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saúde e comunidade

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- -1
PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SAÚDE 
COMUNIDADE
CAPÍTULO 4 - AÇÕES COM IMPACTO SOCIAL: 
FAZER A DIFERENÇA NA COMUNIDADE
Igor Cesar Santos de Miranda / Camila Neumaier Alves
- -2
Introdução
Nesta unidade, trabalharemos a aplicação de um projeto de intervenção comunitária, a construção do relatório
sobre a atividade desenvolvida na intervenção, bem como a avaliação dos impactos e resultados da ação na
comunidade. Identificaremos as etapas da aplicação dos projetos de intervenção e os conceitos ampliados de
saúde, além de conhecermos o processo de ampliação do conceito de saúde, a construção/implementação do
serviço de saúde estruturado, relembrando das diretrizes do Sistema Único de Saúde, bem como questões
relacionadas à saúde e segurança da comunidade alvo, na qual será realizado o projeto de intervenção. Será
apresentado, também, a escrita do relatório final do projeto de intervenção elaborado pela equipe de trabalho.
Para tanto, faz-se necessário refletir sobre o assunto: o que é uma intervenção comunitária? Como podemos
produzir um relatório que analise a nossa intervenção? Como podemos avaliar os impactos e resultados de uma
intervenção?
Ao longo dos estudos, você será convidado a estudar sobre a escrita de um relatório de intervenção, sobre a
aplicação de ações comunitárias e avaliação dessas ações junto às pessoas envolvidas. Para tanto, trabalharemos
ações de impacto social que podem fazer a diferença na comunidade, baseando-se em um trabalho ético na
formação do profissional. 
Ao final, você estará apto a prestar um trabalho baseado na formação ética para o exercício profissional em
saúde, além de desenvolver um relatório escrito sobre a ação realizada e avaliar se os impactos foram positivos
ou negativos na população envolvida, para que você possa repensar estratégias para futuras intervenções.
4.1 Aplicação de projeto de intervenção comunitária
Neste tópico, você estudará a importância da aplicação de projeto de intervenção comunitária como ferramenta
final, após a identificação de problemas de saúde, criação de hipóteses de solução e realização do diagnóstico
situacional de saúde. É importante você pensar que a aplicação do projeto de intervenção é o momento de
colocar em prática todo o processo construído de forma teórica e estruturada. Vamos aprender como isso
acontece?
Figura 1 - Retomada de planejamento
Fonte: Chombosan, iStock, 2020.
- -3
Considerando a história de implementação de saúde no Brasil, a atenção à saúde tem investido na construção,
reformulação, prática e consolidação de políticas de promoção, proteção e recuperação da saúde. Há um grande
empenho na promoção e estruturação de um modelo de atenção à saúde, atentas às ações com foco na melhoria
da qualidade de vida da comunidade, seus indivíduos e grupos sociais (FILHO, 2008).
A promoção da saúde foi amplamente discutida, pareada de forma alinhada com o processo apresentado na 8ª
Conferência Nacional de Saúde, impulsionada pelo momento de redemocratização do Brasil, lutando pela visão
de universalização do sistema de saúde, além da implantação de políticas públicas em defesa da vida,
oportunizando a saúde com um direito social irrevogável, como os demais direitos humanos e de cidadania
(BRASIL, 2009).
Figura 2 - A promoção da saúde e tudo o que ela representa
Fonte: Akindo, iStock, 2020.
Apoiando o processo de implementação da promoção de saúde, a Constituição Federal de 1988 efetivou e
assegurou a todos o acesso aos serviços e ações de saúde, oferta de amparo integral, com equidade, sem
prejulgamentos ou privilégios e com a construção de espaços para estímulo amplo da participação social, se
responsabilizando pela promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde, conforme as necessidades
individuais e coletivas (REIS, 2009; BRASIL, 2015).
- -4
Figura 3 - Comunicação interprofissional e a importância de práticas multidisciplinares
Fonte: Photobuay, iStock, 2020.
Para se operar a política de saúde, como a de promoção da saúde é necessária a solidificação de práticas
multidisciplinares, integradas e em redes, voltadas para os sujeitos individuais e coletivos, considerando as
indigências em saúde, do indivíduo e da coletividade, em uma ação articulada e conjunta entre os diversos atores
da sociedade, em um território definido. A aplicação das propostas de promoção da saúde acontece no serviço de
saúde, presente no formato hierarquizado de rede regionalizada, com diferentes densidões tecnológicas e
constituída por pontos de atenção à saúde, denominada de Rede de Atenção à Saúde (BRASIL, 2015).
Figura 4 - Rede de Atenção à Saúde, suas diferentes densidões tecnológicas e pontos de atenção à saúde
Fonte: Ipopba, iStock, 2020.
De forma complementar, as ações nacionais de promoção da saúde atuam de forma articulada, em formato de
rede, como a de proteção social, da qual a saúde faz parte, com a assistência e com a previdência social para a
produção de saúde e do seu cuidado do indivíduo e da comunidade (BRASIL, 2015).
As ações de promoção da saúde podem se concretizar por meio da implementação de estratégias, ações e projeto
de intervenção, de acordo com as políticas vigentes, com objetivo de atuar em conjunto da comunidade, sobre os
fatores impactantes, condicionantes e determinantes sociais de saúde, favorecendo escolhas positivas, somativas
e que oferecem saúde para os grupos sociais no território. As ações de promoção da saúde são potencializadas
por meio da articulação dos diferentes setores da sociedade, promovendo a sustentabilidade e manutenção das
ações e projetos ao longo do tempo, potencializando e aprimorando as condições de saúde dos territórios e seus
grupos sociais (VILLARDI; CYRINO; BERBEL, 2015).
De acordo com Villardi, Cyrino e Berbel (2015), é importante considerar os objetivos dos projetos de intervenção
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De acordo com Villardi, Cyrino e Berbel (2015), é importante considerar os objetivos dos projetos de intervenção
no processo de estruturar e oportunizar bases sólidas para ações de incremento à promoção e proteção à saúde
da comunidade e seu território estabelecido. Vale ressaltar, que o projeto de intervenção possui potencial para
despertar, estimular e desenvolver o potencial de crescimento e desenvolvimento humano social, impulsionando
a qualidade de vida e cidadania, refletindo na atenção do cuidado integral dos agravos em saúde. E, além disso, é
capaz de direcionar a preocupação para a ações de prevenção, contribuindo para a diminuição da prevalência
dos problemas em saúde, além de considerar os anseios e solicitações da comunidade de intervenção. Ainda
segundo as autoras, a possibilidade de criar experiências significativas por meio da interação com a população,
promovendo ações criteriosas, apoiadas em práticas de ensino contextuais nos diversos espaços institucionais,
envolvendo a universidade e o atendimento à comunidade, potencializa a real articulação da área da educação
com a área da saúde.
Existem diferentes estratégias, associadas à promoção da saúde, para estimular e promover a autonomia dos
grupos sociais, como a criação de espaços vantajosos à saúde nos quais os diversos grupos sociais expressam o
comportamento saudável. Reforçando, desta maneira, as ações de desenvolvimento individual e coletivo, com
processos focais participativos e permanentes, além da orientação e reorientação dos serviços de saúde na visão
da promoção da saúde.
4.1.1 Promoção da saúde no Brasil
As mudanças epidemiológicas do no perfil de adoecimento da população, os desafios sociopolíticos e culturais
debatidos ao longo do tempo, estimulou o aparecimento de novas óticas sobre as ações de intervenção sanitária,
buscando um pensar e fazer sanitário diferente. A saúde é resultante de um conjunto de fatores interligados,
associados às condições de alimentação, moradia, escolaridade, renda, meio ambiente, empregabilidade, meios
de transporte, lazer, liberdade de expressão, disponibilidade, acesso e posse da terra e disponibilidade dos
serviços de saúde (DALMOLIN, 2011).
As conferênciasnacionais de saúde realizadas desde a década de 40 seguiam os mesmos moldes e debatiam
diversos temas próprios à época. Mas, no decorrer de diversas conferências subsequentes, verificava-se a
necessidade de mudanças, já que o sistema era centralizado, fragmentado, verticalizado e excludente. Tanto no
sistema de saúde quanto nas conferências de saúde, as mudanças só viriam com a redemocratização do país
(BRASIL, 2009).
Os movimentos sociais impulsionaram diversas mudanças e marcaram o processo de participação popular na
discussão de diversos temas, como a oferta de saúde para a população. Em 1986, a 8ª Conferência aplicou uma
concepção ampliada de saúde, o princípio de saúde como um direito universal e dever do Estado. No ano
seguinte, ocorreu a criação de um sistema que possuía diretrizes e princípios que foram incorporados no texto
VOCÊ QUER LER?
As Conferências Nacionais de Saúde são espaços democráticos que ofertam e demandam a
participação social, para o acompanhamento da elaboração de políticas públicas de saúde no
Brasil. Suas principais finalidades são planejar, avaliar, e implementar ações para aprimorar as
condições e melhorar a qualidade das ações de saúde ofertada para a população. O texto “8ª
Conferência Nacional de Saúde: quando o SUS ganhou forma”, apresenta conteúdo e registro
fotográfico da mudança em se ofertar saúde no Brasil. Para ler na íntegra, clique aqui: 
http://conselho.saude.gov.br/ultimas-noticias-cns/592-8-conferencia-nacional-de-saude-
.quando-o-sus-ganhou-forma
http://conselho.saude.gov.br/ultimas-noticias-cns/592-8-conferencia-nacional-de-saude-quando-o-sus-ganhou-forma
http://conselho.saude.gov.br/ultimas-noticias-cns/592-8-conferencia-nacional-de-saude-quando-o-sus-ganhou-forma
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seguinte, ocorreu a criação de um sistema que possuía diretrizes e princípios que foram incorporados no texto
da Constituição Federal de 1988 e nas leis orgânicas da saúde, 8.080/90 e 8.142/90 (REIS, 2009). Essas
diretrizes foram: a universalização e equidades no acesso aos serviços de saúde prestados; integralidade dos
cuidados assistenciais; descentralização das atividades realizadas de saúde e implementação dos distritos
sanitários. O sistema foi chamado de Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde (SUDS) (MENICUCCI,
2009; REIS, 2009).
Quadro 1 - Evolução da saúde no Brasil: progressão das conferências de saúde
Fonte: BRASIL, 2009.
4.1.1 Roteiro de aplicação 
Em seguida, será apresentado uma sequência para construção do roteiro de aplicação no local de execução do
projeto de intervenção. Vamos conhecer?
1. Definir o tema: a primeira ação é definir o tema geral do seu projeto de intervenção. Essa definição irá lhe
auxiliar na construção do seu roteiro de aplicação, pois ele será seu norteador em todo o processo. É importante
levar em consideração o ponto de vista dos grupos e/ou interesse pelo tema que receberão o projeto de
intervenção.
2. Definir o objetivo geral: a definição do objetivo geral auxiliará na reflexão do resultado esperado do projeto
de intervenção. O que o projeto pode mudar no local de aplicação? Quais habilidades e competências específicas
serão desenvolvidas pelos participantes na atividade de intervenção? Qual será o resultado esperado do projeto
na comunidade?
3. Definir os objetivos específicos: estes devem ser mais concisos e detalhados, buscando alternativas
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3. Definir os objetivos específicos: estes devem ser mais concisos e detalhados, buscando alternativas
/soluções para os problemas pontuais e delimitados e definidos.
: ao elaborar o roteiro de observação é importante se ater a alguns fatores4. Criação do roteiro de observação
que compõem a comunidade/local de aplicação do projeto de intervenção. Esse roteiro de aplicação do projeto,
deve-se considerar itens como: localização geográfica; aspectos culturais; economia; demografia; características
da instituição/local da aplicação do projeto de intervenção e como eles impactam os determinantes de saúde
daquela localidade.
5. Metodologia utilizada na observação: é desejável que a metodologia utilizada tenha um perfil colaborativo,
agregador de equipes, que utilizem esforços coletivos para um fim comum; além disso é necessário que seja
multidisciplinar, envolvendo pessoas com formação e atividades profissionais de diferentes áreas. Deve buscar
informações de forma integrativa, envolvendo todos os integrantes da comunidade. Também é importante que o
projeto apresente:
• como vai contribuir para influenciar os hábitos/formas de aprendizagem na comunidade de intervenção 
ao desenvolvimento de competências e habilidades;
• como gerenciar o tempo para realizar de forma integralizada no ambiente de intervenção em saúde.
6. Atividades: nesta etapa deverão ser especificadas atividades centrais, que levarão à concretização dos
objetivos específicos do projeto. Para criá-las, responda às seguintes perguntas para cada uma:
• o quê? (especifique o que deverá ser realizado na atividade);
• qual o propósito? (apresente as habilidades e competências que deverão ser desenvolvidas durante a 
atividade;
• como? (explique os métodos de realização);
• quando? (esclarecer o momento em que será feita);
• onde? (descrição do ambiente utilizado para aplicação);
• quem? (descrição das pessoas envolvidas na atividade);
• com o quê? (materiais que serão utilizados).
7. Acompanhamento, avaliação e disseminação: nesta etapa deverá ser explicado de que maneira serão
avaliados e mensurados os efeitos do projeto? Como será transmitido o que se aprendeu?
8. Título do projeto: é importante que o título que desperte o interesse das pessoas.
9. Equipe responsável pela elaboração do projeto: definir as funções dos envolvidos no projeto de
intervenção e estabelecer prazos para execução.
: testar o roteiro de aplicação para avaliar sua aplicação em um ambiente controlado, antes de10. Finalização
aplicá-lo na comunidade alvo do projeto de intervenção.
Segundo Peduzzi e Agreli (2018), o trabalho interprofissional se apresenta como: trabalho em equipe,
colaboração, prática colaborativa e trabalho em rede. Portanto, é fundamental que a estratégia escolhida
contemple as ações interprofissionais, recursos planejados previamente, para que, no caso de haver necessidade
de mudanças, estas possam ser adequadas seguindo os objetivos da intervenção.
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VOCÊ SABIA?
Um projeto é elaborado e deve ser construído por agentes transformadores com o seu ponto
de vista em um momento de transformação social. Ele utiliza a observação da realidade, para
tomar a decisão e aplicar o projeto em uma comunidade para transformar uma ideia em
realidade. Desenvolver este projeto, portanto, é definir uma proposta de trabalho e traçar
algumas linhas de ação em relação a algo que desejamos alcançar.
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4.2 Relatórios de análise de intervenção
Neste tópico, estudaremos a elaboração de relatórios para análise de projetos de intervenção comunitária. Para
isso, é importante que você pense criticamente no que precisamos escrever em um relato do que foi realizado.
Como podemos definir o que será escrito em um relatório de intervenção? Quais habilidades serão
desenvolvidas para a realização deste relatório? Quais condutas são esperadas ao escrever um relatório de
intervenção?
Para que você escreva o relatório de uma ação realizada é importante que se tenha em mãos o planejamento
previamente determinado, além do conhecimento de como foram realizadas as ações programadas, se houve
alterações pontuais na execução da ação ou se tudo correu conforme o planejado.
Figura 5 - Relatório de intervenção
Fonte: NuPenDekDee, iStock, 2020.
Para definir o que será escrito no relatório de uma intervenção comunitária, você deverá considerar o
planejamento prévio da ação realizada, que já deve ter sido escrito anteriormente à execução, como um projeto
de intervenção. Lembre-se, no projeto de intervenção você deve desenvolver os seguintes itens no corpo do
texto: capa, sumário, introdução com a contextualização da ideia central do projeto,apresentar o problema
identificado por meio dos pontos-chave, a teorização embasada em referências bibliográficas consultadas para
estudo, o objetivo do projeto de intervenção na comunidade, a estratégia de intervenção adotada descrita em
detalhes, para que o leitor compreenda com clareza como será executado, o cronograma de execução do projeto
e as referências utilizadas ao longo do trabalho.
Além disso, precisará lembrar ou ter anotado em um material como ocorreu a execução da atividade proposta,
podendo ainda, destacar situações que chamaram sua atenção, como, por exemplo, a fala de um participante ou
alguma situação pontual que você não poderia deixar de relatar.
VOCÊ QUER VER?
Uma escola pública municipal da Bahia publicou em seu site o desenvolvimento de um projeto
de intervenção com seus alunos. Segundo a escola, foram projetos inovadores no cenário
escolar, no ano de 2011, em que participaram o corpo gestor, os docentes e a comunidade da
- -9
Para o desenvolvimento da escrita do seu projeto, temos algumas sugestões de estrutura e conteúdo de escrita
que são importantes na composição do relatório da ação desenvolvida em uma comunidade.
Para a escrita da introdução, você poderá reutilizar o que já foi escrito no projeto previamente, acrescentando
novos parágrafos, para ampliar a contextualização do relatório. Quanto ao objetivo, este deverá estar
diretamente relacionado ao apresentado no projeto, uma vez que você apresentará em forma de relatório o que
propôs anteriormente. Neste caso, a escrita pode ser iniciada da seguinte forma: objetiva-se apresentar o
relatório do projeto de intervenção realizado em uma comunidade por meio de ações de educação em saúde
sobre o uso de drogas e álcool entre adolescentes.
A teorização poderá ser reutilizada do projeto anteriormente apresentado, com inclusão de novos parágrafos,
mas lembre-se, neste item você deve estar atento para que o texto contenha referências científicas atualizadas e
importantes sobre o assunto em destaque. Sugere-se que você aborde neste item a educação em saúde, o
trabalho interprofissional e o papel das diferentes profissões nessas ações de intervenção. Vale ressaltar que é
importante você apresentar referências sobre o tema escolhido do seu projeto de intervenção, como forma de
embasar seu conhecimento na área e justificar as propostas de ação com a comunidade.
No método utilizado na intervenção, você deverá descrever como a ação ocorreu na comunidade, podendo
chamar atenção para novas organizações frente às necessidades ou dificuldades enfrentadas. É importante que
você descreva exatamente como ocorreu a ação, o envolvimento dos profissionais e da comunidade, quais
situações chamaram sua atenção e como foi a participação dos envolvidos.
Na conclusão, você deverá apresentar uma reflexão crítica sobre o desenvolvimento de tal ação, considerando
pontos positivos e negativos, de forma a avaliar se o projeto foi desenvolvido de forma satisfatória ou não. Você
poderá apresentar os resultados das avaliações e monitoramentos realizados durante o percurso das ações e
destacados pela comunidade, de forma a embasar melhorias no projeto ou manutenção das ações propostas a
partir da visão da população envolvida. Você terá liberdade para expressar como foi participar da ação e o que
isso significou na sua vida profissional e pessoal. Fique à vontade para sugerir mudanças e sugestões para novas
atividades na mesma área em que seu projeto foi desenvolvido.
Por fim, você poderá acrescentar anexo com fotos das ações e dos materiais confeccionados para as atividades.
Não esqueça de destacar as referências utilizadas ao final.
Segundo Cordoni Junior (2013), projetos de intervenção, quando forem apresentados em forma de relatório,
podem ter os itens de introdução e objetivos repetidos na apresentação do relatório, passando em seguida para a
descrição do que foi feito com a comunidade e incluindo uma avaliação final da ação, podendo esta ser
desenvolvida ao longo da ação ou em apenas um momento específico. O autor ainda destaca, que na escrita de
um relatório é importante a delimitação dos tópicos para ficar claro ao leitor como a estratégia foi realizada.
escolar, no ano de 2011, em que participaram o corpo gestor, os docentes e a comunidade da
escola. O que você pode ver no site, retrata desde o levantamento de dados até apresentação
dos resultados colhidos com a intervenção. Para saber mais, clique aqui: 
.http://escolaflorencioargolo.blogspot.com/
http://escolaflorencioargolo.blogspot.com/
- -10
Figura 6 - Desenvolvimento de um relatório
Fonte: PeopleImages, iStock, 2020.
Dentre as habilidades desenvolvidas pelo estudante ao escrever um relatório de intervenção, espera-se que
ocorra uma boa comunicação escrita, clara e coerente com o público que fará a leitura do material. Esta
habilidade, compreende uma das mais importantes ferramentas de educação em saúde e auxilia o profissional no
desenvolvimento de ações específicas para as características da população envolvida na ação. No caso do
relatório de um projeto de intervenção, ela ocorre de forma escrita.
Segundo Saraiva (s d), a comunicação abarca um ato de troca de entendimento, não sendo uma via de mão única
de um comunicador ao ouvinte. Comunicar-se bem, demanda considerarmos as palavras em que tratamos a
troca de conhecimentos, ideias ou qualquer outra mensagem, seja ela escrita, falada ou corporal. Para a autora, a
boa comunicação é essencial para qualquer profissional de qualquer área do conhecimento, sendo utilizada a
linguagem ideal de acordo com o público que vai receber a comunicação, devendo ser clara e coerente.
Pensando em auxiliá-lo na produção de seu relatório, a seguir temos um modelo exemplificando como você
poderá escrever o seu. Este, foi baseado em um documento elaborado para uma Especialização em Saúde
Escolar, vinculada à Universidade Estadual de Santa Cruz, na qual os alunos desenvolvem um projeto de
intervenção e, após, um relatório descritivo da atividade.
- -11
Quadro 2 - Modelo de relatório de intervenção
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em NJBV, [2018].
Dentro do que se avalia em um relatório de intervenção, considerando os aspectos de uma boa escrita para uma
comunicação efetiva, espera-se que o aluno desenvolva a adequada apresentação do projeto no item da
introdução, de forma que a contextualização do projeto seja clara. Destaca-se, que ter domínio de conteúdo e
apresentar embasamento teórico-científico é importante para umbom relatório ser apresentado, bem como ter
capacidade analítica de conectar parágrafos entre si para encadeamento de conteúdo. A linguagem empregada
deve ser adequada, procurando minimizar erros de português, concordância, gramaticais e ortográficos.
Uma adequada formatação do trabalho é necessária, para que de forma visual ele seja claro e permita fluência na
leitura. Há a necessidade de durante a escrita o aluno destacar, além da descrição da ação desenvolvida, uma
análise crítica da ação, com comentários sobre o que foi realizado, levantando pontos positivos e negativos,
podendo incluir uma autoavaliação quanto à participação no projeto.
Dentre as condutas esperadas pelo aluno que desenvolve o relatório do projeto de intervenção, é esperada ética
com o local, participantes e seus colegas, de forma a não expor desnecessariamente algum participante ou o
ambiente em que foi desenvolvida a ação. Esta atitude parte da ação do profissional de saúde no
desenvolvimento de qualquer atividade que envolva sua profissão e outras pessoas. Além disso, espera-se
pontualidade na entrega e responsabilidade sobre o conteúdo desenvolvido.
- -12
4.3 Avaliação dos impactos e resultados da intervenção na 
comunidade
No desenvolvimento de um processo de avaliação acerca do impacto de uma intervenção na comunidade é
importante considerar: quanto tempo durou a execução do projeto, quais foram as pessoas atingidas pela
proposta, quais materiais ou insumos foram utilizados. Deve ser considerada, também, a aplicação de um
instrumento de avaliaçãocom os participantes, afim de diagnosticar as potencialidades e fragilidades do projeto,
visando os pontos que podem ser melhorados.
Segundo Souza (2015), uma intervenção social que sofre uma análise, precisa apurar as evidências sobre os
elementos disponíveis no momento da execução e encerramento da ação, para que assim sejam identificados
indicadores dos resultados dessa intervenção na comunidade. Para o mesmo autor, pode acontecer que, por
vezes, o impacto social apurado em um projeto não seja fidedigno com a realidade, pois pode atingir um número
menor de pessoas que o esperado ou porque o tempo programado para a execução não foi atingido, reduzindo
assim, a possibilidade de ampliação do impacto na comunidade.
Portanto é importante destacar, que coletar dados sobre a execução do projeto para posterior avaliação do
impacto torna-se relevante no processo de melhoria da intervenção realizada. Dessa forma, podemos identificar
fraquezas e também potencialidades nas atividades executadas, fazendo com que a ideia desenvolvida
permaneça no projeto para próximas edições da atividade de intervenção.
Não podemos esquecer que o resultado da avaliação do impacto do projeto de intervenção na comunidade
abrange muito além do que está programado em execução, já que também inclui os beneficiários diretos e
indiretos ao sujeito envolvido na atividade (SOUZA, 2015). Com uma boa avaliação dos resultados obtidos na
ação, será possível mensurar a o impacto do projeto.
Figura 7 - Avaliação do impacto do projeto de intervenção
Fonte: marchmeena29, iStock, 2020.
Para finalizar este item de avaliação de impactos do projeto, sugerimos que você avalie o desempenho da ação
- -13
Para finalizar este item de avaliação de impactos do projeto, sugerimos que você avalie o desempenho da ação
entre a equipe de profissionais envolvida na atividade, bem como entre a comunidade atingida pela proposta.
Esta análise é importante para termos a visão daquele que desenvolveu o projeto e desempenhou um papel
profissional e também a conexão de opiniões com os sujeitos envolvidos na execução propriamente dita da ação.
Sugerimos que você avalie os seguintes itens junto à comunidade e à equipe de profissionais de saúde
envolvidos: as características do projeto, enquanto documento e proposta; os objetivos do projeto, recursos
materiais e humanos utilizados na execução da proposta; os resultados gerais observados e os que foram mais
destacados pelos avaliadores; e pontos de fragilidade e potencialidades identificados por todos os envolvidos.
Conclusão
Ao longo desta unidade você pode ampliar seus conhecimentos sobre a aplicação de um projeto de intervenção
comunitária e o desenvolvimento do relatório da intervenção, bem como a avaliação dos impactos e resultados
da ação na comunidade. Destacamos a necessidade de compreender a importância de avaliar a proposta de
projeto desenvolvida para ampliar os conhecimentos sobre as potencialidades e fragilidades da ação frente à
população alvo daquela intervenção. Dessa forma, novamente, exercita-se a comunicação, desta vez escrita, para
aprimorar os conhecimentos e habilidades profissionais.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• executar um projeto de intervenção interprofissional em saúde e bem-estar;
• avaliar os efeitos do projeto de intervenção em promoção em saúde com a comunidade;
• interagir com a comunidade de maneira crítica e humanista, com respeito às diferenças culturais, 
religiosas, raciais e os valores de cada indivíduo;
• prestar um trabalho baseado na formação ética e de valores para o exercício profissional em saúde.
Bibliografia
BRASIL. Conselho Nacional dos Secretários de Saúde. : Evolução eAs Conferências Nacionais de Saúde
perspectivas. Brasília: CONASS, 2009.
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. : quando o SUS8ª Conferência Nacional de Saúde
VOCÊ O CONHECE?
A ONG prematuridade.com é uma Associação Brasileira da Pais, Familiares, Amigos e
Cuidadores de Bebês Prematuros, existe a partir da experiência de mães e profissionais da 
saúde com a prematuridade e suas consequências. Pensada em 2011 como um blog, para
atingir essa comunidade específica, em 2014 passou a ser ONG e lutar pela causa coletiva dos
prematuros, suas famílias, políticas públicas e sociedade. O grupo é composto por vários
profissionais da saúde e voluntários e foi fundado por uma nutricionista e uma enfermeira.
Para saber mais, clique aqui: .https://www.prematuridade.com/prematuridade-ps/
•
•
•
•
https://www.prematuridade.com/prematuridade-ps/
- -14
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. : quando o SUS8ª Conferência Nacional de Saúde
ganhou forma. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/ultimas-
noticias-cns/592-8-conferencia-nacional-de-saude-quando-o-sus-ganhou-forma. Acesso em: 16 mar. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. : revisão da Portaria MS/GM nº 687, dePolítica Nacional de Promoção da Saúde
30 de março de 2006/Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde.
Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 36 p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes
/pnps_revisao_portaria_687.pdf. Acesso em: 16 mar. 2020.
CORDONI JUNIOR, L. . Londrina: Eduel, 2013.Elaboração e avaliação de projetos em saúde coletiva
DALMOLIN, B. B. . Significados do conceito de saúde na perspectiva de docentes da área da saúde. et al Escola
, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 389-394, jun. 2011. Disponível em: Anna Nery http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1414-81452011000200023&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 16 mar. 2020.
ESCOLA Municipal Florêncio Argolo. . Bahia: Blog Escola Florêncio Argolo,Relatório do Projeto de Intervenção
2010. Disponível em: http://escolaflorencioargolo.blogspot.com/. Acesso em: 16 mar. 2020.
FILHO, C. B. . 4. ed. São Paulo: Ática: 2008. História da saúde pública no Brasil
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	Introdução
	4.1 Aplicação de projeto de intervenção comunitária
	4.1.1 Promoção da saúde no Brasil
	4.1.1 Roteiro de aplicação
	4.2 Relatórios de análise de intervenção
	4.3 Avaliação dos impactos e resultados da intervenção na comunidade
	Conclusão
	Bibliografia

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