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RESUMO 11 - ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA ÚLCERA POR PRESSÃO

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AULA 11 - ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA PREVENÇÃO E TRATAMETO DA ÚLCERA DENISE CASTRO – 7° PERÍODO 
Este resumo foi desenvolvido por Denise Castro de Araújo. É expressamente proibida sua reprodução com intuito lucrativo sem devida autorização, seja 
de forma parcial ou total; conforme lei 9.610/98 (sobre Direitos Autorais). 
 
ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA PREVENÇÃO 
E TRATAMENTO DA ÚLCERA POR PRESSÃO 
 
As úlceras por pressão são lesões que podem atingir a 
pele e também tecidos subjacentes incluindo o tecido 
ósseo, normalmente resultantes do trauma mecânico 
causado por isquemia do fluxo capilar por meio de 
pressão, cisalhamento, fricção, umidade e/ou uma 
combinação destes fatores. 
São uma causa importante de morbidade e mortalidade, 
especialmente para pessoas com sensibilidade reduzida, 
imobilidade prolongada ou idade avançada. 
 
Estima-se que 2,5 milhões de casos de úlceras de pressão 
sejam tratados a cada ano em instituições de 
atendimento de urgência nos EUA, resultando em um 
custo financeiro significativo para os pacientes e 
unidades de saúde. 
Localizações mais frequentes: 
 Isquiática (24%), 
 Sacrococcígea (23%), 
 Trocantérica (15%), 
 Calcânea 8(%). 
 Outras localizações incluem maléolos laterais 
(7%), cotovelos (3%), região occipital (1%), e 
região escapular. 
 
De modo geral a fisiopatologia da ulcera por pressão 
envolve fatores de risco intrínsecos e extrínseco. Os 
seguintes fatores aumentam o risco de desenvolver 
úlceras por pressão: 
 Pessoas com perda da sensibilidade: (lesões 
neurológicas – polineuropatias, lesões 
medulares) 
 Idade: > 65 anos e <5 anos 
 Pessoa incapaz ou com dificuldade de mobilidade 
do corpo: (lesões medulares, encefálicas, pós 
operatórios, principalmente ortopédicos e de 
cirurgias cardiotorácicas) 
 Alteração do estado de consciência: (doenças 
degenerativas) 
 Má perfusão/oxigenação tecidual: (doenças 
vasculares, tabagismo, diabetes, nefropatias) 
 Incontinência urinária ou intestinal 
 Desnutrição ou obesidade 
 
Fatores extrínsecos envolvidos na patologia da úlcera: 
PRESSÃO (FATOR MAIS IMPORTANTE) 
 Pressões que excedem a pressão capilar normal 
(12-32mmHg), resultam em diminuição da 
oxigenação e comprometem a microcirculação do 
tecido atingido 
 Ocorre oclusão microvascular com isquemia 
tecidual e hipóxia. 
 A lesão dependente da intensidade e duração, e 
da área de superfície sobre a qual atua. 
FORÇAS DE FRICÇÃO 
 Resulta do atrito entre duas superfícies causando 
erosão local e rompimentos na epiderme e derme 
superficial. 
 Resultam de transferências mal executadas 
(atrito da roupa, lençol de cama). 
FORÇAS DE TRAÇÃO 
 Deslocamento do corpo sobre a pele fixa a 
superfície externa. 
 Ocorre quando as forças dos músculos e tecidos 
subcutâneos que são puxados para baixo pela 
gravidade se oponham aos tecidos mais 
superficiais que permanecem em contato com 
superfícies externas 
 Risco: cabeceira elevada acima 30º (área 
sacrococcígea), transferências mal executadas 
(arrastar o doente e não elevá-lo) 
MACERAÇÃO/HUMIDADE EXCESSIVA 
 Alteração mecânica e química (pH), com 
aumento da susceptibilidade à lesão provocada 
pelos outros fatores. 
 Causas: incontinência urinária e/ou fecal, 
sudorese, secreções respiratórias, vómito, 
exsudação de úlcera. 
Como os músculos são mais suscetíveis à isquemia por 
compressão do que a pele, a isquemia e necrose 
musculares podem ser a base das úlceras por pressão 
resultantes de compressão prolongada. 
A avaliação global do risco deve incluir: 
1 
 Grau de mobilidade; 
 Incontinência urinária/fecal; 
 Alterações da sensibilidade; 
 Alterações do estado de consciência 
AULA 11 - ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA PREVENÇÃO E TRATAMETO DA ÚLCERA DENISE CASTRO – 7° PERÍODO 
Este resumo foi desenvolvido por Denise Castro de Araújo. É expressamente proibida sua reprodução com intuito lucrativo sem devida autorização, seja 
de forma parcial ou total; conforme lei 9.610/98 (sobre Direitos Autorais). 
 Doença vascular; 
 Estado nutricional. 
 
2 
 Inspeção periódica da pele em áreas de risco ou 
de úlceras prévias: educação ao doente (se 
necessário usando espelho) e familiares 
 
A Escala de BRADEN é um instrumento de avaliação de 
risco para o desenvolvimento de lesão por pressão. 
 
 
Grau I: Eritema Não branqueável 
 Pele intacta com rubor não branqueável numa 
área localizada, normalmente sobre uma 
proeminência óssea. 
 A área pode estar dolorosa, dura, mole, mais 
quente ou mais fria comparativamente ao tecido 
adjacente. 
 Pode ser difícil de identificar em indivíduos com 
tons de pele escuros. 
 Sinal precoce de risco. 
 
Grau II: Perda Parcial da Espessura da Pele 
 Perda parcial da espessura da derme 
apresentando uma úlcera superficial com leito da 
ferida vermelho-rosa, sem esfacelo. 
 Também podem apresentar como uma bolha 
preenchida de soro ou serosanguinolenta intacta 
ou aberta / rompida. 
 Apresenta-se como uma úlcera superficial seca 
ou úmida, sem tecido desvitalizado ou 
hematomas. 
 
Grau III: Perda Total da Espessura da Pele 
 Perda total da espessura dos tecidos. 
 O tecido adiposo subcutâneo pode ser visível, mas 
os ossos, tendões ou músculos não estão expostos. 
 Pode estar presente algum tecido desvitalizado, 
mas não oculta a profundidade dos tecidos 
lesados. 
 Podem ser cavitadas e fistulizadas. 
 
Grau IV: Perda total da espessura dos tecidos 
 Perda total da espessura dos tecidos com 
exposição óssea, dos tendões ou dos músculos. 
 Em algumas partes do leito da ferida, pode 
aparecer tecido desvitalizado (húmido) ou 
necrose (seca). Frequentemente são cavitadas e 
fistulizadas. 
 A profundidade de uma úlcera por pressão de 
categoria/Grau IV varia de acordo com a 
localização anatómica. 
 
As úlceras de pressão formam-se em profundidade, junto 
ao osso e tecidos musculares profundos, e vão erodindo os 
tecidos até alcançarem a superfície. 
 
AULA 11 - ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA PREVENÇÃO E TRATAMETO DA ÚLCERA DENISE CASTRO – 7° PERÍODO 
Este resumo foi desenvolvido por Denise Castro de Araújo. É expressamente proibida sua reprodução com intuito lucrativo sem devida autorização, seja 
de forma parcial ou total; conforme lei 9.610/98 (sobre Direitos Autorais). 
 
As úlceras de pressão não progridem de estádio, 
logo, uma úlcera tipo IV é tipo IV desde o seu início, não 
resultando da progressão de uma úlcera tipo III 
Úlceras de pressão em fase de cicatrização não são 
classificáveis. 
 
O processo de cicatrização da ferida consiste em uma 
série de estágios: 
 Inflamação; 
 Proliferação; 
 Maturação. 
Os estágios duram períodos variáveis de tempo, podendo 
ser prolongada por fatores intrínsecos ou extrínsecos, 
como isquemia, falta de nutrientes, presença de 
bactérias, além do estado físico e mental do indivíduo. 
 
 Alta contagem de bactérias no interior da ferida 
pode dificultar a cicatrização tecidual. 
 Se a cicatrização das feridas for retardada apesar 
de tratamento adequado, pode gerar quadro de 
osteomielite subjacente (presente em até 32% dos 
pacientes) ou, raramente, carcinoma de células 
escamosas no interior da úlcera. 
 Outras complicações locais de úlceras por 
pressão incuráveis são fístulas, que podem ser 
superficiais ou conectam a úlcera a estruturas 
adjacentes profundas (p. ex., fístulas de uma 
úlcera sacral ao intestino). 
 
A abordagem terapêutica de uma úlcera de pressão deve 
incluir: 
1. Medidas para a redução ou eliminação dos 
fatores desencadeantes; 
2. Otimização do estado geral e nutricional do 
doente; 
3. Tratamento local (conservador ou cirúrgico). 
O tratamento local inclui os seguintes componentes: 
 Desbridamento 
 Limpeza 
 Revestimento (penso) Abordagem da colonização e infecção 
 Agentes Físicos 
 Tratamento cirúrgico 
Agentes físicos presentes nas recomendações do EPUAP 
- European Pressure Ulcer Advisory Panel (2017) 
 
Estimulação elétrica (força da evidência = A; 
provavelmente faça isso); 
Terapia a laser (força de evidência = C; sem 
recomendação específica); 
Terapia de ultrassom (força da evidência = C; nenhuma 
recomendação específica) 
 
 Na cicatrização, os principais mecanismos de 
ação sugeridos estão relacionados à modulação 
do processo inflamatório, reduzindo citocitas pró-
inflamatórias e a produção de metaloproteinases 
que degradam o colágeno. 
 Quando consideramos as úlceras por pressão, o 
laser promove neovascularização apresentando 
importante efeito angiogênico. 
 A maioria dos trabalhos com fotobiomodulação 
sugere o uso de densidade de potência de até 100 
mW cm 2 e densidade de energia entre 4 e 10 J 
cm 2. 
 
Sua utilização nesta morbidade tem sido mais frequente 
nos Estados Unidos e em alguns países da Europa 
 A eletroestimulação de alta voltagem (EEAV) é 
um meio de administrar estímulos elétricos para 
promover a cicatrização de feridas, já que 
promove o aumento do fluxo sanguíneo, melhora 
da oxigenação, redução do edema, atração e 
estimulação de fibroblastos e células epiteliais, 
controle de infecção, auxílio na organização da 
matriz de colágeno, estimulação da contração da 
ferida com migração de células da epiderme para 
o centro da úlcera. 
 O ultrassom terapêutico por sua vez, atua nas 
três diferentes fases do processo ulcerativo. 
 O ultrassom acelera a proliferação da fase 
fibroblástica, aumenta o aporte sanguíneo local, 
diminui o tempo da fase inflamatória. 
 Contribui para o aumento da formação de novos 
vasos sanguíneos, estimula a síntese do material 
AULA 11 - ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA PREVENÇÃO E TRATAMETO DA ÚLCERA DENISE CASTRO – 7° PERÍODO 
Este resumo foi desenvolvido por Denise Castro de Araújo. É expressamente proibida sua reprodução com intuito lucrativo sem devida autorização, seja 
de forma parcial ou total; conforme lei 9.610/98 (sobre Direitos Autorais). 
da matriz extra-celular, 
acelerando com isso a contração da 
ferida e aumenta a formação 
fibroblástica. 
 Além disso, atua 
estimulando a liberação de fatores 
necessários para o favorecimento 
da epitelização, aumentando a 
elasticidade e estimulando a 
deposição das fibras de colágeno. 
 
 
Na atenção primária, quando o foco é a prevenção das 
úlceras, a técnica básica é a aplicação da cinesioterapia 
visando a melhora da circulação sanguínea que reduz as 
complicações respiratórias e favorece a melhora da 
cognição. 
A fisioterapia também atua na mudança de decúbito, 
realizando exercícios ativos e passivos, observando e 
avaliando do estado geral do paciente, bem como a 
integridade física da pele e seus anexos, e 
orientando paciente e cuidadores sobre a 
prevenção da ulceras por pressão. 
 Posicione a pessoa deitada sobre a cama. Com as 
pernas esticadas segure com uma de suas mãos 
no calcanhar e com a outra mão dobre o joelho, 
levando o membro de encontro a barriga e, em 
seguida, estique a perna. Realize o movimento de 
5 a 10 vezes em cada lado.
 Com os pés da pessoa apoiados na cama e os 
joelhos dobrados, faça movimentos de separar e 
unir os joelhos.
 Levante e abaixe os braços da pessoa, depois abra 
e feche.
 Faça movimentos de dobrar e estender os 
cotovelos, os punhos e depois os dedos.
 Ajude a pessoa a flexionar suave e lentamente a 
cabeça para frente e para trás, para um lado e 
depois para o outro. Isto alonga os músculos do 
pescoço. No caso de tonturas, suspenda o 
movimento até melhora do sintoma.
 
Posição barriga para cima (decúbito dorsal): 
Apoiar a cabeça com um travesseiro, braços devem ser 
posicionados ao lado do corpo com palmas das mãos 
apoiadas e abertas, joelhos semiflexionados apoiados por 
um rolinho ou travesseiro fino, pés apoiados. 
 
 
Posição lateral (decúbito lateral esquerdo/direito): 
Cabeça apoiada por um travesseiro; costas apoiadas por 
um travesseiro ou rolo para evitar que o idoso role; 
travesseiro fino entre os joelhos; travesseiro entre os 
braços; palmas das mãos apoiadas e abertas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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