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Biofísica da função renal Aula 1 03/05/21 Maria Gabriela Cararo Cabral Introdução A principal função do sistema renal é produzir a urina, principal líquido de excreção do organismo, produto de um conjunto de órgãos que filtram o sangue. Sistema urinário - constituintes Rins (par) Ureteres (par) Bexiga Uretra - Veia cava - Veias renais - Artéria aorta - Artéria renais O que devemos eliminar ? Rim córtex renal ⇒ externa Medula renal ⇒ interna Sai veia renal chega artéria renal Pirâmide de Malpighi: estão os néfrons Néfron ⇒ estrutura funcional mais importante, constituição específica. Com glomérulo (cápsula de bowman) , túbulo contorneado distal / túbulo, alça de henle ou alça néfrica. Condutor de Bellini. Importante contato da circulação sanguínea com os componentes do néfron. Sao milhares de nefron em cada túbulo de malpighi néfron e irrigação -- íntimo contato com a parte circulatória, permeiam toda estrutura do nefron. CIRCULAÇÃO E COMPONENTE DO NÉFRON. Nefron⇒ - Córtex (cortical) TÚBULO CONTORCIDO proximal distal e glomérulo - Medula ALÇA DE HENLE E ducto coletor Entender a anatomia e histologia além da fisiologia Funções O sistema urinário contribui para a manutenção da homeostase. Eliminando resíduos do organismo como: água, eletrólitos (sódio, potássio e cloro) e não eletrólitos (uréia e creatinina); • Desintoxicação e excreção. • Eliminação substâncias tóxicas oriundas do metabolismo; • Eliminação substâncias exógenas como medicações; • Controle da Osmolaridade; • Controle do pH; • Controle do volume hídrico corporal; • Regulação da composição sanguínea das células vermelhas, sais minerais, hormônios, nutrientes, etc. Maria Gabi C. Cabral T7 Biofísica da função renal • Regulação da nutrição de ossos e dentes; Os rins regularizam as concentrações de cálcio e de fósforo no sangue e produzem uma forma ativa de Vitamina D, a responsável pela fixação do cálcio nos ossos; • Produção de hormônios como a eritropoietina e renina; Três processos delineados 1. Filtração glomerular 2. Reabsorção tubular: reabsorver substâncias que não podem ser eliminadas. Isso ocorre nos túbulos distal e proximal 3. Secreção tubular: coisas que não foram filtradas mas devem ser eliminadas. Colocadas no liquido de excreção. Aferente =chega/ Eferente = sai Sangue está chegando no glomérulo (arteríola aferente) filtração ⇒ algumas vão para o túbulo outra já saem e pela arteríola eferente deixa arteríola eferente FILTRAÇÃO GLOMERULAR Nesta etapa, o rim filtra do plasma sanguíneo todas as substâncias de baixa massa, retendo quase a totalidade das proteínas Esse processo ocorre no glomérulo PROTEÍNAS NÃO SÃO ELIMINADAS NA URINA A membrana filtrante do glomérulo é totalmente permeável a moléculas de massa até 5000 dalton , Sangue chega no glomérulo pela A1(arteríola aferente). B2 glomérulo. APÓS A FILTRAÇÃO filtrado segue pelo B3 (túbulo contorcido proximal) B4 (alça de heine), túbulo contorcido distal e ducto coletor ⇒ toda estrutura do néfron O que não tiver baixo peso molecular, não vai seguir pelo túbulo contorcido. Vai voltar para a circulação. Da arteríola aferente fluido sai pela arteríola eferente segue pelos capilares peritubulares (circundam todas as estruturas do néfron) depois saem pelos vasos retos e pela veia renal estrutura “rachurada” ⇒ ÍNTIMO CONTATO DAS ESTRUTURAS DO NÉFRON COM O SISTEMA CIRCULATÓRIO. ● QUANDO FILTRADO o que foi filtrado vem para o túbulo contorcido proximal ⇒ alça de heine ⇒ túbulo contorcido distal⇒ vai para o ducto coletor ● QUANDO NÃO FILTRADO o que não foi filtrado continua permeando essas estruturas visto que há substâncias que não foram filtradas mas precisam ser eliminadas. Então, o sistema continua circulante e íntimo contato com os componentes do néfron arteríola eferente trazendo sangue 1º evento ⇒ filtração capilares glomerulares O que foi filtrado túbulo contorcido proximal O que não foi, sai na arteríola eferente e segue a circulação de capilares peritubulares sempre intimamente ligada aos componentes do néfron. Maria Gabi C. Cabral T7 Biofísica da função renal 2º evento ⇒ reabsorção de moléculas que não podem ser eliminadas Uma vez que, há moléculas que foram filtradas, mas não podem ser eliminadas. Depois da reabsorção, elas voltam para a circulação. 3º evento ⇒ secreção de moléculas que não foram filtradas, e precisam ser eliminadas. São moléculas que estão na circulação, mas que não foram filtradas e precisam ser eliminadas. Então elas são secretadas e voltam para compor o líquido de excreção urinária 4º evento ⇒ composição correta da urina (FILTRADO - REABSORVIDO) + SECREÇÃO = composição correta A membrana filtrante do glomérulo é totalmente permeável a moléculas de massa até 5000 dalton (de baixo peso molecular), essas passam livremente do sangue para glomérulo filtração V de sangue = 5X (bolinha = água // X = soluto / bolinha aberta = proteína) proteínas não são filtradas ⇒ não são eliminadas na urina filtrar primeiro⇒ pequenos solutos e H2O Quanto de volume ⇒⅕ do volume que entrou é filtrado (moleculares de baixa mm) continuam na circulaçao ⇒ agua, outros pequeno solutos importante e proteínas ¼ do volume continua na circulação reabsorção secreção FILTRADO NUNCA TEM PRESENÇA DE PROTEÍNAS, POIS ELAS CONTINUAM CIRCULANDO Filtrabilidade das substâncias 1. Água ⇒ peso molecular baixo 2. Sódio ⇒ -- 3. Glicose ⇒ - filtra bastante. NÃO PODE ELIMINAR GLICOSE NA URINA. Ela filtra muito mais é reabsorvida 4. Insulina ⇒ filtra bem. 6000 D não filtra mais nada 5. mioglobina ⇒ não podemos eliminar - filtrabilidade baixa 6. albumina Resumo O sangue entra pela artéria aferente, passa pelo capilares glomerulares, sai pela artéria eferente; O fluxo é dividido entre os capilares peritubulares e vasos retos, os dois desembocam na veia renal voltando a circulação venosa geral; Ao passar pelo glomérulo, uma fração de água e pequenos solutos, passa pela membrana filtrante, deixando o sangue enriquecido em proteínas passar para a artéria eferente; Ocorreu a filtração: Transporte Passivo! Forças físicas da filtração Maria Gabi C. Cabral T7 Biofísica da função renal Post equilibra vai contra a PhidS Controle mecânico da filtração ● PACIENTE COM PRESSÃO ALTA Precisa eliminar mais água (líquidos na urina) vasoconstrição na artéria eferente, pois se tiver uma vasodilatação na aferente, o sangue entra, filtra rapidamente e não filtra o volume adequado. Mas se ter uma vasoconstrição na artéria eferente ⇒ o volume de sangue será mantido por mais tempo dentro do glomérulo e aumenta a pressão de filtração⇒maior volume de urina formado ● PACIENTE COM PRESSÃO BAIXA Precisa reter mais água da urina mecanismo de controle vasoconstrição da artéria aferente⇒ sangue entrando e menor pressão de filtração, menor volume de filtrado, logo maior quantidade de água circulante. Este controle pode acontecer em situações emergenciais, quando é necessário desviar o grande fluxo sanguíneo renal para outros setores Ex: Queda da pressão arterial; Fluxo renal plasmático “O fluxo renal plasmático (FRP), é a quantidade de plasma que entra na artéria renal, medida em ml.min-1.” Em um adulto do sexo masculino, o FRP é em torno de (entra na arteria aferente) 600ml.min -1; Conhecendo o hematócrito (separação das fases do sangue) pode se calcular o Fluxo Renal Sanguíneo (FRS) sangue ⇒ células (parte sólida) plasma (parte líquida) Ex: Paciente com hematócrito de 45% (células), qual FRS? 55% é plasma, então: FRS = 600 x 100/55 = 1.100 ml.min-1 ------------------------------------------------------------------------------------------- Ritmo de filtração glomerular (RFG) “O ritmos de filtração glomerular é a quantidade (volume) de plasma que é filtrado por minuto; Importante parâmetro para medida da função renal; Maria Gabi C. Cabral T7 Biofísica da função renal O ritmo de filtração glomerular (RFG) é cerca de 21% do FRP, ou seja: RFG = 600 x 21/100 = 126 ml.min-1 Isto é, aproximadamente 1/5 do FRP é filtrado no glomérulo; 180 litros de urina são filtradosem 24 hs, quando de compara com urina excretada nesse período que é de 1 a 2 litros percebe-se que a reabsorção é efetiva; Fluxo eferente plasmático (FEP) Após a filtração, o que resta é o fluxo de plasma que vai para a artéria eferente. Este é o Fluxo eferente plasmático. Após a filtração ● Reabsorção: onde parte dos componentes do filtrado volta ao setor sanguíneo ● Secreção: ao contrário da reabsorção, substâncias do sangue vão para o setor urinário Reabsorção tubular: seletivo A reabsorção é responsável por 99% do volume do filtrado, além de diversas substâncias, que são completa ou parcialmente reabsorvidas. O processo é seletivo, a comporta R não se abre para qualquer substância. Os mecanismos de reabsorção são ativos e passivos. A reabsorção de água e eletrólitos depende de uma série de eventos encadeados, que podem ser descritos na seguinte ordem para facilitar a exposição: ✔ Reabsorção de Sódio (Na+); ✔ Reabsorção de Água (H2O); ✔ Reabsorção de Cloreto (Cl-); ✔ Reabsorção de Bicarbonato (HCO3-); retirada do filtrado passando para a circulação ● Mecanismo de reabsorção ativo 1. Água ⇒ 15% 2. Sódio ⇒ 100% 3. Glicose ⇒ 100% ● Mecanismo de reabsorção passivo 1. Água ⇒ 85% 2. Cloro ⇒ 100% 3. Uréia ⇒ 50% Reabsorção de sódio substância do túbulo nefrótico Lúmen do tubulo celulas peritubulares líquido peritubular luz da corrente sanguínea RESUMO: No lúmen do túbulo, o sódio está em maior concentração do que dentro da célula tubular e o gradiente osmótico (Go) e o gradiente elétrico (Ge) é favorável; Como o sódio é positivo, ele é atraído pelo gradiente elétrico; Go + Ge = Transporte passivo ✔ O transporte do sódio das células para o espaço peritubular, tanto o gradiente osmótico quanto o gradiente elétrico são desfavoráveis e o transporte é ativo; ✔ Do espaço peritubular para o interior do vaso há uma diferença de pressão hidrostática, cuja resultante é 2 mmHg a favor da penetração no vaso; Então, água e sódio são carreados para a circulação e voltam passivamente para o meio interior; Reabsorção da água A saída de sódio do filtrado devido ao seu maior potencial químico gera um aumento na pressão do solvente o que propicia a saída do solvente para circulação; O transporte de água é passivo e contribui para a reabsorção de mais de 80% do volume de água; Reabsorção do cloreto A reabsorção de Cl- é passiva, e se faz de 2 modos: • Acoplada à entrada de Na+ • Pelo gradiente osmótico que se forma, quando a concentração de Cl- aumenta pela retirada de água no túbulo. Com o transporte de Na+ , o néfron cria condições para a reabsorção passiva de Cl- e H2O; reabsorção da água e do cloreto ⇒ mesmo princípio, dependem da saída efetiva do Na+. TRANSPORTE PASSIVO. Maria Gabi C. Cabral T7 Biofísica da função renal Ocorrem em qualquer lugar do glomérulo. Todavia, a água é mais reabsorvida no túbulo contorcido distal do que no proximal Transporte máximo de reabsorção: refere-se a capacidade máxima de reabsorção de uma substância. Existe um limiar de reabsorção de filtração e de secreção. Até um momento consegue reabsorver, mas se tiver uma substância em uma concentração exagerada, não é possível que os túbulos façam a reabsorção. Então, a substância passa a ser excretada, ou seja, vai possivelmente estar presente na urina. Exemplo: quando há uma concentração glicêmica muito alta, casos de pacientes diabéticos ⇒ vai ter presença de glicose na urina, uma vez que a concentração de glicose no filtrado excedeu a capacidade máxima de reabsorção do rim Para saber o quanto vai ser reabsorvido ? Calcula-se por: LRP = T m / RFG LRP - laminar renal plasmático T m - Transporte máximo RFG - ritmo de filtração glomerular (21% do fluxo renal plasmático) Secreçao tubular Susbatnacia do sangue vao para o setor urinario ● Sempre que a quantidade de uma substância na urina, é maior que no filtrado, isto é excede o RFG, ela está sendo secretada para o exterior; A secreção tubular de ácidos, bases, e outros compostos, tem a vantagem de incluir, não apenas substâncias endógenas, como também exógenas, como medicamentos, drogas tóxicas e outras; Maria Gabi C. Cabral T7 Biofísica da função renal Algumas substâncias secretadas: ➔ Vermelho de Fenol (Diodrast) – contraste radiológico iodado; Ácido p-amino hipúrico; São substâncias utilizadas para teste de função renal e permitem determinar o TmS (Transporte máximo de Secreção); Tms ( Transporte Máximo de Secreção) Enquanto o LRP (limiar renal plasmático: até onde nossos rins conseguem reabsorver ou secretar ) não for atingido, a quantidade na veia renal (QRV) será zerada, porque toda a substância é excretada; Quanto o LRP for atingido, a substância começa a aparecer na veia renal. Depuração Renal a depuração renal é um conceito de alta importância clínica, e constitui uM método relativamente simples para explorar a função glomerular; A depuração de uma substância qualquer, é a retirada dessa substância do plasma e se define como: “O volume de plasma que é completamente depurado dessa substância (ml), na unidade de tempo (min -1)”. Quando uma substância não é reabsorvida e nem secretada, sua depuração é igual ao RFG; Substância endógenas: Creatinina – é depurada em um ritmo ligeiramente superior ao RFG; Uréia – é 50% reabsorvida, sua depuração é cerca de 2x menor que a creatinina. A depuração renal quantifica e eficácia dos rins; ✔ Se uma substância for completamente depurada a quantidade filtrada (QF) será igual à quantidade excretada (QE); QF = QE ✔ Se QF > QE - REABSORVIDA ✔ Se QF < QE - SECRETADA Correlações clínicas O rim pode ser atingido por doenças de origem imunológica, inflamatória, infecciosa, neoplásica, degenerativa, congênita e hereditária. Infecção Urinária: Dor, ardência e urgência para urinar. O volume urinado torna-se pequeno e frequente, tanto de dia como de noite. A urina é turva e mal cheirosa (pois o que deveria ser eliminado fica mais concentrado) podendo surgir sangue no final da micção. Nos casos em que a infecção atingiu o rim, surge febre, dor lombar e calafrios, além de ardência e urgência para urinar; Cálculos (pedras) renais) Síndrome nefrótica É um distúrbio dos glomérulos em que quantidades excessivas de proteína são excretadas na urina. A excreção de proteína excessiva tipicamente leva ao acúmulo de líquido no corpo (edema) e níveis baixos de albumina de proteína e altos níveis de gordura no sangue. . Maria Gabi C. Cabral T7
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