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APG 28 - ÚLCERA POR PRESSÃO

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1 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
Objetivos 
1- Debater sobre a epidemiologia, etiologia, fatores 
de risco, fisiopatologia, classificação, 
manifestações clínicas, complicações e 
tratamento das úlceras por pressão. 
Úlceras por pressão 
↠ São lesões isquêmicas da pele e estruturas 
subjacentes causadas pela pressão não aliviada que 
prejudica o fluxo de sangue e linfa. Muitas vezes, são 
chamadas de úlceras de decúbito (PORTH, 10ª ed.). 
↠ Ocorre redução do fluxo sanguíneo, que ocasiona 
isquemia tecidual local associada à perda de nutrientes e, 
por conseguinte, hipóxia dérmica, necrose, ruptura da 
epiderme e, eventualmente, contaminação bacteriana 
(MELLO et. al., 2017). 
↠ A LPP é um evento adverso que se configura como 
uma das diversas complicações às quais pacientes 
hospitalizados estão suscetíveis, podendo levar à 
destruição parcial ou total dos tecidos (MOURA et. al., 
2020). 
↠ Têm maior propensão a se desenvolverem sobre 
uma proeminência óssea, mas podem ocorrer em 
qualquer parte do corpo sujeita a pressão externa, atrito 
ou forças de cisalhamento (PORTH, 10ª ed.). 
OBS.: As proeminências ósseas mais comumente envolvidas são o 
sacro, as tuberosidades isquiáticas, os trocânteres maiores, os 
calcanhares e os maléolos laterais (BOLOGNIA). 
 
OBS.: Em 2016, foi modificada a terminologia de Úlcera por Pressão 
para Lesão por Pressão, por essas lesões apresentarem-se em pele 
íntegra ou como úlcera, alterando ainda os parâmetros para sua 
classificação (MOURA et. al., 2020). 
 
 
EPIDEMIOLOGIA 
↠ A UP surge decorrente de uma pressão contínua 
exercida sobre a pele e nos tecidos subjacentes, 
geralmente, em localidades com proeminências ósseas, 
como: sacrococcígea, com prevalência de 49%, 
trocantérica 33,5% calcânea 9% e isquiática 5,5%, 
occipital 3% (MELLO et. al., 2017). 
↠ No Brasil, embora não existam trabalhos sobre a 
incidência e prevalência de LPP, em âmbito nacional, a 
prevalência varia entre 5,3% e 26,0% (MOURA et. al., 
2020). 
↠ Apesar dos avanços nos cuidados em saúde nos 
últimos anos, as úlceras por pressão continuam sendo 
uma importante causa de morbidade e mortalidade, 
constituindo grande impacto na qualidade de vida do 
paciente e de seus familiares, gerando um problema 
social, econômico e de saúde pública (ASCARI et. al., 
2014). 
↠ A úlcera por pressão é uma ferida crônica por ser de 
longa duração e com reincidência frequente, de 
cicatrização difícil, uma vez que ocorre considerável 
desconforto e dor, influenciando no aumento de dias de 
permanência no hospital, dificultando o retorno ao 
convívio familiar (ASCARI et. al., 2014). 
ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO 
↠ Vários fatores contribuem para o desenvolvimento das 
úlceras de pressão, incluindo outras comorbidades, como 
o diabetes tipo 2, a pressão do posicionamento e do peso 
corporal, a transpiração e/ou incontinência, citando apenas 
alguns (PORTH, 10ª ed.). 
↠ Os fatores de risco que predispõem ao 
desenvolvimento das úlceras de pressão incluem 
imobilidade prolongada, déficit sensorial, distúrbio 
circulatório e má nutrição (BOLOGNIA, 2015). 
FATORES EXTRÍNSECOS (OLIVEIRA ET.AL., 2017). 
PRESSÃO CONTÍNUA Quando em área de lesão ou 
proeminência óssea ocorre 
pressão excessiva ou contínua, 
a irrigação sanguínea torna-se 
prejudicada, dificultando a 
irrigação no local da lesão. 
CISALHAMENTO Ocorre quando o paciente 
desliza na cama; o esqueleto e 
os tecidos mais próximos se 
movimentam, mas a pele das 
nádegas permanece imóvel. 
Um dos piores hábitos é o de 
apoiar as costas na cabeceira 
APG 28 
2 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
da cama, pois favorece o 
deslizamento, causando dobras 
na pele. 
FRICÇÃO Ocorre quando duas 
superfícies são esfregadas 
uma contra a outra. A causa 
mais comum é “arrastar” o 
paciente em vez invés de 
levantá-lo. A umidade piora os 
efeitos da fricção. 
UMIDADE É importante diminuir a 
exposição da pele à umidade 
excessiva, para que não haja 
rompimento da epiderme. 
FATORES INTRÍNSECOS 
IDADE AVANÇADA O idoso é mais suscetível às 
lesões e ao retardo das fases 
de cicatrização devido à 
deficiência nutricional, ao 
comprometimento 
imunológico, circulatório e 
respiratório, ao ressecamento 
da pele e à fragilidade capilar. 
Outras características da idade 
que aumentam à 
suscetibilidade às lesões são a 
produção de vitamina D, a 
resposta inflamatória, a síntese 
de colágeno, a angiogênese, a 
dificuldade de cicatrização e a 
diminuição da espessura da 
derme. 
DOENÇAS CONCOMITANTES Hipertensão Arterial Severa 
(HAS), Diabetes Mellitus (DM), 
hepatopatias, nefropatias, 
problemas vasculares e 
neoplasias. Essas doenças 
retardam ou impedem a 
evolução do processo de 
cicatrização. 
CONDIÇÕES NUTRICIONAIS São os nutrientes que 
fornecem o substrato 
necessário para o organismo 
realizar o processo 
reconstrutivo e para fazer 
frente às infecções. A 
deficiência de alguns nutrientes 
compromete diretamente o 
processo cicatricial. O paciente 
deve ser acompanhado com 
exames laboratoriais e dados 
antropométricos. 
DROGAS SISTÊMICAS Corticoides, agentes citotóxicos 
(quimioterápicos), penicilina, 
anti-inflamatórios entre outras 
inibem o processo de 
cicatrização. Medicamentos 
psicoativos causam sonolência 
podendo aumentar a 
imobilidade do paciente. 
MOBILIDADE REDUZIDA OU 
AUSENTE 
Pacientes com diminuição da 
capacidade de mudar de 
posição de forma 
independente devem ter a 
pressão local aliviada pela 
mudança de decúbito. 
FISIOPATOLOGIA 
↠ Quatro fatores etiológicos principais foram identificados 
como tendo um papel importante no desenvolvimento 
das úlceras de pressão: pressão externa, forças de 
cisalhamento, fricção e umidade (BOLOGNIA, 2015). 
Importante: As pressões externas que excedem a pressão capilar 
interrompem o fluxo sanguíneo nos capilares. Quando a pressão entre 
uma proeminência óssea e uma superfície de suporte excede a 
pressão normal de enchimento capilar, o fluxo capilar, 
fundamentalmente, é obstruído. Se essa pressão é aplicada 
constantemente durante 2 h, a privação de oxigênio, somada a um 
acúmulo de produtos metabólicos finais, leva a danos irreversíveis. As 
pessoas com circulação deficiente precisarão de uma pressão menor 
para interromper a circulação, de modo que correm risco ainda maior 
de desenvolver uma úlcera de pressão. A mesma quantidade de 
pressão causa um dano maior quando distribuída sobre uma área 
menor do que sobre uma área maior (PORTH, 10ª ed.). 
↠ As pressões intersticiais >32 mmHg (variação de 
pressão capilar normal = 12-32 mmHg) normalmente 
comprometem a oxigenação e a microcirculação. Há uma 
curva inversa de tempo/pressão, com a formação mais 
lenta da úlcera em pressões mais baixas e uma formação 
mais rápida em pressões maiores (≥70mmHg). O tempo 
de exposição contínua da pele à pressão também é de 
crucial importância, explicando assim por que o alívio 
intermitente da pressão pode prevenir a formação de 
úlcera. Como os tecidos subcutâneos são mais suscetíveis 
a efeitos danosos da exposição prolongada à pressão, o 
trauma do tecido profundo pode ocorrer com dano 
superficial relativamente pequeno (BOLOGNIA, 2015). 
 
3 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
 
↠ As forças de cisalhamento resultam do deslizamento 
e deslocamento relativo de duas superfícies justapostas. 
Embora a pressão externa seja mais eficaz que as forças 
de cisalhamento na redução do fluxo sanguíneo arteriolar, 
esses dois fatores combinados aumentam a oclusão 
vascular. Quando a cabeça de um paciente em decúbito 
é elevada acima de 30°, as forças de cisalhamento se 
concentram nas áreas sacrais e coccígeas. O 
deslizamento do tronco transmite a pressão ao sacro e à 
fáscia profunda, enquanto a pele sacral externa é fixada 
devido ao atrito com o leito. Os vasos da porção mais 
profunda da fáscia superficial se angulam e trombosam, 
manifestando-se clinicamente como úlcerasubminada 
(BOLOGNIA, 2015). 
 
↠ O atrito está normalmente associado ao cisalhamento 
e reflete o grau de resistência gerado quando duas 
superfícies que estão em contato se movem em sentidos 
opostos. Quando um paciente acamado é arrastado sobre 
os lençóis, produz atrito. O dano ao estrato córneo, que 
tem função de proteção, compromete a barreira 
cutânea, predispondo à formação das úlceras 
(BOLOGNIA, 2015). 
 
↠ Estudos demonstraram que o ambiente úmido, 
causado pela transpiração relacionada à febre, pela urina 
e pelas fezes, pode aumentar em cinco vezes o risco de 
formação de úlcera de pressão (BOLOGNIA, 2015). 
CLASSIFICAÇÃO e MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
↠ Existem vários sistemas de classificação das lesões por 
pressão. Elas são categorizadas para indicar a extensão 
do dano tissular. O sistema mais utilizado é o National 
Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) e inclui as 
definições: (LOBATO et. al., 2017). 
• Lesão por Pressão Estágio 1: Pele íntegra com 
eritema que não embranquecida. A pele 
encontra-se intacta e ruborizada; ao toque, não 
branqueia. A área pode encontrar-se dolorosa, 
firme, suave, mais quente ou mais fria 
comparativamente com o tecido adjacente. Essa 
categoria pode ser difícil de detectar em 
indivíduos que apresentem tons de pele mais 
escuros (SOUSA et. al., 2019). 
 
• Lesão por Pressão Estágio 2: Perda da pele em 
sua espessura parcial com exposição da derme. 
Nesse estágio, há perda da espessura parcial da 
pele com exposição da derme. O leito da ferida 
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Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
pode ter coloração rosa ou vermelha, ser úmido 
e também pode se apresentar como uma bolha 
intacta (preenchida com exsudato seroso) ou 
rompida (FRANÇA, 2018). 
 
• Lesão por Pressão Estágio 3: Perda da pele em 
sua espessura total. É entendida como perda da 
espessura total da pele, com exposição de 
tecido adiposo, frequentemente, há presença de 
tecido de granulação e epíbole (lesão com 
bordas enroladas), assim como pode haver 
esfacelo e /ou escara. É possível ocorrer 
descolamento e tunelização. A profundidade do 
dano tissular varia de acordo com a localização 
anatômica, sendo que as áreas com quantidade 
expressiva de tecido adiposo podem 
desenvolver lesões mais profundas (FRANÇA, 
2018). 
 
• Lesão por pressão Estágio 4: Perda da pele em 
sua espessura total e perda tissular. Consiste na 
perda total da espessura da pele e perda tissular 
com exposição ou palpação direta da fáscia, 
músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso. 
É possível visualizar esfacelo e /ou escara, bem 
como epíbole, descolamento e/ou tunelização. A 
profundidade do dano tissular também está 
condicionada a localização anatômica (FRANÇA, 
2018). 
 
• Lesão por Pressão Não Classificável: Perda da 
pele em sua espessura total e perda tissular não 
visível. É caracterizada pela perda total da 
espessura da pele e perda tissular, não sendo 
possível precisar a extensão do dano devido 
estar encoberta pelo esfacelo ou escara. Após a 
remoção destes, Lesão por Pressão em Estágio 
3 ou Estágio 4 ficará evidente. 
 
• Lesão por Pressão Tissular Profunda: 
descoloração vermelho escuro, marrom ou 
púrpura, persistente e que não embranquece. 
Definida como pele intacta ou não, com área 
localizada e persistente de descoloração 
vermelha escura, marrom ou púrpura que não 
embranquece ou separação epidérmica que 
mostra lesão com leito escurecido ou bolha com 
exsudato sanguinolento (FRANÇA, 2018). 
 
↠ Em abril de 2016, por ocasião do último encontro do 
NPUAP, foram discutidas e adicionadas duas novas 
definições de lesões por pressão: Lesão por Pressão 
Relacionada a Dispositivo Médico e Lesão por Pressão em 
Membranas Mucosas (FRANÇA, 2018). 
 
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Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
 
CARACTERÍSTICAS DOS TECIDOS E FLUIDOS ENCONTRADOS NO 
LEITO DA FERIDA 
↠ Os tecidos encontrados no leito da ferida são 
classificados em viáveis e inviáveis. Os tecidos viáveis são 
a granulação e epitelização. Quanto aos tecidos inviáveis, 
estes envolvem a necrose de coagulação e de liquefação 
(FRANÇA, 2018). 
TECIDO DE GRANULAÇÃO 
↠ Aspecto vermelho vivo, brilhante, úmido e ricamente 
vascularizado. Em casos de pacientes com anemia essa 
tonalidade de vermelho pode evidenciar palidez 
(FRANÇA, 2018). 
 
TECIDO DE EPITELIZAÇÃO 
↠ Revestimento novo, rosado e frágil. 
 
NECROSE DE COAGULAÇÃO 
↠ Caracterizada pela presença de crosta e/ou bem 
escura. 
 
NECROSE DE LIQUEFAÇÃO 
↠ Caracterizada pelo tecido amarelo/esverdeado, 
amolecido. 
 
REVISÃO 
 
 
6 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
 
↠ Quanto aos fluidos que podem ser observados no leito 
da ferida, destacam-se o transudato e o exsudato 
(FRANÇA, 2018). 
↠ O transudato é uma substância fluida que passa através 
dos vasos, possui baixo conteúdo de proteínas, células e 
derivados celulares. Já o exsudato é um líquido fluido, 
constituído de células que escapam de um vaso 
sanguíneo e se depositam nos tecidos, geralmente em 
decorrência de um processo inflamatório. Ressalta-se que 
a natureza do exsudato é ditada pela gravidade da reação 
e sua causa específica, enquanto que sua coloração pode 
ser característica do pigmento específico de algumas 
bactérias, sendo que as principais colorações são 
amareladas, esbranquiçadas, avermelhadas, esverdeadas e 
achocolatadas (FRANÇA, 2018). 
COMPLICAÇÕES 
↠ As principais complicações que um paciente com 
úlcera de pressão está exposto são as infecções 
(SANAR). 
↠ Os fatores locais que contribuem para a infecção das 
úlceras por pressão incluem quebras na integridade da 
barreira cutânea, alterações induzidas pela pressão e 
contaminação de áreas sujas contíguas, como a 
incontinência fecal (SANAR). 
IMPORTANTE: Todas as feridas são colonizadas por microrganismos. No 
entanto, nem todas as feridas estão infectadas (FRANÇA, 2018). 
↠ A infecção pode se apresentar de maneira variável, 
geralmente com sinais locais de comprometimento dos 
tecidos moles, como calor, eritema, edema, secreção 
purulenta e presença de odor fétido (LOBATO et. al., 
2017). 
↠ As seguintes características aumentam a suspeição 
clínica de infecção secundária associada à lesão de 
pressão: (LOBATO et. al., 2017). 
• tecido de granulação friável; 
• mau odor; 
• aumento da dor na úlcera; 
• aumento de drenagem da ferida e mudanças de 
suas características (reaparecimento de sangue 
na drenagem, característica purulenta); 
• maior quantidade de tecido necrótico no leito da 
ferida; 
• aparecimento de bolsas ou necroses no leito da 
ferida; 
• ausência de sinais de cicatrização após 2 
semanas de tratamento apropriado. 
↠ A gravidade da infecção pode ser avaliada conforme 
os seguintes critérios: (FRANÇA, 2018). 
• infecção leve: presença de duas ou mais 
manifestações de infecção, porém a área de 
celulite/eritema ao redor da úlcera é menor ou 
igual a 2 cm e a infecção é limitada à pele ou 
ao tecido subcutâneo. Não existem outras 
manifestações de complicação local ou sintomas 
sistêmicos; 
• infecção moderada: infecção que apresenta ao 
menos uma das seguintes características: 
celulite/eritema maior do que 2 cm, presença de 
linfangite, acometimento de fáscia superficial, 
abcesso em tecido profundo, envolvimento de 
tendão e musculatura; 
• infecção grave: paciente com sintomas de 
toxidade sistêmica ou instabilidade metabólica 
(como febre, calafrio, taquicardia, hipotensão, 
confusão, vômitos, leucocitose, acidose, 
hiperglicemia grave). 
OBS.: Na suspeita de infecção, idealmente deve-se realizar biópsia de 
tecido para orientar o tratamento conforme resultado da cultura. Na 
indisponibilidade dessa avaliação, o tratamento empírico pode ser 
realizado baseado na gravidade da infecção e perfil de resistência. 
OSTEOMIELITE 
↠ Osteomielite é uma complicação frequente em LP 
infectada, devendo ser considera principalmenteem 
pacientes com falha de cicatrização em lesões por 
pressão adequadamente tratadas, especialmente quando 
há exposição óssea ou articular (LOBATO et. al., 2017). 
↠ O diagnóstico é estabelecido por cultura a partir de 
biópsia do tecido ósseo. Nesses casos, a cultura de 
material de biópsia orientará a antibioticoterapia adequada, 
além disso é recomendado desbridamento cirúrgico do 
tecido necrótico. Dessa forma está recomendado 
encaminhamento para diagnóstico emergencial (na 
7 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
osteomielite aguda) ou ambulatorial com serviço de 
ortopedia (osteomielite crônica) (LOBATO et. al., 2017). 
DIAGNÓSTICO 
• Avaliação clínica e nutricional. 
↠ O diagnóstico é predominantemente clínico, deve-se 
avaliar as características da lesão. 
 
MEDIDA DA LESÃO 
↠ Para medir a lesão deve-se utilizar régua limpa e 
descartável, medindo o maior comprimento cefalocaudal 
e a maior largura perpendicular (90°) ao comprimento 
(LOBATO et. al., 2017). 
↠ Medir a profundidade com instrumento estéril de 
ponta romba. O registro fotográfico da lesão é útil para 
avaliar a evolução do processo de cicatrização da ferida 
(LOBATO et. al., 2017). 
 
TRATAMENTO 
• Redução da pressão; 
• Tratamento direto de lesões; 
• Tratamento da dor; 
• Controle da infecção; 
• Avaliação das necessidades nutricionais; 
• Terapia concomitante ou cirurgia. 
↠ Depois da ruptura da pele, são necessárias medidas 
de tratamento especiais para evitar danos isquêmicos 
adicionais, reduzir a contaminação e infecção bacteriana 
e promover a cura (PORTH, 10ª ed.). 
↠ As úlceras de estágio I geralmente são tratadas com 
mudanças de decúbito e medidas para eliminar a pressão 
frequente (PORTH, 10ª ed.). 
↠ As úlceras de estágio II ou III com pouco exsudato são 
tratadas com curativos oclusivos ou semipermeáveis. O 
curativo oclusivo pode ajudar na migração celular epitelial 
ao manter o líquido da ferida. Acredita-se que o líquido da 
ferida contenha uma variedade de fatores de crescimento 
que melhoram a cicatrização de feridas. Os curativos 
oclusivos também podem aliviar a dor da ferida e evitar a 
contaminação bacteriana. Existem vários tipos de curativos 
oclusivos disponíveis, incluindo películas poliméricas, hidrogéis, 
hidrocoloides, biomembranas e grânulos absorventes. Os produtos 
disponíveis se diferenciam quanto à sua permeabilidade 
ao vapor de água e à proteção de feridas, cada um dos 
quais com suas vantagens e desvantagens (PORTH, 10ª 
ed.). 
↠ Os detritos necróticos aumentam a possibilidade de 
infecção bacteriana e retardam a cicatrização de feridas. 
As úlceras de estágio III com exsudato e detritos 
necróticos e as de estágio IV geralmente exigem 
desbridamento (remoção de tecidos necróticos e escara). 
Isso pode ser feito cirurgicamente, com curativos úmido-
secos, ou por meio da utilização de enzimas proteolíticas 
(PORTH, 10ª ed.). 
↠ As feridas de estágio IV muitas vezes exigem o 
fechamento para obliterar o espaço morto e são 
cobertas com curativos não aderentes. As úlceras de 
estágio IV podem exigir intervenções cirúrgicas, como 
enxertos de pele ou retalhos miocutâneos. (PORTH, 10ª 
ed.). 
 
Desbridamento 
↠ É um componente padrão do tratamento da ferida 
quando há tecido desvitalizado. Deve ser descontinuado 
uma vez que o tecido necrótico tenha sido removido e o 
tecido de granulação esteja presente. Pode ser mecânico, 
autolítico, enzimático ou instrumental (LOBATO et. al., 
2017). 
8 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
• Desbridamento mecânico: consiste na aplicação 
de força mecânica sobre o tecido desvitalizado 
a fim de facilitar a remoção, promovendo um 
meio ideal para a ação de coberturas primárias. 
A irrigação com soro através de jato é o 
desbridamento mecânico mais indicado para LP. 
• Desbridamento autolítico: autólise é a 
degradação natural do tecido desvitalizado. A 
utilização de coberturas primárias (que entram 
em contato direto com a ferida) que mantém 
úmido o leito da ferida e permitem ação de 
enzimas proteolíticas, agindo sobre o tecido 
desvitalizado. Pode ser associada com outras 
técnicas de desbridamento. 
• Desbridamento enzimático: consiste na aplicação 
tópica de enzimas desbridantes diretamente no 
tecido desvitalizado. Bons resultados associados 
à técnica de Square. 
 
• Desbridamento instrumental: utilização de 
material cortante (pinça, bisturi ou tesoura). Pode 
ser conservador, realizado por médico e 
enfermeiro em ambiente ambulatorial ou 
domiciliar; ou cirúrgico, executado por médico 
cirurgião. 
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
↠ A nutrição é essencial para a manutenção da 
integridade celular e para o processo de cicatrização. O 
paciente com lesão por pressão demanda uma maior 
quantidade de nutrientes, em virtude da necessidade do 
corpo de matéria-prima para a formação tecidual. Logo, 
o aporte de nutrientes é fundamental no processo de 
recuperação tecidual, sendo importante tanto na 
prevenção quanto no tratamento das lesões C 
↠ A desnutrição proteico-calórica e a deficiência de 
micronutrientes como vitamina C, ferro, magnésio e zinco 
são fatores que prolongam a resposta inflamatória, 
reduzindo a proliferação de fibroblastos, prejudicando a 
angiogênese e a síntese de colágeno (FRANÇA, 2018). 
↠ A albumina é uma proteína presente em grande 
quantidade no plasma humano e seus níveis séricos 
diminuídos contribuem para o retardamento do processo 
de cicatrização, pois prejudicam a angiogênese; reduzem 
a proliferação de fibroblastos e consequentemente a 
síntese e formação do colágeno (FRANÇA, 2018). 
↠ Em vista disso, é imprescindível que pacientes com 
alteração do estado nutricional sejam identificados desde 
a admissão e sejam submetidos à intervenção de um 
nutricionista, cuja avaliação deve ser repetida 
semanalmente (FRANÇA, 2018). 
PREVENÇÃO 
↠ As principais medidas preventivas envolvidas são os 
mecanismos de distribuição da pressão, mudança 
periódica de posição, controle da incontinência, cuidados 
com a pele e nutrição (ASCARI et. al., 2014). 
↠ A prevenção de úlcera por pressão em pacientes 
hospitalizados tem sido apresentado como um dos 
indicadores de qualidade da assistência prestada pela 
equipe como um todo (ASCARI et. al., 2014). 
↠ Para a avaliação do potencial de risco do paciente, 
tem-se usado a escala de Braden, um dos protocolos mais 
conhecidos e eficientes, que foi desenvolvida com base 
na fisiopatologia das úlceras de pressão onde se utiliza 
determinantes de suma importância: a intensidade, 
duração da pressão e tolerância tecidual (ASCARI et. al., 
2014). 
 
↠ Esta escala possui seis parâmetros numéricos, ou 
subescalas que identificam a percepção sensorial, 
atividade motora, umidade do local, mobilidade e 
condições nutricionais do paciente e intensidade da 
9 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
fricção e cisalhamento. No entanto é válido lembrar a 
importância da individualização do atendimento, pois cada 
ser humano é único (ASCARI et. al., 2014). 
REDISTRIBUIÇÃO DA PRESSÃO 
↠ O alívio da pressão é a principal estratégia para 
prevenção da LP, utilizando superfícies estáticas (de baixa 
tecnologia) ou dinâmicas (de alta tecnologia) (FRANÇA, 
2018). 
Reposicionamento do paciente 
↠ O reposicionamento não reduz a intensidade da 
pressão, mas reduz a duração desta em determinada 
área. A frequência deve ser reajustada conforme as 
características da superfície de apoio e complicações 
clínicas do paciente (FRANÇA, 2018). 
↠ Não existe evidencia sobre o tempo de 
reposicionamento adequado, portanto sugerimos que o 
reposicionamento seja realizado a cada 2 horas para 
pacientes com capacidade circulatória normal (FRANÇA, 
2018). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
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2021. 
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