Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Ester Ratti ATM 25 Transporte de Substancias através da Membrana Celular GUYTON CAP. 4 ▪ A membrana celular consiste em uma barreira lipídica (bicamada lipídica) com as proteínas de transporte de membrana celular. ▪ Essa bicamada não é miscível nos líquidos intra e extracelulares. ▪ Ela serve de barreira contra moléculas de água e substancias hidrossolúveis ▪ Já as substancias lipossolúveis podem atravessá-la. PROTEÍNAS TRANSPORTADORAS PROTEÍNAS CANAIS: contém espaços aquosos por toda a extensão da molécula permitindo o livre movimento de água, bem como de íons ou moléculas selecionadas. PROTEÍNAS CARREADORAS: se ligam às moléculas ou aos íons a serem transportados e alterações estruturais nas moléculas dessas proteína s movem, então, a substancia através dos interstícios da proteína até o outro lado da membrana Essas proteínas transportadoras são seletivas ao que vão transportar através da membrana TRANSPORTE PASSIVO X ATIVO DIFUSÃO (PASSIVO): movimento molecular aleatório de substancias, molécula a molécula, através dos espaços intramoleculares da membrana ou em combinação com proteína carreadora, favorável ao gradiente de energia. A energia causadora da difusão é a energia da movimentação cinética normal da matéria TRANSPORTE ATIVO: movimento dos íons ou outras substancias, através da membrana em combinação com proteína carreadora, direção oposta ao gradiente de energia, como passando de um de baixa concentração para um de alta concentração. Esse movimento requer uma fonte de energia adicional, além da energia cinética. DIFUSÃO Movimento continuo de moléculas, umas contra as outras. Quanto maior a movimentação das moléculas, maior a temperatura (energia cinética, calor); o movimento nunca cessa a não ser na temperatura zero absoluto. Sem gasto energético e a favor do gradiente de concentração. Se mantém até que o equilíbrio seja alcançado DIFUSÃO SIMPLES: o movimento cinético das moléculas ou dos íons acontece através de abertura na membrana ou através de espaços intermoleculares, sem 2 Ester Ratti ATM 25 proteína carreadora. A intensidade da difusão é determinada pela quantidade de substância disponível, pela velocidade do movimento cinético e pelo número e tamanho das aberturas na membrana. Ela pode ocorrer através de duas vias: ➢ Pelos interstícios da bicamada lipídica ➢ Pelos canais aquosos que penetram por toda a espessura da membrana, por meio de alguma das grandes proteínas transportadoras As substâncias com alta LIPOSSOLUBILIDADE (como oxigênio, nitrogênio, CO2, gases em geral e álcool) podem se dissolver na bicamada lipídica diretamente e se difundir através da membrana plasmática. Dessa forma, a velocidade de difusão através da membrana é diretamente proporcional a lipossolubilidade. Muitas das membranas celulares do corpo contém CANAIS PROTEICOS para a difusão de moléculas de agua (AQUAPORINAS , que são altamente especializadas) e outras moléculas insolúveis em lipídios/ HIDROSSOLÚVEIS (passam por CANAIS DE POROS, a medida que suas dimensões aumentam, sua penetração diminui, por isso precisam ser hidrossolúveis e suficientemente pequenas) DIFUSÃO PELOS CANAIS PROTEICOS: os poros são compostos de proteínas integrais da membrana celular que formam tubos através da membrana que ficam sempre abertos. No entanto, o diâmetro do poro e sua carga elétrica fornecem seletividade que permite a passagem de somente algumas moléculas. As proteínas canais são distinguidas por 2 características importantes: ➢ Em geral, são SELETIVAMENTE PERMEÁVEIS (seletividade fornecida pelas características do canal propriamente dito, seu diâmetro, forma e a natureza das cargas elétricas e das ligações químicas ao longo de suas superfícies internas, ex: canais de potássio, sódio e cálcio) ➢ Muitos dos canais podem ser abertos ou fechados por COMPORTAS: ▪ CANAIS DEPENDENTES DE VOLTAGEM: comportas que são reguladas por sinais elétricos (variações de voltagem). Esses canais conduzem ou não conduzem corrente elétrica, ou seja, “tudo ou nada”. Abrem de estalo e, em seguida, fecham de estalo, a rapidez que isso acontece vau depender do nível do potencial de voltagem. ▪ CANAIS DEPENDENTE DE LIGANTE: comportas reguladas por sinais químicos que se ligam a proteína do canal (regulada por controle químico/ ligantes), causam alteração conformacional que ocasiona na abertura ou fechamento do canal. Ex: canal de acetilcolina envolvido na contração muscular DIFUSÃO FACILITADA Requer interação com uma proteica carreadora, ajuda a passagem da molécula por meio de ligações químicas. A difusão facilitada difere, de modo importante, da difusão simples pelo seguinte modo: apesar de a velocidade da difusão simples, através de um canal aberto, aumentar em proporção direta à concentração da substância difusora, na difusão facilitada a 3 Ester Ratti ATM 25 velocidade da difusão tende a um máximo, designado como Vmáx, à medida que a concentração da substância difusora aumenta A molécula a ser transportada entra no poro e se liga. Então, em fração de segundo, ocorre alteração conformacional ou química na proteína carreadora, de forma que o poro agora se abre para o lado oposto da membrana. Em razão da ligação do receptor ser fraca, a movimentação térmica da molécula ligada faz com que esta se separe e seja liberada no lado oposto da membrana. A velocidade, com que moléculas podem ser transportadas por esse mecanismo nunca, pode ser maior do que a velocidade, com que a molécula de proteína carreadora, pode se alterar entre suas duas conformações. Entre as várias substâncias, que atravessam a membrana das células por difusão facilitada, estão a glicose e a maioria dos aminoácidos. No caso da glicose, pelo menos 14 membros de uma família de proteínas de membrana (chamadas de GLUT) que transportam moléculas de glicose foram já descobertas em vários tecidos. Algumas de estas GLUT podem também transportar vários outros monossacarídeos com estruturas semelhantes à da glicose, incluindo a galactose e a frutose. Uma delas, a molécula transportadora de glicose 4 (GLUT4), é ativada pela insulina, que pode aumentar em 10 a 20 vezes a velocidade da difusão facilitada da glicose nos tecidos sensíveis à insulina Fatores que afetam a velocidade efetiva da difusão: ➢ A Intensidade da Difusão Efetiva é Proporcional à Diferença de Concentração através da Membrana. ➢ Efeito do Potencial Elétrico da Membrana sobre a Difusão dos Íons — O “Potencial de Nernst”. ➢ Efeito da Diferença de Pressão através da Membrana. OSMOSE A substância mais abundante que se difunde através da membrana celular é a água. Ela se difunde usualmente nas duas direções através da membrana da hemácia. Todavia, nas condições normais, a quantidade que se difunde nas duas direções é tão precisamente balanceada que o movimento efetivo da agua é zero. Dessa forma, o volume da célula permanece constante. Entretanto, sob certas circunstâncias, pode-se desenvolver diferença da concentração da água através da membrana. Quando ocorre essa diferença de concentração para a água, passa a existir um movimento efetivo de água através da membrana celular, fazendo com que a célula inche ou encolha, dependendo da direção do movimento da água. Esse processo efetivo de movimento da água causado por sua diferença de concentração é denominado osmose. 4 Ester Ratti ATM 25 PRESSÃO OSMÓTICA Quantidade de pressão necessária para interromper a osmose A pressão exercida pelas partículas em solução é determinada pelo número de partículas e não a sua massa. O fator que determina a pressão osmótica é a concentração da solução em números de partículas (concentração molar) OSMOLALIDADEExpressar a concentração da solução em termos do número de partículas, a unidade osmol é usada no lugar de gramas Osmolalidade normal do LIC e LEC é 300 miliosmois por kg de água Já OSMOLARIDADE é a concentração osmolar expressa em osmóis por litro de solução, em vez de osmóis por kg de água TRANSPORTE ATIVO Contra o gradiente de concentração, elétrico ou de pressão. Depende de proteínas carreadoras e utiliza uma fonte de energia para facilitar esse transporte. Pode ser: TRANSPORTE ATIVO PRIMÁRIO A energia usada é derivada diretamente da degradação do ATP BOMBAS BOMBA DE SÓDIO – POTÁSSIO Coloca 3 sódios para fora e 2 potássios para dentro É uma bomba eletrogênica: mantém o meio intracelular negativo e o extracelular positivo Características da proteína para o funcionamento da bomba: 1. Contém 3 locais receptores de sódio na porção que se projeta para dentro da célula 2. Contém 2 locais para ligação do potássio na porção externa 3. A porção interna tem atividade ATPase (que é ativada quando há ligação de 3 sódios e 2 potássios) Controla o volume celular: Dentro da célula, existe grande número de proteínas e de outras moléculas orgânicas que não podem sair das células. Em sua maioria, essas proteínas e outras moléculas orgânicas têm carga negativa, atraindo grande número de potássio, sódio e outros íons positivos. Todas essas moléculas e íons vão provocar a osmose de água para o interior da célula. A menos que esse processo seja interrompido, a célula vai inchar até estourar. O mecanismo normal para impedir esse resultado é o da bomba de Na+−K+. Esse mecanismo bombeia três íons Na+ para fora da célula a cada dois íons de K+ que são bombeados para o interior da célula. A membrana também é bem menos permeável aos íons e sódio do que aos íons potássio; desse modo, uma vez que os íons sódio estão do lado de fora, eles apresentam forte tendência a permanecerem ali. Portanto, esse processo representa perda real de íons para fora da célula, o que inicia a osmose da água para fora da célula. 5 Ester Ratti ATM 25 BOMBA DE CÁLCIO Esse íon é mantido em baixo nível por duas bombas: uma que está presente na membrana celular que o joga para fora; outra que está presente na membrana do REliso das células musculares e nas mitocôndrias, que bombeia esse íon para dentro BOMBA DE HIDROGÊNIO Glândulas gástricas do estomago secretam ácido clorídrico (HCl, células parietais) Túbulos renais: células intercaladas especiais nos túbulos distais finais e nos ductos coletores corticais: secretam H do sangue para a urina ENERGÉTICA DO TRANSPORTE ATIVO PRIMÁRIO: a quantidade de energia necessária para transportar ativamente é determinada pela concentração da substancia durante o transporte TRANSPORTE ATIVO SECUNDÁRIO A energia é derivada secundariamente da energia armazenada na forma de diferentes concentrações iônicas de substancias moleculares secundárias ou iônicas entre os dois lados da membrana, gerada originalmente pelo transporte ativo primário COTRANSPORTE Quando o sódio é transportado para fora da célula, por transporte ativo primário, em geral cria-se grande gradiente de concentração dos íons sódio, através da membrana celular — alta concentração fora da célula e concentração interna muito baixa. Esse gradiente representa reservatório de energia porque o excesso de sódio, do lado de fora da membrana celular, está sempre tentando se difundir para o interior. Sob condições apropriadas, essa energia da difusão do sódio pode empurrar outras substâncias, junto com o sódio, através da membrana celular. Esse fenômeno é referido como cotransporte. Para isso, é necessário um mecanismo de ligação, que é realizado por meio de outra proteína carreadora na membrana celular. O carreador, nesse caso, atua como local de ligação para o íon sódio e para a substância a ser cotransportada. Uma vez que ambos estejam ligados, o gradiente de energia do íon sódio faz com que o íon sódio e a outra substância a ser transportada entrem para o interior da célula. Cotransporte de Glicose e Aminoácidos junto com os Íons Sódio CONTRATRANSPORTE Os íons sódio tentam outra vez se difundir para o interior da célula devido a seu grande gradiente de concentração. Entretanto, dessa vez a substância a ser transportada está na parte interna da célula e deve ser transportada para o lado externo. Por essa razão, o íon sódio se liga à proteína carreadora onde se projeta para o exterior da membrana, enquanto a substância a ser contratransportada se liga à projeção da proteína carreadora no interior da célula. Uma vez que ambos já se ligaram, ocorre alteração conformacional, e a energia liberada pela ação do íon sódio, em sua difusão para dentro da célula, faz com que a outra substância seja transportada para o exterior. 6 Ester Ratti ATM 25 Contratransporte de Sódio e dos Íons Cálcio e Hidrogênio TRANSPORTE ATIVO ATRAVÉS DAS CAMADAS CELULARES Em vários locais do corpo, as substâncias devem ser transportadas através de toda a espessura das camadas de células, em vez de simplesmente através da membrana celular. Esse tipo de transporte ocorre através dos epitélios ▪ intestinal; ▪ tubular renal; ▪ de todas as glândulas exócrinas; ▪ da vesícula biliar; ▪ da membrana do plexo coroide do cérebro, juntamente com outras membranas. O mecanismo básico de transporte de uma substância através da camada celular é ➢ Transporte ativo através da membrana celular de um lado das células transportadoras nas camadas; ➢ Difusão simples ou difusão facilitada através da membrana no lado oposto da célula.
Compartilhar