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Tal pressão se origina quando as moléculas de gás ou vapor movimentando-se colidem com outras moléculas ou com as paredes de um recipiente. O ideal é que se passe o mais rápido possível do estágio 1 ao 3, pois quando o animal permanece muito durante o 2, ele fica muito agitado. Ideal do 3; plano 3. Pressão de Vapor: As moléculas de um líquido ou gás estão em constante movimento aleatório. Na interface líquido-gás, algumas moléculas passarão de um estado líquido para o gasoso. Essa transição é dita VAPORIZAÇÃO. Num recipiente fechado e à temperatura constante, a vaporização do líquido prosseguirá até que se atinja um equilíbrio no qual não há mais movimento resultante de moléculas entre as fases. Portanto, pressão de vapor dá indicação da facilidade com a qual um anestésico inalatório LÍQUIDO evapora. Quanto maior a pressão de vapor, mais volátil é o anestésico. Maior a concentração do agente volátil que pode ser liberado para o paciente. Propriedades físicas gerais: Vapores – líquido em temperatura ambiente. Gases – gasoso em temperatura ambiente e à pressão ao nível do mar. Ex: óxido nitroso (anestésico inorgânico). Anestésicos Inalatórios Os anestésicos mais usados são vapores, que devem ser transformados para o estado gasoso antes da adição do gás carreador. Há várias formas de medir a quantidade de vapor ou gás anestésico numa mistura: Concentração (volume %), pressão parcial (mmHg), Massa (mg ou g). Também podem ser descritos em termos de pressão parcial que ele exerce. Propriedades Solubilidade: As moléculas de gás e de vapor anestésico são capazes de se dissolver em líquidos e sólidos, assim as moléculas de anestésico presentes numa mistura de gases sobre um líquido (sangue) se difundirão e se dissolverão no mesmo. Este processo continuará até que se atinja um equilíbrio (não há mais movimento de moléculas entre as duas fases). Todavia, o número de moléculas anestésicas em cada compartimento não será igual. Para um gás ou vapor anestésico que seja fracamente solúvel em um solvente como o sangue, o equilíbrio será atingido quando poucas moléculas tiverem se dissolvido. A pressão parcial em que o equilíbrio ocorre será alta. Coeficiente de Partição ou Solubilidade: Influencia a captação, distribuição e eliminação. Reflete a proporção de anestésico que é encontrado em dois meios distintos após ter ocorrido o equilíbrio. Equilíbrio Equilíbrio Fracamente solúvel no sangue. PPA alta Altamente solúvel no sangue. PPA baixa Coeficiente sangue: GÁS Indica a solubilidade do anestésico no sangue. Quanto mais alto, maior o tempo de indução da anestesia. Também influencia o tempo de recuperação da anestesia. Ex: sevoflurano 0,69 – desflurano 0,42 – halotano 2,5. Coeficiente de Partição Óleo: GÁS Relacionado com potência e tempo de recuperação anestésica. Alta solubilidade em gorduras – lenta liberação para a corrente sanguínea. Coeficiente de Partição Borracha: GÁS Quantidade de anestésico absorvido pela borracha. Profundidade Anestésica: O objetivo de usar anestésicos inalatórios é alcançar uma pressão parcial de anestésico no cérebro suficiente para deprimir o SNC e induzir anestesia geral. Assim, a profundidade anestésica é determinada pela pressão parcial do anestésico no cérebro. Para alcançar o cérebro, as moléculas do anestésico se difundem ao longo de uma série de gradientes de pressão parcial do: Ar inspirado - ar alveolar - sangue - cérebro Em cada interface, a difusão prossegue até que o equilíbrio seja atingido e as pressões parciais se igualem. As moléculas do anestésico rapidamente se equilibram entre o ar alveolar e o sangue. O equilíbrio entre o sangue e o cérebro é igualmente rápido. A pressão parcial (PP) do anestésico no cérebro segue de perto a PP do anestésico no sangue arterial, que segue de perto a PP do anestésico nos alvéolos. Isso significa que a profundidade anestésica é grandemente determinada pela pressão parcial do anestésico nos alvéolos. Fatores que alteram a profundidade anestésica: - Concentração inspirada: elevada concentração inpirada – rápida indução anestésica pois maior liberação de anestésico par alvéolos induz um rápido acréscimo da PP alveolar. Quanto menor a concentração inspirada mais rápida a recuperação. - Ventilação pulmonar: aumento causa uma indução mais rápida da anestesia. Diminuição da frequência respiratória: menor captação do anestésico inalatório – retardo na indução quanto na recuperação da anestesia. - Solubilidade no sangue: agentes fracamente solúveis (baixos coeficientes de partição sangue:gás) no sangue – indução mais rápida da anestesia. Um agente altamente solúvel no sangue, mais moléculas precisam se difundir dos alvéolos para o sangue antes que o equilíbrio seja atingido. - Débito cardíaco: elevado torna mais lenta a indução. Também se torna mais lenta em animais agitados, mas ocorre mais rápida em animais com débito cardíaco reduzido (hipovolemia e choque). - Solubilidade nos tecidos: anestésicos pouco solúveis nos tecidos – indução e recuperação mais rápidas. Na indução, a captação nos tecidos diminui a pressão parcial venosa e consequentemente a alveolar. Quanto maior a solubilidade nos tecidos, mais lenta a recuperação. Potência Anestésica Concentração Alveolar mínima (CAM). Potência é descrita como CAM: [ ] alveolar mínima de anestésico que produz imobilidade em 50% dos animais expostos a um estímulo nocivo padrão. Quanto mais potente é o anestésico, menor concentração alveolar mínima é necessária. Quanto mais potente o anestésico, menor é a CAM. Fatores que alteram a CAM: - Aumentam: hipertermia, hipernatremia, drogas estimulantes. - Diminuem: acidose metabólica, hipotensão induzida, hipotermia, hiponatremia, gestação, velhice, fármacos depressores do SNC. Biotransformação e Eliminação: Eliminados primariamente pelos pulmões. Com graus variáveis de biotransformação. Alguns possuem metabolização hepática, que é mais demorada. - Pode promover recuperação da anestesia e gerar metabólitos tóxicos. EFEITOS COLATERAIS GERAIS Efeitos no SNC: Depressão reversível dose- dependente. Não possuem atividade analgésica específica. Maioria causa VASODILATAÇÃO cerebral: aumenta o fluxo e eleva a pressão intracraniana. Reduz a taxa metabólica e necessidade de O2. Efeitos Cardiovasculares: Depressão dose-dependente do sistema cardiovascular, podem sensibilizar o miocárdio a arritmias induzidas por catecolaminas. Efeitos Respiratórios: Promovem depressão respiratória dose-dependente. PCO2 se eleva. Efeitos Hepáticos: Disfunção hepática leve e transitória pode estar relacionada a todos os anestésicos voláteis: fluxo sanguíneo e liberação de O2 reduzido. Efeitos Renais: Reduzem o fluxo sanguíneo: reduzem a taxa de filtração glomerular. Nefrotoxidade: agentes que sofrem metabolismo extenso para íons fluoreto livre. Efeitos na musculatura esquelética: Anestésicos voláteis halogenados podem induzir a ocorrência de hipertermia maligna: susceptibilidade é de origem genética. Ocorre uma elevação na concentração de cálcio intracelular: contração muscular generalizada. Usado principalmente para manutenção anestésica após a indução com um agente injetável. Pode ser utilizado para induzir se injetáveis foram considerados inadequados. Halotano Farmacocinética: - Baixa solubilidade no sangue: indução, recuperação e taxa de variação da profundidade anestésica moderadamente rápida (com baixa solubilidade - estado de equilíbrio é atingido rapidamente) - Elevada solubilidade em tecidos (animal obeso vai ter dificuldades de se recuperar da anestesia; pouco fluxo sanguíneo no tecido adiposo e quanto maior o tempo de exposição, maior o tempo que ele se redistribui e fica nos tecidos) - Baixo valor de CAM (0,9%) – concentração mínima anestésica é baixa Biotransformação e eliminação: - 75-80% do Halotano inspirado é exalado inalterado. - É biotransformado pelo sistema citocromo P450 nos hepatócitos (enzimas microssomaishepáticas). - Aumento da biotransformação tem sido observado após exposição prolongada. Efeitos Adversos: Sistema Nervoso Central Induz uma depressão dose- dependente do SNC, sem uma analgesia significativa. Vasodilatador cerebral particularmente potente: aumento da pressão intracraniana. Reduz consumo metabólico de oxigênio a um menor grau. Efeitos na musculatura esquelética: Mais potente indutor de hipertermia maligna: nunca ser usado em indivíduos susceptíveis. Contra-indicações e precauções: Deve ser evitados em animais - Lesão intracraniana ou elevada pressão do líquido cerebroespinhal - Disfunção cardíaca - Doença hepática - Susceptíveis à hipertermia maligna, principalmente suínos. Interações medicamentosas conhecidas: - Pode reduzir a capacidade do fígado de biotransformar fármacos administrados concomitantemente. - Biotransformação pode ser aumentada por indutores enzimáticos. - Agente bloqueadores dos canais de cálcio (são vasodilatadores e efeito diminuição da atividade do coração) e antagonistas B-adrenérgicos aumentam o efeito inotrópico negativo (propanolol – sinergismo de efeitos). - Potencializa a ação dos bloqueadores neuromusculares não despolarizantes (relaxamento muscular – pode demorar a passar; neostignina é reversor). Efeitos Cardiovasculares: - Reduz débito cardíaco. - Depressão direta da contratibilidade do miocárdio. - Pressão sanguínea cai - Sensibiliza o miocárdio aos efeitos arritmogênicos das catecolaminas circulantes (usar atropina pré- anestésico – antimuscarínico – bloq. Receptores muscarínicos do coração impedindo que a acetilcolina atue, pois esta é bradicardica – diminui força freqüência e automatismo – evita a soma dos efeitos do anestésico e acetilcolina). Efeitos Hepáticos: Reduz o fluxo sanguíneo tanto na artéria hepática quando na veia porta hepática . Pode surgir uma lesão hepática leve devido hipóxia. Em humanos tem sido descrita hepatite por Halotano. Efeitos renais: Reduz o fluxo sanguíneo e consequentemente a taxa de filtração glomerular. Usado principalmente para manutenção da anestesia, mas também pode ser usado para indução (não é muito adequado para indução com máscara: odor desagradável e causa apneia). Solubilidade: • CAM – Concentração alveolar mínima - maior que a do halotano (1,3% no cão) • Solubilidade em tecidos, como a gordura, é levemente menor do que a do halotano. • Taxa de biotransformação muito baixa, virtualmente todo Isofluorano é exalado inalterado Efeitos Adversos: Efeitos no Sistema Nervoso Central - Causa menos vasodilatação cerebral que o halotano – aumento da pressão intracraniana - Reduz o consumo metabólico de O2. - Não prejudica a responsividade da circulação cerebral ao dióxido de carbono. Efeitos Cardiovasculares: Deprime a contratilidade miocárdica, mas em menor grau que o halotano. Isofluorano - Frequência cardíaca aumentamoderadamente. - Hipotensão arterial pela diminuição da resistência vascular. - Por ser um éter halogenado está associado a uma incidência muito menor de arritmias. Efeitos respiratórios: - Promove depressão respiratória em maior extensão que o halotano: PCO2 tende a aumentar. Broncodilatação é um efeito colateral benéfico. Efeitos hepáticos: Diminui o fluxo sanguíneo em uma magnitude menor do que o halotano. Efeitos Renais: - Toxicidade renal é improvável. Assim como do halotano, o fluxo sanguíneo renal e taxa de filtração glomerular é reduzida. Efeitos na musculatura esquelética: Hipertermia em indivíduos susceptíveis. - Produz bom relaxamento muscular Interação medicamentosas conhecidas: Potencializa os agentes os agentes bloqueadores neuromusculares não despolarizantes a uma extensão maior que o halotano. É um agente recém-introduzido que está ganhando popularidade na anestesia veterinária. - Não tem odor pungente: adequado para indução com máscara. - Solubilidade: início rápido de ação e recuperação rápida. - Biotransformação: cerca de 3% é biotransformado. Efeitos Adversos: semelhantes ao isofluorano: vasodilatação, aumento pressão intracraniana, baixa arritmogenicidade. Sevoflurano Óxido Nitroso A inclusão de óxido nitroso na mistura de gás inspirado pode causar expansão dos espaços cheios de gás dentro do corpo. Pode ser um problema em ruminantes adultos ou animais com pneumotórax, dilatação gástrica em volvo. Coeficiente de partição óleo: gás é muito baixo – baixa potência- CAM elevada - Não sobre nenhuma biotransformação. Efeitos adversos: SNC - Efeitos analgésicos, pelo bloqueio receptores NMDA, - Aumenta a pressão intracraniana Cardiovascular - Deprime miocárdio forma direta - Supressão medula óssea - Pode ser teratogênico- não usar em fêmeas prenhes Contraindicações: • Animais com pressão intracraniana aumentada • Pneumotórax • Dilatação gástrica e volvo • Obstrução intestinal • Patologia pulmonar • Anemia Pouco utilizado na medicina veterinária. Usado como adjuvante na indução anestésica. Não é suficientemente potente para ser usado de forma isolada. O uso de óxido nitroso é incomum para obtenção de concentrações analgésicas. Concentrações de 50% ou mais são necessárias para produzir analgesia e anestesia. - Gás anestésico não irritante- não inflamável Tem coeficiente partição sangue:gás muito baixo, causando rápida indução anestésica (se dissolve pouco no sangue).
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