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Faringe Vísceras Alimentares Embora a faringe conduza o ar para a laringe, os músculos constritores da faringe direcionam (e a epiglote desvia) o alimento para o esôfago. Anatomia → Posterior às cavidades nasal e oral → Da base do crânio até a margem inferior da cartilagem cricóidea (C 6) → Tubo musculomembranoso de 12 a 14 cm com largura variável → Dividida em: o Nasofaringe – inferior ao esfenoide e a parte basilar do occipital, posterior ao nariz, anterior ao osso occipital e superior ao palato mole. o Orofaringe – posterior à boca o Laringofaringe – posterior à laringe Nasofaringe → O nariz abre-se para a nasofaringe através de 2 cóanos (aberturas), separadas pelo septo nasal posterior. → Limites: o Superior: palato mole; Posterior: coanas e Lateral: recebe as tubas auditivas (Eustáquio). o O teto e a parede posterior formam uma superfície contínua inferior ao corpo do esfenoide e à parte basilar do occipital. → O tecido linfoide é agregado em alguns locais - tonsilas (MALT) - Estrutura fibrosa - colágeno tipo III (reticular) que sustenta um parênquima linfoide → Tonsila faríngea (ou adenoide quando aumentada): situa na túnica mucosa do teto e parede posterior. Tem tamanho máximo durante os primeiros anos de vida e atrofia a partir 8-10 anos. → Prega salpingofaríngea (vertical): estende-se inferiormente a partir da extremidade medial da tuba auditiva. Ela cobre o músculo salpingofaríngeo, que abre o óstio faríngeo da tuba auditiva durante a deglutição. → Toro Tubário: elevação em forma de meia lua que limita superiormente o óstio faríngeo da tuba auditiva → Tonsila tubária: coleção de tecido linfoide na tela submucosa perto do óstio da tuba auditiva. → Posteriormente ao toro tubário e à prega salpingofaríngea há uma projeção lateral da faringe, semelhante a uma fenda, o recesso faríngeo, que se estende lateral e posteriormente. Inervação → Grande parte da mucosa da nasofaringe posterior à tuba auditiva é suprida pelo ramo faríngeo do gânglio pterigopalatino, que atravessa o canal palatovaginal com o ramo faríngeo da a. maxilar. Vascularização Tonsilas: artérias faríngea ascendente e palatina ascendente, ramos tonsilares da a. facial, ramo faríngeo da a. maxilar e da a. do canal pterigoidea. Além disso, um vaso nutriente ou emissário para o osso circunvizinho, ramo das artérias hipofisárias inferiores, supre o leito da tonsila faríngea e é uma possível causa de hemorragia persistente pósadenoidectomia em alguns pacientes. Tuba Auditiva Liga a cavidade timpânica à nasofaringe possibilita a passagem de ar entre esses espaços, a fim m de equalizar a pressão do ar em ambas as faces da membrana timpânica. O músculo salpingofaríngeo insere-se na parte inferior do tubo cartilaginoso próximo de seu óstio faríngeo e o levantador do véu palatino eleva a parte cartilaginosa da tuba auditiva → abertura passiva, liberando tensão sobre a cartilagem. A irrigação vem do ramo faríngeo ascendente (carótida externa), e da artéria meníngea média e da artéria do canal pterigoide (artéria maxilar). As veias geralmente drenam para o plexo venoso pterigoideo. É inervada por fibras do plexo timpânico e do ramo faríngeo do gânglio pterigopalatino. Orofaringe → Tem função digestória, e abre-se para a cavidade oral através do istmo orofaríngeo, demarcada pelo arco palatoglosso. → Os limites são: o Superior: palato mole o Inferior: margem superior da epiglote o Laterais: arcos palatoglosso e palatofaríngeo. o Posterior: entre C2 e C3 → Tonsilas palatinas: coleções de tecido linfoide de cada lado da parte oral da faringe no intervalo entre os arcos palatinos. o Inervação: ramos tonsilares dos nervos NC V2 e IX. O ramo timpânico do NC IX supre o revestimento da membrana mucosa da cavidade timpânica. Infecção da tonsila e fossa tonsilar pode dar dor referida no ouvido. → Fossa tonsilar: entre os arcos palatoglosso e palatofaríngeo, é formada pelo músculo constritor superior da faringe e pela lâmina fibrosa e fina da fáscia faringobasilar. Palato Mole É uma margem móvel suspensa a partir do palato duro, inclinada inferior e posteriormente entre a naso e orofaringe. É uma prega espessa de mucosa que contém várias glândulas mucosas. Um processo cônico mediano, a úvula, projeta-se para baixo a partir de sua margem posterior. Suprido do ramo palatino ascendente da artéria facial e drenado para o plexo pterigoideo. Sensação geral: ramos do nervo palatino menor (maxilar) e ramos faríngeos do NC IX e plexo ao redor das tonsilar. Paladar: transportada no nervo palatino menor: as fibras do paladar inicialmente trafegam no nervo petroso maior (NC VII) e atravessam o gânglio pterigopalatino sem sofrer sinapse. Laringofaringe → Situa-se posteriormente à laringe, indo da margem superior da epiglote e das pregas faringoepiglóticas até a margem inferior da cartilagem cricóidea. → Posteriormente, a parte laríngea da faringe mantém relação com os corpos das vértebras C IV a C VI. → As paredes posterior e lateral são formadas pelos músculos constritores médios e inferiores da faringe. → Internamente a parede é formada pelos músculos palatofaríngeos e estilofaríngeo. → A parte laríngea da faringe comunica-se com a laringe através do ádito da laringe. → Recesso piriforme: pequena depressão de cada lado do ádito da laringe; é revestido por túnica mucosa é separado do ádito da laringe pela prega ariepiglótica. → Lateralmente, o recesso piriforme é limitado pelas faces mediais da cartilagem tireóidea e pela membrana tíreo-hióidea. → Os ramos dos nervos laríngeo interno e laríngeo recorrente situam-se profundamente à túnica mucosa do recesso piriforme e são vulneráveis à lesão quando um corpo estranho se aloja. Músculos da faringe. → A parede da faringe é excepcional para o trato alimentar - lâmina muscular formada por músculo voluntário (ML) disposto em uma camada interna (longitudinal) e uma camada circular externa. → Músculos circulares externos: 3 constritores da faringe: superior, médio e inferior. → Músculos longitudinais internos: palatofaríngeo, estilofaríngeo e salpingofaríngeo - elevam a laringe e encurtam a faringe durante a deglutição e a fala. M. Constritores → Tem um revestimento fascial interno forte, a fáscia faringobasilar e um revestimento fascial externo fino, a fáscia bucofaríngea. → Inferiormente, a fáscia bucofaríngea funde-se com a lâmina pré-traqueal de fáscia cervical profunda. → A contração dos músculos é involuntária e de modo sequencial, impulsionando o alimento. → Os 3 são supridos pelo plexo nervoso faríngeo formado por ramos faríngeos dos NC X e NC IX e por ramos simpáticos do gânglio cervical superior. → O plexo faríngeo situa-se na parede lateral da faringe, principalmente sobre o m. constritor médio. → A superposição dos músculos constritores da faringe deixa quatro aberturas na musculatura para a entrada ou saída de estruturas da faringe: o Abertura entre o m. constritor superior e o crânio: m. levantador do véu palatino, tuba auditiva e a a. palatina ascendente e a fusão da fáscia faringobasilar com a fáscia bucofaríngea para formar, com a túnica mucosa, a fusão das fáscias a parede fina do recesso faríngeo. o Abertura entre o m. constritor superior e médio: m. estilofaríngeo, n. glossofaríngeo e lig. estilo-hioideo. o Abertura entre o m. constritor médio e inferior: ramo interno do n. laríngeo superior, a. e vv. Laríngeas superiores o Abertura inferior ao m. constritor inferior: n. laríngeo recorrente e a. laríngea inferior M. Longitudinais → Palatofaríngeo e Salpingofaríngeo - Ramo faríngeo do N. e vago (NC X) e plexo faríngeo → Estilofaríngeo: N. glossofaríngeo (NC IX) M. Palato mole → Levantado do véu palatino – elevar a parteposterior do palato e tracionar ligeiramente para trás → Tensor do véu palatino - estiram os músculos do palato mole, principalmente sua parte anterior, e deprimem-no, achatando seu arco. → Palatoglosso: eleva a raiz da língua e aproxima o arco palatoglosso do seu contralateral Irrigação Arterial. Artérias que suprem as partes superiores (proveniente da artéria carótida externa) o Artéria faríngea ascendente o Os ramos palatino ascendente e tonsilar da a. facial o Numerosos ramos das artérias maxilar (como A. faringeal e a a. do canal pteriogóide) e ramos dorsais da a. lingual o Artéria tireóidea superior. Artérias que suprem as partes inferiores • Ramos faríngeo da a. tireóidea inferior (ramo do tronco Há abundância de tecido linfoide forma um anel tonsilar incompleto (anel de Waldeyer) ao redor da parte superior. Tonsilas faríngeas (ou adenoides), tubárias, palatinas (ou amígdalas) e linguais. tireocervical) Um ramo da artéria facial (carótida externa), a artéria tonsilar, atravessa o m. constritor superior da faringe e entra no polo inferior da tonsila palatina. A tonsila também recebe brotos arteriais das artérias palatina ascendente, lingual, palatina descendente e faríngea ascendente. Irrigação Venosa. Veias faríngeas, tireóidea superior, tireóidea média (drenam para a veia jugular interna) e veia tireóidea inferior (drena para a veia braquiocefálica). A grande veia palatina externa (veia paratonsilar) desce do palato mole e passa perto da face lateral da tonsila antes de entrar no plexo venoso faríngeo. Vasos Linfáticos → Os vasos linfáticos tonsilares seguem em sentido lateral e inferior até os linfonodos perto do ângulo da mandíbula e o linfonodo jugulodigástrico, denominado linfonodo tonsilar. → As tonsilas palatinas, linguais e faríngeas formam o anel linfático (tonsilar) da faringe, uma faixa circular incompleta de tecido linfoide ao redor da parte superior da faringe. → A parte anteroinferior do anel é formada pela tonsila lingual na parte posterior da língua. As partes laterais do anel são formadas pelas tonsilas palatinas e tubárias, e as partes posterior e superior são formadas pela tonsila faríngea. Nervos faríngeos → A inervação da faringe (motora e a maior parte da sensitiva) deriva do plexo nervoso faríngeo. → As fibras motoras no plexo são derivadas do nervo vago (NC X) através de seu ramo ou ramos faríngeos. Elas suprem todos os músculos da faringe e do palato mole, com exceção dos músculos estilofaríngeo (NC IX) e tensores do véu palatino (NC V3). → O músculo constritor inferior da faringe também recebe algumas fibras motoras dos ramos laríngeos externo e recorrente do nervo vago. → As fibras sensitivas no plexo são derivadas do nervo glossofaríngeo. Elas são distribuídas para as três partes da faringe. → A túnica mucosa das regiões anterior e superior da parte nasal da faringe é suprida principalmente pelo nervo maxilar (NC V2). → Os nervos tonsilares são derivados do plexo nervoso tonsilar formado por ramos dos nervos glossofaríngeo e vago. Histologia A nasofaringe, que é separada incompletamente da orofaringe pelo palato mole, é revestida por epitélio tipo respiratório (ciliado com células caliciforme). Na orofaringe o epitélio é estratificado pavirnentoso não queratinizado. Na transição desses dois epitélios: epitélio colunar com microvilos curtos em vez de cílios. Deglutição → A deglutição ocorre em três estágios: → Estágio oral: voluntário; o bolo é comprimido contra o palato e empurrado para a faringe, principalmente por movimentos dos m. da língua e do palato mole. → Estágio Faríngeo: involuntário e rápido; o palato mole é elevado, isolando a parte nasal da faringe das partes oral e laríngea; A faringe alarga-se e encurta-se para receber o bolo alimentar enquanto os músculos supra-hióideos e os músculos faríngeos longitudinais se contraem, elevando a laringe. → Estágio Esofagiano: involuntário; a contração sequencial dos 3 m. constritores da faringe cria uma crista peristáltica que força a descida do bolo alimentar. Estágio faríngeo O alimento, ao atingir a parte posterior da cavidade bucal e a faringe, estimula as áreas de receptores epiteliais da deglutição, ao redor da abertura da faringe, especialmente, nos pilares tonsilares e seus impulsos passam para o tronco encefálico, onde iniciam série de contrações musculares faríngeas automáticas: 1. O palato mole é empurrado para cima, fechando a parte posterior da cavidade nasal. 2. As pregas palatofaríngeas, em cada lado da faringe, são empurradas medialmente e se aproximam. Essas pregas formam a fenda sagital, onde o alimento passa para a parte posterior da faringe. Essa fenda tem ação seletiva - permite que o alimento mastigado (pequeno) passe fácil. Dura menos de 1s 3. As cordas vocais da laringe se aproximam →laringe é puxada, para cima e para frente (músculos do pescoço). Essas ações, mais os ligamentos que impedem o movimento para cima da epiglote, fazem com que a epiglote se mova para trás, na direção da abertura da laringe. De grande importância é a vigorosa justaposição das cordas vocais, mas a epiglote ajuda a evitar que o alimento chegue até elas. A destruição das cordas vocais ou dos músculos que as aproximam pode causar engasgo. 4. O movimento para cima da laringe também puxa e dilata a abertura do esôfago. Ao mesmo tempo, o esfíncter esofágico superior se relaxa. Então, o alimento se move da faringe posterior para o esôfago superior. Entre as deglutições, esse esfíncter permanece contraído, evitando a entrada de ar no esôfago durante a respiração. O movimento para cima da laringe também eleva a glote afastando-a do fluxo principal de alimento, de maneira que este passe nos lados da epiglote em vez de ao longo da sua superfície → proteção adicional contra a entrada de alimento na traqueia. 5. Quando a laringe é elevada e o esfíncter EES relaxado, toda a parede muscular da faringe se contrai, iniciando na parte superior e, então, a contração progredindo para baixo, nas áreas mediais e inferiores da faringe, o que impulsiona o alimento por peristaltismo. Resumindo: traqueia se fecha, o esôfago se abre, e onda peristáltica rápida, iniciada pelo SN da faringe, força o bolo para a parte superior do esôfago→ dura menos de 2 s. Iniciação Nervosa → As áreas táteis da parte posterior da boca e da faringe, mais sensíveis para a iniciação dessa fase, ficam em um anel, ao redor da abertura da faringe, com a maior sensibilidade nos pilares tonsilares. Os impulsos são transmitidos dessas áreas, pelas porções sensoriais dos NC V e NC IX para o bulbo, pelo trato solitário ou por nervos intimamente associados a ele, que recebe todos os impulsos sensoriais da boca. → Os estágios sucessivos do processo de deglutição são automaticamente desencadeados em sequência ordenada por áreas neuronais da substância reticular do bulbo e das porções inferiores da ponte. As áreas no bulbo e na ponte inferior que controlam a deglutição= deglutição ou centro da deglutição. → Os impulsos motores do centro da deglutição para a faringe e para a parte superior do esôfago que causam a deglutição são transmitidos pelo NC V, IX, X, XII e, mesmo, por alguns dos nervos cervicais superiores. → O estágio faríngeo da deglutição é um ato reflexo, quase sempre iniciado pelo movimento voluntário do alimento, para a parte posterior da boca, excitando os receptores sensoriais faríngeos. Todo o estágio normalmente ocorre em menos de 6 s, interrompendo a respiração, por apenas fração do ciclo respiratório. O centro da deglutição inibe o centro respiratório do bulbo. Mesmo quando a pessoa está falando, a deglutição interrompe a respiração por tempo curtoque mal se percebe. Estágio esofágico A função primária do esôfago é a de conduzir rapidamente o alimento da faringe para o estômago, e seus movimentos são organizados de modo específico. O esôfago tem: Peristaltismo primário - a continuação da onda peristáltica que começa na faringe e as Peristálticas secundárias- ondas que resultam da distensão do próprio esôfago pelo alimento retido. Terço superior do esôfago - fibras nervosas motoras de M. esqueléticos dos NC IX e X. Nos 2/3 inferiores do esôfago - controlada pelos nervos vagos, que atuam por conexões com o SN mioentérico esofágico. Quando a onda peristáltica esofágica se aproxima do estômago, onda de relaxamento, transmitida por neurônios inibidores mioentéricos, precede o peristaltismo. Todo o estômago e, em menor extensão, até mesmo o duodeno relaxam quando a onda peristáltica atinge a porção inferior do esôfago e assim, se preparam com antecedência para receber o alimento levado pelo esôfago.
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