipóteses de aplicação da norma, abrir a possibilidade de sua aplicação em situações semelhantes, por meio de uma fórmula mais genérica.
- Chamada de intra legem
-  fornece exemplos que quer regular de forma genérica, permitindo ao juiz encontrar outras hipóteses para ser abrangido no dispositivo.
Ex 121, §2º, I, CP – parte genérica (outro motivo torpe)
Ex Art 146 (Constrangimento Ilegal) – caput (“qualquer outro meio”)
 Art 171 (Estelionato) – caput (“qualquer outro meio fraudulento”)
- o resultado que se busca é extraído do próprio dispositivo.
ANÁLISE: Interpretação extensiva é gênero: 
 -interpretação extensiva em sentido estrito: não fornece um padrão, deixa a cargo do interprete.
 - interpretação analógica: traz formas casuísticas e genéricas
4 INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL (ANALOGIA): 
Busca suprir as lacunas da lei com utilização de normas que regulam situação com algumas semelhanças.
Como visto, por aumentar o âmbito de aplicação da norma penal, a analogia não pode ser utilizada para normas penais incriminadoras. Assim, só se admite analogia in bonam partem, ou seja, para beneficiar o réu.
- Não existe Lei a ser aplicada ao caso concreto.
- vem do latim “ubi eadem ratio ibi idem jus” – onde houver o mesmo fundamento haverá o mesmo direito.
- o interprete tenta suprir a lacuna (vazio)
- forma de integração com elementos do próprio direito.
Exemplificando:
1) O legislador, através da lei A, regulou o fato B; o julgador precisa decidir o fato C.
2) procura e não encontra no direito positivo uma lei adequada a este fato.
3) percebe, porém, que há pontos de semelhança entre o fato B (regulado) e o fato C (não regulado).
4) então, através da analogia, aplica ao fato C a lei A.
5) é forma de integração da lei penal e não forma de interpretação.
Requisistos para ANALOGIA:
Certeza de que sua aplicação será favorável ao reú (in bonam partem)
Existência de uma efetiva lacuna legal a ser preenchida. (mera omissão involuntária) 
 
Classificação ANALOGIA
i) Legal ou legis – o caso é regido por outra norma reguladora de hipótese semelhante.
ii) Jurídica ou juris – a hipótese é regulada por princípio geral do direito para suprir a inexistência da norma aplicavel
iii) “In bonam partem” – a analogia é empregada em benefício do agente.
iv) “In malam partem” – a analogia é empregada em prejuízo do agente.
	Interpretação Extensiva	Interpretação analógica	Analogia
	É a forma de interpretação	É a forma de interpretação	É a forma de integração do direito
	Existe norma para o caso concreto	Existe norma para o caso concreto	Não Existe norma para o caso concreto
	Amplia-se o alcance da palavra	Utiliza-se de exemplos seguidos de uma formula genérica para alcançar outras	Cria-se nova norma a partir de outra (analogia legis) ou do todo do ordenamento jurídico (analogia iuris)
	É possível sua aplicação no direito Penal, in bonam ou in malam partem	É possível sua aplicação no direito Penal, in bonam ou in malam partem	É possível sua aplicação no direito Penal somente in bonam partem
QUADRO COMPARATIVO
LEI PENAL EM BRANCO
QUE SÃO NORMAS PENAIS EM BRANCO? 
Normas penais em branco são normas que precisam de complemento para sua eficácia e aplicabilidade plena. 
Lembre que preceito primário é o dispositivo que faz menção a conduta 
Preceito secundário é aquele que comina sanção à conduta.
QUAL A IMPORTÂNCIA DAS NORMAS PENAIS INCOMPLETAS? 
As normas penais em branco e as de tipo aberto são de grande importância ao mundo jurídico a fim de permitir que as leis acompanhem a dinâmica social.
AS NORMAS PENAIS EM BRANCO PODEM SER: 
1. Homogêneas ou Impróprias ou em sentido amplo: O complemento do preceito primário advém da mesma espécie legislativa e do mesmo órgão da norma incompleta. Podendo ser: 
 
1.1. Homovitelineas: o tipo penal em branco e o complemento estão na mesma lei. Ex: Art. 312, CP c/c art 327, CP. (Lei penal x lei penal) 
1.2. Heterovitelineas: o tipo penal e o complemento estão em leis distintas. Ex: Art. 235, 236, 237 CP, o casamento está no 1521 CC. (lei penal x lei civil) 
 
2 Heterogêneas ou Próprias ou em sentido estrito: São normas em que o complemento do preceito primário advém de outra espécie legislativa, que não a lei. LEI + ATO NORMATIVO DIVERSO
Ex.: o art. 33 da Lei 11.343/06, lei oriunda do CN e a Resolução da ANVISA indica as substâncias (atualmente é a Resolução n. 178/2002).
3) revés, invertidas, ao avesso ou inversas: ocorre quando o preceito primário, a descrição da conduta, é completo, mas falta preceito secundário (que dispõe sobre a sanção penal). 
Ex: art. 158, § 3º, do CP, que trata da extorsão: “§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, respectivamente.”. 
- Veja que, no caso de morte ou lesão corporal grave, o parágrafo terceiro não traz pena para as condutas, mas faz remissão a outro dispositivo: o art. 159, §§ 2º e 3º.
RETROATIVIDADE DE NORMA PENAL EM BRANCO: há três correntes. 
1ª corrente: a alteração benéfica na norma penal em branco homogênea retroage. Quando se tratar de norma penal em branco heterogênea, a alteração só retroage se a norma não se reveste de caráter transitório e for benéfica (Alberto Silva Franco e STF). 
2ª corrente: a alteração benéfica do complemento da norma penal em branco, seja homogênea ou heterogênea, retroage, obedecendo o primado Constitucional (Paulo José da Costa Jr). 
3ª corrente: a alteração, mesmo que benéfica, não retroage, seja homogênea ou heterogênea,pois a norma principal não é revogada com a simples alteração do complemento (Frederico Marques).
ANTERIORIDADE DA LEI PENAL
O “Princípio da Anterioridade da Lei Penal' só se aplica aos fatos praticados após sua vigência. 
 
- Do Princípio da Anterioridade surgem o Princípio da Irretroatividade Penal e o Princípio da Retroatividade Benéfica Penal.
 
- Anterioridade da Lei Penal está garantido na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º inciso XXXIX: 
“Não há crime sem lei ANTERIOR que o defina, nem pena sem PRÉVIA cominação legal.”
 
- E art. 1º do CP “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.”
 
- O princípio da anterioridade da lei penal se uni ao princípio da legalidade que compõe o princípios da reserva legal, ou seja, nenhuma pena poderá ser aplicada se não houver sanção pré-existente e correspondente ao fato.
LEI PENAL NO TEMPO.
EFICÁCIA DA LEI PENAL NO TEMPO.
- Como decorrência do princípio da legalidade, aplica-se em regra, a lei penal vigente ao tempo da realização do fato criminoso ( tempus regit actum).
- A lei penal, para produzir efeitos ao caso concreto, deve ser editada antes da aplicação prática da conduta que busca incriminalizar.
- EXCEPCIONALMENTE: será permitida a retroatividade da lei penal para alcançar fatos desde que seja para beneficiar o réu. (art 2º § único do CP e art 5º XL, CF)
- Essa possibilidade da lei se movimentar no tempo (para benéficar o réu) = Extratividade. Tendo duas espécies:
- A retroatividade, capacidade que a lei penal tem de ser aplicada a fatos praticados antes de sua vigência.
- ultra-atividade, que representa a possibilidade de aplicabilidade da lei penal, mesmo após sua revogação ou cessão de efeitos.
ESQUEMA:
Lei Penal Branda sucede Lei Mais gravosa: Se a lei penal benéfica é retroativa, significa que a leis mais gravosa na época do fato não subsistirá com seus efeitos após a perda de sua vigência (não é ultra-ativa) 
Lei Gravosa sucede Lei branda: Se apenas a lei que favorece o individuo é retroativa, a que agrava não é. (regra da irretroatividade da lex gravior). Porém se a lei mais gravosa não pode retroagir, a lei mais branda anterior vai continuar irradiando efeitos aos fatos quando de sua vigência, mesmo já sendo revogada. (lex mitior). (É ultra-ativa) 
TEMPO DO CRIME
Para a correta e justa aplicação da lei penal é imprescindível definir o tempo do crime. (quando um crime se considera praticado).
Art. 4º do CP. Adotou a teoria da Atividade. 
“considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o resultado”
Ex: menor dispara arma de fogo com idade inferior aos 18 anos e a vitima morre quando o agente já tinha completado a maioridade. Aqui resta o menor a pratica de ato infracional ( ECA).
Existem três teorias a respeito do tempo do crime:
a) Teoria da atividade
b) Teoria do resultado
c) Teoria mista
A teoria da atividade fixa o tempo do crime no momento em que o agente executa a conduta criminosa.
A teoria do resultado (do evento, ou do efeito) considera que tempo do crime é o momento do seu resultado.
A teoria mista (ou da ubiquidade) determina que o tempo do crime é tanto a data da conduta como a data do resultado.
 
OBS: CÓDIGO PENAL ADOTOU A TEORIA DA ATIVIDADE – art. 4º CP
Observação importantes
 No crime permanente em que a conduta se tenha iniciado sob a vigência de uma lei, prosseguindo sob o império de outra, aplica-se a lei nova, ainda que mais severa. 
Por exemplo: “A” sequestra a vítima com o fim de obter certa soma em dinheiro como preço do resgate. Alguns dias depois do sequestro, entra em vigor nova lei aumentando a pena do art. 159 do CP. Se por ocasião da vigência dessa nova lei a vítima ainda estiver sob o domínio do sequestrador, aplica-se a nova lei; se, porém, já tiver sido libertada, aplica-se a lei anterior, que é mais benéfica. 
SÚMULA 711 DO STF. A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME PERMANENTE, SE A SUA VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO DA CONTINUIDADE OU DA PERMANÊNCIA.
 Exercício.
1° momento: sequestro (lei mais branda) e 2° momento: permanência no crime (lei mais grave) e 3° momento: libertação da vítima (lei mais grave).
Nesse caso, pode-se utilizar da lex gravior?
Sim, isso porque o crime ainda estava acontecendo quando a lei mais grave entrou em vigor. Ou seja, a vigência da lei mais grave é anterior a cessação da permanência.
SUCESSÃO DE LEI INCRIMINADORA
NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA: é a lei que não existia no momento da prática da conduta e que passa a considerar como delito ação ou omissão.
NOVATIO LEGIS IN PEJUS: a nova lei que a qualquer modo prejudica o réu (lex gravior) irretroativa – devendo ser aplicada a lei vigente ao tempo do crime.
- trata-se como hipótese da primeira. – observa o principio da anterioridade e legalidade.
ABOLITIO CRIMINIS: trata-se de revogação de um tipo penal pela superveniência de lei descriminalizadora. Art 2º, caput, CP.
Ex: crime de adultério (Anterior 240, CP – revogado pela lei 11.106/05)
Efeitos: são extintos os efeitos penais (pena, reincidência, rol de culpados) -// extrapenais ( 91 e 92 do CP) são mantidos: ex: obrigação de indenizar.
NOVATIO LEGIS IN MELLIUS: trata-se de nova lei que de qualquer modo beneficia o réu (lex mitior) art 2º, § único.
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE NORMATIVO – TÍPICA:
Significa a manutenção do caráter proibido da conduta, porem com o deslocamento de conteúdo criminoso para outro tipo penal – a intenção que a conduta permaneça criminosa. 
Exemplo: o crime de atentado violento ao pudor (CP, art. 214), o qual passou a ter continuidade normativa no art. 213 do CP. 
	Tempo de realização do ato	Lei posterior	Fenômeno da ir(retroatividade)
	Fato atípico	Torna o fato típico 	Lei incriminadora – irretroatividade art 1ª
	Fato típico	Mantém o fato típico, mas de qualquer modo prejudica o réu	Novatio legis in pejus – irretroatividade – art1º
	Fato típico	Supressão da figura criminosa	Abolitio criminis – retroatividade art 2º
	Fato típico	Mantém o fato típico, mas de qualquer modo favorece o réu	Novatio legis in melliu – retroatividade – art 2º, §ºunico
	Fato típico	O conteúdo típico migra para outro tipo penal	Principio da continuidade – normativo –tipica.
LEI TEMPORARIA E LEI EXCPCIONAL.
 
São normas penais criadas para regular situações transitórias em que a lei hodierna é incapaz de garantir à sociedade. 
Nas leis excepcionais temos apenas o prazo de início da vigência da norma, perdurando a lei até o momento em que perdurar a excepcionalidade que a originou (calamidade, epidemia...).
 Já nas leis temporárias há fixação de prazo certo de início e fim da vigência da norma, expressamente. 
(As leis temporárias e excepcionais são AUTORREVOGÁVEIS e ULTRATIVAS) Ex. Normas sobre proibição de importação de determinados produtos são normas temporárias. 
Ex: Se o agente praticou um delito durante o prazo de vigência de lei excepcional este será julgado observando os seus parâmetros, mesmo que no momento do julgamento a lei não esteja mais vigente. Assim, caso o agente pratique ilícito excepcional em 2000 e em 2005 vem a ser capturado e julgado, deve ser observada a lei excepcional, mesmo que ela não esteja mais em vigor. (ultratividade).
LUGAR DO CRIME: 
Essa teoria é importante para os crimes de resultado à distância entre jurisdições diferentes. 
 
O código penal adota o Principio da Ubiquidade, considerando praticado o crime tanto no local da ação ou da omissão quanto do resultado do delito, ou seja, onde ele se consumou. O referido princípio traz a união da Teoria da Atividade e do Resultado. (Art. 6,CP) -  
Evita o conflito negativo de jurisdições. 
Todavia, apresenta como desvantagem o bis in idem, isto é a dupla punição pelo mesmo fato. 
Para atenuar o bis in idem, tem-se no art. 8º do CP: A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta quando diversa, ou nela é computada, quando idênticas. 
Trata-se de hipótese excepcional, em que o bis in idem serve para reforçar a soberania do nosso país. Logo, conclui-seque a vedação do bis in idem admite exceções. 
O código penal adota o Principio da Ubiquidade
ATENÇÃO
De acordo com a teoria da ubiquidade, para se aplicar a lei penal brasileira basta que um único ato executório, dos diversos realizados pela conduta criminosa, toque em nosso território ou, então, que o resultado aqui se verifique. 
Se, por exemplo, do Paraguai, um cidadão paraguaio envia pelo correio uma bomba endereçada a um cidadão argentino, passando a bomba pelo correio brasileiro, o Brasil dispõe de legitimidade para o julgamento do crime, porquanto uma parcela dos atos executórios realizou-se em nosso país. Aliás, pela teoria da ubiquidade considera-se o crime praticado nos três países. 
Importante registrar que a teoria da ubiquidade, porém, não se preocupa com os atos preparatórios nem com os realizados após o momento consumativo. 
Se, por exemplo, o criminoso ingressa no Brasil com o produto do crime, após matar um cidadão chileno, no Chile, nem assim o delito se considera praticado em nosso país. 
A aplicação da teoria da ubiquidade requer a prática de qualquer ato de execução ou consumação em território nacional. Não se pode alargá-la para abranger os atos preparatórios, pois é vedada a analogia in malam partem.
CONFLITO APARENTE DE NORMAS:
- Requisitos para configuração de conflito aparente de normas: 
a) unidade de fato; b) pluralidade de normas; c) vigência contemporânea de todas essas normas. 
1. Princípio da Especialidade: 
- A norma especial afasta a aplicação da norma geral. 
- Norma especial é a que contém todos os elementos da geral e acrescenta outros, chamados de elementos especializantes. 
2. Principio da Subsidiariedade: 
Na subsidiariedade não existem elementos especializantes, mas descrição típica de FATO Mais abrangente e mais grave. 
- Uma norma que prevê uma ofensa mais ampla ao bem jurídico afasta outra norma que prevê uma ofensa menos ampla. 
- A figura subsidiária está inserida na principal. O roubo, por exemplo, contém em seu arquétipo os crimes de furto e de ameaça ou lesão corporal. 
3. Princípio da Consunção ou Absorção: 
Fatos mais amplos e mais graves absorvem fatos menos amplos e menos graves que funcionam como fase de preparação ou de execução do crime ou como mero exaurimento.
pode-se falar em princípio da consunção nas seguintes hipóteses: i) quando um crime é meio necessário ou normal fase de preparação ou de execução de outro crime; ii) nos casos de antefato ou pós-fato impunível.
Um exemplo claro se dá entre violação de domicílio e furto praticado sobre objeto que esteja dentro de uma residência habitada. A violação de domicílio é crime consunto e o furto é crime consuntivo, absorve a violação, ante-fato impunível.
4. Principio da Alternatividade: 
Serve para solucionar conflito nos chamados tipos mistos alternativos ou crimes de ação múltipla, ou seja, aqueles que descrevem crimes de ação múltipla ou conteúdo variável.
- A alternatividade nada mais é do que a aplicação da consunção dentro do mesmo tipo penal. (Fernando Capez)
OS PRINCÍPIOS EM ESPÉCIE NO DIREITO PENAL
LEI PENAL NO ESPAÇO.

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