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A PESSOA NATURAL DOTADA DE PERSONALIDADE JURÍDICA Por posicionamento vigente, admite-se a teoria natalista para decidir o início da vida, isto é, o nascimento com vida para admissão dos direitos. Não a concepcionista que a vida tem seu inicio a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozóide, gerando um ovo ou um zigoto. Conforme o artigo 2º do Código Civil: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a Lei põe a salvo desde a concepção, os direitos do nascituro”. Desta forma, reconhece os atributos da personalidade com esse sentido de universalidade ao proclamar, no artigo 1º, que “toda pessoa” é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Também, inclui a personalidade as entidades ou pessoas jurídicas. A personalidade então, em conformidade com a capacidade de fato é um conceito básico que atende a todos os homens, segundo as Leis que os regem e os direitos constitucionais de vida, liberdade e igualdade. Vale lembrar que há três teorias sobre o início da personalidade da pessoa natural: 1 – A Teoria Natalista, segundo qual a personalidade só se inicia com o nascimento da vida; 2- A Teoria Concepcionista, segundo a qual a personalidade se inicia com a concepção; e, 3- A Teoria da Personalidade Condicionada, que surgiu do código civil brasileiro, e que adotou o nascimento com vida como marco do início da personalidade, mas que resguarda os direitos que o nascituro teria desde a concepção – sua aquisição, todavia, fica condicionada ao nascimento com vida. Para a renomada Professora Maria Helena Diniz, a personalidade jurídica formal atribui ao nascituro direitos fundamentais, como a vida, alimentos, dentre outros elementares e dispostos a propiciar, justamente, seu desenvolvimento ultrauterino. Já a “material”, diz respeito aos direitos patrimoniais, que o nascituro tem a salvo desde a concepção, porém, só terá efetivado após certificação do nascimento com vida. Assim, a personalidade é atributo jurídico que dá a um ser humano o status de pessoa. Da personalidade decorrem os direitos da personalidade, dotados das seguintes características: Absolutos, Vitalícios, Indisponíveis, Extrapatrimoniais, Impenhoráveis, Ilimitados e Imprescritíveis ou perpétuos. Não houve um posicionamento concreto no ordenamento jurídico brasileiro a despeito do nascituro, pois afirma que a personalidade jurídica tem início a partir do nascimento com vida, mas também resguarda vários direitos desde a sua concepção. E, por fim, observamos que atualmente prevalece no cenário civilista brasileiro o entendimento de que o nascituro possui direitos de personalidade elencados pela teoria concepcionista, estendendo a protetividade das normas de direito também aos que se encontram no ventre materno.